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DIREITO PENAL

TEORIA GERAL DO CRIME


WOLNER SUEYSON
Muito bem vale concurseiro (a), chegamos no assunto mais importante em direito
penal para concursos públicos. Portanto, preste bastante atenção e por favor, não fique
apenas nas vídeos aulas, leia o código penal. Faça esse compromisso consigo mesmo.

Para entendermos melhor e compreender as estruturas do crime você deve saber que
temos três conceitos/enfoques:

 FORMAL: Infração penal é aquilo que assim está rotulado em uma norma
incriminadora, e possui uma pena.
 MATERIAL: Infração penal é comportamento humano causador de relevante
e desprezável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
 ANALÍTICO: Leva em consideração os elementos estruturais que compõem a
infração penal, prevalecendo FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL.
Com isso em mente, lembre-se que o conceito para Crime adotado por nós é o
CONCEITO ANALÍTICO. Assim, para que uma pessoa possa ser punida (PUNIBILIDADE)
esses três elementos devem estar presentes.

I. FATO TÍPICO

Podemos definir o Fato típico como um fato humano que se encaixa com os elementos
descritos pelo tipo penal. Por exemplo, a conduta de matar alguém dolosamente, caracteriza
o crime homicídio, previsto no artigo 121 do CP.

Por sua vez, quando uma conduta não encontra “sua alma gêmea” na lei é chamado de
fato atípico. Por exemplo, o Incesto, mesmo sendo uma conduta imoral, não é um crime.

Os elementos do fato típico são os seguintes:

 Conduta;
 Resultado naturalístico;
 Nexo causal;
 Tipicidade.

PARA LEMBRAR Co+Re+Ne+Ti = CoRENeTI.

1.1 CONDUTA

É a ação (fazer) ou omissão (deixar de fazer) humana, consciente e voluntária, dirigida


a uma finalidade, em busca de um resultado tipificado em lei como Infração penal.
Logo, podemos afirmar que NÃO HÁ CRIME SEM CONDUTA.

Somente os seres humanos podem realizar conduta, pois apenas este são dotados
de vontade e consciência. Os animais irracionais não realizam condutas. Mas e se o dono
de um cachorro ordena que ele ataque alguém? Veja que mesmo assim quem pratica a
conduta é o dono. O cachorro, neste caso, nada mais é que um instrumento para o crime,
seria o mesmo que uma faca ou uma arma de fogo.

As pessoas jurídicas (empresas) podem praticar conduta? Sim, mas especificamente,


nos crimes ambientais (lei 9.605/98).

FORMAS DE EXECUÇÃO DA CONDUTA

A conduta se dará de duas formas:

 AÇÃO OU COMISSÃO: comportamento positivo: fazer, realizar algo; Ex.:


Matar Alguém.
 OMISSÃO: comportamento negativo: abstenção, o não fazer. Ex.: Omissão de
socorro.
Para entender melhor essa parte vamos ver a diferença entre tipo proibitivo e tipo
mandamental:
 Tipo proibitivo: Uma conduta desvaliosa + Violação dessa conduta (Ação ou
comissão)
 Tipo mandamental: Uma conduta valiosa + Violada por omissão (deixar de
fazer)

Os crimes omissivos são divididos assim:


a) Crimes omissivos próprios ou puro, nos quais inexiste um dever jurídico de
agir. Só existira esse criem quando o próprio tipo penal descrever uma conduta
omissiva, ex.: crime de omissão de socorro do art. 135 CP;
b) Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão, são aqueles onde
está presente o dever jurídico de agir do art. 13, parágrafo 2º CP, fazendo que seu
autor responda pelo resultado.

Com isso, veja que diante de um crime Omissivo Próprio o agente viola um Dever
genérico de agir, que está diante de todas as pessoas (salvar alguém que precisa de
socorro). Já no crime omissivo impróprio, o agente viola um Dever Jurídico de Agir, que só
está presente diante de algumas pessoas, artigo 13 paragrafo 2. Ex.: Um Salva vidas que
deixa o outro se afogar.

Quando está presente o dever jurídico de agir? Nas hipóteses do art. 13, parágrafo
2º CP, e são as seguintes:
 Dever legal - quando alguém estiver por lei obrigação de cuidado, proteção e
vigilância, ex.: pais em relação aos filhos, policiais, bombeiros. Dessa forma, a
mãe que deixa de alimentar o filho, provocando sua morte, responde por
homicídio;
 Dever de garante ou garantidor – quando alguém de qualquer modo se
comprometeu a evitar o resultado, ex.: babá, medico plantonista, salva-vidas, até
mesmo guia alpinista, etc.;
 Ingerência na norma- quando alguém por sua conduta anterior cria o risco da
produção do resultado, ex.: jogam cigarro no mato seco; convida alguém para
nadar e esta pessoa se afoga e o agente não a socorre.

FORMAS DA CONDUTA

 DOLOSA (DOLO, artigo 18, I): Quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou
quando assume o risco de produzi-lo (dolo eventual).
 CULPOSA (CULPA, artigo 18, II): Quando o agente deu causa ao resultado por
IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPERÍCIA.
 PRETERDOLOSA: Conduta dolosa + Resultado Culposo mais grave + Nexo de
Causalidade + tipicidade. Ex.: Quero ferir (dolo), porém advém um resultado mais
grave (morte – Culposo). Lesão corporal seguido de morte.
Não é necessário estudar teoria geral do dolo. Porém, deixarei uma tabela para
você diferenciar algumas espécies de dolo e de culpa.
Espécie Consciência Vontade Teoria do FODA-SE

Dolo direto Tem previsão Querer Quero foder mesmo


Dolo eventual Tem previsão Assume o risco Foda-se
Culpa consciente Tem previsão Acredita que pode Fodeu
evitar
Culpa inconsciente Não tem previsão, Não quer e nem Nem fodendo
mas previsibilidade aceita o resultado
Lembre-se, a conduta deve ser HUMANA, VOLUNTÁRIA e CONSCIENTE.

HIPÓTESES QUE EXCLUEM A CONDUTA

 Caso fortuito e força maior, excluem-se o dolo e a culpa, não havendo, portanto,
conduta e consequentemente crime.

 Coação física irresistível – Ex.: “A” coloca “B” frente a “C”, “A” pega uma arma de
fogo e coloca nas mãos de “B” e pega o dedo dele e puxa o gatilho, matando “C”.

 Movimentos reflexos, decorrente de reação automática de um nervo sensitivo;

 Quando o sujeito está dormindo (sonambulismo) ou estado de hipnose.


 ERRO DE TIPO INEVITÁVEL – erro quanto as circunstâncias do fato. Estudaremos
ao final, diferenciando de ERRO DE PROIBIÇÃO.

1.2 RESULTADO

O resultado é a consequência da conduta do Agente.

Existe crime sem resultado? Depende do resultado que estamos falando, pois no
direito penal há dois tipos de resultado:

 Resultado naturalístico – é a modificação no mundo exterior provocada


pela conduta, ex.: homicídio –morte/cadáver; furto –perda do patrimônio. O
resultado naturalístico é aferível pelos sentidos humanos;
 Resultado jurídico ou normativo - é a lesão ou ameaça de lesão ao bem
penalmente tutelado, existe crime sem resultado naturalístico, porém
não há crime sem resultado jurídico.
Diante desses dois resultados nós encontramos algumas classificações de crimes que
são essenciais para você.

Classificação dos crimes segundo resultado naturalístico:

 Crime material: o tipo descreve a conduta e o resultado e exige ambos para


consumação, ex.: homicídio.
 Crimes formais ou de consumação antecipada: o tipo descreve a conduta e o
resultado, mas não exige este para sua consumação, ex.: extorsão mediante
sequestro, do art. 159 CP que se consuma com a captura da vítima e não com o
pedido ou recebimento do resgate.
 Crimes de mera conduta – o tipo penal descreve a conduta, mas não faz a menção
a nenhum resultado naturalístico; ex.: violação de domicílio, do art. 150 CP.

Classificação dos crimes segundo resultado jurídico:

 Crime de dano: Para existir esse crime é necessário que cause um dano ao bem
jurídico. Ex.: Subtrair o patrimônio alheio. Furto.
 Crime de Perigo Abstrato: Aqui o legislador já presumiu que a conduta do agente
cause perigo ao bem jurídico. Ex.: Tráfico de drogas, já se presume que a saúde
pública está em perigo.
 Crime de perigo Concreto: Agora para existir o crime deve estar provado que bem
jurídico foi exposto ao risco/perigo. Ex.: Abandono de Incapaz. Se você abandonar
um idoso em frente a um asilo, não haverá crime.

1.3 NEXO CAUSAL ou RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

O nexo causal é a formação do vínculo entre a conduta praticada pelo agente e o


resultado produzido. É assim, que vamos verificar se o resultado foi ou não provocado pelo
agente.

Para efeitos do nexo causal, o CP, no seu ART 13, “caput” adotou a teoria da
“condotio sine qua non” (teoria da equivalência dos antecedentes causais). Com base nessa
teoria toda e qualquer contribuição para o resultado é considerado causa, o grande defeito
dessa teoria é chegar à responsabilidade penal infinita. EX: se o fabricante da arma não a
tivesse fabricado não haveria crime, se os pais do agente não o tivessem gerado não teria
acontecido crime.

CUIDADO: é por esse motivo que se estabeleceram mecanismos de frenagem a essa


teoria. Estamos falando do Dolo e da culpa.

Para saber o que é causa, basta usarmos a teoria da eliminação hipotética de dos
antecedentes causais, criada por Thyrén. É bem simples, você vai imaginar todo o percurso
e tudo que aconteceu até chegar ao resultado (crime). Tudo que se tirado o crime não
aconteceria da mesma maneira ou forma podemos dizer que é uma CAUSA.

Portanto, o Nexo de Causalidade veio para conectar a conduta ao Resultado.


Causa relativamente independente superveniente do Art. 13, §1º, quando
posteriores a conduta, causas relativamente independentes são aquelas que, por si só,
produzem o resultado, mas que se originam na conduta do agente. IMPORTANTE, conforme
art. 13, §1º, CP as causas relativamente independentes supervenientes rompem o nexo
causal e o agente só responde pelos atos até então praticados. Ex.: a vítima toma um tiro
na barriga (conduta do agente) e é colocada em uma ambulância. Durante o trajeto, a
ambulância se envolve em uma colisão e a pessoa morre em razão dos novos ferimentos.
Nesse caso o agente só responde por tentativa de homicídio.

1.4 TIPICIDADE PENAL


Primeiramente, você tem que saber que a tipicidade se divide em:

 Tipicidade formal: é o enquadramento da conduta praticada pelo agente e a previsão


legal daquela conduta. (Matar Alguém – artigo 121)
 Tipicidade Material: Desta vez analisa-se a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
penalmente tutelado em razão da conduta do Agente.

A tipicidade Material possui ligação com o princípio da ofensividade/lesividade. Assim


podemos falar do princípio da insignificância. Que pode excluir a tipicidade.

Por exemplo, podemos citar o fato de uma pessoa subtrair 10 centavos de outra. Veja
que essa conduta possui tipicidade formal (art. 155), porém não há tipicidade material,
pois 10 centavos é inexpressivo no patrimônio de uma pessoa.

Logicamente, que você deve estar se perguntando: Então é só subtrair 10 centavos


de várias pessoas. Calma que assim você se equivoca. Claro que o princípio da
insignificância possui requisitos.

II. ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE

A ilicitude consiste na contrariedade do fato com o ordenamento jurídico (enfoque


puramente formal ou “ilicitude formal”), por meio da exposição a perigo de dano ou da lesão
a um bem jurídico tutelado (enfoque material ou “ilicitude material”).

A antijuridicidade da conduta deve ser apreciada objetivamente, vale dizer, sem se


perquirir se o sujeito tinha consciência de que agia de forma ilícita. Por essa razão, age
ilicitamente o inimputável que comete um crime, ainda que ele não tenha consciência da
ilicitude do ato cometido (o agente, contudo, não receberá pena alguma por ausência de
culpabilidade, como veremos no tópico da CULPABILIDADE).

2.1 EXCLUDENTES DE ILICITUDE

Nosso Código Penal define as excludentes de ilicitude no art. 23. De acordo com o texto,
são quatro as causas de justificação:

 Estado de necessidade;
 Legítima defesa;
 Exercício regular de um direito;
 Estrito cumprimento de um dever legal.

Sendo o fato (típico) praticado nessas circunstâncias, não haverá crime.

Por quê dizemos JUSTIFICAÇÃO? Essas excludentes vão JUSTIFICAR o fato típico
praticado por você. Imagine que você está em um naufrágio e só tenha 1 colete salva-vidas
para 2 pessoas. Você acaba matando outra pessoa em uma briga pelo Colete. Perceba que
você praticou um fato típico (matar alguém –art. 121), porém, não ILÍCITO por ser
JUSTIFICADO neste momento pelo ESTADO DE NECESSIDADE.

2.2 EXCESSO NAS EXCLUDENTES

Consiste na desnecessária intensificação de uma conduta a princípio legítima. Assim, é


possível que uma pessoa, inicialmente em situação de legítima defesa, estado de
necessidade etc., exagere e, em razão disso, cometa um crime, doloso ou culposo, conforme
a natureza do excesso (CP, art. 23, parágrafo único).

Vamos estudar agora, cada uma das EXCLUDENTES:

2.3 ESTADO DE NECESSIDADE

Diz o CP no art. 24: “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”.

A situação de necessidade pressupõe, antes de tudo, a existência de um perigo (atual)


que ponha em conflito dois ou mais interesses legítimos, que, pelas circunstâncias, não
podem ser todos salvos (na legítima defesa, como se verá adiante, só existe um interesse
legítimo). Um deles, pelo menos, terá de perecer em favor dos demais. O exemplo
característico é o da “tábua de salvação”: após um naufrágio, duas pessoas se veem
obrigadas a dividir uma mesma tábua, que somente suporta o peso de uma delas. Nesse
contexto, o direito autoriza um deles a matar o outro, se isso for preciso para salvar sua
própria vida.

 Perigo é a probidade de dano ao bem jurídico:

 Atual: é o perigo pressente que está ocorrendo

 Inevitável: Numa situação de necessidade o direito autoriza o sacrifício de um bem


jurídico

 Direito Próprio ou alheio (todo e qualquer direito pode ser protegido em Estado de
Necessidade seja próprio ou de Terceiro).

A) Conhecimento da situação justificante (É o elemento subjetivo); B) Não provocação


voluntaria do perigo; C) Inexigibilidade do sacrifício do bem salvo, salva-se um bem as custas
do outro; D) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo.

2.4 LEGÍTIMA DEFESA

Diz o CP, no art. 25: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.

Trata-se de um dos mais bem desenvolvidos e elaborados institutos do Direito Penal.


Sua construção teórica surgiu vinculada ao instinto de sobrevivência (“matar para não
morrer”) e, por via de consequência, atrelada ao crime de homicídio.

Atualmente, reconhece-se a possibilidade de agir em legítima defesa para a salvaguarda


de qualquer direito, não somente a vida ou a integridade física.

O ponto de partida da legitima defesa é uma agressão, ou seja, uma conduta humana
que lesa ou expõe a perigo bens juridicamente tutelados. E quem reage contra o ataque de
um animal? R: não há legitima defesa pois não é conduta humana. Porem trata-se de estado
de necessidade por sua vez será uma situação diversa quando o animal é utilizado como
instrumento de ataque a uma pessoa - legitima defesa.

Agressão injusta igual a ilícita contraria ao direito. CUIDADO - Legitima defesa


sucessiva é a reação contra o excesso;
 Agressão: atual está acontecendo; iminente está próximo a acontecer
Não se admite legitima defesa quanto a fato passado ou Futuro

 Direito próprio ou alheio (qualquer direito pode ser protegido)


 Requisito subjetivo é a intenção da defesa.
Reação

1 Meios necessário - são os meios menos lesivos que se encontram a disposição do


agente e ação eficazes para repelir a agressão.

2) Moderação - Reação moderada é aquela proporcional a ataque, ou seja, efetuada


de modo a cessar (repelir) a agressão. Faltando um desses dois requisitos o agente estará
em excesso - é a desnecessária intensificação de uma conduta inicialmente justificada. O
excesso Punível pode ser doloso ou culposo. O excesso doloso é aquele voluntário,
em que o agente tem consciência do exagero, do excesso.

Já o excesso culposo é involuntário, o agente não percebe o excesso, não se ad conta


do exagero. O agente age em erro.

 NOVIDADES TRAZIDAS PELO PACOTE ANTICRIME – LEI 13.964 DE 2019

Art. 25.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo,


considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes.” (NR)

Inclusão do parágrafo único. Lembra do caso da ponte rio Niterói? O


sequestrador que manteve as vítimas do ônibus como refém e foi abatido
por atirador de elite.

Como não tínhamos previsão legal para essa conduta, agora ela está amparada
legalmente como excludente da ilicitude. Tome cuidado para não confundir com o estrito
cumprimento do dever legal que estudaremos mais adiante.

2.5 Diferenças entre legítima defesa e estado de necessidade

Pode-se dizer, em síntese, que as principais excludentes de ilicitude (legítima defesa e


estado de necessidade) diferem nos seguintes aspectos:

a) a legítima defesa pressupõe agressão, e o estado de necessidade, perigo;


b) nela, só há uma pessoa com razão; no estado de necessidade, todos têm razão, pois
seus interesses ou bens são legítimos;

c) há legítima defesa ainda quando evitável a agressão, mas só há estado de


necessidade se o perigo for inevitável;

d) não ocorre legítima defesa contra ataque de animal (salvo quando ele foi instrumento
de uma agressão humana), mas existe estado de necessidade nessas situações.

2.6 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO E ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

O exercício regular de um direito e o estrito cumprimento de um dever legal constituem


excludentes de ilicitude “em branco”. É o mesmo que ocorre nas “leis penais em branco” em
que o conteúdo definitivo da norma se entende de outra norma jurídica, da mesma hierarquia
ou de hierarquia inferior.

Isto porque o conteúdo definitivo destas excludentes decorre de normas extrapenais (fora
do direito penal). Assim, por exemplo, o possuidor de um bem imóvel, turbado ou esbulhado
em sua posse, tem direito assegurado pela legislação civil de, com sua “própria força”,
praticar atos tendentes a se manter ou se reintegrar na posse do bem. A atitude de quem
proceder dessa maneira não será considerada criminosa, por força do art. 23, III, do CP,
combinado com o art. 1.210 do CC.

Da mesma maneira, o policial que cumpre um mandado de prisão e, para isso, emprega
força física, na medida do necessário para conter o agente, encontra-se no estrito
cumprimento de um dever legal; sua ação não é criminosa, com fundamento na combinação
do art. 23, III, do CP com o art. 292 do CPP.

2.6.1 Exercício regular de um direito

Todo aquele que exerce um direito assegurado por lei não pratica ato ilícito. Quando o
ordenamento jurídico, por meio de qualquer de seus ramos, autoriza determinada conduta,
sua licitude reflete-se na seara penal, configurando excludente de ilicitude: exercício regular
de um direito (CP, art. 23, III).

Os exemplos mais comuns de incidência da excludente em apreço, além do já citado,


são:
 Intervenção médico-cirúrgica (a intervenção cirúrgica não praticada por
profissional habilitado apenas será autorizada em casos de estado de
necessidade); note que o médico deverá colher o consentimento do paciente, ou
de seu representante, se menor, somente se podendo cogitar de cirurgia
independentemente de autorização do paciente nos casos de estado de
necessidade;
 Violência desportiva, desde que o esporte seja regulamentado oficialmente e a
lesão ocorra de acordo com as respectivas regras;
 Flagrante facultativo (CPP, art. 301), que constitui a faculdade conferida por lei a
qualquer do povo de prender quem esteja em situação de flagrante delito.

2.6.2 Estrito cumprimento do dever legal

Por vezes, a própria lei obriga um agente público a realizar condutas, dando-lhe poder
até de praticar fatos típicos para executar o ato legal.

Para que o cumprimento do dever legal exclua a ilicitude da conduta é preciso que obedeça
aos seguintes requisitos:

 Existência prévia de um dever legal: uma obrigação imposta por norma jurídica de
caráter genérico, não necessariamente lei no sentido formal; o dever poderá advir,
inclusive, de um ato administrativo (de conteúdo genérico). Se específico o conteúdo
do ato, podemos falar em obediência hierárquica (art. 22 do CP, que interfere na
culpabilidade);
 Atitude pautada pelos estritos limites do dever;
 Conduta, como regra, de agente público e, excepcionalmente, de particular. Como
exemplo de dever legal incumbido a particular costuma-se lembrar do dever dos pais
quanto à guarda, vigilância e educação dos filhos.

Exemplos mais usados em provas:

a) CPP, art. 292: violência para executar mandado de prisão;


b) CPP, art. 293: execução de mandado de busca e apreensão e arrombamento;
c) Oficial de justiça que executa ordem de despejo;
d) Soldado que fuzila o condenado por crime militar em tempo de guerra, cuja sanção
é a pena de morte.
Estas são as hipóteses de excludentes previstas no Código Penal. Quando falamos de
excludentes de ilicitude, pensamos logo em briga, pancadaria, ou seja, legítima defesa e
acabamos não lembrando das outras hipóteses. Para lembrar de todas, vamos memorizar
lembrando do famoso lutador/ator dos anos 60, o grande dragão chinês, BRUCE LEE.

Legítima defesa

Estado de necessidade

Estrito cumprimento do dever legal

Exercício regular de direito

III. CULPABILIDADE

A culpabilidade é entendida como o juízo de reprovação que recai sobre o autor culpado
por um fato típico e antijurídico. Constitui, para muitos, requisito do crime e, para outros,
pressuposto de aplicação da pena.

Em nosso Código Penal, o exame das excludentes de culpabilidade permite inferir quais
são os elementos que a compõem. Assim, o art. 21 exime de pena quem pratica o fato
desconhecendo seu caráter ilícito (erro de proibição); o art. 22 registra isenção de pena para
o sujeito de quem não se pode exigir outra conduta (inexigibilidade de conduta diversa); os
arts. 26 a 28 referem-se às pessoas que não detêm capacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de se determinar conforme esse entendimento (inimputabilidade).

Portanto, concluímos que a culpabilidade resulta da soma dos seguintes elementos: a)


imputabilidade; b) potencial consciência da ilicitude; e c) exigibilidade de outra conduta.

IMputabilidade + POtencial consciência da ilicitude + EXigibilidade de conduta diversa


LEMBRE-SE DO IM + PO+ TEX = IMPOTEX!

3.1 Imputabilidade
Imputável é aquele que reúne as capacidades de entendimento -capacidade de distinguir
o certo do errado, o que é licito e o que é ilícito) e autodeterminação- é aquele e tem
autocontrole de seus próprios atos.
Após definirmos o que é imputabilidade, o Código Penal enumera as hipóteses de
inimputabilidade (distúrbios mentais, menoridade e embriaguez). Para isso, define alguns
critérios:

 Biológico – este critério leva em conta apenas o desenvolvimento mental do agente


(doença mental ou idade), independente se, ao tempo da conduta, tinha capacidade
de entendimento e determinação.
 Psicológico – Considera apenas se o agente, ao tempo da conduta, tinha a
capacidade de entendimento e autodeterminação, não importando sua condição
mental ou idade.
 Biopsicológico – Consideramos inimputável aquele que, em razão de sua condição
mental (por doença mental, ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado),
ao tempo da conduta, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse entendimento. EM REGRA É O ADOTADO
PELO CP, SALVO AGUMAS HIPÓTESES COMO VEREMOS.
Grupos de indivíduos:
 Imputável – A pessoa a quem pode ser imputada a conduta criminosa. Tem
condições de responder por seus atos.
 Semi-imputável- responde “mais ou menos”. Responde, porém com uma redução de
pena.
 Inimputável – A pessoa a quem não pode ser imputada a conduta. Aquele que não
pode ser responsabilizado por suas condutas.
Ex.: loucos de todo gênero, pessoas com doença mental, menor de idade etc.
No nosso ordenamento jurídico haverá exclusão da imputabilidade penal nas
seguintes hipóteses:

 Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (CP, art. 26);


 Embriaguez completa e involuntária, decorrente de caso fortuito ou força maior (CP,
art. 28, § 1º);
 Menoridade (CP, art. 27, e CF, art. 228).

Menoridade - Artigo 27 do CP

No artigo 27 do CP não temos o semi-imputável. Somente o imputável e o inimputável.


Por quê? Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, respondendo pela
legislação especial. Se o menor de 18 anos é inimputável, quem é o imputável? O maior de
18 anos. A menoridade se dá até o último instante da véspera do dia do aniversário, não
importando a hora do nascimento. A partir do primeiro instante do dia do aniversário de 18
anos, o agente se torna maior de 18. Por este motivo, não há um meio termo, o semi-
imputável. O artigo 27 do CP adotou o critério biológico. Somente observa a característica
biológica, qual seja, a idade.

Doença mental - Artigo 26 do CP

Este artigo trata de problemas de natureza mental. Aqui o critério é biopsicológico


(problema de saúde + ausência de capacidade de compreensão). Nós temos os três grupos
de pessoas:

Inimputável, Artigo 26, caput do CP. Três requisitos para que o agente seja
inimputável: No momento da ação ou omissão (conduta), este indivíduo (+) era inteiramente
incapaz (zero capacidade) de: entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com este entendimento, (+) em razão de: doença mental; desenvolvimento mental
incompleto ou desenvolvimento mental retardado.

A consequência para o inimputável é a não responsabilização, o agente é isento de


pena. Sofre a chamada absolvição imprópria. Artigo 386, VI CPP. Será o agente submetido
a uma medida de segurança, é um tratamento, internação.

Observação: O menor de idade, menor de 18 anos, não responde, mas sofre


medida do Estatuto da criança e do adolescente – ECA.
Semi-imputável - Artigo 26, parágrafo único do CP. O semi-imputável terá uma
diminuição de pena de 1 a 2/3. Quem: No momento da ação ou omissão (conduta), este
indivíduo (+) não era inteiramente capaz (possuía alguma capacidade) de: entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, (+) em razão
de: perturbação da saúde mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
desenvolvimento mental retardado.

ATENÇÃO: A medida de segurança acontece para o inimputável do artigo 26 do


CP. Os inimputáveis dos artigos 27 e 28 do CP não sofrem medida de segurança.

Medida de segurança é um tratamento. Podem ser aplicadas ao agente a medida


de segurança e a pena para puni-lo? Não.

Embriaguez - Artigo 28 do CP

Preste bastante atenção: Não excluem a imputabilidade penal:

 Quem pratica o crime baseado com emoção ou paixão (artigo 65, III “c” do CP); o que
pode ocorrer é a redução da pena. Artigos 61, 62 (agravantes genéricas situações
que sempre vão piorar a pena), 65 e 66 do CP (atenuantes genéricas situações que
sempre atenuam a pena).
 Embriaguez voluntária ou culposa pelo álcool ou substancia com efeitos análogos.
É voluntária porque o agente age de acordo com a sua própria vontade.

Tipos de embriaguez:

EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA OU NÃO ACIDENTAL:


 Voluntária em sentido estrito (embriaguez voluntária): É aquela em que o agente
bebe para ficar bêbado;
 Voluntária culposa (culposa): O agente bebe por motivos diversos e acaba ficando
bêbado. Não havia intenção de ficar bêbado, mas acabou ficando bêbado.
 Voluntária pré-ordenada (pré-ordenada): O agente bebe para a prática do crime,
para se encorajar, sentir-se capaz a praticar a conduta, o crime. Esta é uma hipótese
de agravante genérica. Artigo 61, II, alínea “L” do CP.
EMBRIAGUEZ INVOLUNTÁRIA OU ACIDENTAL:
Involuntária proveniente de força maior ou caso fortuito: Contra a vontade do agente,
uma força maior ou algo inesperado acontece e este acaba ficando embriagado. Ex.:
Amarrar uma pessoa e força-la a beber contra sua vontade.
Observação: A embriaguez não é somente pelo álcool, podendo ser também
substancia de efeitos análogos, drogas ilícitas.

Teoria da actio libera in causa/ teoria da ação livre na causa. Quando o agente se
coloca a beber ou utilizar a substância sabia o que estava fazendo. Se no início, o agente
tinha condições de saber o que fazia, responderá por sua conduta criminosa. Alguns autores
entendem que é uma exceção a teoria da atividade (momento da ação ou omissão).

Artigo 28, §§1º e 2º do CP. Situações ainda de embriaguez, mas que isentam ou
atenuam a pena.

 Inimputável - Artigo 28, §1º do CP. Será isento de pena. No momento da conduta
criminosa há a avaliação do agente. No momento da conduta o agente (+) era
inteiramente incapaz, ou seja, não tinha nenhuma capacidade, zero capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento (+) em razão de embriaguez involuntária completa, decorrente de caso
fortuito (acidente) ou de força maior (ação humana).
 Semi-imputável - Artigo 28, §2º do CP. Terá uma diminuição de pena de 1 a 2/3. No
momento da conduta criminosa há a avaliação do agente. No momento da conduta o
agente (+) não era plenamente capaz, ou seja, tinha alguma capacidade de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento (+) em
razão de embriaguez involuntária incompleta, parcial, decorrente de caso fortuito
(acidente) ou de força maior (ação humana).

3.2 Potencial consciência da ilicitude


É representado pela possibilidade que tem o agente imputável de compreender a
reprovabilidade da sua conduta.
Porém, temos uma excludente no CP, artigo 21:
 Erro de proibição: inevitável/invencível/escusável- O agente atua ou se omite
sem ter a consciência da ilicitude do fato em situação na qual NÃO é possível lhe
exigir que tenha consciência. Afasta a potencial consciência da ilicitude.
Evitável/vencível/ inescusável – O agente atua ou se omite sem ter a consciência
da ilicitude do fato em situação na qual era possível exigir que tenha consciência.
Diminuição da pena de um sexto a um terço (1/6 – 1/3). Espécies de erro de
proibição: A) Direito: Quando o agente se equivoca quanto ao conteúdo de uma
norma proibitiva ou porque ignora a existência do tipo incriminador, ou não conhece
completamente o seu conteúdo, ou não entende o seu âmbito de incidência. B)
INDIRETO: O agente sabe que a conduta é típica, mas supõe presente uma norma
permissiva, acreditando existir um excludente da ilicitude.

CUIDADO! Erro de tipo: É o equívoco que recai sobre as circunstâncias do fato, sobre
elementos do tipo penal. (Torna-se um fato atípico). Ex.: Dois caçadores vão caçar um urso
na floresta. Um deles balançou as plantas fingindo que era o urso para o outro ficar com
medo. Este atira e mata o caçador brincalhão imaginando ser um urso.

O erro de tipo pode ser evitável ou inevitável. É inevitável/invencível/escusável


quando qualquer pessoa poderia ter errado naquela mesma circunstancia ou é
evitável/vencível/inescusável, quando o agente foi desatento, não adotou a cautela
necessária naquela circunstância. No erro de tipo inevitável, o agente está diante de fato
atípico. Se evitável o erro, o agente pode ser punido pelo crime se punível pela culpa.

3.3 Exigibilidade de conduta diversa


Para a reprovação social, não basta que o autor do fato lesivo seja imputável e tenha
possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito. Exige-se, ainda, que nas circunstâncias
tivesse possibilidade de atuar de acordo com o ordenamento jurídico.
Excludentes legais:

 Coação moral Irresistível: É assim compreendida como aquela a que o coato,


oprimido pelo medo, não pode subtrair-se, mas apenas sucumbir ante a
violência moral, realizando a conduta criminosa para satisfazer a vontade do
autor da coação. O coagido será isento de pena por inexigibilidade de conduta
diversa. O coator responde, como autor, pelo crime praticado pelo coagido +
crime de tortura. CUIDADO: se a coação era resistível o coagido responderá
pelo crime praticado + atenuante do art. 65, III, “c”, do CP. O coator responderá,
também, pelo crime praticado pelo coagido + agravante do art. 62, II, do CP.
CUIDADO: a COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL o coator coordena os movimentos do
coagido e, representa uma excludente da conduta, elemento do fato típico.
 Obediência hierárquica: Nós sabemos que a ordem de um superior é emitida
para ser cumprida, trazendo consigo a força da hierarquia institucional. Quando
for uma ordem legal, não pode ser desobedecida, sob pena de
responsabilidade do subalterno. A ordem ilegal, por sua vez, não deve ser
executada, não acarretando qualquer efeito para o subordinado que a
descumprir. Contudo, há ordem ilegal, mas com aparência de legalidade, e o
inferior hierárquico, ao executá-la, equivoca-se diante das aparências. Assim,
estamos diante de um afastamento da exigibilidade de conduta diversa.
CUIDADO: A ordem não pode ser MANIFESTADAMENTE ILEGAL, pois assim o
subordinado e o superior serão responsabilizados.

ATENÇÃO: O subordinado mesmo debaixo da obediência hierárquica de uma ordem


aparentemente legal, deve seguir a estrita observância da ordem, respondendo por todos os
excessos praticados.

Vimos, portanto, o primeiro elemento do Crime, o fato típico. Agora, vamos estudar
rapidamente o ITER CRIMINIS ou CAMINHO DO CRIME. Logo após continuaremos
com o estudo da ilicitude.

1.5 ITER CRIMINIS

Corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de uma infração penal.
Essas fases são divididas em:

 INTERNA: Cogitação;
 EXTERNA: Preparação, Execução e Consumação;

É importante ressaltar que o EXAURIMENTO não constitui etapa do caminho do crime,


mas pode influenciar na majoração da pena.

COGITAÇÃO – PREPARAÇÃO – EXECUÃO – CONSUMAÇÃO

Na cogitação, o agente cogita/imagina a figura criminosa. É uma fase interna/subjetiva


onde o direito penal não pune, pois você possui o direito “a perversão”. O direito penal não
pune e nunca punirá condutas internas.
Na preparação, o agente já cogitou o que vai fazer, agora ele se prepara para iniciar a
execução. Também chamamos de atos preparatórios. A preparação, via de regra não é
punida, pois de acordo com a regra do artigo 31, o direito penal só pune com o início da
EXECUÇÃO, salvo se tivermos lei falando o contrário. Então, lembre-se você não pode
afirmar que a preparação NUNCA será punida como a cogitação. Por exemplo, associação
criminosa (art. 288), pune-se os atos preparatórios.

Na Execução, o agente já preparado inicia os atos executórios para atingir o seu


resultado e com isso a consumação. Portanto, a Execução é punida sim. Estudaremos logo
após a tentativa.

Cuidado com o Exaurimento, ele não constitui o iter criminis. Vejamos:

Ocorre quando o agente, depois de consumar o delito e, portanto, encerrar o iter criminis,
pratica nova conduta, provocando nova agressão ao bem jurídico penalmente tutelado. De
regra, o exaurimento apenas influi na quantidade da pena, seja por estar previsto como
causa especial de aumento (ex.: CP, art. 317, § 1º), seja por figurar como circunstância
judicial desfavorável (pois o juiz deve levar em conta na dosagem da pena-base as
consequências do crime – art. 59, caput, do CP).

 Crime consumado – ART 14, I, CP.


Quando o fato reúne todos os elementos da infração penal (a conduta criminosa é
realizada integralmente).

VAMOS IMAGINAR ENTÃO: “A” cogita matar “B” com disparos de arma de fogo
(cogitação); “A” prepara seu revólver e compra algumas munições (preparação); “A”
então se dirige até “B” aponta a arma para ele e dispara 5 tiros (execução); “B” morre
no local (consumação).

“A” responderá por homicídio consumado, previsto no artigo 121, pena de


reclusão de 06 a 20 anos.

Na consumação, última fase do caminho do crime é onde o agente atinge o que ele
cogitou lá o início. Assim temos o famoso CRIME CONSUMADO.

Até aqui é bem tranquilo, como o povo baiano diz: Agora ficou Barril! Kkkkkkkk

 CRIME TENTADO/TENATIVA – Art. 14, II


Você já ouviu falar nos jornais sobre tentativa (homicídio tentado, roubo tentado etc).
Vamos ver quando isso ocorre. Para isso é muito importante que você tenha entendido bem
o caminho do crime.

Requisitos

 Inicio de execução
 Não consumação
 Circunstancias alheias à vontade do agente
VAMOS USAR O MESMO EXEMPLO: “A” cogita matar “B” com disparos de arma
de fogo (cogitação); “A” prepara seu revólver e compra algumas munições
(preparação); “A” então se dirige até “B” aponta a arma para ele e dispara 5 tiros
(execução); “B” é socorrido e levado ao hospital, onde passou por uma cirurgia
(circunstância alheias a vontade de “A”) e sobreviveu (não consumação).

Perceba que o crime não se consumou pois “B” foi socorrido. Com isso “A” responderá
por TENTATIVA DE HOMICÍDIO. Ele responderá pelo artigo 121, pena de 06 a 20 anos,
mas com redução de pena de 1/3 a 2/3.

Punição do crime tentado – Art. 14, parágrafo único.

Salvo disposição em sentido contraio a pena do crime tentado é igual só do


consumado diminuída de 1/3 a 2/3 (leva-se em conta o “iter criminis” percorrido, ou seja,
quanto mais próximo da consumação menor será a diminuição e vice-versa). CUIDADO:
Excepcionalmente (exceção) a pena do crime tentado é idêntica ao do consumado, como
por exemplo, no crime do ART 352, CP – Evasão mediante violência contra a pessoa (tal
crime é classificado pela doutrina como de atentado ou de empreendimento.)

Temos algumas classificações da tentativa:

Quanto ao atingimento do Objeto Material (quem sofre a agressão):

 TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA: O objeto material do delito NÃO foi


atingido.
 TENTATIVA VERMELHA OU CRUENTA: O objeto material do delito FOI
atingido. E só for raspão? Não vacila bisonho. Mesmo um tiro de raspão o
objeto foi atingido.
VAMOS AOS EXEMPLOS:
“A” tenta matar “B”, para isso efetuou disparos com a arma de fogo atingindo-o no
Braço. Tentativa Vermelha.
“A” desta vez não acertou nenhum disparo em “B”. Tentativa Branca.
Quanto à extensão da fase executória:
 TENTATIVA IMPERFEITA OU INACABADA: O agente FOI INTERROMPIDO
durante a execução do delito.
 TENTATIVA PERFEITA OU ACABADA OU CRIME-FALHO: O agente
esgotou os meios de execução e fez tudo que estava à sua disposição.
Porém, mesmo assim, o crime não se consumou.
“A” na tentativa de matar “B”, tinha 10 disparos em sua arma, porém só conseguiu
efetuar 5. Ele possuía mais 5. Porém, por circunstância alheia a sua vontade foi impedido
de continuar. Perceba que ele não esgotou os meios executórios. Tentativa imperfeita.
Desta vez, “A” efetuou os 10 disparos e mesmo assim não conseguiu matar “B”.
Tentativa Perfeita.

Temos algumas infrações penais que não admitem/punem a tentativa:

Contravenções penais;

Culposos, salvo a culpa impropria;

Habituais;

Omissivo próprio ou puro;

Unissubsistentes;

Preterdolosos;

Permanetes;

Empreendimento/Atentado;

O MACETE É VOCÊ LEMBRAR DO CCHOUPPE. MUITO COBRADO EM PROVAS!

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ E


ARREPENDIMENTO POSTERIOR. Artigo 15 e 16 CP.

Na desistência voluntária:
 O agente inicia a execução;
 O agente PARA os atos executórios;
 O crime não se consuma por circunstâncias internas/proveniente da vontade do
agente, ou seja, desistência de prosseguir com a execução do crime.

Portanto, perceba que o agente pode prosseguir, mas não quer. Diferente da
TENTATIVA onde o agente quer prosseguir, mas não pode.
Exemplo: “A” inicia a execução do crime de roubo contra “B”, uma mulher grávida, ao
efetuar a ameaça dizendo: “perdeu, fique quieta se não morre”. “A” percebe que “B” está
grávida e desiste de prosseguir com a execução e vai embora sem subtrair nada da vítima.
Ele não responderá por ROUBO TENTADO, mas sim apenas pelos ATOS ATÉ ENTÃO
PRATICADO, crime de ameaça e constrangimento ilegal.

No arrependimento eficaz:
 O agente inicia a execução;
 Termina toda a execução;
 Porém se ARREPENDE e PRATICA CONDUTA DIVERSA NA INTENÇÃO DE
IMPEDIR que o resultado aconteça e não se consuma.

Exemplo: João convida José para almoçar, José mal sabia que João pretendia mata-lo
envenenado. Na bebida de José, João aplicou veneno suficiente para matar José. Era
questão de tempo para José morrer. João se arrepende, e não quer que o resultado (morte)
aconteça e dá a José o antídoto que o impede de morrer.
Perceba que os atos executórios (aplicação do veneno), foi efetuada. Bastando apenas
aguardar o RESULTADO MORTE. Porém, o João impediu que o resultado aconteça e NÃO
responderá por TENTATIVA, mas sim pelos atos até então praticados.
Imagino que você possa estar com dúvidas sobre o seguinte:
a) voluntariedade: ato voluntário é o oriundo de livre escolha por parte do sujeito. Ele
tinha mais de uma opção, e, por vontade própria, preferiu desistir ou arrependeu-se,
impedindo a consumação do delito.
Voluntariedade não é o mesmo que espontaneidade. Espontâneo é o ato voluntário, cuja
iniciativa foi do próprio agente (não foi sugerido por terceiro). Não é preciso espontaneidade;
basta que o ato tenha sido voluntário;
b) eficiência (ou eficácia): significa que a consumação deve ter sido efetivamente
evitada, caso contrário não incide o art. 15 do CP.
Se uma pessoa, por exemplo, dá início a um homicídio mediante golpes de faca, os
desfere, mas se arrepende e decide socorrer a vítima, que, embora levada ao hospital, não
resiste aos ferimentos e morre, não se aplica o art. 15 do CP, pois o ato não foi eficaz. O
agente responderá, portanto, por crime consumado, com a incidência da atenuante prevista
no art. 65, III, b, do CP (“ter o agente procurado, por sua espontânea vontade e com
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano”).

CUIDADO! TANTO NO ARREPENDIMENTO EFICAZ E NA DESISTÊNCIA


VOLUNTÁRIA O AGENTE SÓ RESPONDE PELOS ATOS ATÉ ENTÃO PRATICADOS
E NÃO POR TENTATIVA.

No artigo 16, do CP, temos a figura do arrependimento posterior, previsto no artigo


16, não se confunde com o arrependimento eficaz. Vejamos:

Para termos o arrependimento posterior, são necessários 04 requisitos:

 Crimes sem violência ou grave ameaça a pessoa;


 Restituição da coisa ou reparação integral do dano causado;
 Antes do recebimento da denúncia ou queixa;
 Ato voluntário do Agente.
MUITO CUIDADO COM ESSAS PALAVRAS EM NEGRITO!!!
Exemplo: Cristiano Ronaldo, vizinho de Messi, aproveitando que este estava viajando
com sua família e sua casa estava vazia, subtrai uma TV de 80” 4k para si. No outro dia,
refletindo sobre sua atitude, Cristiano Ronaldo, ARREPENDIDO, decide devolver a TV para
Messi, assim que este voltasse de viajem.
Cristiano, praticou FURTO (art. 155), porém, com o arrependido posterior, terá uma
redução de 1/3 a 2/3.
O arrependimento posterior também, como a tentativa, é uma causa de redução
de pena de 1/3 a 2/3.

AINDA TEMOS A FIGURA DO CRIME IMPOSSÍVEL, DO ARTIGO 17. Aqui o


Direito penal não pune a tentativa quando:
 Por ineficácia absoluta do meio ou; (meio usado é totalmente ineficaz, tentar
matar alguém com uma arma de brinquedo).
 Por absoluta impropriedade do objeto; (o objeto não pode sofrer a agressão.
Ex.: Tentar matar alguém que já está morto).
 É impossível consumar-se o crime.
Assim, por mais que você tente o crime nunca se consumará, é impossível.

QUESTÕES

01) Não constituem crimes a ação do agente penitenciário que encarcera o criminoso, do
policial que realiza um flagrante delito e do policial que conduz coercitivamente uma
testemunha que, após ser devidamente intimada, nega-se a comparecer em Juízo, desde
que, em nenhuma delas, ocorra excesso, justamente por serem hipóteses de causas
excludentes da ilicitude. Acerca desse tema, é correto afirmar que as hipóteses relatadas
configuram:
A) legítima defesa.
B) estrito cumprimento do dever legal.
C) exercício regular de direito.
D) estado de necessidade.
E) causa supralegal de exclusão da ilicitude. GABARITO LETRA B
02) João está em um bar, curtindo o happy hour de sexta, e é agredido por Pedro, jogador
profissional de futebol. João, fisicamente mais fraco, para repelir a injusta agressão, saca
sua pistola e atira em Pedro, que tomba ferido no tórax. João, mesmo depois de ter cessado
a ação após o primeiro disparo, sabendo que não mais poderia continuar a repulsa, olha
para Pedro e diz: “A partir de agora, você nunca mais jogará futebol!”. Em seguida, efetua
outro disparo, agora no joelho direito de Pedro. Nessa situação hipotética, o caso trata-se
de:
A) legítima defesa putativa.
B) excesso doloso na legítima defesa.
C) excesso culposo na legítima defesa.
D) legítima defesa recíproca.
E) legítima defesa de terceiro.
GABARITO LETRA B
03) Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta:
A) em estrito cumprimento de dever legal e no exercício regular de direito
B) em estrito cumprimento de dever legal e na obediência hierárquica
C) no exercício regular de direito e na coação moral irresistível
D) em excesso de estado de necessidade e na inimputabilidade
E) em legítima defesa recíproca e no erro de direito
GABARITO LETRA A
04) Marque a alternativa que completa CORRETAMENTE a lacuna no texto abaixo:
“Considera-se em _____________________ quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir se.”
A) Estado de necessidade.
B) Legítima defesa.
C)Inexigibilidade de conduta diversa.
D)Estrito cumprimento de dever legal.
GABARITO LETRA A
05)Em relação ao direito penal, julgue os próximos itens.
A embriaguez completa pode dar causa à exclusão da imputabilidade penal, mas não
descaracteriza a ilicitude do fato. Certo OU Errado
GABARITO CERTO
06)Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das constantes desavenças,
especialmente financeiras, pois eram sócios em uma empresa e estavam passando por
dificuldades. Preparou seu revólver e se dirigiu até a sala que dividiam na empresa. Parou
de fronte ao inimigo e apontou a arma em sua direção, mas antes de acionar o gatilho foi
impedido pela secretária que, ao ver a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir o disparo.
Em face do ocorrido, pode-se afirmar que Adalberto poderá responder por:
A) constrangimento ilegal.
B) tentativa de homicídio.
C) tentativa de lesão corporal.
D) fato atípico.
E) arrependimento eficaz.
GABARITO LETRA B
07) Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, ele comete o crime
de forma:
a) agravada.
b) culposa.
c) punível.
d) dolosa.
e) tentada.
GABARITO LETRA D

08)Assinale a alternativa correta considerando os preceitos normativos e doutrinários


básicos sobre a figura jurídica específica que denomina a situação em que não se pune a
tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto,
é impossível consumar-se o crime.
A) Crime irreal
B) Crime consumado
C) Crime hediondo
D) Crime impossível
E) Crime famélico
GABARITO LETRA D

09) Assinale a alternativa correta considerando os preceitos normativos e doutrinários


básicos sobre imputabilidade penal, quanto ao agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
A) O agente é isento da pena
B) O agente terá a pena reduzida de um a dois terços
C) O agente terá a pena reduzida à metade
D) O agente terá a pena reduzida em um sexto
E) O agente terá a pena aumentada de um a dois terços
GABARITO LETRA A

10)Analise a alternativa correta considerando os preceitos normativos e doutrinários básicos


sobre Desistência voluntária e arrependimento eficaz.
A) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução responde pelo crime
consumado.
B) O agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza, responde pelo crime
consumado.
C) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
D) Nos crimes cometidos com violência, reparado o dano ou restituída a coisa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida
à metade.
E) Nos crimes cometidos com grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida de dois terços a três quartos.
GABARITO LETRA C
11) Assinale a alternativa correta considerando os preceitos normativos e doutrinários
básicos sobre consumação e tentativa do crime.
A) O crime é consumado quando lhe faltar apenas um dos elementos de sua definição legal
B) O crime é tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente
C) O crime é consumado quando lhe faltar menos da metade dos elementos de sua definição
legal
D) O crime é tentado, quando, antes de iniciada a execução, não há prosseguimento por
circunstâncias alheias à vontade do agente
E) O crime é consumado, quando, iniciada ou não a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente
GABARITO LETRA B
12) De acordo com o Código Penal, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída:
A- de um a dois terços.
B- de um a três quintos.
C- da metade.
D- de um a dois quintos.
E- de um sexto.
GABARITO LETRA A
13) Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental incompleto, ao
tempo da ação tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato, mas era
inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento – o que fora
clinicamente atestado nos autos em perícia oficial. Em consonância com o texto legal do art.
26 do CP, ao proferir sentença deve o juiz reconhecer sua:
A) inimputabilidade.
B) imputabilidade.
C) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplicando-lhe medida de segurança.
D) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe pena diminuída.
E) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe medida de segurança.
GABARITO LETRA A
14) Julgue o item a seguir, com base no que dispõe o Código Penal.

Será excluída a imputabilidade penal do indivíduo que tenha praticado crime no


momento de emoção, por se considerar que ele não estava inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito da ação. Certo Errado

GABARITO ERRADO

15) Julgue o item a seguir, com base no que dispõe o Código Penal.

Situação hipotética: Uma pessoa cometeu crime contra alguém, sem violência nem grave
ameaça. Posteriormente, antes do recebimento da denúncia, essa pessoa se arrependeu e
reparou o dano. Assertiva: Nessa situação, ficou caracterizado o arrependimento eficaz do
autor do delito, que, assim, não poderá ser punido pelo ato praticado. Certo Errado
GABARITO ERRADO

16) Quanto às fases de realização da infração penal e à tentativa, assinale a alternativa


correta.
A) Os crimes tentados podem ter a mesma pena dos crimes consumados, a depender do
grau alcançado no iter criminis.
B) Tentativa abandonada ou qualificada ocorre quando há interrupção do processo
executório em razão de o agente não praticar todos os atos de execução do crime por
circunstâncias alheias à sua vontade.
C) No que diz respeito às fases do iter criminis, o auxílio à prática de crime, salvo
determinação expressa em contrário, não é punível se o crime não chegar a ser, ao menos,
tentado.
D) Os crimes omissivos, sejam próprios ou impróprios, não admitem tentativa.
E) Tentativa incruenta é aquela em que o agente, arrependendo-se posteriormente, pratica
atos para evitar que o crime venha a se consumar
GABARITO LETRA C

17- No que respeita às infrações penais, assinale a alternativa correta.

A) A doutrina brasileira majoritária adota o conceito analítico de crime, definindo-o como


toda conduta típica, antijurídica, culpável e punível.
B) O Direito Penal brasileiro agasalha a visão bipartida das infrações penais, dividindo-as
em crime (ou delito) e contravenção penal.
C) As condutas definidas como crime serão processadas por ação penal pública ou privada,
enquanto que as contravenções penais admitem apenas a ação penal privada.
D) Será admissível a tentativa, tanto nas condutas definidas como contravenções penais
quanto naquelas definidas como crime.
E) A doutrina brasileira majoritária adota o conceito formal de crime, definindo-o como toda
conduta que ofenda bens jurídico-penais.
GABARITO LETRA B

18) Assinale a alternativa correta.

A) O conceito de infração penal é mais amplo do que o conceito de crime.


B) O conceito de infração penal coincide com o conceito de delito.
C) O conceito de infração penal coincide com o conceito de crime.
D) O conceito de infração penal é menos amplo do que o conceito de crime.
GABARITO LETRA A

19) Não há crime sem:

A) dolo.
B) resultado naturalístico.
C) imprudência.
D) conduta.
E) lesão.
GABARITO LETRA D

20) Os menores de dezoito anos que já tenham se casado ou constituído negócio próprio
são considerados penalmente:
A) inimputáveis.
B) semi-imputáveis.
C) responsáveis.
D) capazes.
GABARITO LETRA A

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