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RESUMO
SUMÁRIO
TEORIA DO CRIME
3) Conduta (continuação)
4) Tipicidade
5) Resultado
6) Nexo Causal
3) Conduta (continuação)
Elementos da conduta:
c) Consciência
Não há conduta, portanto, no ato inconsciente. Só há conduta para o Direito Penal se o indivíduo tinha
consciência de si e consciência da realidade ao seu redor. Se o ato for inconsciente não há conduta e o fato é
atípico.
Hipnose; e
Sonambulismo
d) Finalidade
Todo comportamento humano é movido por uma finalidade. Há uma frase muito conhecida na
doutrina – “a finalidade é a espinha dorsal da conduta humana” (Hans Wenzel – percussor do Finalismo).
Assim, toda conduta deve necessariamente uma finalidade. Foi este pensamento, de que toda conduta
humana é movida por uma finalidade que justificou o deslocamento do dolo da culpabilidade para o fato
típico.
Crimes Comissivos
• São crimes de mera conduta – o legislador simplesmente descreve a conduta típica sem qualquer
referência a resultado;
• São unissubsistentes – é aquele crime cuja a conduta não admite fracionamento, cisão, corte (ou o
agente realiza o ato e o crime está consumado, ou não realiza o ato e não se tem crime algum – ou
o agente faz, e se fizer a conduta é atípica, ou ele não faz, e ao não-fazer, o crime está
consumado);
• Não admitem tentativa (esta característica é consequência das anteriores).
Trata-se da imputação ao omitente de um resultado previsto em tipo penal que descreve crime
comissivo.
Ex. art. 121, CP – Matar alguém é uma ação, como imputar criminalmente a ação daquele que se
omitiu (daquele que podia agir para evitar o resultado, mas não o fez dolosamente)?
O CP dá a solução. Porém, importante ressaltar que para resolver esta dúvida surgiram duas teorias:
• Teoria causal ou naturalista da omissão: Esta teoria, se aplicada, fará com que o sujeito, no
exemplo acima, responda por homicídio. Para esta teoria, em suma, o resultado deve ser imputado ao
omitente sempre que houver nexo causal. A relação de causalidade existirá quando o omitente puder evitar o
resultado e nada fizer neste sentido.
Em síntese, portanto, pode-se dizer que esta teoria eleva como critério para imputação entre o
resultado e a omissão, o nexo causal (poderia agir para evitar o resultado e não o fez).(...)
Assim, essa teoria exige que o sujeito tenha a possibilidade de agir (poder agir) para evitar o resultado
e o dever jurídico de aze-lo.
Esta teoria é expressamente adotada pelo nosso CP no art. 13, parágrafo 2º. Este dispositivo aponta
expressamente quais os casos em que se tem o dever de agir (dever jurídico é gênero das seguintes espécies):
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- Dever legal: aquele que tem em virtude de lei o dever de agir.. Ex. mãe que rejeita criança
recusando-o a amamentá-lo permitindo sua morte (a mãe tem dever alimentar para com a criança, não
cometendo uma mera omissão de socorro, e sim homicídio doloso).
- Garante ou garantidor: a pessoa que de qualquer forma obrigou-se, assumiu a obrigação. Ex. por
contrato, no caso do salva-vidas do clube, o segurança particular. Não precisa ser necessariamente contratual
a fonte desta assunção de obrigação, podendo o ser, inclusive verbal.
- Ingerência na norma: se dá quando o indivíduo por sua conduta anterior cria o risco do resultado. Ex.
exímio nadador que convida pessoa que não sabe nadar direito para travessia de um rio e, no meio da
travessia, a pessoa não consegue mais nadar e o exímio nada faz, podendo fazê-lo. O exímio nadador, pela sua
conduta anterior, já se tornou obrigado a agir, a evitar o resultado.
• São plurissubsistentes – é possível o racionamento, ainda que se trate de uma omissão (a omissão
deve gerar um resultado); exatamente por isso:
• Admitem tentativa.
4) Tipicidade
Tipicidade é a relação de subsunção entre o fato concreto e o tipo penal (tipicidade formal), associada
à lesão ou perigo de lesão (tipicidade material) ao bem juridicamente tutelado.
A tipicidade pode ser desdobrada em dois aspectos: a tipicidade quanto subsunção é a tipicidade
formal, e, por seu turno, quando relativa à lesão ou perigo de lesão, tem-se a tipicidade material.
A análise conglobada do ordenamento jurídico torna necessária a conjugação da lei penal que regule
aquele comportamento em conjunto com demais previsões do mesmo comportamento em leis extrapenais.
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Dentro da ideia de tipicidade, portanto, analisa-se não só a tipicidade legal (que é aquela que se tem
da análise de norma penal), mas também a tipicidade conglobante (que é a que se tem da análise de normas
extrapenais que regulem a conduta). A tipicidade penal ocorrerá quando houver subsunção entre o fato e o
tipo, e a tipicidade conglobante, por sua vez, ocorrerá quando a conduta não for autorizada ou incentivada
em normas extrapenais.
Para efeito de concurso, embora não se negue o brilhantismo da teoria da tipicidade conglobante, ela
colide com o previsto no CP.
O CP, nos mesmos exemplos de práticas desportivas e intervenções médico cirúrgicas, adota solução
diversa da adotada pela teoria conglobante – ainda que o comportamento seja típico, será lícito (excludente
de ilicitude).
Existem crimes em que, além da conduta e da tipicidade, o fato típico exige-se mais dois elementos do
fato típico – resultado e nexo causal.
5) Resultado
Cuidado – O termo resultado é termo equívoco no Direito Penal, utilizado com dois sentidos
totalmente distintos.
Resultado quanto modificação no mundo exterior provocada pela conduta; e resultado como lesão ou
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Assim, temos dois conceitos distintos. Para que não se confundam, é
recomendável a seguinte delimitação:
O resultado naturalístico é captável sensorialmente, ou seja, através dos sentidos humanos, enquanto
o resultado jurídico não o é. O resultado jurídico é ideal, conceitual. Assim, podemos dizer que o resultado
naturalístico é algo que se pode ver, apalpar, enquanto o resultado jurídico é algo que se pode entender.
Nem todo crime exige resultado naturalístico, esta exigência só ocorre nos crimes materiais. A não
exigência de resultado naturalístico é o que ocorre com os crimes de mera conduta e formais.
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Já o resultado jurídico existe em todos os crimes, seja qual for, inclusive nos crimes de mera conduta.
O resultado elemento do fato típico é o resultado naturalístico, necessário aos crimes materiais.
Nos crimes materiais, ou seja, nos que exigem a existência de resultado, exige-se, ainda, a presença de
nexo causal.
6) Nexo Causal
Trata-se do liame, do vínculo, que permite imputar um resultado a uma conduta (o ato de atribuir o
resultado à conduta chama-se imputação).
Assim, o resultado necessário para que o crime exista só é imputável a quem lhe deu causal, a quem
propiciou a ocorrência daquele resultado.
No próprio art. 13, o CP define o que entende por nexo causal – “Considera-se causa a ação ou
omissão sem o qual o resultado não teria ocorrido”.
Disto decorre que a teoria adotada foi a Teoria da Equivalência dos Antecedentes ou conditio sine
qua non. Esta é uma teoria inegavelmente lógica, ou seja, muito correta do ponto de vista da lógica formal.
Porém, se aplicada de forma exagerada, pode se tornar extremamente injusta.
Teoria da Equivalência dos Antecedentes – Para esta teoria tudo aquilo que influenciar a produção do
resultado será considerado sua causa. Esta teoria, para auferir o nexo causal se vale do método chamado de
juízo de eliminação hipotética - Eliminar-se mentalmente o antecedente analisado e, assim feito, constata-se
se o resultado teria ou não teria ocorrido da mesma forma.
Excessos decorrentes da aplicação desta teoria – costumam ser distribuídos em dois grandes grupos
doutrinariamente:
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