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Direito Penal - Teoria Geral do Delito: parte 1

Direito Penal I (Universidade do Estado da Bahia)

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Baixado por Iza B (izabelle.bnunes@gmail.com)
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Fato típico: Conduta

Nexo de causalidade

Resultado

Tipicidade penal (formal e


informal)

Conceito analítico de crime Antijuridicidade

Culpabilidade: Imputabilidade

Potencial consciência da
ilicitude (excluído por erro de
proibição – Praticar conduta
ilícita achando que é lícita)

Exigibilidade de conduta
diversa

Gabriella Freitas Boaventura

1 - Conduta

Conduta é o comportamento humano positivo ou negativo (comissivo ou


omissivo) destinado a uma finalidade específica.

1.1 - Teorias do conceito de ação/conduta

1.1.1 – Finalista da ação: A conduta é um comportamento humano


voluntário dirigido a um fim (exige uma finalidade).

 A conduta será sempre dolosa ou culposa.


 É a teoria adotada atualmente pelo Brasil.

1.1.2 – Causalista/Causal da ação: A conduta é um comportamento


humano voluntário manifestado no mundo exterior.
Segundo essa teoria, a conduta não pressupõe a finalidade, é apenas um
comportamento que mecanicamente produz o resultado.

 Dolo e culpa são elementos da culpabilidade, não da conduta.

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1.1.3 – Social da ação: A conduta é o comportamento humano dominado


ou dominável pela vontade que produz um resultado juridicamente e
socialmente relevante.

 Não costuma ser adotada pelos países, pois possui um conceito


vago (o que é socialmente relevante?).

1.2 - Situações de ausência de conduta:

De acordo com a teoria adotada, quando não há dolo ou culpa, não há


conduta. Isso ocorre nas seguintes situações:

1.2.1 - Coação física irresistível: Quando uma força brutal é exercida


sobre o agente fazendo com que esse produza um comportamento sem
dolo ou culpa.
Ex: “A” arremessa “B” (agente) contra uma prateleira do supermercado e
os produtos que lá estavam são danificados. Nesse caso, “B” não
responde pelo dano, pois ele foi apenas um objeto nas mãos do agente
coator: “A”.

 Diferença entre situações de coação física e moral:

Enquanto a coação física irresistível exclui a conduta pela ausência


de dolo ou culpa, a coação moral irresistível afasta a culpabilidade em
razão da inexigibilidade de conduta diversa (nesse caso, a conduta do
agente possui dolo ou culpa, mas ele não responde, pois, por conta
da coação, não podia agir de outra forma).

1.2.2 - Movimentos reflexos: São comportamentos mecânicos


decorrentes de elementos exógenos (externos). Assim, o agente tem um
comportamento involuntário, sem dolo ou culpa.
Ex: agente em crise epiléptica morde a mão da pessoa.

1.2.3 - Estados de inconsciência: Também traduzem comportamentos


involuntários quando o sujeito deixa de ser senhor de si (não tendo dolo
ou culpa).
Ex: sonambulismo; hipnose.

1.2.4 – Culpa exclusiva da vítima: Quando a vítima exclusivamente é


responsável pela lesão que ocorreu.
Ex: Suicida que se joga na frente do carro. Não há dolo ou culpa por parte
do motorista.

2 - Resultado:

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É a consequência lesiva decorrente da ação praticada pelo sujeito.

2.1 – Resultado Jurídico: Lesão ou ameaça de lesão irrogada ao bem


jurídico protegido pelo direito penal.

2.2 – Resultado Naturalístico: Aqueles que geram uma


modificação/alteração da realidade.

 OBS: Todo crime tem resultado jurídico, mas nem todo delito apresenta
resultado naturalístico.

3 - Nexo de causalidade

É o vínculo existente entre a conduta praticada pelo agente e o resultado por


ela produzido.

3.1 – Teorias

3.1.1 – da causalidade adequada: Causa é a condição necessária e


adequada a determinar a produção do evento.

 Aqui, a relação entre causa e resultado baseia-se na regularidade


estatística e, por isso, exclui acontecimentos excepcionais ou
anormais, não os considerando como causa.

3.1.2 – da relevância jurídica: Causa é a condição relevante para o


resultado.

 Aqui, tem-se um conceito vago (o que poderia ser considerado


relevante?)

3.1.3 – da equivalência dos antecedentes causais (Conditio Sine Qua


Non): Causa é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido (condição sem a qual não há), ou seja, é tudo aquilo que interfere
no resultado, que dá ensejo ao mesmo (art. 13).

 É a teoria adotada pelo CP atual.


 Verifica-se se um determinado fato é causa do resultado por meio de
uma eliminação hipotética, que consiste numa regressão metal na
qual se suprime o fato e observa-se as consequências: se ocorrer
uma modificação no resultado, é sinal de que aquele é causa deste
último.
 Critica-se essa teoria, pois essa regressão pode se tornar infinita
(culpando-se até os pais do agente por terem gerado-o, por exemplo).
Assim, para evitarmos isso, devemos interromper a cadeia causal no
instante em que não houver dolo ou culpa por parte dessas terceiras
pessoas.

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3.2 – Concausa

Na análise do nexo causal existem as concausas (causas que estão junto à


conduta do agente), que são fatos que interferem na produção do resultado
e podem ser preexistentes (já existiam antes da conduta do agente),
concomitantes (aquelas que ocorrem numa relação de simultaneidade à
conduta do agente) ou supervenientes (ocorridas após a conduta do
agente).

Através da análise dessas causas, podemos identificar se o nexo causal foi


interrompido (ou não) por elas.

3.2.1 – Espécies de Concausa

Preexistente
Absolutamente Concomitante
independentes Superveniente
Espécies de concausa
Preexistente
Relativamente Concomitante
independentes Superveniente

a) Absolutamente independentes: Aquelas que teriam produzido o


resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do
agente. (Para exemplos: Greco, págs. 361 e 362).
 Nesses casos, o agente sempre responde por crime tentado.

b) Relativamente independentes: Aquelas que somente podem produzir o


resultado se forem somadas a conduta do agente. Ou seja, a
concausa mantém uma relação de dependência com a conduta do
agente e a ausência de qualquer uma delas faz com que o resultado
seja modificado. (Para exemplos: Greco, págs. 363 a 367).
 Aqui, se a concausa for preexistente ou concomitante, o agente
sempre reponde pelo crime consumado.
 A única situação que tem variação é a concausa superveniente
(o crime pode ser tentado ou consumado). Isso é trazido pelo
art. 13, § 1º, no qual a expressão chave é “por si só”: se a
concausa, por si só, produziu o resultado, o agente responde
por crime tentado; se não interferiu por si só, ele responde por
crime consumado.

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Ou seja, para ser considerado crime consumado, a concausa


precisa estar na mesma linha de desdobramento físico (ser uma
consequência lógica da conduta do agente).

4 - Tipicidade penal:

Tipo é o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio da lei, visa a
impedir que seja praticada, ou determina que seja levada a efeito por todos
nós.

Tipicidade penal é a necessidade de previsão legal para a conduta praticada


como também de lesão significativa ao bem jurídico protegido pelo direito penal
(junção da tipicidade formal e material).

4.1 - Formal (adequação típica): Necessidade de previsão legal. Há


dois tipos de adequação típica:

a) Por subordinação Imediata ou direta: Quando a conduta do agente


se adequa perfeitamente à lei incriminadora.

b) Por subordinação Mediata ou indireta: A conduta do agente não se


adequa perfeitamente à lei incriminadora, sendo necessária uma
norma de extensão (que amplia o alcance de uma lei penal, ex: art
29).

4.2 - Material: Exigência de lesão significativa ao bem jurídico protegido


pelo direito penal.
Quando o crime for insignificante, exclui-se a tipicidade material.

4.3 – Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni) – não adotada:

Para que seja considerado fato típico (crime), a conduta do agente deve
ser antinormativa e que exista a tipicidade material.
Zaffaroni substitui a tipicidade formal pelo critério de antinormatividade.

4.3.1 – Antinormatividade

Significa que a conduta é contrária à norma penal, e não imposta ou


fomentada por ela.

Antinormatividade

Tipicidade conglobante

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Tipicidade Material

 OBS: Essa teoria não é adotada pelo Código Penal brasileiro.

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