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a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
a) Dever legal: quando a lei impõe a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (exemplo: responderá por homicídio
o policial militar que assistir a um jovem sendo morto e, podendo evitar o resultado, nada faz).
b) Dever de garantidor: hipótese do agente que, por lei, não tem nenhuma obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância, no entanto assume essa obrigação por meio de um contrato (exemplo: uma babá contratada para tomar
conta de uma criança responderá pelo resultado caso aconteça algo com ela). O garantidor também pode advir da
liberalidade, ou seja, alguém que assume livremente a obrigação, independentemente de contrato.
c) Ingerência dentro da norma: agente que, com seu comportamento anterior, criou o risco para a produção do
resultado (exemplo: se alguém empurra um cardíaco na piscina, por brincadeira, deve socorrê-lo e impedir o
resultado).
No primeiro momento (o do oferecimento da denúncia), ao paciente foi imputada a conduta de ter agido
negligentemente e de modo imperito, ao não empregar os meios necessários para ministrar tratamento na
pequena vítima, sendo que no curso da instrução, sobrevieram novos elementos de prova que apontaram para
a ocorrência de possível dolo eventual na conduta do paciente. Assim, no segundo momento (o do aditamento
à denúncia), descreveu-se a conduta de o paciente haver se recusado, por duas vezes, em dias consecutivos,
a atender à vítima que já apresentava sérios problemas de saúde, limitando-se a dizer para a avó da vítima
que a levasse de volta para casa, e somente retornasse quando o médico pediatra tivesse retornado de
viagem. Em tese, o único médico plantonista, procurado mais de uma vez durante o exercício de sua
atividade profissional na unidade de saúde, cientificado da gravidade da doença apresentada pelo
paciente que lhe é apresentado (com risco de vida), ao se recusar a atendê-lo, determinando o retorno
para casa, sem ao menos ministrar qualquer atendimento ou tratamento, pode haver deixado de
impedir a ocorrência da morte da vítima, sendo tal conduta omissiva penalmente relevante devido à
sua condição de garante. (STF)
Vídeos – Aulas Complementares
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