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Andreolla
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Elementos da culpabilidade • a capacidade de o agente
responder criminalmente por
sua conduta
O juízo de reprovação (imputabilidade);
necessário do fato depende
dos seguintes fatores: • a possibilidade de saber que
sua conduta é proibida
(potencial conhecimento da
Circunstâncias ilicitude); e, por fim,
legais e extralegais
• a viabilidade de se exigir um
podem reduzir ou comportamento diferente do
excluir o juízo de injusto penal (exigibilidade
culpabilidade por de uma conduta diversa).
incidir sobre algum
desses ele mentos.
Imputabilidade
Atenção - Doença mental e desenvolvimento mental incompleto: Não cabe ao jurista, nos limites de
seu conhecimento e formação, determinar quem é imputável ou não. Quando houver dúvidas sobre a
capacidade do agente, é necessário um exame elaborado por profissionais habilitados, como psicólogos
e psiquiatras. Instaura-se o incidente de insanidade mental, previsto no art. 149 do CPP. 8
Imputabilidade, sl. 4
● Para a reprovação social, não basta que o autor do fato lesivo seja
imputável e tenha a possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito. Exige-
se, ainda, que nas circunstâncias tivesse a possibilidade de atuar de
acordo com o ordenamento jurídico.
● O cometimento de fato típico e antijurídico, por agente imputável que
procedeu com dolo ou culpa, de nada vale em termos penais se dele não
era exigível, nas circunstâncias em que atuou, comportamento diferente.
Não se pode formular um juízo de censura ou reprovação, destarte, se do
sujeito ativo era inviável requestar outra conduta.
● Art. 22, CP. Pune-se, nesse caso, o autor da coação ou da ordem. Vejamos:
Coação irresistível
• Coação moral: ameaça, promessa de realizar um mal. Difere-se da coação
física irresistível. Nada impede que haja violência física que crie coação moral.
• Irresistibilidade da coação: assim compreendida aquela a que o coato,
oprimido pelo medo, não pode subtrair-se, mas apenas sucumbir ante a
violência moral, realizando a conduta criminosa para satisfazer a vontade
do autor da coação. Na resistível, o agente é punido, mas a pena é
atenuada (os dois respondem, mas o coagido tem a pena atenuada, e o
coator agravada).
Aqui, a responsabilidade penal do agente coagido desloca-se para a figura do
coator, na condição de autor mediato.
Obediência hierárquica
Misto de coação + erro. Requisitos:
• Ordem de superior hierárquico: manifestação de vontade emanada de
um detentor de função pública dirigida a um agente público
hierarquicamente inferior, destinada à realização de uma ação ou
abstenção.
• Ordem não seja manifestamente, claramente ilegal: a ordem recebida,
apesar de ilegal, tem aparências de legalidade, induzindo o subordinado
em erro, que acaba por executá-la.
• Estrita observância da ordem: o subordinado não pode exceder-se na
execução do mandamento aparentemente legítimo, sob pena de
responder pelo excesso.
Dirimentes supralegais
• Tal situação tem por objeto decisões morais ou religiosas sentidas como deveres
incondicionais vinculantes da conduta;
• Experiência existencial de um sentimento interior de dever incondicional, cuja proteção
constitucional impede valoração como certo ou errado;
• Direitos fundamentais e coletivos limitam a cláusula de consciência;
• Em tipos penais que protegem direitos humanos fundamentais, a exculpação do fato de
consciência é condicionada à proteção do bem jurídico por uma alternativa neutra: a recusa do
pai à necessária transfusão de sangue no filho menor, por motivos religiosos, é suprida pela
ação do médico, sob estado de necessidade; a recusa do médico, por motivo de consciência,
de realizar aborto necessário, é suprida pela ação de outro médico; crime de insubmissão
militar etc.
• Em nenhuma hipótese, o fato de consciência exculpa a efetiva lesão de bens jurídicos
individuais fundamentais, como a vida, por exemplo.
Desobediência civil
• Diz o art. 28, I do Código Penal que a emoção e a paixão não excluem a
imputabilidade. Para o legislador, esses estados emocionais não retiram a
capacidade de o sujeito responder pelo ato ilícito.
• Pode excluir, contudo, quando configurarem alguma patologia.
• Pode a emoção servir como circunstância atenuante, nos moldes do artigo
65, III, "c", ou como causa de diminuição de pena, como prescrevem os
artigos 121, §1°, e 129, §4° , ambos do Código Penal.
Teoria da coculpabilidade (não aceita pela jurisprudência)
• “[...] os indivíduos marginalizados do grupo social, aos quais não se realizam as
garantias mínimas dos seus direitos fundamentais, não podem ser obrigados a
respeitar a lei em razão disso, ou seja, o Estado somente terá o direito de punir as
pessoas que violam suas leis depois de haver cumprido com todas as obrigações
para com todos os membros da sociedade”.
• Aquele sujeito que recebeu mais oportunidades de desenvolvimento pessoal
tem maior responsabilidade de agir conforme a norma se comparado àquele
que se encontra em situação de vulnerabilidade. Se o maior juízo de
culpabilidade pode aumentar a pena, o menor juízo deve reduzi-la ou até
excluí-la.
• Co-divisão de responsabilidade entre o Estado, a sociedade e o indivíduo
infrator.
Teoria da coculpabilidade (não aceita pela jurisprudência)
Remete à ideia de coculpabilidade às avessas:
• Quando o Estado, além de não prestar a devida assistência social, ainda criminaliza
certas atitudes, aludindo que essas pessoas poderiam ter uma conduta conforme o
direito, apesar de marginalizadas. Ex.: art. 59 e 60 (revogado) da Lei de
Contravenções Penais.
• Quando o Estado realiza o abrandamento à sanção de delitos praticados por pessoa
com alto poder econômico e social, como no caso dos crimes de cifra dourada.
• Prevê a possibilidade de o Estado punir, com rigor necessário (aumentando o
rigorismo na hora de determinar a culpabilidade), os agentes com condição social
privilegiada.
Hipnotismo e sonambulismo
• O hipnotismo já foi equiparado a uma doença mental transitória, desde
que, é claro, não tivesse o propósito de deixar-se hipnotizar para vir a
delinquir, que configuraria a hipótese de actio libera in causa.
• Antes, portanto, poderia excluir a culpabilidade. Mas, será que não falta o
requisito da voluntariedade, que exclui a conduta? É esse o entendimento
majoritário agora, em que pese não haja consenso.
• O sonâmbulo não é considerado portador de doença mental. Tal conduta
não é analisada no plano da culpabilidade. Figura como causa de exclusão
da própria conduta, como já vimos.