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Direito Penal

Teoria geral do crime: causas de


exclusão da culpabilidade
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Direito Penal
Teoria geral do crime - causas de exclusão da culpabilidade

Apresentação
Olá aluno,

Sou o Professor Thiago Pacheco. Delegado de Polícia em Minas Gerais, Professor


da ACADEPOL/MG e cursos preparatórios, Coordenados do Plano de Aprovação - Coaching e
Mentoria para Concursos Públicos.

Sumário

Culpabilidade................................................................................................................................................ 3

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Direito Penal
Teoria geral do crime - causas de exclusão da culpabilidade

Culpabilidade

CONCEITO:
Juízo de reprovação que recai na conduta típica e ilícita que o agente se propões a realizar.
Trata-se de um juízo relativo à necessidade de aplicação da sanção penal.
Possui os seguintes elementos:
1. Imputabilidade;
2. Potencial consciência da ilicitude;
3. Exigibilidade de conduta diversa.

Teoria Bipartite x Teoria Tripartite.

Conceito analítico do crime

Elementos da Culpabilidade

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Teoria geral do crime - causas de exclusão da culpabilidade

Excludente da Culpabilidade

IMPUTABILIDADE:
É a capacidade de imputação, ou seja, a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade pela
prática de uma infração penal.
O Código Penal prevê 3 hipóteses de INIMPUTABILIDADE:
1. Distúrbios mentais (art. 26 do CP);
2. Menoridade (art. 27 do CP);
3. Embriaguez completa acidental (art. 28, §1º, do CP).

CRITÉRIOS DE INIMPUTABILIDADE:
a. Sistema Biológico: leva em conta apenas o desenvolvimento mental do agente. Não importa a capacidade
de entendimento e autodeterminação do agente no momento da conduta.
Basta ser portador de anomalia psíquica ou menor de idade para ser considerado inimputável.
b. Sistema Psicológico: leva em conta apenas a capacidade de entendimento e autodeterminação no mo-
mento da conduta.
Não importa se o agente é portador de anomalia psíquica ou menor de idade para ser inimputável. É neces-
sário que o agente não tenha capacidade de entendimento e autodeterminação no momento da conduta.
c. Sistema Biopsicológico: leva em conta tanto o desenvolvimento mental do agente, quanto a sua capaci-
dade de entendimento e autodeterminação no momento da conduta.
Não basta ser portador de anomalia psíquica ou menor de idade para ser inimputável. O agente também
precisa ser inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato no momento da conduta.

a. Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica (doença mental):


Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
• Critério Biopsicológico.
Doença mental deve ser compreendida como qualquer enfermidade que venha a debilitar as funções psí-
quicas do agente.
Consequência: o inimputável será denunciado e processado, porém, ao final, deve ser absolvido (e não
condenado).
Trata-se da chamada “absolvição imprópria”, pois deixa-se de aplicar pena e aplica-se medida de segurança.
Obs: o art. 26, parágrafo único do CP anuncia hipótese de semi-imputabilidade, (responsabilidade penal
diminuída):
“Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação
de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
Consequência: é a condenação do semi-imputável, porém com redução de pena, de um a dois
terços ou substituição da pena por medida de segurança (art. 98 do CP).

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b. Inimputabilidade em razão da Menoridade:


Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial.
• Critério Biológico: considera-se apenas a idade (aferida no momento da ação ou omissão).
Há uma presunção absoluta de que o menor possui desenvolvimento mental incompleto, motivo
pelo qual deve ser submetido às normas do ECA.
A maioridade penal é alcançada no primeiro minuto do dia do aniversário de 18 anos do agente,
sendo irrelevantes alterações transitórias e ficcionistas (horário de verão, por exemplo).
Eventual emancipação da capacidade civil do agente não gera efeitos penais, uma vez que a
preocupação do CP é com a idade cronológica.
Segundo a Teoria da atividade (art. 4º do CP), a imputabilidade em razão da idade deve ser
analisada no momento da conduta, e não da produção do resultado.

c. Inimputabilidade em razão da embriagues:


Embriaguez é a intoxicação transitória causada pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Critério psicológico: leva-se em conta apenas a capacidade mental no momento da ação ou
omissão.
c. 1) Embriaguez não acidental (voluntária ou culposa): a voluntária ocorre quando o agente ingere a
substância alcóolica com a intenção de embriagar-se; embriaguez culposa surge quando o agente,
por negligência ou imprudência, acaba por embriagar-se. Pode ser completa (retirando do agente, no
momento da conduta, a capacidade de entendimento e autodeterminação) ou incompleta (diminuindo
a mesma capacidade).
Consequência: jamais exclui a imputabilidade (art. 28, II, do CP), seja ela incompleta ou incompleta.
Art. 28 Não excluem a imputabilidade penal: 
(...) 
II. a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
c. .2) Embriaguez acidental (caso fortuito ou força maior): decorre de caso fortuito (o sujeito desconhece
o efeito inebriante da substância que ingere) ou força maior (o sujeito é obrigado a ingerir a substância
inebriante.
Consequência: Se completa, isenta o agente de pena (art. 28, §1º, do CP) – hipótese de inimputabilidade;
se incompleta, não exclui a culpabilidade, mas diminui a pena (art. 28, §2º, do CP).
§1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito
ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
c. 3) Embriaguez patológica: é a embriaguez doentia, que, conforme o caso concreto, pode ser tratada
como anomalia psíquica, gerando inimputabilidade do agente ou redução da pena, nos moldes do art.
26 do CP (inimputabilidade em razão de anomalia psíquica).

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• Critério Biopsicológico
c. 4) Embriaguez preordenada: nessa espécie, o agente ingere bebida alcóolica ou consome substância
de efeitos análogos com a finalidade de cometer um crime.
Consequência: completa ou incompleta, não haverá exclusão da imputabilidade, tampouco redução da
pena, mas a incidência de agravante:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
(...)
ter o agente cometido o crime:
(...)
em estado de embriaguez preordenada.
Actio Libera in Causa: ato antecedente livre na vontade.

OBS

Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I. a emoção ou a paixão;
• Emoção é o estado súbito e passageiro
• Paixão é o sentimento crônico e duradouro.
Emoção pode servir como circunstância atenuante (art. 65, III, “c”, do CP) ou como causa de di-
minuição de pena nos crimes de homicídio e lesão corporal (art. 121, §1º, e 129, §4º, ambos do CP).
Já a paixão, dependendo do grau e da capacidade de entendimento do agente, pode ser encarada
como doença mental (paixão patológica – art. 26 do CP).

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ÍNDIO?
A condição de índio não integrado não gera presun-
ção de incapacidade penal.
A regra é a sua imputabilidade, que poderá ser afasta-
da quando doente mental, menor de 18 anos na data dos
fatos ou tomado por embriaguez acidental completa.
No entanto, não se descarta, diante do caso concreto,
que a sua não integração seja causa de excludente da
culpabilidade, mas por ausência de “potencial consciên-
cia da ilicitude” ou “inexigibilidade de conduta diversa”.
2. Potencial consciência da ilicitude:
Trata-se da possibilidade (e não a certeza técnica) que tem o agente imputável de compreender
a reprovabilidade da sua conduta.
Pode ser excluído pelo chamado erro de proibição (art. 21 do CP):
O agente sabe exatamente o que faz, mas desconhece sua ilicitude.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato,
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Consequências do erro de proibição:
a. Erro Inevitável: isenta o agente de pena. Exclui a culpabilidade;
b. Erro Evitável: não isenta o agente de pena (mas reduz de 1/6 à 1/3).
2. Exigibilidade de conduta diversa:
Para a reprovação social, não basta que o autor do fato lesivo seja imputável e tenha possibili-
dade de lhe conhecer o caráter ilícito.
Exige-se, ainda, que nas circunstâncias o agente tenha a possibilidade de atuar de acordo com
o ordenamento jurídico.
Pode ser excluída pela Inexigibilidade de conduta diversa:
a. Coação moral irresistível;
b. Obediência hierárquica não manifestamente ilegal.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal,
de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Pressupostos (elementos) da Culpabilidade


Pode ser excluída pela:
• Coação moral irresistível;
• Obediência hierárquica não manifestamente ilegal.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal,
de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

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