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Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto
ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
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DIREITO PENAL - FÁBIO ROQUE
Direito Penal (Parte Geral) X
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Se o sujeito é imputável, ele não tem doença mental, e há elementos de material e auto-
ria, haverá uma sentença condenatória com aplicação de uma pena.
No outro extremo, se ele for inimputável por doença mental (art. 26, caput), haverá uma
sentença absolutória imprópria, uma vez que o juiz vai absolver e aplicar uma medida de
segurança (que pode ser a medida de internação no HCT ou o tratamento ambulatorial,
quando há a obrigação de se submeter ao tratamento sem a necessidade de internação).
Se o sujeito é semi-imputável, também chamado de fronteiriço (art. 26, Parágrafo único),
haverá também uma sentença condenatória, com uma pena reduzida de um a dois terços,
ou substituição da pena reduzida por medida de segurança.
Não é possível aplicar pena e medida de segurança ao mesmo tempo como podia antiga-
mente, antes da reforma de 1984. À época, era o chamado sistema duplo binário.
O sistema adotado desde 1984 é o sistema vicariante, em que não se pode ter aplicação
cumulada da pena e da medida de segurança.
Vamos avançar agora para a segunda causa de excludente de culpabilidade que é a
menoridade.
Primeiro tratamos da doença mental, agora tratamos da menoridade.
No caso da menoridade, o critério é puramente biológico, também chamado de cronoló-
gico ou etário.
Basta que o sujeito seja menor de 18 anos para que ele seja considerado inimputável
por idade.
Nesse sistema, não importa saber se o menor tinha ou não capacidade de entender o ilí-
cito. Isso é presumido pelo Código de forma absoluta (não admite prova em sentido contrário).
Admite-se somente o critério biológico. Não se admite o critério psicológico.
Considera-se que o menor atingiu 18 anos no dia do aniversário, a partir da zero hora.
Não importa o horário de nascimento do menor.
Os arts. 10 e 11 do CP ensinam como contar prazo no direito penal.
10m
O art. 11 trata das frações não computáveis e afirma que se desconsidera as frações de dia.
Se o menor ainda não atingiu os 18 anos, não comete crime tecnicamente. Comete ato
infracional equiparado a crime.
Nesse caso, não se aplica a pena, nem medida de segurança, mas sim aplica-se a medida
socioeducativa, regida pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n. 8069/1990).
Veja o dispositivo abaixo:
Menores de dezoito anos
ANOTAÇÕES
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Art. 27 Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
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A embriaguez não é somente em decorrência do álcool. Pode ser por qualquer substân-
cia que altere a capacidade psicomotora do agente. Podem ser drogas ilícitas ou licitas, ou
combinação de drogas, por exemplo, medicação com prescrição medica que não pode ser
misturada com álcool.
Doutrinariamente, há algumas modalidades de embriaguez. O CP trata de 4, mas são
conhecidas 5:
a. pré-ordenada;
b. voluntaria;
c. culposa;
d. fortuita;
20m
e. patológica.
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DIRETO DO CONCURSO
4. (XVII – EXAME DE ORDEM UNIFICADO/FGV/2015) No interior de uma casa de festas,
Paulo estava bebendo whisky com sua namorada Roberta para comemorar um ano de
namoro. Em determinado momento, chegou Flávio ao local, ex-namorado de Roberta,
indo de imediato cumprimentá-la. Insatisfeito, Paulo foi em direção a Flávio e desferiu
três socos em sua cabeça, causando lesões corporais gravíssimas. Paulo foi denuncia-
do pela prática do crime do Art. 129, § 2º, do Código Penal, sendo absolvido em senten-
ça de primeiro grau, entendendo o magistrado que, apesar de Paulo ter ingerido grande
quantidade de bebida alcoólica conscientemente, a embriaguez não foi voluntária, logo
naquele momento Paulo era inimputável.
Flávio procura você na condição de advogado, esclarece que não houve habilitação
como assistente de acusação e informa que o prazo de recurso do Ministério Público se
esgotou no dia anterior, tendo o Promotor se mantido inerte.
COMENTÁRIO
O aluno responderá como advogado da vítima.
A vítima está inconformada com a absolvição.
Sob o ponto de vista processual, seria necessário recorrer ao CPP, que permite ao ofen-
dido recorrer mesmo quando não está habilitado como assistente de acusação.
Com relação à parte de Direito Penal Material, o argumento é de que a embriaguez cul-
posa não exclui a culpabilidade.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Fábio Roque.
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