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Aos menores de 16 anos de idade não é por isso aplicável nenhuma das disposições
criminais previstas e puníveis pelo ordenamento jurídico-criminal português, por não terem
atingido a finalização deste desenvolvimento biológico.
Até ao dia em que os menores completarem 16 anos de idade, não podem ser punidos
criminalmente, ficando, assim, por factos ilícitos que pratiquem, sujeitos a medidas de
proteção, assistência e educação, previstas na legislação sobre menores - O.T.M. –
Organização Tutelar de Menores e Lei Tutelar Educativa.
A par deste artigo, é de referir a Lei n.º 147/99, de 1 de setembro. Esta lei pretende
proteger o menor, dando-lhe o sentido de responsabilidade necessário para que ele possa agir
sem perigos na sua vida adulta. Inclui um regime para os menores em risco (assistencial) e um
outro com medidas tutelares educativas, sem caráter sancionatório, mas antes corretivo.
O artigo 20.º do CP, por sua vez, consagra a inimputabilidade em razão de anomalia
psíquica: essa anomalia tem de impedir o agente de distinguir aquilo que é permitido do que
não é permitido (o lícito do ilícito); ou, conseguindo distinguir, é-lhe impossível controlar-se e
agir de acordo com o que é permitido.
1 - É inimputável quem, por força de uma anomalia psíquica, for incapaz, no momento
da prática do facto, de avaliar a ilicitude deste ou de se determinar de acordo com essa
avaliação.
2 - Pode ser declarado inimputável quem, por força de uma anomalia psíquica grave,
não acidental e cujos efeitos não domina, sem que por isso possa ser censurado, tiver, no
momento da prática do facto, a capacidade para avaliar a ilicitude deste ou para se determinar
de acordo com essa avaliação sensivelmente diminuída. Ex: Epilepsia; débil mental, etc.
Assim, o inimputável não pratica crimes, mas tão só ilícitos e vê-lhe aplicadas medidas
de segurança e não penas, dado que essas são dirigidas a quem é passível de atuar com culpa
(imputável).
Exemplo:
“João, de 16 anos de idade, embebedou-se para matar o seu irmão, já que seria difícil
consegui-lo de outra forma senão naquele estado psíquico. Diga, justificando, se o indivíduo
poderá ser declarado inimputável? Não. A imputabilidade não é excluída quando a anomalia
psíquica tiver sido provocada pelo agente com a intenção de praticar o facto.”