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Termo muito utilizado no Direito Penal, determina aquelas pessoas que se pode imputar
penas, ou seja, que são imputáveis. Significa que esses indivíduos estavam em plenas
condições físicas e mentais e tinham consciência do ato que cometeram ser um crime ou uma
contravenção.
Zaffaroni
De acordo com Zaffaroni (2011) a imputabilidade é, como regra geral, a capacidade psíquica de
culpabilidade, ou em outras palavras, é a capacidade psíquica de ser sujeito de reprovação,
composta da capacidade de compreender a antijuridicidade da conduta e de adequá-la de
acordo com esta compreensão
Imputar significa atribuir responsabilidade por algo a alguém. E é a isso que se refere o termo
imputabilidade penal. No Direito Penal, imputabilidade significa a possibilidade de atribuir a
autoria ou responsabilidade de um ato criminoso a alguém. Ou seja, uma pessoa imputável é
uma pessoa que já pode responder por seus atos e ser condenada a alguma pena por causa
deles.
Imputabilidade na jurisprudência
Por ser réu confesso, o julgamento de Edward Wycoff foi simples e fácil. O júri levou apenas 45
minutos para considerá-lo culpado de duas acusações de homicídio de primeiro grau e mais 70
minutos para votar a favor da pena de morte — por unanimidade.
Mas, nessas circunstâncias, o juiz John Kennedy, eleito para o cargo, pulou uma parte
obrigatória do julgamento, descrita na legislação da Califórnia: a de fazer uma audiência para
julgar a capacidade mental do réu para ser julgado — ou seja, sua imputabilidade.
Capez
a teoria da imputação objetiva tem sua origem em Larenz e Honig. Os autores partiram da
premissa de que a teoria da equivalência dos antecedentes era demasiadamente rigorosa no
estabelecimento do nexo causal por se preocupar apenas com a mera relação física de causa e
efeito entre a conduta e o resultado por ela provocado: a conditio sine qua non acabava por
levar ao regresso ao infinito, de modo a responsabilizar injustamente indivíduos que, de
qualquer modo, colaboraram para o acontecimento do fato. Só não levava à responsabilização
penal de todos em face da exclusão do dolo e da culpa, os quais seriam imprescindíveis para a
infração penal.
Sendo assim, os avós de uma pessoa que comete homicídio, por exemplo, só não seriam
responsabilizados por tal crime devido à falta de imputação subjetiva, ou seja, devido à
ausência de dolo e culpa. Relação causal, no entanto, existe, à medida que se não fossem os
avós, o criminoso não existiria, e não teria cometido o delito. Em outras palavras, os avós
concorreram objetivamente para o homicídio cometido por seu neto.
O dogma da causalidade precisava ser revisto. Por ser injusta a vinculação objetiva do
resultado ao agente, nasce a ideia de limitar o nexo causal, conferindo-lhe um conteúdo
jurídico, e não mais meramente naturalístico. Isso reduziria o âmbito de abrangência da
equivalência dos antecedentes.
A teoria aqui estudada sustenta que não é suficiente proceder à eliminação hipotética para
atribuir determinado resultado a alguém (o resultado naturalístico não deve ser atribuído
objetivamente à conduta do autor apenas em virtude de uma relação física de causa e efeito).
Surge, então, para limitar seu alcance: deixa-se de lado uma relação de causalidade puramente
material, para se valorar outra, de natureza jurídica, normativa.
Rogério Greco (pág. 264), explica: “Para esta (teoria da imputação objetiva), a causalidade
somente é a condição mínima; a ela deve agregar-se a relevância jurídica da relação causal
entre o sujeito atuante e o resultado. Portanto, a investigação da causalidade tem lugar em
duas etapas, estruturadas uma sobre a outra, enquanto em primeiro lugar deve ser examinada
a causalidade (empírica) do resultado e se afirmada que ela seja, a imputação (normativa) do
resultado”. Dessa forma, na sua fase inicial, a imputação objetiva criou as seguintes exigências
para a existência do fato (CAPEZ, pág. 179):
a) Nexo físico, naturalístico, entre a conduta e o resultado (único requisito para a conditio sine
qua non);
b) A conduta deve ser socialmente inadequada, não padronizada, proibida e, por conseguinte,
criar um risco proibido para a ocorrência do resultado:
Só haverá imputação do fato ao autor da conduta se essa conduta for criadora de um risco
juridicamente proibido ou se o agente, com seu comportamento, tiver aumentado a situação
de risco proibido, de modo a gerar o resultado.
O conceito de caso concreto, do latim caso in concretu, dispõe sobre um caso específico,
envolvendo duas ou mais partes em uma relação jurídica, ocasionado atividade real que gerou
atividade legal, como um processo judicial, por exemplo.
Exemplo
Imagine a hipótese em que o cidadão X sempre paga as suas faturas de energia elétrica dentro
do prazo certo, não havendo nenhuma pendência ou dívida com a concessionária. Ocorre que,
mesmo estando com suas contas em dia, ele recebe o aviso de que a energia será cortada.
Quando ele consegue entrar em contato com a concessionária e resolver o problema sem que
o corte aconteça, esse passará a ser um problema de viés meramente administrativo, não
sendo necessária a intervenção do Poder Judiciário e aplicação das suas respectivas leis a esse
denominado caso concreto.
Por outro lado, pensemos que a concessionária de energia insista na cobrança de débito
indevido e na interrupção da prestação do serviço. Quando a empresa corta a energia e gera
prejuízos na vida do cidadão ou, ainda, negativa o seu nome e o cadastra perante o SPC ou
SERASA, ocasiona-lhe danos irreversíveis em razão da má prestação do serviço.
Assim, os direitos do cidadão X foram lesados e ele poderá ingressar perante o Poder Judiciário
com Ação de cancelamento de débito cumulado com danos morais. A petição inicial, peça
judicial que costuma dar início à lide, deverá conter fatos, fundamentos jurídicos e pedidos.
REFERÊNCIAS.
CAPEZ, Fernando. Direito Penal simplificado, parte geral. 16ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2016.
CUNHA, Rogério Sanches Cunha. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 4. ed.
Salvador: Juspodivm, 2016.
FIORELLI, José Osmir; MANGINI, Rosana Cathia Ragazzoni. Psicologia jurídica. 5 ed. São Paulo:
Atlas, 2014. p. 100.