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24 de Abril de 2022

Resumo do livro “Teoria Geral do Delito e da


Imputação Objetiva”, de André Luís Callegari

Publicado por Micheli Immich Advocacia Trabalhista


há 6 anos  2.399 visualizações

1. CONCEITO DE CRIME
1.2. Conceito formal: todo o fato humano proibido pela
lei penal.

1.3. Conceito material: diz respeito ao conteúdo do


ilícito penal, levando em conta seu desvalor social.
Diferencia-se do conceito formal porque se preocupa com
aspectos internos do crime. O conceito material do crime
perdeu sentido com o advento do princípio da reserva
legal.

1.4. Conceito analítico ou dogmático: decompõe o


delito nos requisitos a ele exigidos. Assim, crime é toda
ação típica, ilícita e culpável.
2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES
2.2. Tipo penal: deve ser entendido sob dois enfoques:
tipo penal incriminador é a descrição feita pelo legislador
na norma penal de uma conduta proibida; tipo penal
permissivo é a descrição, na norma penal, de situações em
que, embora tenha sido praticada uma conduta proibida,
não se considera que ela seja criminosa, visto que há a
exclusão do requisito da ilicitude.

2.3. Bem jurídico: o conceito de bem jurídico é obra do


pensamento da Ilustração. Lembra que a conduta humana
somente pode ser um injusto punível se lesiona um bem
jurídico. Bens jurídicos são objetos legítimos de proteção
das normas, ou seja, o que a norma penal visa a tutelar.
ASSIS TOLEDO afirma que, dentre o imenso número de
bens existentes, seleciona o direito aqueles que reputa
dignos de proteção e os erige em bens jurídicos. WELZEL
define como um bem vital ou individual que, devido ao
seu significado social, é juridicamente protegido.

3. CLASSIFICAÇÃO DAS
INFRAÇÕES PENAIS
3.1. Crime e contravenção: se distinguem pela sua maior
ou menor gravidade (critério quantitativo, pois). As
contravenções são condutas que, comparadas aos crimes,
têm menor gravidade, embora também seja fato típico,
antijurídico e culpável. É uma questão de política
legislativa. No Brasil, a diferenciação é feita pelo art. 1º da
Lei de Introdução ao Código Penal. Lembrar que as
contravenções são julgadas no JECRIM, e jamais junto à
Justiça Federal (nem mesmo por conexão ou continência,
devendo, se ocorrer, haver cisão).

3.2. 3. Crimes materiais, formais e de mera


conduta ou atividade:

Materiais: descrito no tipo um resultado (naturalístico) e


exigida sua produção;

Formais: descritos o comportamento e o resultado, mas


não se exige a sua produção para a consumação;

Mera conduta: o tipo somente requer uma determinada


conduta, ativa ou passiva, e não descreve qualquer
resultado. Embora não haja uma previsão, pode até haver
resultado.

3.2.6. Crimes de dano e de perigo:

Crimes de dano: supõem a efetiva lesão ou diminuição


ao bem jurídico;

Crimes de perigo: se consumam sem a necessidade de


lesão, com o simples perigo. Trata-se de um
“adiantamento das barreiras de proteção a uma fase
anterior à efetiva lesão ao bem jurídico”. KREBS diz que o
:
legislador antecipa o momento de consumação do delito e
se satisfaz apenas com a criação da situação de perigo, não
sendo necessária a ocorrência de um dano efetivo.

Crimes de perigo concreto: requerem que a ação


produza um resultado de concreto perigo de lesão
imediata ou próxima para algum bem jurídico, devendo a
ocorrência do perigo, como elemento do tipo, ser
constatada pelo juiz. O perigo não é presumido.

Crimes de perigo abstrato: basta que a conduta seja


perigosa em geral para algum bem jurídico, ainda que não
chegue a colocá-lo em perigo de lesão próxima ou
imediata. O perigo é presumido. Exemplo: omissão de
socorro.

ASSIS TOLEDO sintetiza que os crimes de dano causam


lesão efetiva, enquanto os crimes de perigo conduzem
uma potencialidade de lesão, realizável ou não, em
concreto, que o legislador deseja cortar no nascedouro.

4. OS REQUISITOS DO FATO
PUNÍVEL
4. 1. Conduta: pode ser comissiva ou omissiva.

4.2. Tipicidade: a conduta será típica quando prevista


na norma penal como proibida.
:
4.3. Antijuridicidade (ou ilicitude): quando a
conduta se reveste de contrariedade ao direito.

4.4. Culpabilidade: haverá culpabilidade quando o


sujeito tiver condições psíquicas de se determinar de
acordo com o direito, tiver condições de compreender a
ilicitude de sua conduta e se tiver possibilidade de, diante
das circunstâncias de um determinado fato, adotar
conduta diversa à prática de um crime.

5. DA CONDUTA
Não se consideram conduta fatos produzidos por forças
naturais, animais ou de pessoa jurídica. Exige, portanto,
uma repercussão externa da vontade do agente. E deve ser
voluntária.

5.2. Teorias da ação:

5.2.1. Teoria causal da ação (LISZT e BELING): constitui


uma mera enervação muscular voluntária cuja finalidade
para a qual se dirige é irrelevante. O que importa não é o
conteúdo da vontade. O conteúdo da vontade é deslocado
pra a culpabilidade (dolo ou culpa, formas de
culpabilidade). Crítica: esvazia o conteúdo da vontade,
levando todos os juízos objetivos à ação típica e
antijurídica e todos os juízos subjetivos à culpabilidade,
como se pudesse haver uma separação perfeita e
peremptória entre o objetivo e o subjetivo.
:
5.2.2. Teoria finalista da ação (WELZEL): o homem prevê
e pré-determina a finalidade da ação (saber causal do
homem). “A finalidade é vidente, a causalidade é cega.” O
homem prevê as conseqüências possíveis da ação. Crítica:
não se adequa aos crimes culposos (cujo resultado é
meramente causal) e aos crimes omissivos (cuja conduta,
por não ser causa de nenhum resultado, não pode atuar de
modo finalista).

5.2.3. Teoria social da ação (SCHMIDT e, posteriormente,


WESSELS e JESCHECK): são penalmente relevantes
somente aquelas condutas que tenham um cunho social,
ou seja, que atinjam a terceiros, que façam parte das inter-
relações humanas. Abarca tanto o conceito final quanto o
conceito causal da ação. Crítica (ROXIN): não é capaz de
delimitar, de excluir do conceito de ação, as condutas que
não são juridicamente relevantes, como, por exemplo, os
movimentos reflexos e os decorrentes de coação física
irresistível.

5.3. Formas de conduta:


5.3.1. Crime comissivo: movimento corpóreo positivo.
Exigem um fazer.

5.3.2. Crime omissivo: Caracteriza-se por um não-


fazer, uma inação contrária ao dever jurídico de agir.
:
5.3.2.1. Crime omissivo próprio (ou puro): o
legislador descreve um não-fazer, independentemente da
produção ou não de um resultado.

5.3.2.2. Crime omissivo impróprio (ou comissivo


por omissão): Trata-se de uma omissão que deveria ser
considerada como uma ação. Assim, o agente pratica uma
ação por meio de uma omissão. Situação configurada de
acordo com o art. 13, § 2º, CP: posição de garante, pessoa
que tem o dever de evitar o resultado. Nesses delitos, não
basta o não-fazer, visto que são delitos de resultado,
devendo, portanto, com o não-fazer, ocorrer a produção
do resultado.

6. DA RELAÇÃO DE
CAUSALIDADE:
6.1. Da conduta, do resultado e do nexo de causalidade:

Alguns delitos apresentam resultado naturalístico e outros


não. Porém, todos os crimes, obrigatoriamente,
apresentam resultado normativo. Nesse contexto, o nexo
de causalidade deve ser entendido como o liame que une a
conduta ao resultado, sendo, portanto, um elemento
fático, fenômeno, naturalístico, não havendo, para a sua
identificação, qualquer relação jurídica ou normativa.
Assim, a definição dessa relação de causalidade somente
interessa aos crimes materiais, já que os crimes de mera
:
conduta não possuem resultado naturalístico e os formais,
embora tragam a sua previsão, não dependem dele para se
verem consumados.

6.2. Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou da


equivalência das condições (conditio sine qua non) (MILL
e BURI):

Teoria consagrada pelo CP no art. 13: “o resultado, de que


depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.” Para
esta teoria, todas as condições que concorreram para a
produção do resultado são suas causas, não havendo
distinção ou grau de importância entre elas. Basta utilizar-
se o denominado juízo hipotético de eliminação (exclusão
mental da série causal). Crítica: pode-se levar ao infinito
tal regresso. Assim, algumas limitações são feitas à teoria:

6.2.1. Concausas: condições que, independentemente da


conduta do sujeito, dão causa ao resultado. Podem ser:

1. Causas absolutamente independentes em relação à


conduta do sujeito: são as que produzirão o resultado, não
importando que a ação do agente tenha sido praticada. O
agente não será responsabilizado pelo resultado. Salim diz
que pode ensejar tentativa.
:
2. Causas relativamente independentes em relação à
conduta do sujeito: são as que auxiliam, somam-se à
conduta do agente, colaborando para a produção do
resultado. A causa relativamente independente não é
sozinha responsável pela ocorrência do resultado. Assim,
a conduta e a causa, vistas isoladamente, jamais teriam
possibilitado a produção daquele resultado, mas a
combinação de ambas sim. O agente, em tese, responde
pelo resultado.

6.3. Causalidade e omissão própria: em crime omissivo


próprio, não se pode falar em nexo de causalidade entre a
não-ação e o resultado, pois não é possível que surja algo
do “nada”.

6.4. Causalidade e omissão imprópria: há dificuldade para


se determinar a relação de causalidade nos crimes
omissivos impróprios, que são delitos de resultado ou
materiais, ou seja, para a sua consumação, é necessário
que o resultado seja produzido. O que mais interessa é
que, havendo um resultado, consequentemente
poderemos falar em nexo de causalidade. Mas tal nexo
não se dará por uma causalidade naturalística, pois,
fisicamente falando, uma não-ação não poderá provocar
uma modificação no mundo fática. Trata-se, pois, de uma
causalidade normativa, uma ficção jurídica.

6.5. Teoria da causalidade adequada: será considerada


causa aquela condição que normalmente produziria o
resultado. Adequada é aquela condição que geralmente é
apropriada para produzir um determinado resultado. A
:
condição será considerada como causa se constitui uma
probabilidade séria de produzir o evento. Elogio: elimina
as causas não usuais e proíbe o regresso ao infinito.
Crítica: caso o agente prever, antes de sua conduta, causas
extraordinárias. É, pois, apenas um complemente às
outras teorias.

7. TEORIA DA IMPUTAÇÃO
OBJETIVA
Jakobs, Cancio Meliá.

Trata-se de definir a conduta típica.

Imputação objetiva da conduta (ou do comportamento)

Risco permitido (+ princípio da confiança)

Proibição de regresso

Imputação no âmbito de responsabilidade da vítima


(preferencialmente)

(todos esses três elementos, sendo do mais genérico ao


mais específico)

Imputação objetiva do resultado (só será considerada


resultado a consequência da conduta típica quando esta
apareça como o fator causal determinante do resultado. Se
:
imputa o resultado ainda que não seja seguro que a
conduta ajustada ao Direito evitaria o resultado (“Teoria
do Incremento do Risco”).

8. TIPO E TIPICIDADE
8.2.1. Tipo e tipicidade:

Tipo, em seu sentido incriminador, é a descrição, feita


pelo legislador, em uma norma, de uma conduta proibida.
Cada tipo penal é único. Dentre todas as condutas, o
legislador escolhe quais os bens jurídicos irá proteger.
Tipicidade, por sua vez, é a conformidade da conduta
concretamente praticada à descrição abstrata contida na
norma. Em suma, tipo é o “modelo” e tipicidade é a
adequação ao modelo.

8.2.2. Tipo legal e tipo de injusto:

Tipo de injusto (ou somente injusto) é o tipo legal


acrescido de da antijuridicidade ou ilicitude. O tipo de
injusto é a conduta típica valorada como antijurídica. O
crime, pois, é um “injusto culpável”.

8.3. Funções do tipo: SGID

a) função seletiva: determinar o que não é crime (sem ser


presunção absoluta, pois deve haver a valoração da
ilicitude e da culpabilidade).
:
b) função de garantia: limitar a atuação punitiva do
Estado (reserva legal).

c) função indiciária da ilicitude: toda a conduta típica é,


provavelmente, ilícita.

d) função de delimitação do iter criminis: para se


determinar quando uma conduta começa a realizar o
delito.

8.4. Elementos do tipo:

a) Objetivos: podem ser identificados pelo sentido de


qualquer pessoa. São, em verdade, circunstâncias que não
pertencem ao psiquismo do agente. Dividem-se em
descritivos e normativos.

Descritivos: não necessitam de um juízo de valor (matar,


coisa, mulher, etc).

Normativos: necessitam de um juízo de valor (decoro,


dignidade, etc).

b) Subjetivos: dizem respeito ao psiquismo do agente, à


sua intenção.

8.6. Causas excludentes de tipicidade

Princípio da adequação social


:
Princípio da insignificância

9. DO DOLO
É a vontade de uma ação orientada à realização do delito.
O agente deseja ou assume o risco de produzir o resultado.

9.2. Elementos do dolo

Elemento intelectual: é o conhecimento do agente acerca


de todas as circunstâncias objetivas do fato do tipo legal.

Elemento volitivo: é a vontade de realizar a conduta típica.

9.3. Teorias do dolo:

9.3.1. Teoria do consentimento ou da aprovação: ainda


quando segura a produção do resultado, o agente mesmo
assim age.

9.3.2. Teoria do assentimento: o agente aceita as


conseqüências de sua conduta com indiferença.

9.3.3. Teoria do conhecimento. Divide-se em:

9.3.3.1. Teoria da representação: a mera possibilidade de


produção do resultado sem nenhum elemento volitivo
fundamenta o dolo. Crítica: não explica a culpa
consciente.
:
9.3.3.2. Teoria da probabilidade: há dolo se, na
representação do autor, a realização do resultado típico é
considerada próxima.

9.4. Espécies de dolo:

9.4.1. Direto (ou determinado): o agente quer o resultado


descrito em lei, ainda que não tenha consciência de que
sua vontade se encontra tipificada em lei. O agente prevê o
resultado como consequência certa de sua conduta.

Dolo Indireto (ou indeterminado):

9.4.2. Eventual: o agente prevê que o resultado possa


ocorrer, entretanto não o deseja, ou seja, apenas assume o
risco de produzi-lo.

9.4.3. Alternativo: o agente quer um ou outro resultado,


ou entre dois ou mais resultados, qualquer um.

Dolo de dano: uma lesão efetiva a um bem jurídico

Dolo de perigo: mera vontade de expor um bem jurídico a


um perigo de lesão.

Dolo genérico: vontade de realizar uma conduta sem um


fim especial. Sem dolo específico.
:
Dolo específico: ocorre nos tipos anormais. Tem de haver
congruência entre a conduta e o elemento subjetivo do
tipo.

9.4.4. Preterdolo: o agente deseja um resultado típico de


dolo, mas, por culpa, causa um resultado mais grave do
que o pretendido. Denomina-se “dolo na conduta
antecedente e culpa no resultado, ou consequente”.

10. DA CULPA
O agente não deseja o resultado, embora ele seja
previsível. É violação ao dever de cuidado objetivo. Culpa
é a produção de um resultado antijurídico não desejado.

Elementos do fato típico culposo: CIA TÁ NA REDE

conduta (humana e voluntária)

inobservância do cuidado objetivo (imprudência,


imperícia ou negligência)

ausência de previsão (apenas para a culpa


inconsciência)

resultado involuntário

nexo de causalidade

tipicidade

10.2. Espécies de culpa:


:
10.2.1. Culpa consciente: o agente não quer o resultado,
não o deseja nem o aceita. O resultado é previsto pelo
agente, mas ele acredita sinceramente que não irá
produzi-lo ou que poderá evitá-lo.

10.2.2. Culpa inconsciente: o agente acredita que o


resultado não irá ocorrer. O agente não quer o resultado,
não o aceita, não o prevê, mas ele seria previsível pelo
“homem médio”. O resultado, embora previsível, não é
antevisto pelo agente.

Culpa própria: não quer o resultado, não assume o risco.

Culpa imprópria: é erro de tipo permissivo (pode decorrer


de discriminante putativa): é denominada, também, culpa
extensiva ou por assimilação: prevê o resultado e pratica a
conduta incidindo em erro de tipo evitável ou inescusável
que pode decorrer das descriminantes putativas ou dos
excessos das causas de justificação. Exemplo: pai atira no
filho achando que era ladrão. Pune-se a título de culpa
(embora tenha agido com dolo de matar), por política
criminal.

Culpa mediata ou indireta: ocorre quando o sujeito produz


o resultado indiretamente a título de culpa. Exemplo: o
agente tortura vítima dentro de um carro parado no
acostamento de via pública. Quando consegue fugir, a
vítima atravessa a pista e morre atropelada. O agente
:
responde pela tortura e também pelo homicídio, pois era
previsível que viesse a vítima a fugir do local e ser
atropelada.

É possível a modalidade culposa nos crimes omissivos


impróprios.

10.3. Formas de manifestação:

10.3.1. Imprudência: excesso no agir. É o atuar sem


precaução, precipitado, imponderado. Há sempre um
comportamento positivo. É a chamada culpa in faciendo.
A culpa se desenvolve pararela à ação.

10.3.2. Negligência: ausência de precaução ou indiferença


em relação ao ato realizado. Caracteriza-se por uma
atitude negativa.

10.3.3. Imperícia: falta de aptidão, habilidade técnica para


o exercício de arte ou profissão. Materializa-se no
momento em que o agente causa prejuízo a outrem.

A compensação de culpas é incabível em matéria penal.


Não se confunde, entretanto, com a concorrência de
culpas (provado que ambos agiram culposamente, ambos
responderão pelo delito que tiverem ocasionado).

Para que um crime seja considerado culposo é necessário


que seu tipo penal expressamente preveja esta
modalidade.
:
11. TENTATIVA
Na tentativa, não há o resultado do delito pretendido pelo
agente. É a execução inacabada do procedimento típico
que, objetivamente, não se conclui por circunstâncias
alheias à vontade do agente.

11.2. Teorias sobre o início da execução

11.2.1. Teoria objetivo-formal: leva em consideração o


ingresso do autor na esfera da tipicidade, é dizer,
considera iniciada a execução de um crime quando o autor
pratica os atos descritos no verbo nuclear do tipo. A crítica
que merece esta teoria é a de que, em muitos casos, só
teremos o ingresso na esfera da tipicidade com o último
ato de execução propriamente dito.

11.2.2. Teoria objetivo-material: existe a tentativa quando


todos os atos de atividade, graças a sua vinculação
necessária com a ação típica, aparecem como parte
integrante dela, segundo uma concepção natural, ou que
produzem uma imediata colocação em perigo do bem
jurídico.

11.2.3. Teoria objetivo-subjetiva: a tentativa começa


quando o autor, segundo sua representação do fato,
coloca-se em atividade direta e imediata à realização do
tipo.

11.3. Teorias sobre a punibilidade da tentativa


:
11.3.1. Teoria objetiva: a razão penal da tentativa é a
colocação em perigo do objeto da ação protegido pelo tipo.
ADOTADA PELO CP.

11.3.2. Teoria subjetiva: a razão penal da tentativa é a


vontade contrária ao direito colocado em ação.

11.3.3. Teoria subjetivo-objetiva ou teoria da impressão:


Parte da teoria subjetiva, mas a combina com elementos
objetivos. O fundamento da punição da tentativa é a
vontade contrária a uma norma de conduta, mas somente
se afirma o merecimento da pena da exteriorização da
vontade dirigida ao fato quando com isso possa perturbar-
se profundamente a confiança da coletividade na vigência
do ordenamento jurídico, assim como o sentimento de
segurança jurídica, e, em consequência, resultar
diminuída a paz jurídica.

11.4. Elementos da tentativa:

resolução de realizar o tipo (elemento subjetivo)

dar começo direto à realização do tipo (elemento


objetivo)

falta de consumação do tipo (fator negativo)

Tentativa imperfeita ou inacabada: o sujeito não esgota


toda a sua capacidade ofensiva contra o bem jurídico
tutelado. A ação é interrompida durante o processo
executório.
:
Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: a fase de
execução é integralmente realizada pelo agente, que
realiza tudo aquilo que está a seu alcance para obter o
êxito desejado, afirmando-se que o crime é
subjetivamente consumado em relação ao agente que o
comete, mas não o é objetivamente em relação ao objeto
ou à pessoa contra a qual se dirigia.

11.6. Não admitem tentativa:

1) Crimes culposos: pois a conduta é dirigida a um fim


lícito, ocorrendo o resultado em face da falta do dever de
cuidado objetivo que não é observado pelo agente. Alguns
autores (callegari é contra) mencionam que é possível a
tentativa na culpa imprópria, na qual o sujeito incide em
erro de tipo inescusável.

2) Crimes preterdolosos

3) Crimes unissubsistentes – visto que são crimes de um


único ato, sendo impossível seu fracionamento. Cuidar, pq
pode não ser absoluto (Zaffaroni).

4) Crimes omissivos puros

STF e STJ entendem que o roubo impróprio não admite


tentativa, pois seu momento consumativo se dá quando
empregada a violência; logo, se não houver violência,
caracteriza-se o crime de furto.
:
O TJRS, por seu turno, admite a tentativa no roubo
impróprio no caso de, após emprego a subtração, o agente
ser pego pela autoridade policial no momento em que
emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa.

De acordo com a Súmula 610 do STF, há latrocínio


consumado quando ocorre o resultado morte embora não
haja consumação da subtração. A razão de ser da súmula,
de acordo com entendimento de parte do TJRS, é de
política criminal, uma vez que, antigamente, a pena para o
latrocínio era de 15 a 30 anos, ou seja, menor do que as
penas, em concurso, para os delitos contra a vida
consumado e um tentado contra o patrimônio. Essa razão,
no entanto, deixou de existir, uma vez que a Lei de Crimes
Hediondos aumentos a pena do latrocínio para 20 a 30
anos. Assim, há julgados do TJRS (Des. NEREU
GIACOMOLLI) no sentido de afastar a incidência da
Súmula 610 do STF e aceitar a tentativa no latrocínio
quando não consumada a subtração, sob o fundamento do
princípio da ofensividade aos bens jurídicos tutelados.

Crime impossível:

Art. 17: por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta


impropriedade do objeto.

Des. Nereu Giacomolli decidiu pelo crime impossível no


caso de furto de automóvel quando o veículo só pode ser
acionado pela própria vítima, é dizer, somente ela possui
“o modo” de acioná-lo.
:
Se a dose do veneno empregado não é suficiente a causar a
morte, o meio é relativamente ineficaz (responde por
tentativa). O mesmo se verifica no caso da arma carregada
que falha, ou seja, o meio utilizado é relativamente
ineficaz, havendo, então, tentativa. Difere se a arma não
está carregada (meio totalmente ineficaz).

Arma desmuniciada = meio ineficaz

Arma carregada que falha = tentativa de homicídio

12. ARREPENDIMENTO
POSTERIOR E DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA (AMBOS SÃO
TENTATIVA ABANDONADA OU
QUALIFICADA)
Embora iniciada a execução do delito, o resultado não se
consuma por vontade própria do agente.

Teoria da “ponte de ouro” – Feurbach

Desistência voluntária = relação com a tentativa


inacabada ou imperfeita

Arrependimento eficaz = relação com a tentativa perfeita


ou acabada (crime falho)
:
A desistência deve ser voluntária, porém, pode não ser
espontânea, como nos casos de sugestão da vítima ou de
terceiro.

No arrependimento eficaz não há mais margem alguma de


ação, pq o processo de execução já está encerrado, e o
agente atua, então, para evitar a produção do resultado. O
arrependimento deve ter êxito, senão não adianta.
Responde pelo delito consumado.

A natureza jurídica desses dois institutos é polêmica na


doutrina. Alguns entendem que é extinção de
punibilidade, outros entendem que é causa de exclusão de
tipicidade.

13. ERRO DE TIPO


Somente podemos falar em um fato dolosamente
cometido se a representação do autor do fato criminal
coincide com este fato criminal.

Há erro de tipo quando alguém, na comissão de um fato,


desconhece uma circunstância que pertence ao tipo legal.

Quanto ao seu conteúdo, o erro de tipo pode consistir


tanto numa representação falsa como na falta de uma
representação, pois erro é, em termos gerais, a
discrepância entre consciência e realidade.
:
A doutrina costuma dizer que, no erro de tipo, existe a
tipicidade objetiva, mas não há tipicidade subjetiva por
estar ausente o dolo.

13.2. Formas de erro

Erro de tipo essencial: dá-se sobre elementos sem os quais


não ocorreria a correspondente figura típica do delito, sem
sequer em seu tipo básico.

Invencível: não pode ser evitado ainda que se aplicasse a


diligência devida pelo “homem médio”. Exclui o dolo e a
culpa.

Vencível: poderia ser evitado se o autor houvesse


observado o devido cuidado, podendo considerá-lo como
erro “imprudente”. O “homem médio” não evitaria. Exclui
o dolo, mas permite a punição de crime culposo se
previsto em lei.

Erro de tipo acidental: não versa sobre elementos ou


circunstâncias do crime, incidindo sobre dados acidentais
do delito ou sobre a conduta de sua execução.

Erro sobre o objeto (error in objecto): o agente supõe que


sua conduta recai sobre determinada coisa, sendo que, na
realidade, ele incide sobre outra (subtrai bijuterias
achando que são joias).
:
Erro sobre a pessoa (error in persona): o agente atinge
uma pessoa supondo tratar-se da que pretendia ofender.
Levam-se em conta as condições ou qualidades da vítima
que o agente pretendia ofender.

Erro na execução (aberractio ictus): “desvio de golpe”.


Verifica-se não na fase do juízo, mas no mecanismo da
ação. O agente individualiza de modo preciso o sujeito que
tencionava ofender e contra ele desenvolve a conduta, não
obtendo o resultado que tinha em mira pela aparição de
uma causa desviadora. Responde como se tivesse
praticado o crime contra a pessoa que pretendia ofender.
No caso de também ser atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, é caso de concurso formal (art. 70, CP).

Resultado diverso do pretendido (aberractio criminis): O


agente realiza um crime diverso do pretendido, atingindo
a pessoa pretendida. A, pretendendo danificar uma
vitrine, atira uma pedra e atinge uma pessoa, causando-
lhe lesões.

Nexo causal (aberractio causae): o resultado pretendido


pelo autor se produz, porém de outro modo. Erro
sucessivo ou dolo geral ou generalis.

13.3. Descriminantes putativas – Art. 20, § 1º, CP (ERRO


DE TIPO PERMISSIVO)
:
Pode ocorrer, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, que o sujeito suponha-se encontrar sob o
abrigo de uma das causas de justificação (legítima defesa,
estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal
ou exercício regular do direito). Se tal situação de fato
existisse, tornaria a ação do agente legítima.

São 3 hipóteses de descriminantes putativas:

existência (erro de proibição indireto)

limites (erro de proibição indireto)

pressupostos fáticos (erro de tipo)

Em determinados casos, PODEM ensejar um erro de tipo!


São os casos de quando o erro recai sobre os pressupostos
fáticos de uma causa de justificação, ensejando, assim, o
tratamento dispensado ao erro de tipo.

Nas discriminantes putativas, o erro pode ocorrer sobre os


pressupostos fáticos da discriminante ou sobre o alcance
ou limites da causa de justificação. Quando o erro recair
sobre os pressupostos fáticos, estaremos diante do erro de
tipo (adotada a teoria limitada da culpabilidade). Quando
o erro recair sobre os limites ou alcance da justificativa,
estaremos diante do erro de proibição.

TEORIA EXTREMADA DA CULPABILIDADE: as 3


hipóteses de erro nas discriminantes putativas (erro sobre
a existência ou sobre os limites de uma causa de
:
justificação e erro sobre situação de fato) são casos de erro
de proibição. Se o erro for invencível, exclui a
culpabilidade totalmente e, de outro lado, se evitável,
permanece a responsabilidade pelo crime doloso, com a
possibilidade de se diminuir a pena; em suma, o agente
sempre atua dolosamente, razão pela qual é impossível a
sua punição por “crime culposo” na eventualidade de erro
vencível.

TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE (A QUE


VIGORA): se o erro recai sobre “situação de fato que, se
existisse, tornaria a ação legítima”, ele é equiparado ao
verdadeiro erro de tipo, com a consequência de excluir o
dolo, só restando a possibilidade eventual de punição por
“crime culposo” (no erro evitável). Se o erro recai sobre a
existência ou limites jurídicos da discriminante,
configura-se o erro de proibição.

13.4. Erro determinado por terceiro – Art. 20, § 2º, CP.

Ocorre o erro provocado quando o sujeito a ele é induzido


por conduta de terceiro.

Provocação dolosa: O provocador é que responde pelo


crime a título de dolo. O provocado, em face do erro, não
responde pelo crime, salvo se agiu com culpa, caso em que
responderia por crime culposo. É caso de autoria mediata.
:
Provocação culposa: O terceiro age com imprudência,
negligência ou imperícia. Neste caso, responde pelo crime
praticado pelo provocado a título de culpa. Para a
doutrina brasileira, há co-autoria de um crime culposo,
pois ambos faltaram com o dever de cuidado objetivo.
Para CALLEGARI, no entanto, trata-se de autorias
isoladas, ou seja, cada sujeito que descuida com o dever de
cuidado objetivo é autor, pois, nos crimes culposos, não é
possível co-autoria ou participação.

A responsabilização do provocador dar-se-á de acordo


com o seu elemento subjetivo do induzimento, ou seja,
dolo ou culpa. Quanto ao provocado, deve-se verificar se o
erro foi invencível ou vencível, visto que, se o erro for
invencível, não reponde a título de dolo ou culpa; se
vencível, responde a título de culpa se prevista a
modalidade culposa em lei.

14. ANTIJURIDICIDADE
Antijuridicidade significa “contradição com o Direito”.

Pode acontecer que um comportamento típico se encontre


justificado pela ocorrência de uma causa de justificação.
Faltará, então, a antijuridicidade da conduta e
desaparecerá a possibilidade de considerar que a mesma
constitui um delito.
:
O conceito de ilicitude (mesmo que antijuridicidade, para
a maioria), em uma primeira abordagem, se mostra
firmemente atado ao de tipicidade.

Alguns autores advertem que o segundo requisito da


antijuridicidade penal é a ausência de causas de
justificação.

14.2. Antijuridicidade formal: simples contradição entre


uma ação e o ordenamento jurídico. Antijuridicidade
material: quando há diminuição do bem jurídico
protegido pela norma correspondente.

14.3. Estado de necessidade: interesses legítimos


(próprios ou de outrem). Supõe uma situação de perigo
que só pode ser afastada mediante um fato típico,
permitindo-se lesionar interesses de uma pessoa que não
realizada nenhuma agressão ilegítima.

perigo atual ou iminente: probabilidade concreta de dano.


Embora a lei não mencione o “perigo iminente”, deve-se
entender que este também está sob o abrigo da
excludente, visto que também haveria uma probabilidade
concreta de dano imediato. O perigo pode ser provocado
pelo homem, por irracional (animais) ou por força da
natureza. Não pode alegar a excludente aquele que
provocou a situação de perigo (alguns entendem que, se
gerou o perigo com culpa, e não com dolo, pode alegar tal
excludente).
:
ameaça a direito próprio ou alheio: a expressão “direito”
deve ser entendida em sentido amplo, abrangendo
qualquer bem jurídico.

inevitabilidade de comportamento lesivo: onde houver


outro modo de evitar o perigo, mesmo com fuga, nem
sempre honrosa, estará desfigurado o estado de
necessidade. A ação deve ser única forma de se evitar o
perigo.

inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado: era ou não


razoável exigir-se o sacrifício do bem ameaçado e que foi
preservado pela conduta típica, ou seja, é o requisito da
proporcionalidade entre a gravidade do perigo que
ameaça o bem jurídico do agente e a gravidade da lesão
causada pelo fato necessitado. A ação só está justificada
quando o bem a ser salvo goza de uma valoração social
consideravelmente mais importante que a do bem a
sacrificar.

Teoria diferenciadora (balanço dos bens em conflitos):

Estado de necessidade justificante: o bem sacrificado é de


menor valor do que o ameaçado, excluindo a ilicitude
(para não atropelar e matar, joga o carro em cima de um
patrimônio).

Estado de necessidade exculpante: o bem sacrificado é de


igual ou superior valor ao que se pretendeu salvar (tábua
da salvação). Seria caso de inexigibilidade de outra
:
conduta, excluindo a culpabilidade (causa supralegal de
exclusão da culpabilidade).

Teoria unitária: não faz distinção, considerando o estado


de necessidade sempre causa de justificação. Adotada no
Brasil.

inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: Art. 24, §


1º, CP: “não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo”. Só o dever legal
está em consideração, excluindo-se o dever de índole
puramente moral ou contratual.

elemento subjetivo: a justificação pressupõe a vontade de


salvação.

Estado de necessidade defensivo: o ato necessário se


dirige contra a coisa de que promana o perigo para o bem
jurídico defendido.

Estado de necessidade agressivo: o ato necessário contra


coisa diversa daquela de que promana o perigo para bem
jurídico defendido, ou quando a conduta do sujeito atinge
um bem jurídico de terceiro inocente.

14.4. Legítima defesa: Ninguém pode ser obrigado a


suportar o injusto. Quando o Estado não pode garantir a
efetiva proteção de um direito da vítima, estaria ela
legitimada para atuar nesse sentido. O mesmo raciocínio
pode ser estendido para os casos em que o direito
:
ameaçado é de legitimidade de terceiro. A legítima defesa
é nada mais do que um direito natural de defesa. Só pode
ser usada quando o ato partir de agressão humana, pois
outra situação caracterizaria estado de necessidade.

agressão atual ou iminente injusta (advinda de dolo ou


culpa, ou até por omissão imprópria, desde que seja
contrária ao direito)

proteger direito próprio ou alheio (legítima defesa pessoal


e legítima defesa de terceiro, esta só podendo ocorrer
quando se tratar de direito indisponível; se disponível,
deve se certificar o defensor que ele não consentiu com a
agressão)

meios empregados moderadamente (imediatamente após


a lesão, somente subsistindo a legítima defesa enquanto
perdurar a agressão), deve ser de forma proporcional,
podendo apenas afastar o perigo, e não revidar a lesão do
agressor. O agente que atuar em legítima defesa
responderá pelo excesso, seja doloso ou culposo (art. 23, §
único, CP).

elemento subjetivo (consciência da situação justificante),


havendo divergências que vão desde a desnecessidade de
configuração deste elemento até diferenças substanciais
em suas conceituações. Majoritariamente, a doutrina
sustenta ser imprescindível que o defensor tenha a
convicção de que sua atuação possui a finalidade de
proteger o bem jurídico ameaçado. Roxin, por seu turno,
:
diz que não seria necessária a finalidade de defesa,
bastando apenas que o agente tenha o conhecimento da
agressão atual ou iminente.

14.5. Estrito cumprimento do dever legal (art. 23, III, CP):


obediência a um comando legal. Exige-se que o dever seja
uma decorrência legal; deveres morais, religiosos ou
sociais estão excluídos. Há, igualmente às demais causas
de excludente de ilicitude, a necessidade de que o agente
tenha consciência da situação justificante.

14.6. Exercício regular de direito (art. 23, III, CP): aquele


que realiza uma conduta correspondente a um tipo penal e
que, igualmente, é permitida pela própria legislação em
vigor. Diferentemente do que se verifica no estrito
cumprimento do dever legal, situação em que o agente
tem uma obrigação de realizar a conduta lesiva (dever
legal), no caso do exercício regular do direito o agente tem
uma faculdade de assim agir. O instituto também exige
que o agente tenha a consciência e a vontade de agir
conforme seu direito.

Exemplos clássicos: 1) intervenções médicas e cirúrgicas;


2) violência esportiva; 3) ofendículos; 4) consentimento
do ofendido (tratando-se de direito disponível, o
consentimento do ofendido exclui a tipicidade da conduta;
não o sendo, alguns entendem excluir a tipicidade
(Roxin), outros entendem excluir a ilicitude (Jescheck,
Callegari)).
:
15. CULPABILIDADE
Aspecto material: A culpabilidade consiste na capacidade
de obrar de outro modo, é dizer, na capacidade de adotar
uma resolução de vontade diferente, de acordo com as
exigências do ordenamento jurídico.

A culpabilidade supõe um determinado desenvolvimento


ou maturidade da personalidade e umas determinadas
condições biopsíquicas que permitam ao sujeito conhecer
a licitude ou ilicitude de suas ações ou omissões e agir
conforme esse entendimento.

Culpabilidade é a reprovação da formação da vontade.

15.1. Teorias da Culpabilidade:

15.1.1. Concepção psicológica da culpabilidade: a


culpabilidade como relação psicológica entre o fato e seu
autor. O dolo e a culpa não só pertencem à culpabilidade:
são as duas formas ou espécies da culpabilidade, que
constitui gênero. Como pressuposto da culpabilidade
exige-se a imputabilidade. Críticas: não há como explicar
a relação psicológica nos crimes culposos.

15.1.2. Concepção normativa da culpabilidade: a


culpabilidade é um juízo de valor sobre uma situação
psíquica apoiado na ordem normativa. São, para essa
concepção, requisitos: 1) imputabilidade; 2) dolo e culpa;
3) ausência de causas de exculpação.
:
15.1.3. Concepção normativa pura da culpabilidade
(FINALISMO): o dolo e culpa saem da culpabilidade e
adentram na tipicidade, deixando a culpabilidade sem
conteúdo psicológico, daí sendo denominada, portanto,
“puramente normativa”. Para esta concepção, são
requisitos da culpabilidade: 1) imputabilidade; 2)
potencial consciência da ilicitude; 3) exigibilidade de
conduta diversa.

15.1.4. Concepção funcional da culpabilidade


(JAKOBS/FUNCIONALISMO):

15.2. Elementos da culpabilidade:

15.2. Imputabilidade: o autor, no momento do fato, deve


ser capaz de obrar responsavelmente, ou seja,
compreender que o fato não está autorizado e determinar-
se de acordo com esta compreensão, é dizer, abster-se da
realização do fato. É a capacidade de a pessoa entender o
caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com
este entendimento. O legislador adotou um sistema misto
para aferição da imputabilidade: biopsiocológico (artigo
26, caput, CP).

15.2.1. Causas de exclusão da imputabilidade:

doença mental;

desenvolvimento mental incompleto ou retardado;

menoridade;
:
embriaguez acidental completa proveniente de caso
fortuito ou força maior.

15.3. Potencial consciência da ilicitude: o sujeito saiba ou


possa saber que seu fato se encontra proibido pela lei.

ERRO DE PROIBIÇÃO:
No erro de proibição, o autor sabe o que faz tipicamente,
mas supõe erroneamente que está permitido. O agente
não erra sobre os elementos fundamentais de composição
da figura delitiva (erro de tipo), mas a respeito da relação
intercorrente entre o seu comportamento e a ordem
jurídica na sua globalidade.

O desconhecimento da lei é inescusável (art. 21, CP). Tal


preceito não se confunde com o erro de proibição.

Erro de proibição direto (aplicação, vigência (holandês) e


interpretação): ocorre quando o autor não contempla a
norma proibitiva como tal que se refere diretamente ao
fato e, por isso, considere permitida a ação.

Erro de proibição indireto (existência (poder familiar) e


limites (noelci)): ocorre quando o autor, com absoluto
conhecimento da proibição, acredite, erroneamente, que,
no caso concreto, concorre uma norma justificante, ou
porque desconhece os limites jurídicos de uma causa de
justificação reconhecida, ou ainda porque reconhece
:
existente a seu favor uma causa de justificação não
acolhida pelo ordenamento jurídico. Assim, o autor sabe
que o que faz está proibido em geral, mas acredita que, no
caso concreto, ocorre uma causa de justificação que lhe
autoriza, que atua dentro dos limites da mesma ou que se
verificam seus pressupostos objetivos. Essas hipóteses de
erro de proibição indireto (erro sobre a existência e erro
sobre os limites de uma causa de justificação) acontecem
nas descriminantes putativas.

DESCRIMINANTES PUTATIVAS: ocorrem quando o


agente, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se realmente
existisse, tornaria a sua ação legítima. Adotada a teoria
limitada da culpabilidade, quando o erro recai sobre
pressupostos fáticos da descriminante, ele é equiparado ao
erro de tipo, com a consequência de excluir o dolo,
restando somente a possibilidade de punição por crime
culposo no caso de erro vencível e se prevista a
modalidade culposa em lei. Por outro lado, se o erro recai
sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de
justificação, configura-se o erro de proibição indireto, com
a consequência de isentar de pena (erro inevitável) ou
atenuar a pena do crime doloso (erro evitável).

Erro de proibição inevitável: mesmo com a diligência


necessária, o sujeito erraria. Isenta de pena.

Erro de proibição evitável: pode ser evitado quando


observada a diligência ordinária. Diminuição da pena de
1/6 a 1/3.
:
15.4. Exigibilidade de conduta diversa: não se pode fazer
um juízo de reprovação se não lhe é exigível uma conduta
distinta da que realizou. Funciona como causa supralegal
de exclusão da culpabilidade quando o caso não encontra
regulação no ordenamento jurídico.

15.4.1. Coação moral irresistível

15.4.2. Obediência hierárquica (relação de direito público)

15.4.3. Causas supralegais

- Estado de necessidade exculpante

- Consentimento do ofendido

16. CONCURSO DE PESSOAS (com inserções da aula do


Pietro Chidichimo Júnior – Verbo Jurídico – Delegado
Civil 2009 – Primeira fase)

Crimes de concurso eventual (ou monossubjetivos)

São a maioria dos crimes. Podem ser cometidas por uma


ou várias pessoas em concurso.

Crimes de concurso necessário (plurissubjetivos)

Devem ser necessariamente praticados por uma


pluralidade de agentes.
:
Dividem-se em:

De condutas paralelas: as condutas auxiliam-se


mutuamente, visando à produção de um resultado
comum. Ex.: quadrilha ou bando, associação de
traficantes

De condutas convergentes: as condutas tendem a se


encontrar; quando elas se encontram é que ocorre o
resultado. Ex.: bigamia.

De condutas contrapostas: umas condutas se voltam


contra as outras. Todas as pessoas são autoras e
vítimas. Ex.: rixa.

A diferença entre os crimes de concurso eventual e de


concurso necessário é a capacidade de culpa: não é
necessária a capacidade de culpa de todos os agentes nos
crimes de concurso necessário. Por exemplo, no crime de
quadrilha ou bando, podemos ter inimputáveis, o que não
desconfigurará o delito.

REQUISITOS DO CONCURSO
DE PESSOAS
1. Pluralidade de condutas:

Exigem-se pelo menos duas condutas: ou duas condutas


principais (co-autoria), ou uma conduta principal e outra
acessória (autoria e participação). Jamais haverá concurso
:
de pessoas somente com partícipes, já que a participação
se liga a uma conduta principal.

2. Relevância causal de ambas as ações:

A conduta deverá ter relevância e contribuído para a


prática do crime. Após a consumação do crime, já não se
fala mais em concurso de pessoas, mas em crime
autônomo (ex.: receptação, favorecimento real, etc.).

3. Liame subjetivo entre os agentes do crime (concurso de


vontades):

É imprescindível que haja o liame psicológico entre as


várias pessoas, ou seja, a consciência de que cooperam em
uma ação comum (pelo menos dirigida de um agente em
relação a outro). Não se faz necessário o “ajuste prévio”. É
imprescindível que haja homogeneidade do elemento
subjetivo (dolo-dolo ou culpa-culpa).

4. Identidade de fato:

É decorrência do art. 29 do CP (“Quem, de qualquer


modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade”)
:
TEORIAS SOBRE CONCURSO
DE PESSOAS (AUTOR E
PARTÍCIPE):
1. Unitária:

Não se diferencia entre causa e condição. Tudo que se


atravesse no caminho do crime tem igual relevância.
Assim, todas as pessoas que contribuam para o crime
estão em igualdade, não sendo levada em consideração a
maior ou menor participação no crime. Todas são
consideradas autoras. Utilizada nos crimes culposos.

2. Extensiva:

O critério subjetivo é o que define se o agente é co-autor


ou partícipe. Somente é autor quem realiza por si mesmo
a ação típica.

3. Restritiva:

3.1. Objetivo-formal: autor é quem pratica o verbo nuclear


do tipo; partícipe é quem concorre, de alguma forma, sem,
no entanto, praticar o verbo nuclear do tipo. Oferece
maior segurança jurídica (pois traz um conceito fechado
de quem é autor), embora não seja capaz de resolver os
casos de autoria mediata e autoria intelectual. Ela se
contenta com o percurso de parte do tipo para que se
:
considere alguém como autor. No entanto, é a única teoria
que explica o concurso de pessoas nos crimes de mão
própria.

3.2. Objetivo-material: autor e partícipe: quem possuir a


contribuição objetiva mais importante será o autor. Fica
sob a análise exclusiva do juiz, gerando insegurança
jurídica.

3.3. Teoria do domínio do fato (objetivo-subjetiva ou


objetiva final): O autor não é necessariamente quem
realiza do verbo nuclear do tipo, mas aquele que detém o
controle final da ação, controlando toda a ação delituosa,
com poderes, inclusive, sobre a sua prática, interrupção ou
circunstâncias (“se e como”, para Bittencourt). Autor
ainda é quem (a) executa, de forma pessoal e plenamente
responsável, todos os elementos do tipo, (b) executa o fato
utilizando-se de outro como mero instrumento (autoria
mediata), bem como o que (c) realiza uma parte
necessária do plano global (co-domínio funcional do fato),
ainda que não seja um fato típico, desde que integre a
resolução delitiva comum. Adotada pela doutrina. Pontos
positivos: explica a autoria intelectual, a autoria mediata e
a figura do mandante. Pontos negativos: insegurança
jurídica, pois o juiz é quem decide quem é autor e quem é
partícipe.

NATUREZA JURÍDICA DO
CONCURSO DE PESSOAS
:
1. Teoria monista (unitária ou igualitária):

Adotada pelo CP. É uma decorrência do art. 29, CP. Todos


aqueles que concorrem para o crime cometem o mesmo
delito.

2. Teoria dualista:

Na prática do crime, uma pessoa que pratica um crime


principal é autora; a que pratica um crime acessório é
partícipe.

3. Pluralista:

À multiplicidade de agentes corresponde um real concurso


de infrações. Ex.: corrupção ativa e corrupção passiva;
contrabando ou descaminho e a facilitação de
contrabando ou descaminho; aborto consentido praticado
pela gestante e praticado por terceiro; falso testemunho e
paga pelo falso testemunho; homicídio culposo e 302 do
CTB; dirigir sem habilitação e confiar direção a pessoa
sem habilitação.

PARTICIPAÇÃO
DOLOSAMENTE DISTINTA (OU
ERRO NA PARTICIPAÇÃO)
:
Art. 29, § 2º: “Se algum dos concorrentes quis participar
de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave”.

Este dispositivo não se aplica aos crimes qualificados pelo


resultado, uma vez que, nesses casos, o sujeito ativo
concorda com os meios utilizados na prática do crime: o
que interessa, neste ponto, não é o dolo direto do crime
mais grave, mas a anuência com os meios que foram
utilizados.

Prevalece a posição de que o dispositivo aplica-se somente


ao partícipe, uma vez que o autor sempre sabe exatamente
o crime que está cometendo; excepcionalmente pode ser
aplicado ao co-autor no caso de planejamento do roubo e
um dos concorrentes estupra a vítima.

AUTORIA MEDIATA
Não há concurso de pessoas entre o autor mediato e o
autor imediato. O autor mediato é utilizado como mero
instrumento do autor imediato. Há críticas no sentido de
que o inimputável não é, em verdade, instrumento do
autor imediato no cometimento do crime, pois não haveria
possibilidade de o autor mediato ter a certeza da
realização da atividade típica. É a posição de Zaffaroni.

Exemplos de autoria mediata:


:
1. Inimputabilidade

2. Constrangimento moral irresistível

3. Erro de tipo (caso clássico da enfermeira)

4. Obediência hierárquica (o autor sabe que a ordem é


ilegal)

Para Zaffaroni, a autoria mediata ocorre quando o autor


age atipicamente, justificadamente ou sem dolo.

Não há autoria mediata nos crimes:

1. Culposos

2. Mão própria

CO-AUTORIA EM CRIME CULPOSO

A doutrina brasileira reconhece a possibilidade de co-


autoria em crime culposo, embora a doutrina estrangeira a
afaste.

CO-AUTORIA SUCESSIVA (“pega o bonde andando”)

Nilo Batista: em razão do art. 29, CP, mesmo aquele que


ingressa posteriormente na prática do crime acaba
respondendo, também, pelos atos antecedentes.
:
Zaffaroni: sob pena de haver responsabilidade penal
objetiva, o co-autor sucessivo somente responderá pelos
atos praticados a partir do momento em que ele ingresse
na empreitada criminosa. Os atos anteriores não poderão
ser atribuídos a ele.

AUTORIA DE DETERMINAÇÃO

Caso: uma mulher deseja que outra mulher seja


estuprada. Para tanto, dá um sonífero na mulher e, ao
mesmo tempo, hipnotiza homem para que com ela realize
conjunção carnal. A mulher não pode ser autora isolada
no crime de estupro. Para Zaffaroni, ela seria autora de
determinação do crime de estupro.

AUTORIA DE ESCRITÓRIO
Pressupõe um aparato de poder, comparável ao do próprio
Estado. Exemplo dado pelo Zaffaroni é o nazismo alemão.
No Brasil, poderíamos pensar no CV ou no PCC.

Trata-se de uma autoria mediata especial, com sujeito


determinado que detém capacidade de conhecimento do
caráter ilícito de sua prática. Caracteriza-se pela
fungibilidade de seus membros (dentro da organização, se
o sujeito não quiser realizar a conduta, outra pessoa o
realiza).
:
AUTORIA COLATERAL
Caracteriza-se pela ausência do liame subjetivo entre dois
agentes que visam atingir o mesmo bem jurídico. Pode
levar à AUTORIA INCERTA, que se dá quando não se
pode verificar qual dos autores colaterais é o responsável
pela atividade que atingiu o bem protegido.

PARTICIPAÇÃO
Natureza jurídica

A participação, por ser acessória, pressupõe sempre a


existência de uma conduta principal que a ela se vincula.
O artigo que permite a punição do partícipe é o 29 do CP,
que é uma chamada norma de extensão da tipicidade (ou
ampliação):

- pessoal: permite com que pessoas diversas da do autor


do fato sejam punidas;

- espacial: atinge condutas diversas das do autor do fato.

Espécies de acessoriedade

1. Teoria da acessoriedade mínima:

Basta que o autor tenha cometido uma conduta típica para


que o partícipe seja punido.
:
2. Teoria da acessoriedade limitada: MAJORITÁRIA

Para que partícipe seja condenado é preciso que o autor


tenha realizado uma conduta típica e ilícita.

3. Teoria da acessoriedade extremada (ou máxima)

Para que o partícipe seja punido é preciso que o autor


tenha realizado uma conduta típica, ilícita e culpável.

4. Teoria da acessoriedade hiperextremada

Para que o partícipe seja punido é preciso que o autor


tenha realizado uma conduta típica, ilícita, culpável e que
o autor tenha sido punido em concreto.

O CP não adotou qualquer posição acerca do tema, sendo


a questão eminentemente doutrinária. Tem obtido a
preferência da doutrina a Teoria da acessoriedade
limitada. Capez entende que deva ser adotada a
Extremada.

Espécies de participação:

- Induzimento: criar uma ideia

- Instigação: reforçar uma ideia pré-existente

- Auxílio: material (entrega a arma)


:
PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO

1ª posição: Somente se admite co-autoria em crimes


culposos, jamais participação.

2ª posição: Mesmo nos crimes culposos, é possível


definir-se quem praticou a conduta mais importante,
cabendo, portanto, a participação.

3ª posição: não existe concurso de pessoas nos crimes


culposos (Nilo Batista), já que não há como haver um
liame subjetivo que corresponda ao do outro agente, uma
vez que a culpa é subjetiva.

PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO EM CRIME COMISSIVO


(COMISSIVO POR OMISSÃO OU OMISSIVO
IMPRÓPRIO)

Art. 13, § 2º: ocorre quando o sujeito tem o dever jurídico


de impedir o resultado (posição de garante).

PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO EM CRIME OMISSIVO

Só pode ser por ação. “Ninguém precisa de ajuda para não


fazer nada.”

Em crime omissivo próprio, cabe apenas participação. É a


posição majoritária.
:
Em entendimento contrário, Bittencourt alega a
possibilidade de co-autoria em crime omissivo próprio.

PARTICIPAÇÃO PUNÍVEL – DESISTÊNCIA


VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ

Arrependimento do autor

1ª posição: se o autor do crime desistir da sua prática, tal


benefício se estende ao partícipe, em razão da
acessoriedade.

2ª posição: o art. 15, CP (desistência voluntária) é pessoal


– e circunstâncias pessoais jamais se comunicam. Greco
assim entende.

Arrependimento do partícipe

Se o partícipe se arrepender da prática do crime, passando


a se opor, ele somente responderia pelos atos já
praticados.

PARTICIPAÇÃO DE
PARTICIPAÇÃO
Ocorre quando temos uma conduta acessória de outra
conduta acessória.
:
PARTICIPAÇÃO SUCESSIVA
O mesmo partícipe concorre de mais de uma forma na
prática do crime. São várias condutas acessórias
vinculadas à conduta principal. É o mesmo partícipe em
relação ao mesmo autor.

PUNIBILIDADE NO CONCURSO
DE PESSOAS
Quando a participação for de levíssima eficácia causal
(verificada no caso concreto).

Passa pela teoria da conditio sine qua non (ver se a


conduta teve relevância para a produção do crime).

COMUNICABILIDADE DAS
CIRCUNSTÂNCIAS E
ELEMENTARES NO CONCURSO
DE PESSOAS
Circunstâncias objetivas e elementares: as circunstâncias
objetivas e elementares podem se comunicar no concurso
de pessoas, desde ingressem na esfera de conhecimento
do co-autor ou partícipe.

Circunstâncias subjetivas: não se comunicam, salvo se


elementares do crime.
:
Disponível em:
https://michellipimmich.jusbrasil.com.br/artigos/336947357/resumo-do-livro-
teoria-geral-do-delito-e-da-imputacao-objetiva-de-andre-luis-callegari

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