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PENAL

Resultados da busca201 julgados encontrados

Roubo: reconhecimento da qualificadora sem laudo pericial


complementar e aplicabilidade das majorantes somente aos roubos
próprios e impróprios
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STJ

A configuração da qualificadora prevista no art. 157, § 3.º, inciso I, do Código Penal (roubo
qualificado pelo resultado lesão corporal de natureza grave) pode ser reconhecida ainda que
não tenha sido confeccionado laudo pericial complementar (Exemplo: prova testemunhal e
exame de corpo de delito da vítima). Ademais, as majorantes do crime de roubo aplicam-se
somente aos roubos próprios e impróprios. Os roubos qualificados pela lesão corporal grave
(inciso I, do § 3.º do art. 157) e pelo resultado morte – latrocínio (inciso seguinte) constituem
tipos derivados do roubo simples (próprio ou impróprio), com cominações particulares de
penas mínimas e máximas (7 a 18 anos mais multa e 20 a 30 anos mais multa,
respectivamente). Por isso, o Código Penal dispôs esses tipos derivados do tipo básico no §
3.º do art. 157, após as majorantes (causas especiais de aumento), previstas no § 2.º do
referido artigo. Assim, não há, no Código Penal, a previsão do que seria o "roubo qualificado
circunstanciado". STJ. 6ª Turma. HC 554.155/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
16/03/2021.

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Caso Deputado Daniel Silveira


Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Lei de Segurança Nacional

Origem: STF

O Deputado Federal Daniel Silveira publicou vídeo no YouTube no qual, além de atacar
frontalmente os Ministros do STF, por meio de diversas ameaças e ofensas, expressamente
propagou a adoção de medidas antidemocráticas contra a Corte, bem como instigou a adoção
de medidas violentas contra a vida e a segurança de seus membros, em clara afronta aos
princípios democráticos, republicanos e da separação de Poderes. Tais condutas, além de
tipificarem crimes contra a honra do Poder Judiciário e dos Ministros do STF, são previstas
como crime na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/1973). Não é possível invocar a
imunidade parlamentar material (art. 53, da CF/88), neste caso. Isso porque a imunidade
material parlamentar não deve ser utilizada para atentar frontalmente contra a própria
manutenção do Estado Democrático de Direito. As condutas criminosas do parlamentar
configuram flagrante delito, pois verifica-se, de maneira clara e evidente, a perpetuação dos
delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo continuava disponível e acessível a
todos os usuários da internet. Os crimes que, em tese, foram praticados pelo Deputado são
inafiançáveis por duas razões: 1) porque foram praticados contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático (art. 5º, XLIV, da CF/88; art. 323, III, do CPP); e 2) porque, no caso
concreto, estão presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, de
sorte que estamos diante de uma situação que não admite fiança, com base no art. 324, IV, do
CPP. Encontra-se, portanto, configurada a possibilidade constitucional de prisão em flagrante
de parlamentar pela prática de crime inafiançável, nos termos do § 2º do art. 53 da CF/88. STF.
Plenário. Inq 4781 Ref, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/2/2021 (Info 1006).

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Admite-se a figura do furto privilegiado como direito subjetivo do réu


Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STJ

Em relação à figura do furto privilegiado, o art. 155, § 2º, do Código Penal impõe a aplicação do
benefício penal na hipótese de adimplemento dos requisitos legais da primariedade e do
pequeno valor do bem furtado, assim considerado aquele inferior ao salário mínimo ao tempo
do fato. Trata-se, em verdade, de direito subjetivo do réu, não configurando mera faculdade do
julgador a sua concessão, embora o dispositivo legal empregue o verbo "poder". STJ, HC
583.023/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 04/08/2020, DJe
10/08/2020. Para o reconhecimento do crime de furto privilegiado - direito subjetivo do réu -, a
norma penal exige a conjugação de dois requisitos objetivos, consubstanciados na
primariedade e no pequeno valor da coisa furtada que, na linha do entendimento pacificado
neste Superior Tribunal de Justiça, não deve ultrapassar o valor do salário-mínimo vigente à
época dos fatos. É indiferente que o bem furtado tenha sido restituído à vítima, pois o critério
legal para o reconhecimento do privilégio é somente o pequeno valor da coisa furtada. STJ,
AgRg no REsp 1785985/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
03/09/2019, DJe 09/09/2019.

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A detração penal não se aplica à pena de prestação pecuniária
Direito Penal  Penas restritivas de direitos  Geral

Origem: STJ

Não é possível a aplicação da detração, na pena privativa de liberdade, do valor recolhido a


título de prestação pecuniária. Isto porque, a prestação pecuniária tem caráter penal e
indenizatório, com consequências jurídicas distintas da prestação de serviços à comunidade
(em que se admite a detração). STJ. 5ª Turma. REsp 1853916/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em04/08/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 401.049/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 13/12/2018.

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Não existe direito subjetivo do réu em optar, na substituição da pena


privativa de liberdade por restritiva de direitos, por qual medida prefere
cumprir
Direito Penal  Penas restritivas de direitos  Geral

Origem: STJ

Não existe direito subjetivo do réu em optar, na substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos por qual medida prefere cumprir, cabendo ao judiciário fixar a medida mais
adequada ao caso concreto. AgRg no HC 582.302/SC, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,
QUINTA TURMA, julgado em 03/11/2020, DJe 16/11/2020. Não existe direito subjetivo do réu
em optar, na substituição da pena privativa de liberdade, se prefere duas penas restritivas de
direitos ou uma restritiva de direitos e uma multa. AgRg no HC 456.224/SC, Rel. Ministro JOEL
ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, DJe 01/04/2019. AgRg no HC 587.473/SC, Rel. Ministra
LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 25/08/2020, DJe 04/09/2020.

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A multirreincidência prevalece sobre a atenuante da confissão, sendo


vedada a compensação integral.
Direito Penal  Dosimetria da pena  Segunda fase (agravantes e atenuantes)

Origem: STJ
A multirreincidência revela maior necessidade de repressão e rigor penal, a prevalecer sobre a
atenuante da confissão, sendo vedada a compensação integral. Assim, em caso de
multirreincidência, prevalecerá a agravante e haverá apenas a compensação
parcial/proporcional (mas não integral). STJ. 5ª Turma. HC 620640, Rel. Min. Joel Ilan
Paciornik, julgado em 02/02/2021.

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Diante do reiterado descumprimento da jurisprudência das cortes


superiores pelo TJSP, o STJ concedeu habeas corpus para fixar o
regime aberto a todas as pessoas condenadas no estado por tráfico
privilegiado, com pena de um ano e oito meses
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Caso concreto: DPE/SP impetrou habeas corpus pedindo para que seja determinada a fixação
do regime inicial aberto em todos os casos em que houve condenação por tráfico privilegiado
(art. 33, §4º da Lei de Drogas) e que a pena tenha sido fixada no mínimo legal na 1ª fase da
dosimetria e a pena final não tenha superado 4 anos de reclusão. A impetrante argumentou
existem mais de mil presos que, a despeito da reconhecida prática de crime de tráfico
privilegiado, cumprem pena de 1 ano e 8 meses, em regime fechado, com respaldo exclusivo
no ultrapassado entendimento de que a conduta caracteriza crime assemelhado a hediondo.
Segundo entendimento consolidado do STF e do STJ, não é considerado hediondo o delito de
tráfico de drogas, na modalidade prevista no art. 33, § 4º da Lei nº 11.343/2006. Em 2019, foi
editada a Lei nº 13.964/2019, que acrescentou o § 5º ao art. 112 da LEP positivando esse
entendimento: Art. 112 (...) § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste
artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto
de 2006. Quanto ao regime inicial para o cumprimento da pena, é também pacífico o
entendimento do STF e do STJ no sentido de que não é possível a fixação de regime de
cumprimento de pena fechado ou semiaberto para crime de tráfico privilegiado de drogas sem
a devida justificação. A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada (Súmula 718 do STF). Esses julgados, por força do art. 927, III e V, do
CPC, aplicável ao processo penal em razão do art. 3º do CPP, devem ser observados por juízes
e tribunais do país, em nome da segurança jurídica, da estabilidade das decisões do Poder
Judiciário, da coerência sistêmica e da igualdade de tratamento dos jurisdicionados, que não
podem ficar à mercê de interpretações divergentes, sobre questões de cunho eminentemente
jurídico. As diretrizes para individualização da pena e segregação cautelar dos autores de
crime de tráfico privilegiado, por decorrerem de precedentes qualificados das Cortes
Superiores, devem ser observadas, sempre ressalvada, naturalmente, a eventual indicação de
peculiaridades do caso examinado, a permitir distinguir a hipótese em julgamento da que fora
decidida nos referidos precedentes. Diante disso, o STJ concedeu a ordem para que os juízes
das varas de execução penal: • concedam o regime aberto para os presos condenados a 1 ano
e 8 meses por tráfico privilegiado (pena mínima) e que estejam em regime fechado. • reavaliem
a situação dos presos condenados por tráfico privilegiado a penas maiores que 1 ano e 8
meses, no entanto, menores do que 4 anos de reclusão. STJ. 6ª Turma. HC 596603-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 08/09/2020 (Info 681).

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Aumento de pena-base fundado nos abalos psicológicos causados à


vítima sobrevivente de homicídio
Direito Penal  Dosimetria da pena  Primeira fase (circunstâncias judiciais)

Origem: STJ

É possível o aumento de pena-base fundado nos abalos psicológicos causados à vítima


sobrevivente. No caso concreto, a pena-base foi exasperada em razão do abalo psicológico
causado à ofendida que precisou vender sua residência por valor muito inferior ao de mercado,
pois não conseguia conviver com as lembranças que o local lhe trazia e precisou adquirir com
urgência outro imóvel para morar. A presença de sequelas psicológicas decorrentes do crime
tem sido considerado fundamento idôneo para justificar o afastamento da pena-base do piso
legal, pois demonstra que a conduta do agente extrapolou os limites ordinários do tipo penal
violado, merecendo, portanto, maior repreensão. Para tanto, a exasperação da pena-base deve
estar fundamentada em dados concretos extraídos da conduta imputada ao acusado, os quais
devem desbordar dos elementos próprios do tipo penal. STJ. 5ª Turma. HC 624.350/SC, Rel.
Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/12/2020.

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Para incidir a majorante de repouso noturno basta que a conduta


delitiva tenha sido praticada durante o repouso noturno
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STJ

Para a configuração da circunstância majorante do § 1º do art. 155 do Código Penal, basta que
a conduta delitiva tenha sido praticada durante o repouso noturno, dada a maior precariedade
da vigilância e a defesa do patrimônio durante tal período e, por consectário, a maior
probabilidade de êxito na empreitada criminosa, sendo irrelevante o fato das vítimas não
estarem dormindo no momento do crime, ou, ainda, que tenha ocorrido em estabelecimento
comercial ou em via pública, dado que a lei não faz referência ao local do crime. STJ. 5ª
Turma. AgRg-AREsp 1.746.597-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 17/11/2020. STJ. 6ª
Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1849490/MS, Rel. Min. Antonio Saldanha, julgado em
15/09/2020.

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As hipóteses de reincidência específica ou multirreincidência podem


justificar a exasperação da pena, na segunda fase da dosimetria, acima
do patamar de 1/6, para a agravante de reincidência.
Direito Penal  Dosimetria da pena  Segunda fase (agravantes e atenuantes)

Origem: STJ

As hipóteses de reincidência específica ou multirreincidência podem justificar a exasperação


da pena, na segunda fase da dosimetria, acima do patamar de 1/6, para a agravante de
reincidência. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 548.769/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro Aurélio, em
10/03/2020. STJ. 5ª Turma. HC 462.137/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/04/2019.

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Condenação por crime de estupro de vulnerável mediante laudo pericial


não esclarecedor e o princípio do "livre convencimento motivado"
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

Não há nenhuma nulidade quando o Juiz refuta o exame pericial não esclarecedor nos crimes
de estupro de vulnerável sem conjunção carnal, para, acolhendo as demais provas,
principalmente o depoimento da vítima e das testemunhas, concluir pela condenação do réu,
porque no sistema jurídico penal brasileiro vigora o princípio do “livre convencimento
motivado” do julgador. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no RHC 127.089/MG, Rel. Ministro Nefi
Cordeiro, julgado em 24/11/2020.

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A associação criminosa não ocorre pela inclusão de um número mínimo
de pessoas no polo passivo, mas sim pelo intuito do agente de tomar
parte de um grupo criminoso formado por um quantitativo mínimo legal
de integrantes.
Direito Penal  Temas diversos  Geral

Origem: STJ

A configuração do crime de associação criminosa (art. 288 do Código Penal) não ocorre pela
inclusão de um número mínimo de pessoas no polo passivo da ação penal, mas sim pelo
intuito do agente de tomar parte em grupo criminoso formado por um quantitativo mínimo
legal de integrantes. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1789273/P, Rel. Min. Felix Fischer, julgado
em 25/08/2020.

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É possível utilizar o parâmetro mínimo de 20 mil reais (criado para a


execução fiscal) como critério para aplicação do princípio da
insignificância nos crimes tributários?
Direito Penal  Princípio da insignificância  Crimes nos quais existe divergência

Origem: STF

É possível utilizar o parâmetro mínimo de 20 mil reais (criado para a execução fiscal) como
critério para aplicação do princípio da insignificância nos crimes tributários? NÃO. Não é
possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários de acordo com o
montante definido em parâmetro estabelecido para a propositura judicial de execução fiscal.
STF. 1ª Turma. HC-AgR 144.193-SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020.
SIM. É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários e de
descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações
efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. STF. 2ª Turma. HC-
AgR 160.239-SP, Rel. Min. Gilmar Mendes; Julg. 22/05/2020. STF. 2ª Turma. HC-AgR 174.329-
SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; Julg. 05/11/2019; DJE 18/11/2019. STJ. 3ª Seção. HC
535.063-SP. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; Julg. 10/06/2020; DJE 25/08/2020

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Crimes tributários estaduais e o limite de 20 mil reais
Direito Penal  Princípio da insignificância  Crimes nos quais se reconhece a aplicação

Origem: STJ

Não pode ser aplicado para fins de incidência do princípio da insignificância nos crimes
tributários estaduais o parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), estabelecido no art. 20 da
Lei 10.522/2002, devendo ser observada a lei estadual vigente em razão da autonomia do ente
federativo. STJ. 5ª Turma. AgRg-HC 549.428-PA. Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
19/05/2020.

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A materialidade do delito de incêndio deve ser comprovada, em regra,


mediante exame de corpo de delito, podendo ser suprida por outros
meios caso haja uma justificativa para a não realização do laudo
pericial
Direito Penal  Temas diversos  Geral

Origem: STF

A materialidade do delito de incêndio (art. 250, § 1º, I, do CP), cuja prática deixa vestígios, deve
ser comprovada, em regra, mediante exame de corpo de delito, nos termos do art. 158 do CPP.
Existe até uma previsão específica para o caso do crime de incêndio: Art. 173. No caso de
incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele
tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as
demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. Vale ressaltar, no entanto, que a
substituição do exame pericial por outros meios de prova é possível em hipóteses
excepcionais quando desaparecidos os sinais ou as circunstâncias não permitirem a
realização do laudo, conforme autoriza o art. 167 do CPP. Para que a utilização de outros
meios de prova seja válida, é necessário que se demonstre que houve uma justificativa para a
não realização do laudo pericial. Em um caso concreto, o STF entendeu que essa utilização
estava justificada. Isso porque o réu, mesmo após ser orientado pelo Corpo de Bombeiros a
registrar, imediatamente, ocorrência policial e solicitar perícia técnica ao Instituto de
Criminalística, permaneceu inerte durante sete dias. A não elaboração da perícia oficial
ocorreu, portanto, em razão do desaparecimento dos vestígios do crime, considerada a demora
em registrar a ocorrência e a falta de preservação do local. Por essa razão a materialidade do
delito foi demonstrada pela prova testemunhal, corroborada por cópias da apólice do seguro,
aviso de sinistro, ocorrência policial, relatório de regulação de sinistros, fotografias, laudos de
averiguação e pelo laudo elaborado pela seguradora. Levando em conta a justificada
inviabilidade da elaboração do exame de corpo de delito e a demonstração da materialidade do
crime por outros meios de prova, foi correta a aplicação do art. 167 do CPP no presente caso.
STF. 1ª Turma. HC 136964/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/2/2020 (Info 967).

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O acórdão que confirma ou reduz a pena enquadra-se no inciso IV do


art. 117 do CP e, portanto, interrompe a prescrição
Direito Penal  Prescrição  Geral

Origem: STF

Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório sempre
interrompe a prescrição, inclusive quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja
mantendo, reduzindo ou aumentando a pena anteriormente imposta. STF. Plenário. HC
176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020. STF. 1ª Turma. RE
1195122 AgR-segundo, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 30/11/2020.

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Competência para julgar estelionato no caso em que o prejuízo ocorreu


em local diferente da obtenção da vantagem
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

Veja o § 4º do art. 70 que foi inserido no CPP pela Lei nº 14.155/2021: Art. 70. (...) § 4º Nos
crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão
de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.

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O crime de assédio sexual pode ser caracterizado entre professor e
aluno
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Geral

Origem: STJ

O crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) é geralmente associado à superioridade


hierárquica em relações de emprego, no entanto pode também ser caracterizado no caso de
constrangimento cometido por professores contra alunos. Art. 216-A. Constranger alguém com
o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Caso concreto: o réu, ao conversar com
uma aluna adolescente em sala de aula sobre suas notas, teria afirmado que ela precisava de
dois pontos para alcançar a média necessária e, nesse momento, teria se aproximado dela e
tocado sua barriga e seus seios. STJ. 6ª Turma. REsp 1759135/SP, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/08/2019 (Info 658).

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Causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP não se aplica para autarquias


Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Causa de aumento do art. 327, § 2º

Origem: STF

A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal não pode ser aplicada aos
dirigentes de autarquias (ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo menciona apenas
órgãos, sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações. STF. 2ª Turma. AO
2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 950).

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O termo "sentença", mencionado no art. 115 do CP, deve ser entendido


como "primeira decisão condenatória, seja sentença ou acórdão
proferido em apelação
Direito Penal  Prescrição  Geral

Origem: STJ
É possível aplicar a redução do art. 115 do CP no momento do acórdão (ou seja, após a
sentença), se a sentença foi absolutória e o primeiro decreto condenatório foi a apelação. Ex:
João tinha 68 anos quando foi prolatada a sentença; a sentença foi absolutória; o MP apelou e
o TJ reformou a sentença, condenando o réu; ocorre que, no momento do acórdão
condenatório, João já tinha mais de 70 anos; neste caso, será possível aplicar a redução pela
metade do prazo prescricional, conforme previsto no art. 115 do CP. Assim, a redução do prazo
prescricional à metade, com base no art. 115 do Código Penal, aplica-se aos réus que atingirem
a idade de 70 anos até a primeira condenação, tenha ela se dado na sentença ou no acórdão.
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 491258/TO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 07/02/2019. STJ. 6ª Turma. HC 316110/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 25/06/2019.

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Crime de embaraçar investigação previsto na Lei do Crime Organizado


não é restrito à fase do inquérito
Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Outros

Origem: STJ

A Lei das organizações criminosas (Lei nº 12.850/2013) prevê o seguinte crime: Art. 2º (...) §
1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação
de infração penal que envolva organização criminosa. Quando o art. 2º, § 1º fala em
“investigação” ele está se limitando à fase pré-processual ou abrange também a ação penal?
Se o agente embaraça o processo penal, ele também comete este delito? SIM. A tese de que a
investigação criminal descrita no art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013 limita-se à fase do
inquérito não foi aceita pelo STJ. Isso porque as investigações se prolongam durante toda a
persecução criminal, que abarca tanto o inquérito policial quanto a ação penal deflagrada pelo
recebimento da denúncia. Assim, como o legislador não inseriu uma expressão estrita como
“inquérito policial”, compreende-se ter conferido à investigação de infração penal o sentido de
“persecução penal”, até porque carece de razoabilidade punir mais severamente a obstrução
das investigações do inquérito do que a obstrução da ação penal. Ademais, sabe-se que
muitas diligências realizadas no âmbito policial possuem o contraditório diferido, de tal sorte
que não é possível tratar inquérito e ação penal como dois momentos absolutamente
independentes da persecução penal. O tipo penal previsto pelo art. 2º, §1º, da Lei nº
12.850/2013 define conduta delituosa que abrange o inquérito policial e a ação penal. STJ. 5ª
Turma. HC 487.962-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/05/2019 (Info 650).

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Adulterar o sistema de medição da energia elétrica para pagar menos
que o devido: estelionato (não é furto mediante fraude)
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

A alteração do sistema de medição, mediante fraude, para que aponte resultado menor do que
o real consumo de energia elétrica configura estelionato. Ex: as fases “A” e “B” do medidor
foram isoladas por um material transparente, que permitia a alteração do relógio fazendo com
que fosse registrada menos energia do que a consumida. STJ. 5ª Turma. AREsp 1.418.119-DF,
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 07/05/2019 (Info 648). Cuidado para não confundir: •
agente desvia a energia elétrica por meio de ligação clandestina (“gato”): crime de FURTO (há
subtração e inversão da posse do bem). • agente altera o sistema de medição para que aponte
resultado menor do que o real consumo: crime de ESTELIONATO.

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Condenações anteriores transitadas em julgado não podem ser


utilizadas como personalidade ou conduta social desfavorável
Direito Penal  Dosimetria da pena  Primeira fase (circunstâncias judiciais)

Origem: STJ

Eventuais condenações criminais do réu transitadas em julgado e não utilizadas para


caracterizar a reincidência somente podem ser valoradas, na primeira fase da dosimetria, a
título de antecedentes criminais, não se admitindo sua utilização também para desvalorar a
personalidade ou a conduta social do agente. A conduta social e a personalidade do agente
não se confundem com os antecedentes criminais, porquanto gozam de contornos próprios -
referem-se ao modo de ser e agir do autor do delito -, os quais não podem ser deduzidos, de
forma automática, da folha de antecedentes criminais do réu. Trata-se da atuação do réu na
comunidade, no contexto familiar, no trabalho, na vizinhança (conduta social), do seu
temperamento e das características do seu caráter, aos quais se agregam fatores hereditários
e socioambientais, moldados pelas experiências vividas pelo agente (personalidade social). Já
a circunstância judicial dos antecedentes se presta eminentemente à análise da folha criminal
do réu, momento em que eventual histórico de múltiplas condenações definitivas pode, a
critério do julgador, ser valorado de forma mais enfática, o que, por si só, já demonstra a
desnecessidade de se valorar negativamente outras condenações definitivas nos vetores
personalidade e conduta social. STJ. 3ª Seção. EAREsp 1311636-MS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 10/04/2019 (Info 647).
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O indulto extingue somente a pena ou medida de segurança, não


interferindo nos efeitos secundários da condenação (Súmula 631-STJ)
Direito Penal  Efeitos da condenação e perda do cargo  Geral

Origem: STJ

Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão


executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. STJ. 3ª Seção.
Aprovada em 24/04/2019, DJe 29/04/2019.

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Para ter direito à atenuante no caso do crime de tráfico de drogas, é


necessário que o réu admita que traficava, não podendo dizer que era
mero usuário (Súmula 630-STJ)
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito


de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera
admissão da posse ou propriedade para uso próprio. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 24/04/2019,
DJe 29/04/2019.

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Os atos infracionais não podem ser valorados negativamente na


dosimetria da pena
Direito Penal  Dosimetria da pena  Primeira fase (circunstâncias judiciais)

Origem: STJ

Atos infracionais não podem ser considerados maus antecedentes para a elevação da pena-
base, tampouco podem ser utilizados para caracterizar personalidade voltada para a prática de
crimes ou má conduta social. Há impropriedade na majoração da pena-base pela consideração
negativa da personalidade do agente em razão da prévia prática de atos infracionais, pois é
incompossível exacerbar a reprimenda criminal com base em passagens pela Vara da Infância.
STJ. 5ª Turma. HC 499987/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 30/05/2019. STJ. 6ª Turma.
REsp 1702051/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 06/03/2018.

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Folha de antecedentes criminais é um documento válido para


comprovar maus antecedentes ou reincidência
Direito Penal  Dosimetria da pena  Noções gerais

Origem: STJ

Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os


maus antecedentes e a reincidência. Aprovada em 26/06/2019, DJe 27/06/2019. Importante.

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Súmula 631-STJ
Direito Penal  Efeitos da condenação e perda do cargo  Geral

Origem: STJ

Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão


executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. • Importante. •
Aprovada em 24/04/2019.

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Súmula 630-STJ
Direito Penal  Dosimetria da pena  Segunda fase (agravantes e atenuantes)

Origem: STJ
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito
de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera
admissão da posse ou propriedade para uso próprio. • Importante. • Aprovada em 24/04/2019.

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O crime do art. 307 do CTB somente se verifica em caso de violação de


suspensão ou proibição de dirigir imposta por decisão judicial (não vale
suspensão imposta por decisão administrativa)
Direito Penal  Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97)  Geral

Origem: STJ

É atípica a conduta contida no art. 307 do CTB quando a suspensão ou a proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor advém de restrição administrativa.
A conduta de violar decisão administrativa que suspendeu a habilitação para dirigir veículo
automotor não configura o crime do art. 307, caput, do CTB, embora possa constituir outra
espécie de infração administrativa, a depender do caso concreto. STJ. 6ª Turma. HC 427472-
SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/08/2018 (Info 641).

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Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica


pode ser executada sob o rito da prisão civil
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou provisionais em favor
da companheira e da filha, em razão da prática de violência doméstica, constitui título hábil
para imediata cobrança e, em caso de inadimplemento, passível de decretação de prisão civil.
STJ. 3ª Turma. RHC 100446-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info
640).

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A SV 24 pode ser aplicada a fatos anteriores à sua edição


Direito Penal  Crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90)  Geral
Origem: STJ

A Súmula Vinculante 24 tem aplicação aos fatos ocorridos anteriormente à sua edição. Como a
SV 24 representa a mera consolidação da interpretação judicial que já era adotada pelo STF e
pelo STJ mesmo antes da sua edição, entende-se que é possível a aplicação do enunciado
para fatos ocorridos anteriormente à sua publicação. STF. 1ª Turma. RHC 122774/RJ, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 19/5/2015 (Info 786). STJ. 3ª Seção. EREsp 1318662-PR, Rel. Min.
Felix Fischer, julgado em 28/11/2018 (Info 639).

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Condenações anteriores transitadas em julgado não podem ser


utilizadas como conduta social desfavorável
Direito Penal  Dosimetria da pena  Primeira fase (circunstâncias judiciais)

Origem: STJ

A circunstância judicial “conduta social”, prevista no art. 59 do Código Penal, representa o


comportamento do agente no meio familiar, no ambiente de trabalho e no relacionamento com
outros indivíduos. Os antecedentes sociais do réu não se confundem com os seus
antecedentes criminais. São circunstâncias distintas, com regramentos próprios. Assim, não
se mostra correto o magistrado utilizar as condenações anteriores transitadas em julgado
como “conduta social desfavorável”. Não é possível a utilização de condenações anteriores
com trânsito em julgado como fundamento para negativar a conduta social. STF. 2ª Turma.
RHC 130132, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/5/2016 (Info 825). STJ. 5ª Turma. HC
475436/PE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1760972-
MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018 (Info 639).

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Depositário judicial NÃO é considerado funcionário público para fins


penais
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Conceito de funcionário público

Origem: STJ

Depositário judicial não é funcionário público para fins penais, porque não ocupa cargo público,
mas a ele é atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens ficam
sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 13/03/2018 (Info 623).

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São considerados funcionários públicos para fins penais


Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Conceito de funcionário público

Origem: STJ

Diretor de organização social STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 11/9/2018 (Info 915). Administrador de Loteria STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min.
Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018. Advogados dativos STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579). Médico de hospital
particular credenciado/conveniado ao SUS (após a Lei 9.983/2000) STJ. 5ª Turma. AgRg no
REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012. Estagiário de
órgão ou entidade públicos STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 25/06/2012.

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Ausência de crime em conduta de Secretário de Estado que compra,


sem licitação, livros didáticos escolhidos por equipe técnica, de
fornecedor exclusivo, sem sobrepreço
Direito Penal  Crimes em licitações e contratos administrativos  Geral

Origem: STF

Não comete crime em licitação Secretária de Educação que faz contratação direta, com base
em inexigibilidade de licitação (art. 25, I), de livros didáticos para a rede pública de ensino,
livros esses que foram escolhidos por equipe técnica formada por pedagogos, sem a sua
interferência. Vale ressaltar que havia comprovação, por meio de carta de exclusividade
emitida por entidade do setor, de que a empresa contratada era a única fornecedora dos livros
na região. Além disso, não houve demonstração de sobrepreço. Diante dessas circunstâncias,
o STF absolveu a ré por ausência de “dolo específico” (elemento subjetivo especial). STF.
Plenário. AP 946/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/8/2018 (Info 913).
ATUALIZAÇÃO: O art. 89 da Lei nº 8.666/93 foi revogado pela nova Lei de Licitações (Lei
14.133/2021), que previu um novo crime para essa mesma conduta, no entanto, com diferente
redação. Confira: Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das
hipóteses previstas em lei: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Penso que o
entendimento jurisprudencial acima exposto permanece com o novo crime do art. 337-A do
Código Penal.

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STF reconheceu que o valor econômico do bem furtado era muito


pequeno, mas, como o réu era reincidente, em vez de absolvê-lo
aplicando o princípio da insignificância, o Tribunal utilizou esse
reconhecimento para conceder a pena restritiva de direitos
Direito Penal  Princípio da insignificância  Crimes nos quais se reconhece a aplicação

Origem: STF

Em regra, o reconhecimento do princípio da insignificância gera a absolvição do réu pela


atipicidade material. Em outras palavras, o agente não responde por nada. Em um caso
concreto, contudo, o STF reconheceu a insignificância do bem subtraído, mas, como o réu era
reincidente em crime patrimonial, em vez de absolvê-lo, o Tribunal utilizou esse
reconhecimento para conceder a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos. Em razão da reincidência, o STF entendeu que não era o caso de absolver o
condenado, mas, em compensação, determinou que a pena privativa de liberdade fosse
substituída por restritiva de direitos. STF. 1ª Turma. HC 137217/MG, Rel. Min. Marco Aurélio,
red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/8/2018 (Info 913).

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Para fazer a prova da constituição definitiva do crédito tributário não se


exige a juntada integral do PAF
Direito Penal  Crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90)  Geral

Origem: STJ

Para o início da ação penal, basta a prova da constituição definitiva do crédito tributário
(Súmula Vinculante 24), sendo desnecessária a juntada integral do Procedimento
Administrativo Fiscal correspondente. STJ. 5ª Turma. RHC 94288-RJ, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 22/05/2018 (Info 627).

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Depositário judicial que vende os bens não pratica peculato
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STJ

O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato (art.
312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua consumação, que o funcionário público se
aproprie de dinheiro, valor ou outro bem móvel em virtude do “cargo”. Depositário judicial não é
funcionário público para fins penais, porque não ocupa cargo público, mas a ele é atribuído um
munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens ficam sob sua guarda e zelo.
STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
13/03/2018 (Info 623). Obs: vale ressaltar que o STJ decidiu apenas que a conduta do
depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato, pois
não é funcionário público e não ocupa cargo público. No entanto, a depender das
peculiaridades do caso concreto, a conduta pode configurar, em tese, os tipos penais dos arts.
168, § 1º, II, 171 ou 179 do Código Penal.

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Juiz da 1ª fase do Júri deve examinar se o agente que conduzia o


veículo embriagado praticou homicídio doloso ou culposo
Direito Penal  Crimes contra a pessoa  Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

Na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência de dolo eventual
ou culpa consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, ocasiona
acidente de trânsito com resultado morte. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).

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O simples fato do condutor do veículo estar embriagado não gera a


presunção de que tenha havido dolo eventual
Direito Penal  Crimes contra a pessoa  Homicídio (art. 121)

Origem: STJ
A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode servir de premissa
bastante para a afirmação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado morte. A
embriaguez do agente condutor do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades, não
pode servir como presunção de que houve dolo eventual. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC,
Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).

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Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo


competente para deferir as medidas protetivas é aquele no qual a
mulher tomou conhecimento das intimidações
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Em caso de ameaça proferida contra a mulher por meio de redes sociais (ex: Facebook) ou por
aplicativos como o WhatsApp, o juízo competente para deferir as medidas protetivas é aquele
onde a vítima tomou conhecimento das intimidações, por ser este o local de consumação do
crime previsto pelo art. 147 do Código Penal. O art. 147 do CP é crime formal, de modo que se
consuma no momento em que a vítima toma conhecimento da ameaça. Segundo o art. 70,
primeira parte, do CPP, "a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração". Ex: o ex-marido, residente em Curitiba, ameaçou a vítima por meio de
mensagens no Facebook e no Whatsapp. Quando a vítima recebeu as mensagens já estava
morando em Naviraí (MS). Diante disso, a competência para julgar as medidas protetivas em
favor da mulher é o juízo da comarca de Naviraí (MS). STJ. 3ª Seção. CC 156.284/PR, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 28/02/2018.

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Crime de lesão corporal leve na direção de veículo não permite


absorção do delito de embriaguez ao volante
Direito Penal  Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97)  Geral

Origem: STJ

Não é possível reconhecer a consunção do delito previsto no art. 306, do CTB (embriaguez ao
volante) pelo crime do art. 303 (lesão corporal culposa na direção de veículo automotor). Isso
porque um não é meio para a execução do outro, sendo infrações penais autônomas que
tutelam bens jurídicos distintos. Caso concreto: motorista conduzia seu veículo em estado de
embriaguez quando atropelou um pedestre, causando-lhe lesões corporais leves. Após a
colisão, policiais militares submeteram o condutor ao teste de bafômetro, que atestou a
ingestão de álcool. STJ. 5ª Turma. REsp 1629107/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
20/03/2018. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 442.850/MS, Rel. Laurita Vaz, julgado em
25/09/2018.

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Possibilidade de reconhecimento da coculpabilidade como atenuante


genérica
Direito Penal  Dosimetria da pena  Segunda fase (agravantes e atenuantes)

Origem: STJ

É possível, a depender do caso concreto, que o juiz reconheça a teoria da coculpabilidade


como sendo uma atenuante genérica prevista no art. 66 do Código Penal. STJ. 5ª Turma. HC
411.243/PE, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/12/2017.

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Posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 12) e posse ilegal
de arma de fogo de uso restrito (art. 16) no mesmo contexto fático:
concurso de crimes
Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

Os tipos penais dos arts. 12 e 16 da Lei nº 10.826/2003 tutelam bens jurídicos diversos e, por
essa razão, deve ser aplicado o concurso formal quando apreendidas armas ou munições de
uso permitido e de uso restrito no mesmo contexto fático. O art. 16 do Estatuto do
Desarmamento, além da paz e segurança públicas, também protege a seriedade dos cadastros
do Sistema Nacional de Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime único, pois há lesão
a bens jurídicos diversos. STJ. 5ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 1122758/MG, Rel. Min.
Jorge Mussi, julgado em 24/04/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1619960/MG, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 27/06/2017.

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Falta de laudo toxicológico definitivo pode ser suprida pelo laudo
provisório?
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Nos casos em que ocorre a apreensão da droga, o laudo toxicológico definitivo é, em regra,
imprescindível para a condenação pelo crime de tráfico ilícito de entorpecentes, sob pena de se
ter por incerta a materialidade do delito e, por conseguinte, ensejar a absolvição do acusado.
Em situações excepcionais, admite-se que a comprovação da materialidade do crime possa
ser efetuada por meio do laudo de constatação provisório, quando ele permita grau de certeza
idêntico ao do laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com
conclusões equivalentes. STJ. 3ª Seção. EREsp 1544057/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 26/10/2016.

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Inexistência de continuidade delitiva entre roubo e extorsão


Direito Penal  Concurso formal e crime continuado  Crime continuado

Origem: STF e STJ

Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de
espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899). Não há como reconhecer a continuidade
delitiva entre os crimes de roubo e o de latrocínio porquanto são delitos de espécies diversas,
já que tutelam bens jurídicos diferentes. STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min.
Felix Fischer, julgado em 06/12/2016. A prática sucessiva de roubo e, no mesmo contexto
fático, de extorsão, com subtração violenta de bens e posterior constrangimento da vítima a
entregar o cartão bancário e a respectiva senha, revela duas condutas distintas, praticadas
com desígnios autônomos, devendo-se reconhecer, portanto, o concurso material. STF. 1ª
Turma. HC 190909, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/10/2020.

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Crimes tributários e o limite de 20 mil reais
Direito Penal  Princípio da insignificância  Noções gerais

Origem: STF

Qual é o valor máximo considerado insignificante no caso de crimes tributários e descaminho?


20 mil reais (tanto para o STF como para o STJ). É a posição majoritária:* Incide o princípio da
insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito tributário
verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art.
20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas
do Ministério da Fazenda. STJ. 3ª Seção. REsp 1688878-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo). STF. 2ª Turma. HC 155347/PR, Rel. Min. Dias
Tóffoli, julgado em 17/4/2018 (Info 898). * A 1ª Turma do STF tem decidido em sentido
contrário: Não é possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários de
acordo com o montante definido em parâmetro estabelecido para a propositura judicial de
execução fiscal. STF. 1ª Turma. HC-AgR 144.193-SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 15/04/2020.

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Legitimidade ativa do Ministério Público e crime de estupro sem lesão


corporal
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro (art. 213)

Origem: STF

A Súmula 608 do STF prevê que “no crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação
penal é pública incondicionada.” O entendimento dessa súmula pode ser aplicado
independentemente da existência da ocorrência de lesões corporais nas vítimas de estupro. A
violência real se caracteriza não apenas nas situações em que se verificam lesões corporais,
mas sempre que é empregada força física contra a vítima, cerceando-lhe a liberdade de agir
segundo a sua vontade. Assim, se os atos foram praticados sob grave ameaça, com
imobilização de vítimas, uso de força física e, em alguns casos, com mulheres sedadas, trata-
se de crime de estupro que se enquadra na Súmula 608 do STF e que, portanto, a ação é
pública incondicionada. STF. 2ª Turma. RHC 117978, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
05/06/2018 (Info 905). A Súmula 608 do STF permaneceu válida mesmo após o advento da Lei
nº 12.015/2009. Assim, em caso de estupro praticado mediante violência real, a ação penal é
pública incondicionada mesmo após a Lei nº 12.015/2009. STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).
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Sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice


para a consumação do furto
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STF

A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice para a


tipificação do crime de furto. STF. 1ª Turma.HC 111278/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Luiz Roberto Barroso, julgado em 10/4/2018 (Info 897). STF. 1ª Turma. HC HC
183.570, Rel.. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/11/2020. Súmula 567-STJ: Sistema de
vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.

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Não incide a causa de aumento de pena do art. 40, III, da LD se o crime


foi praticado em dia e horário no qual a escola estava fechada e não
havia pessoas lá
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

A prática do delito de tráfico de drogas nas proximidades de estabelecimentos de ensino (art.


40, III, da Lei 11.343/06) enseja a aplicação da majorante, sendo desnecessária a prova de que
o ilícito visava atingir os frequentadores desse local. Para a incidência da majorante prevista
no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006 é desnecessária a efetiva comprovação de que a
mercancia tinha por objetivo atingir os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha
ocorrido em locais próximos, ou seja, nas imediações de tais estabelecimentos, diante da
exposição de pessoas ao risco inerente à atividade criminosa da narcotraficância. STJ. 6ª
Turma. AgRg no REsp 1558551/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/09/2017. STJ. 6ª
Turma. HC 359088/SP. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/10/2016. Não incide a
causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006, se a prática de
narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não facilite a prática criminosa e a
disseminação de drogas em área de maior aglomeração de pessoas. Ex: se o tráfico de drogas
é praticado no domingo de madrugada, dia e horário em que o estabelecimento de ensino não
estava funcionando, não deve incidir a majorante. STJ. 6ª Turma. REsp 1719792-MG, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 622).

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Súmula 607-STJ
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei nº


11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não
consumada a transposição de fronteiras. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe
17/04/2018.

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Qual é o valor máximo considerado insignificante no caso de crimes


tributários e descaminho?
Direito Penal  Princípio da insignificância  Noções gerais

Origem: STJ

Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o


débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do
disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75
e 130, ambas do Ministério da Fazenda. STJ. 3ª Seção. REsp 1688878-SP, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 622). STF. 2ª Turma. HC 155347,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/04/2018. A posição acima explicada é a majoritária. Vale
ressaltar, no entanto, que a 1ª Turma do STF tem decidido em sentido contrário: Não é possível
a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários de acordo com o montante
definido em parâmetro estabelecido para a propositura judicial de execução fiscal. STF. 1ª
Turma. HC-AgR 144.193-SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020.

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Fixação do valor mínimo para reparação dos danos prevista no art. 387,
IV, do CPP
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a
fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso
da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente
de instrução probatória. CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).

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A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras


religiões pode configurar o crime de racismo
Direito Penal  Racismo (Lei 7.716/89)  Geral

Origem: STF

A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não
está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. Assim, é
possível, a depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de
racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio público contra
outras denominações religiosas e seus seguidores. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893). Atenção.
Compare com RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849).

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Em caso de estupro praticado mediante violência real, a ação penal é


pública incondicionada
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro (art. 213)

Origem: STF
A Súmula 608 do STF continou válida mesmo após o advento da Lei nº 12.015/2009. Assim,
em caso de estupro praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada
mesmo após a Lei nº 12.015/2009. STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).

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Aspectos importantes sobre o crime do art. 89 da Lei 8.666/93 (atual


art. 337-A do Código Penal)
Direito Penal  Crimes em licitações e contratos administrativos  Geral

Origem: STF

Elemento subjetivo Para a configuração da tipicidade subjetiva do crime previsto no art. 89 da


Lei 8.666/93, exige-se o especial fim de agir, consistente na intenção específica de lesar o
erário ou obter vantagem indevida. Exige-se descumprimento de formalidades mais violação
aos princípios da Administração Pública O tipo penal previsto no art. 89 não criminaliza o mero
fato de o administrador público ter descumprido formalidades. Para que haja o crime, é
necessário que, além do descumprimento das formalidades, também se verifique que ocorreu,
no caso concreto, a violação de princípios cardeais (fundamentais) da Administração Pública.
Se houve apenas irregularidades pontuais relacionadas com a burocracia estatal, isso não
deve, por si só, gerar a criminalização da conduta. Assim, para que ocorra o crime, é necessária
uma ofensa ao bem jurídico tutelado, que é o procedimento licitatório. Sem isso, não há
tipicidade material. Decisão amparada em pareceres técnicos e jurídicos Não haverá crime se
a decisão do administrador de deixar de instaurar licitação para a contratação de determinado
serviço foi amparada por argumentos previstos em pareceres (técnicos e jurídicos) que
atenderam aos requisitos legais, fornecendo justificativas plausíveis sobre a escolha do
executante e do preço cobrado e não houver indícios de conluio entre o gestor e os
pareceristas com o objetivo de fraudar o procedimento de contratação direta. STF. 1ª Turma.
Inq 3962/DF, Rel. Min Rosa Weber, julgado em 20/2/2018 (Info 891). ATUALIZAÇÃO: O art. 89
da Lei nº 8.666/93 foi revogado pela nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), que previu um
novo crime para essa mesma conduta, no entanto, com diferente redação. Confira: Art. 337-E.
Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena
– reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Penso que o entendimento jurisprudencial
acima exposto permanece com o novo crime do art. 337-A do Código Penal.

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Princípio da insignificância, crimes contra a ordem tributária e
descaminho
Direito Penal  Princípio da insignificância  Crimes nos quais se reconhece a aplicação

Origem: STF e STJ

Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o


débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do
disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75
e 130, ambas do Ministério da Fazenda. STJ. 3ª Seção. REsp 1.709.029/MG, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo).

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Para se aplicar a Lei Maria da Penha não é necessária a coabitação


entre autor e vítima
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da


Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima. STJ.
3ª Seção. Aprovada em 22/11/2017, DJe 27/11/2017.

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Extinção da punibilidade pelo pagamento integral de débito mesmo


após o trânsito em julgado
Direito Penal  Crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90)  Geral

Origem: STJ

O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o trânsito em
julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 9º, §
2º, da Lei nº 10.684/2003. STJ. 5ª Turma.HC 362478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
14/9/2017 (Info 611). STF. 2ª Turma. RHC 128245, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
23/08/2016.
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O interrogatório, na Lei de Drogas, é o último ato da instrução


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório deverá ser realizado como último ato da instrução
criminal. Essa regra deve ser aplicada: • nos processos penais militares; • nos processos
penais eleitorais e • em todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei
de drogas). Essa tese acima exposta (interrogatório como último ato da instrução em todos os
procedimentos penais) só se tornou obrigatória a partir da data de publicação da ata de
julgamento do HC 127900/AM pelo STF, ou seja, do dia 11/03/2016 em diante. Os
interrogatórios realizados nos processos penais militares, eleitorais e da lei de drogas até o dia
10/03/2016 são válidos mesmo que tenham sido efetivados como o primeiro ato da instrução.
STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª
Turma. HC 397382-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/8/2017 (Info
609).

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Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não


importando onde a agressão tenha ocorrido
Direito Penal  Crimes contra a pessoa  Lesões corporais (art. 129)

Origem: STJ

Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do CP – lesão corporal leve –,
qualificada pela violência doméstica, tão somente em razão de o crime não ter ocorrido no
ambiente familiar. Ex: João agrediu fisicamente seu irmão na sede da empresa onde
trabalham, causando-lhe lesão corporal leve. O agente deverá responder pelo art. 129, § 9º do
CP. Sendo a lesão corporal praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, deverá incidir a qualificadora do § 9º não importando onde a agressão tenha
ocorrido. STJ. 5ª Turma. RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
3/8/2017 (Info 609).

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In(aplicabilidade) do princípio da insignificância aos crimes contra a
Administração Pública
Direito Penal  Princípio da insignificância  Crimes nos quais existe divergência

Origem: STF e STJ

Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração


pública. STJ. Corte Especial. Aprovada em 20/11/2017, DJe 27/11/2017.

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Praticar sexo com menor de 14 anos é crime


Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável configura-se com a conjunção carnal ou


prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da
vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento
amoroso com o agente. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 25/10/2017, DJe 06/11/2017.

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"Lucro fácil" e “cobiça” não podem ser usados como argumentos para
aumentar a pena da concussão e da corrupção passiva
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STJ

A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e


corrupção passiva (arts. 316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a pena-
basealegando que os “motivos do crime” (circunstância judicial do art. 59 do CP) seriam
desfavoráveis. STJ. 3ª Seção.EDv nos EREsp 1196136-RO, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 24/5/2017 (Info 608).

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O interrogatório, na Lei de Drogas, é o último ato da instrução
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF e STJ

O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório será realizado ao final da instrução criminal. Este
dispositivo se aplica: • aos processos penais militares; • aos processos penais eleitorais e • a
todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas). STF.
Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma.
HC 403.550/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/08/2017.

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As causas de aumento de pena do § 2º do art. 157 não se aplicam para


o § 3º
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STJ

As causas de aumento de pena do § 2º do art. 157 do CP não se aplicam para o roubo


qualificado pela lesão corporal grave nem para o latrocínio, previstos no § 3º do art. 157. STJ.
6ª Turma. HC 330831/RO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 03/09/2015.

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Não se aplica o princípio da insignificância – crimes ou contravenções


contra violência doméstica
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções


penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. STJ. 3ª Seção.
Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.

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Não cabe pena restritiva de direitos nos crimes ou contravenções
penais cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no
ambiente doméstico
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017. Importante.

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Para a incidência da majorante do art. 40, V, da Lei de Drogas, é


desnecessária a efetiva transposição de divisas entre os Estados da
federação
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é
desnecessária a efetiva transposição de divisas entre estados da federação, sendo suficiente a
demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. Aprovada em
13/09/2017, DJe 18/09/2017. Importante.

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Perdão judicial deve ser aplicado com cautela


Direito Penal  Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97)  Geral

Origem: STJ

O perdão judicial é ato de clemência do Estado que afasta a punibilidade e o efeitos


condenatórios da sentença penal. Pressupõe o preenchimento de determinados requisitos -
grau de parentesco e insuportável abalo físico ou emocional. O instituto deve ser aplicado com
cautela, evitando-se a banalização, diante do atual cenário de violência no trânsito, que tanto se
tenta combater. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1339809/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 23/02/2016.

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Em caso de estupro de vulnerável com violência presumida praticado


contra vítimas diferentes, a continuidade delitiva é simples (e não
específica)
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

Em caso de estupro de vulnerável praticado contra duas ou mais vítimas, mediante violência
presumida, não há continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP). Isso
porque a violência de que trata a continuidade delitiva especial é a real, não abarcando a
violência presumida. STJ. 5ª Turma. HC 232709/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
25/10/2016. Poderá ser aplicada a regra do concurso material, então? Aplica-se o concurso
material em caso de estupro de vulnerável com violência presumida praticado contra vítimas
diferentes? Também não. A jurisprudência do STJ entende que, nas hipóteses de estupro
praticado com violência presumida, não incide a regra do concurso material nem da
continuidade delitiva específica. Neste caso, deverá ser aplicada a continuidade delitiva
simples (art. 71, caput, do CP), desde que estejam preenchidos, cumulativamente, os requisitos
de ordem objetiva (pluralidade de ações, mesmas condições de tempo, lugar e modo de
execução) e o de ordem subjetiva, assim entendido como a unidade de desígnios ou o vínculo
subjetivo havido entre os eventos delituosos. STJ. 6ª Turma. REsp 1602771/MG, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/10/2017.

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A revisão da dosimetria da pena em recurso especial é admissível


apenas diante de ilegalidade flagrante
Direito Penal  Dosimetria da pena  Noções gerais

Origem: STJ

Em regra, não cabe, no recurso especial, a revisão da dosimetria da pena estabelecida pelas
instâncias ordinárias. Exceção: o STJ admite a mudança da pena no recurso especial em
casos excepcionais quando ficar constatada ilegalidade flagrante, ou seja, quando houver
manifesta violação dos critérios dos arts. 59 e 68, do Código Penal. STJ. 5ª Turma. AgRg no
AREsp 711.268/CE, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/12/2016. STJ. 6ª Turma. AgRg no
AREsp 301.889/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 13/12/2016.

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Lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é


crime de ação pública incondicionada
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

A ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometidos em detrimento da mulher, no âmbito
doméstico e familiar, é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção. Pet 11805-DF, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 10/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604). Vide Súmula 542-STJ: A
ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a
mulher é pública incondicionada.

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É possível aplicar o § 4º do art. 33 da lei de drogas às “mulas”


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

É possível aplicar o § 4º do art. 33 da LD às “mulas”. O fato de o agente transportar droga, por


si só, não é suficiente para afirmar que ele integre a organização criminosa. A simples
condição de “mula” não induz automaticamente à conclusão de que o agente integre
organização criminosa, sendo imprescindível, para tanto, prova inequívoca do seu
envolvimento estável e permanente com o grupo criminoso. Portanto, a exclusão da causa de
diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 somente se justifica
quando indicados expressamente os fatos concretos que comprovem que a “mula” integra a
organização criminosa. STF. 1ª Turma. HC 124107, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
04/11/2014. STF. 2ª Turma. HC 131795, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 03/05/2016. STJ.
5ª Turma. HC 387.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 6/4/2017 (Info 602). STJ. 6ª
Turma. AgRg no AREsp 1052075/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 27/06/2017.

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Pesca de um único peixe que é devolvido, ainda vivo, ao rio em que foi
pescado: princípio da insignificância
Direito Penal  Lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98)  Geral

Origem: STJ

Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei nº 9.605/98 na hipótese em que há a


devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado. STJ. 6ª Turma. REsp
1.409.051-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 20/4/2017 (Info 602).

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Representante legal de empresa que contratou a realização de obra não


responde penalmente por desabamento ocorrido na construção
Direito Penal  Outros crimes do Código Penal e Lei de Contravenções Penais  Geral

Origem: STJ

O representante legal de sociedade empresária contratante de empreitada não responde pelo


delito de desabamento culposo (art. 256, parágrafo único, do CP) ocorrido na obra contratada,
quando não demonstrado o nexo causal, tampouco pode ser responsabilizado, na qualidade de
garante, se não havia o dever legal de agir, a assunção voluntária de custódia ou mesmo a
ingerência indevida sobre a consecução da obra. STJ. 6ª Turma. RHC 80142-SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 28/3/2017 (Info 601).

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Falso testemunho é crime formal


Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STJ

O crime de falso testemunho é de natureza formal. Consuma-se no momento em que é feita a


afirmação falsa a respeito de fato juridicamente relevante, aperfeiçoando-se quando encerrado
o depoimento, podendo, inclusive, a testemunha ser autuada em flagrante delito. Para que esse
delito ocorra, não interessa se as afirmações feitas possuem ou não potencialidade lesiva.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 603.029/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/05/2017.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 723.184/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 22/11/2016.
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O confisco de bens apreendidos em decorrência do tráfico pode ocorrer


ainda que o bem não fosse utilizado de forma habitual e mesmo que ele
não tenha sido alterado
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF

É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência


do tráfico de drogas, sem a necessidade de se perquirir a habitualidade, reiteração do uso do
bem para tal finalidade, a sua modificação para dificultar a descoberta do local do
acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além daqueles previstos
expressamente no art. 243, parágrafo único, da Constituição Federal. STF. Plenário. RE
638491/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/5/2017 (repercussão geral) (Info 865).

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Presunção legal da hipossuficiência da mulher vítima de violência


doméstica
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Apesar de haver decisões em sentido contrário, prevalece o entendimento de que a


hipossuficiência e a vulnerabilidade, necessárias à caracterização da violência doméstica e
familiar contra a mulher, são presumidas pela Lei nº 11.340/2006. A mulher possui na Lei
Maria da Penha uma proteção decorrente de direito convencional de proteção ao gênero
(tratados internacionais), que o Brasil incorporou em seu ordenamento, proteção essa que não
depende da demonstração de concreta fragilidade, física, emocional ou financeira. Ex:
agressão feita por um homem contra a sua namorada, uma Procuradora da AGU, que possuía
autonomia financeira e ganhava mais que ele. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 620.058/DF, Rel.
Min. Jorge Mussi, julgado em 14/03/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp
1720536/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/09/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC
92.825, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca; Julg. 21/08/2018.

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O regime inicial de pena nos crimes hediondos não precisa ser
obrigatoriamente o fechado
Direito Penal  Crimes hediondos (Lei 8.072/90)  Geral

Origem: STF e STJ

A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais
gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e
da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto
observando a singularidade do caso concreto. Assim, é inconstitucional a fixação de regime
inicial fechado com base unicamente na hediondez do delito. STF. 1ª Turma. ARE 935967 AgR,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/03/2016. STF. 2ª Turma. HC 133617, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 10/05/2016. É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º,
da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-
se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal. STF. Plenário. ARE 1052700 RG, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 02/11/2017.

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Portar granada de gás lacrimogêneo ou de pimenta não configura crime


do Estatuto do Desarmamento
Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de pimenta não se


subsome (amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003. Isso
porque elas não se enquadram no conceito de artefatos explosivos. STJ. 6ª Turma. REsp
1627028/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/02/2017 (Info 599).

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A pena de perdimento deve ser restrita ao cargo ocupado no momento


do delito, salvo se o novo cargo tiver relação com as atribuições
anteriores
Direito Penal  Efeitos da condenação e perda do cargo  Geral

Origem: STJ
Imagine que, quando o réu praticou o crime, ele estava ocupando o cargo público “X”. No
entanto, anos mais tarde, no momento em que foi prolatada a sentença condenatória, ele já
estava em outro cargo público (“Z”). O juiz poderá condenar o réu à perda do atual cargo
público (“Z”) mesmo sendo ele posterior à prática do delito? REGRA: não. Em regra, a pena de
perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função pública exercida no
momento da prática do delito. EXCEÇÃO: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo
cargo guarda correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no
momento do crime, neste caso mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de
anular (evitar) a possibilidade de que o agente pratique novamente delitos da mesma natureza.
Assim, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo ocupado ou função pública exercida no
momento do delito, à exceção da hipótese em que o magistrado, motivadamente, entender que
o novo cargo ou função guarda correlação com as atribuições anteriores. STJ. 5ª Turma. REsp
1452935/PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 14/03/2017 (Info 599).

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Estupro de vulnerável, vulnerabilidade temporária e ação penal


Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

O art. 225 do CP, na época da Lei 12.015/2009, tinha a seguinte redação: Art. 225. Nos crimes
definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
condicionada à representação. Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal
pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
Segundo tese defensiva, o estupro de vulnerável do art. 217-A, § 1º, do CP somente é de ação
penal pública incondicionada quando a vulnerabilidade for permanente (ex: doente mental). Se
a vulnerabilidade for temporária (ex: decorrente de embriaguez), a ação penal seria
condicionada à representação. Assim, quando o art. 225, parágrafo único do CP (com redação
dada pela Lei nº 12.015/2009) fala em “pessoa vulnerável”, ele está se referindo à pessoa que
é vulnerável (vulnerabilidade permanente) e não à pessoa que está vulnerável (vulnerabilidade
temporária). Essa tese defensiva acima exposta é acolhida pelo STJ? 5ª Turma do STJ: NÃO
Em casos de vulnerabilidade da ofendida, a ação penal é pública incondicionada, nos moldes
do parágrafo único do art. 225 do CP. Esse dispositivo não fez qualquer distinção entre a
vulnerabilidade temporária ou permanente, haja vista que a condição de vulnerável é aferível no
momento do cometimento do crime, ocasião em que há a prática dos atos executórios com
vistas à consumação do delito. Em outras palavras, seja a vulnerabilidade permanente ou
temporária, no caso de estupro de vulnerável a ação penal é sempre incondicionada. STJ. 5ª
Turma. AgRg no REsp 1432186/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 15/05/2018. 6ª Turma
do STJ: SIM A “pessoa vulnerável” de que trata o parágrafo único do art. 225 do CP é somente
aquela que possui uma incapacidade permanente de oferecer resistência à prática dos atos
libidinosos. Se a pessoa é incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência
dos atos libidinosos, ela não pode ser considerada vulnerável para os fins do parágrafo único
do art. 225, de forma que a ação penal permanece sendo condicionada à representação da
vítima. No crime sexual cometido durante vulnerabilidade temporária da vítima, sob a égide do
art. 225 do Código Penal com a redação dada pela Lei nº 12.015/2009, a ação penal pública é
condicionada à representação. STJ. 6ª Turma. REsp 1.814.770-SP, Rel. Min. Antonio Saldanha
Palheiro, julgado em 05/05/2020 (Info 675). ATENÇÃO: A discussão acima exposta existia
antes da Lei nº 13.718/2018. Atualmente não interessa mais, salvo para definir situações
pretéritas. Isso porque a Lei 13.718/2018 alterou a redação do art. 225 do CP e passou a
prever que TODOS os crimes contra a dignidade sexual são de ação pública incondicionada
(sempre). Não há exceções!

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Pagamento da multa tributária não extingue a punibilidade do crime


previsto no art. 1º, V, da Lei 8.137/90
Direito Penal  Crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90)  Geral

Origem: STJ

O pagamento da penalidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender às


exigências da autoridade tributária estadual quanto à exibição de livros e documentos fiscais
não se adequa a nenhuma das hipóteses de extinção de punibilidade previstas no § 2º do art.
9º da Lei nº 10.684/2003. STJ. 6ª Turma. REsp 1630109-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 14/2/2017 (Info 598).

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A extorsão pode ser praticada mediante a ameaça feita pelo agente de


causar um "mal espiritual" na vítima
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Extorsão (art. 158)

Origem: STJ

O crime de extorsão consiste em "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar fazer alguma coisa" A ameaça de causar um "mal espiritual" contra a
vítima pode ser considerada como "grave ameaça" para fins de configuração do crime de
extorsão? SIM. Configura o delito de extorsão (art. 158 do CP) a conduta do agente que
submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou idônea a atemorizá-la e compeli-la a
realizar o pagamento de vantagem econômica indevida. STJ. 6ª Turma. REsp 1299021-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/2/2017 (Info 598).

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Ocorrendo o tráfico de drogas nas imediações de presídio, incidirá a


causa de aumento do art. 40, III, da LD, não importando quem seja o
comprador
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF

Se o agente vende a droga nas imediações de um presídio, mas o comprador não era um dos
detentos nem qualquer pessoa que estava frequentando o presídio, ainda assim deverá incidir
a causa de aumento do art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006? SIM. A aplicação da causa de
aumento prevista no art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 se justifica quando constatada a
comercialização de drogas nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais,
sendo irrelevante se o agente infrator visa ou não aos frequentadores daquele local. Assim, se
o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional, incidirá a causa
de aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente. STF. 2ª Turma. HC
138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).

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Critérios para verificação judicial da viabilidade da denúncia pelo art. 89


da Lei 8.666/93 (atual art. 337-A do Código Penal)
Direito Penal  Crimes em licitações e contratos administrativos  Geral

Origem: STF

O objetivo do art. 89 não é punir o administrador público despreparado, inábil, mas sim o
desonesto, que tinha a intenção de causar dano ao erário ou obter vantagem indevida. Por essa
razão, é necessário sempre analisar se a conduta do agente foi apenas um ilícito civil e
administrativo ou se chegou a configurar realmente crime. Deverão ser analisados três critérios
para se verificar se o ilícito administrativo configurou também o crime do art. 89: 1º) existência
ou não de parecer jurídico autorizando a dispensa ou a inexigibilidade. A existência de parecer
jurídico é um indicativo da ausência de dolo do agente, salvo se houver circunstâncias que
demonstrem o contrário. 2º) a denúncia deverá indicar a existência de especial finalidade do
agente de lesar o erário ou de promover enriquecimento ilícito. 3º) a denúncia deverá descrever
o vínculo subjetivo entre os agentes. STF. 1ª Turma. Inq 3674/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 7/3/2017 (Info 856). ATUALIZAÇÃO: O art. 89 da Lei nº 8.666/93 foi revogado pela nova Lei
de Licitações (Lei 14.133/2021), que previu um novo crime para essa mesma conduta, no
entanto, com diferente redação. Confira: Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à
contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa. Penso que o entendimento jurisprudencial acima exposto permanece com o
novo crime do art. 337-A do Código Penal.

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O crime do art. 89 da Lei 8.666/93 (atual art. 337-E do Código Penal)


exige dano ao erário?
Direito Penal  Crimes em licitações e contratos administrativos  Geral

Origem: STF e STJ

O crime do art. 89 da Lei 8.666/93 exige resultado danoso (dano ao erário) para se consumar?
1ª corrente: SIM. Posição do STJ e da 2ª Turma do STF. STJ. Corte Especial. APn 480-MG, Rel.
originária Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Cesar Asfor Rocha,
julgado em 29/3/2012 (Info 494) STJ. 6ª Turma. HC 377.711/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 09/03/2017. STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
2/2/2016 (Info 813). 2ª corrente: NÃO. Entendimento da 1ª Turma do STF. STF. 1ª Turma. Inq
3674/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856). STF. 1ª Turma. AP 971, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 28/06/2016. ATUALIZAÇÃO: O art. 89 da Lei nº 8.666/93 foi
revogado pela nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), que previu um novo crime para essa
mesma conduta, no entanto, com diferente redação. Confira: Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou
dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena – reclusão, de 4
(quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

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Como tipificar o latrocínio se foi atingido um único patrimônio, mas


houve pluralidade de mortes?
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ
Carlos e Luiza estão entrando no carro quando são rendidos por João, assaltante armado, que
deseja subtrair o veículo. Carlos acaba reagindo e João atira contra ele e Luiza, matando o
casal. João foge levando o carro. Haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal de ou
um único crime de latrocínio? • STJ: concurso formal impróprio. • STF e doutrina majoritária:
um único crime de latrocínio. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 534.618/MS, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 22/10/2019. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1251035/SE, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 03/08/2017. STF. 1ª Turma. RHC 133575/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 21/2/2017 (Info 855).

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Agente que participou do roubo pode responder por latrocínio ainda que
o disparo que matou a vítima tenha sido efetuado pelo corréu
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STF

Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima,
responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua
participação se revele de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro
utilizando arma de fogo. Eles abordaram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no
veículo que estava estacionado. Os assaltantes levaram as vítimas para um barraco no morro.
Pedro ficou responsável por vigiar o casal no cativeiro enquanto João realizaria outros crimes
utilizando o carro subtraído. Depois de João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e Pedro
atirou nas vítimas, que acabaram morrendo. João pretendia responder apenas por roubo
majorado (art. 157, § 2º, I e II) alegando que não participou nem queria a morte das vítimas,
devendo, portanto, ser aplicado o art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo, não acatou a tese. Isso
porque João assumiu o risco de produzir resultado mais grave, ciente de que atuava em crime
de roubo, no qual as vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo. STF. 1ª
Turma. RHC 133575/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/2/2017 (Info 855). Atenção:
vide STF. 1ª Turma. HC 109151/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2012 (Info 670).

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Interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação


Direito Penal  Crimes contra a pessoa  Aborto

Origem: STF
A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante
(art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação
conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto
– para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no
primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da
mulher, bem como o princípio da proporcionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016 (Info 849).

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Posse ou porte apenas da munição configura crime


Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STF

A posse (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) ou o porte (art. 14) de arma de fogo configura crime
mesmo que ela esteja desmuniciada. Da mesma forma, a posse ou o porte apenas da munição
(ou seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso porque tal conduta consiste em
crime de perigo abstrato, para cuja caracterização não importa o resultado concreto da ação.
STF. 1ª Turma. HC 131771/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016 (Info 844). STJ.
5ª Turma. HC 432.691/MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 21/06/2018. STJ. 5ª Turma. HC
467.148/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/10/2018. STJ. 6ª Turma. HC
441.752/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 12/06/2018. STJ. 6ª Turma.
AgRg-AREsp 1.367.442/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 27/11/2018. O
entendimento acima exposto configura a regra geral e deve ser adotada nos concursos caso
não seja feito nenhum esclarecimento adicional. No entanto, o STF e o STJ, em alguns casos
concretos, têm reconhecido, excepcionalmente, o princípio da insignificância para o crime de
porte ilegal de pouca quantidade de munição desacompanhada da arma. Confira: STF. 2ª
Turma. RHC 143449, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/09/2017. STJ. 5ª Turma.
REsp 1710320/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 03/05/2018. STJ. 6ª Turma. AgInt no
REsp 1704234/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 8/2/2018. Desse modo, a
incidência ou não do crime terá que ser analisada no caso concreto.

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Súmula 582-STJ
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STJ
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse
mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016
(Info 590).

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Tráfico privilegiado não é hediondo (cancelamento da Súmula 512-STJ)


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF e STJ

O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de


Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC
118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831). O tráfico ilícito de
drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime equiparado
a hediondo e, por conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do Superior
Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 595). O que dizia a Súmula 512-STJ: "A
aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não
afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas." Pacote anticrime Em 2019, foi editada a Lei
nº 13.964/2019, que acrescentou o § 5º ao art. 112 da LEP positivando o entendimento acima
exposto: Art. 112 (...) § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo,
o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006.

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Agente que pratica delitos da Lei de Drogas envolvendo criança ou


adolescente responde também por corrupção de menores?
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

• Caso o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não esteja previsto nos arts. 33
a 37 da Lei de Drogas, o réu responderá pelo crime praticado e também pelo delito do art. 244-
B do ECA (corrupção de menores). • Caso o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18
anos seja o art. 33, 34, 35, 36 ou 37 da Lei nº 11.343/2006: ele responderá apenas pelo crime
da Lei de Drogas com a causa de aumento de pena do art. 40, VI. Não será punido pelo art.
244-B do ECA para evitar bis in idem. Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo
menor de 18 anos não estar previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser
condenado pelo crime de corrupção de menores, porém, se a conduta estiver tipificada em um
desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito, mas apenas a
majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma. REsp
1622781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/11/2016 (Info 595).

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Correto conceito de culpabilidade, princípio da não-culpabilidade e


vedação ao bis in idem
Direito Penal  Dosimetria da pena  Primeira fase (circunstâncias judiciais)

Origem: STF

Determinado réu foi condenado por furto qualificado por rompimento de obstáculo (art. 155, §
4º, I, do CP). O STF considerou incorreta a sentença do juiz que, na 1ª fase da dosimetria da
pena, aumentou a pena-base com fundamento em três argumentos: a) Culpabilidade. O
magistrado afirmou que era patente a culpabilidade do réu considerando que ele tinha plena
consciência da ilicitude de seu ato. O juiz confundiu os conceitos. Para fins de dosimetria da
pena, culpabilidade consiste na reprovação social que o crime e o autor do fato merecem. Essa
culpabilidade de que trata o art. 59 do CP não tem nada a ver com a culpabilidade como
requisito do crime (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato e exigibilidade de
conduta diversa). b) Antecedentes. O juiz aumentou a pena pelo fato de o agente já responder
a quatro outros processos criminais. A jurisprudência entende que, em face do princípio da
presunção de não culpabilidade, os inquéritos policiais e ações penais em curso não podem
ser considerados maus antecedentes (Súmula 444-STJ e STF RE 591054/SC). c)
Circunstâncias do crime. O julgador considerou que as circunstâncias do crime eram negativas
porque o crime foi praticado com rompimento de obstáculo à subtração da coisa. Aqui, o erro
do magistrado foi utilizar como circunstância judicial (1ª fase da dosimetria) um elemento que
ele já considerou como qualificadora (inciso I do § 4º do art. 155). Houve, portanto, bis in idem
(dupla punição pelo mesmo fato). STF. 2ª Turma. HC 122940/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 13/12/2016 (Info 851).

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Para a configuração do cambismo não é necessário provar que não


havia mais ingressos disponíveis na bilheteria
Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Estatuto do Torcedor
Origem: STJ

Cambista é a pessoa que vende ingressos com ágio, fora das bilheterias dos teatros, estádios
etc. O cambista comete o delito previsto no art. 41-F da Lei 10.671/2003 (Estatuto do
Torcedor): “Vender ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete”.
Para a configuração do crime de cambismo, não é necessário provar que, no momento da
oferta, não havia ingressos disponíveis na bilheteria. O tipo penal não exige essa circunstância
e o simples fato de oferecer o ingresso com preço superior ao da face já é conduta que ofende
o bem jurídico protegido. O cambismo é comportamento dotado de reprovabilidade penal pela
simples razão de envolver a exploração, artificiosa, de um bem finito: a quantidade de lugares
nos estádios. STJ. 6ª Turma. RHC 47835-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 9/12/2014 (Info 554).

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Necessidade de perícia para demonstrar a configuração do delito


Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Crime do art. 7º, IX, da Lei 8.137/90

Origem: STJ

O art. 7º, IX, da Lei nº 8.137/90 prevê o seguinte delito: Art. 7º Constitui crime contra as
relações de consumo: IX — vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de
qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena — detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. Para caracterizar o delito previsto no
art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 (crime contra relação de consumo), é imprescindível a realização
de perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estão em condições impróprias para
o consumo, não sendo suficiente, para a comprovação da materialidade delitiva, auto de
infração informando a inexistência de registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE). STJ. 5ª
Turma. AgRg no Resp 1111736-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/12/2013
(Info 533). STJ. 5ª Turma. RHC 49752-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/4/2015 (Info
560).

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Se as informações requisitadas pelo MP forem dispensáveis à


propositura da ACP, não haverá crime
Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Crime do art. 10 da Lei 7.347/85

Origem: STJ
A Lei de Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) prevê como crime a seguinte conduta: Art. 10.
Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez)
a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional — ORTN, a recusa, o retardamento
ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando
requisitados pelo Ministério Público. O crime consiste na conduta da pessoa que recebeu uma
requisição do MP que exigia determinado documento e/ou informação e o destinatário, em vez
de cumpri-la, recusa, retarda ou se omite. O STJ entende que se as informações requisitadas
pelo MP não forem INDISPENSÁVEIS à propositura da ACP, não haverá crime. Ex: o MP
instaurou IC e requisitou determinadas informações do Secretário de Saúde. Este prestou as
informações fora do prazo assinalado, de forma que houve retardamento. Em tese, o agente
público teria praticado o crime do art. 10. Ocorre que, após receber as informações, o MP
decidiu arquivar o IC por entender que não houve qualquer violação a direitos transindividuais.
Por via de consequência, não existiu o crime do art. 10, já que as informações retardadas não
eram indispensáveis à propositura de ACP. STJ. 5ª Turma. HC 303856-RJ, Rel. Min. Felix
Fischer, julgado em 7/4/2015 (Info 560).

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Para a configuração do delito do art. 1º, XIV, é indispensável a


inequívoca ciência do Prefeito
Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Crimes de responsabilidade dos Prefeitos (DL 201/67)

Origem: STF

O art. 1º, XIV, do DL 201/67 prevê que o Prefeito pratica crime quando nega execução a lei
federal, estadual ou municipal, ou deixa de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa
ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente. Vale ressaltar, no entanto, que,
segundo entende o STF, para a configuração do delito em tela é indispensável que o MP
comprove a inequívoca ciência do Prefeito a respeito da ordem judicial. Ex: em Joinville (SC), o
juiz expediu ordem judicial determinando que o Município se abstivesse de praticar
determinado ato administrativo. A ordem judicial foi endereçada à Procuradoria do Município.
Mesmo após a intimação ser efetivada, o ato administrativo questionado foi praticado. Diante
disso, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o Prefeito, imputando-lhe a prática do
crime previsto no art. 1º, XIV, do DL 201/67. O STF absolveu o réu. Segundo entenderam os
Ministros, não foram produzidas provas de que o réu tenha tido conhecimento da ordem
judicial ou que tenha concorrido para seu descumprimento. Para configuração do delito em
tela, é indispensável que o MP comprove a inequívoca ciência do Prefeito a respeito da ordem
judicial, não sendo suficiente que a determinação judicial tenha sido comunicada a terceiros.
Para que o Prefeito pudesse ser responsabilizado criminalmente, seria indispensável a sua
intimação pessoal. STF. 1ª Turma. AP 555/SC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/10/2015
(Info 802).

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O crime do art. 1º, I, é próprio mas admite a participação (art. 29 do CP).


Direito Penal  Outros temas da legislação extravagante  Crimes de responsabilidade dos Prefeitos (DL 201/67)

Origem: STF

O crime do art. 1º, I, do Decreto-Lei 201/1967 é próprio, somente podendo ser praticado por
prefeito, admitida, porém, a participação, nos termos do art. 29 do CP. Exemplo: Deputado
Federal apresentou emenda parlamentar ao orçamento da União autorizando o repasse de
recursos para o Município “X”, verba destinada à aquisição de uma ambulância. O recurso foi
transferido, foi realizada a licitação, mas o certame foi direcionado em favor de determinada
empresa que superfaturou o preço. Ficou demonstrado que o Prefeito, o Deputado e os donos
da empresa vencedora estavam em conluio para a prática dessa conduta. Desse modo, todos
eles irão responder pelo delito do art. 1º, I, do DL 201/67. STF. 2ª Turma. Inq 3634/DF, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 2/6/2015 (Info 788).

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Hipótese de inocorrência de ação controlada


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Ação controlada é uma técnica especial de investigação por meio da qual a autoridade policial
ou administrativa (ex: Receita Federal, corregedorias), mesmo percebendo que existem indícios
da prática de um ato ilícito em curso, retarda (atrasa, adia, posterga) a intervenção neste crime
para um momento posterior, com o objetivo de conseguir coletar mais provas, descobrir
coautores e partícipes da empreitada criminosa, recuperar o produto ou proveito da infração ou
resgatar, com segurança, eventuais vítimas. Imagine que a Polícia recebeu informações de que
determinado indivíduo estaria praticando tráfico de drogas. A partir daí, passou a vigiá-lo,
seguindo seu carro, tirando fotografias e verificando onde ele morava. Em uma dessas
oportunidades, houve certeza de que ele estava praticando crime e foi realizada a sua prisão
em flagrante. A defesa do réu alegou que a Polícia realizou "ação controlada" e que, pelo fato
de não ter havido autorização judicial prévia, ela teria sido ilegal, o que contaminaria toda prova
colhida. A tese da defesa foi aceita pelo STJ? NÃO. A investigação policial que tem como única
finalidade obter informações mais concretas acerca de conduta e de paradeiro de determinado
traficante, sem pretensão de identificar outros suspeitos, não configura a ação controlada do
art. 53, II, da Lei nº 11.343/2006, sendo dispensável a autorização judicial para a sua
realização. STJ. 6ª Turma. RHC 60251-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
17/9/2015 (Info 570).

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Regime inicial para condenado não reincidente a pena de até 4 anos


com circunstâncias judiciais negativas (influência da natureza e
quantidade da droga)
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF

É legítima a fixação de regime inicial semiaberto, tendo em conta a quantidade e a natureza do


entorpecente, na hipótese em que ao condenado por tráfico de entorpecentes tenha sido
aplicada pena inferior a 4 anos de reclusão. A valoração negativa da quantidade e da natureza
da droga representa fator suficiente para a fixação de regime inicial mais gravoso. STF. 2ª
Turma. HC 133308/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/3/2016 (Info 819).

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No tráfico de drogas, o regime inicial nem sempre será o fechado


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF e STJ

Qual é o regime inicial de cumprimento de pena do réu que for condenado por tráfico de
drogas? • Lei nº 8.072/90: prevê que o regime inicial deve ser, obrigatoriamente, o fechado (art.
2º, § 1º). • Plenário do STF: esse § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90 é INCONSTITUCIONAL. O
regime inicial nas condenações por crimes hediondos ou equiparados (como é o caso do
tráfico de drogas) não tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser também o regime
semiaberto ou aberto, desde que presentes os requisitos do art. 33, § 2º, alíneas “b” e “c”, do
Código Penal. • STJ: também adota o entendimento do STF. Assim, é possível a fixação de
regime prisional diferente do fechado para o início do cumprimento de pena imposta ao
condenado por tráfico de drogas. STF. Plenário. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli,
27/6/2012 (Info 672). STJ. 3ª Seção. EREsp 1285631-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Junior,
julgado em 24/10/2012 (Info 507). É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, §
1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação,
ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal. STF. Plenário. ARE 1052700
RG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 02/11/2017 (repercussão geral).

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Tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006), hediondez e


súmula do STJ
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 512-STJ: A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei
nº 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas. Obs: este enunciado foi
cancelado.

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Pureza da droga é irrelevante na dosimetria da pena


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF

O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da pena. De acordo com a Lei
nº 11.343/2006, preponderam apenas a natureza e a quantidade da droga apreendida para o
cálculo da dosimetria da pena. STF. 2ª Turma. HC 132909/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 15/3/2016 (Info 818).

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Aplicação de causa de aumento de pena do inciso VI ao crime de


associação para o tráfico de drogas com criança ou adolescente
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ
A participação do menor pode ser considerada para configurar o crime de associação para o
tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como causa de aumento do art. 40, VI,
da Lei nº 11.343/2006. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois
terços, se: VI — sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha,
por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação.
STJ. 6ª Turma. HC 250455-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info 576).

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Só poderá incidir a interestadualidade se ficar demonstrado que a


intenção do agente era pulverizar a droga em mais de um Estado-
membro
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Se o agente importa a droga com objetivo de vendê-la em determinado Estado da Federação,


mas, para chegar até o seu destino, ele tem que passar por outros Estados, incidirá, neste caso,
apenas a causa de aumento da transnacionalidade (art. 40, I), não devendo ser aplicada a
majorante da interestadualidade (art. 40, V) se a intenção do agente não era a de comercializar
o entorpecente em mais de um Estado da Federação. As causas especiais de aumento da pena
relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito, previstas, respectivamente, nos
incisos I e V do art. 40 da Lei de Drogas, até podem ser aplicadas simultaneamente, desde que
demonstrada que a intenção do acusado que importou a substância era a de pulverizar a droga
em mais de um Estado do território nacional. Se isso não ficar provado, incide apenas a
transnacionalidade. Assim, é inadmissível a aplicação simultânea das causas de aumento da
transnacionalidade (art. 40, I) e da interestadualidade (art. 40, V) quando não ficar comprovada
a intenção do importador da droga de difundi-la em mais de um Estado-membro. O fato de o
agente, por motivos de ordem geográfica, ter que passar por mais de um Estado para chegar
ao seu destino final não é suficiente para caracterizar a interestadualidade. STJ. 6ª Turma. HC
214942-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/6/2016 (Info 586).

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Causa de aumento do inciso V do art. 40 não exige a efetiva


transposição da fronteira
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF

Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é
desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo
suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. STJ. 3ª
Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.

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Droga transportada em transporte público e causa de aumento do art.


40 da Lei 11.343/2006
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF e STJ

O art. 40, III, da Lei de Drogas prevê como causa de aumento de pena o fato de a infração ser
cometida em transportes públicos. Se o agente leva a droga em transporte público, mas não a
comercializa dentro do meio de transporte, incidirá essa majorante? NÃO. A majorante do art.
40, III, da Lei 11.343/2006 somente deve ser aplicada nos casos em que ficar demonstrada a
comercialização efetiva da droga em seu interior. É a posição majoritária no STF e STJ. STF. 1ª
Turma. HC 122258-MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/08/2014. STF. 2ª Turma. HC
120624/MS, Red. p/ o acórdão, Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 3/6/2014 (Info 749).
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1295786-MS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
18/6/2014 (Info 543). STJ. 6ª Turma. REsp 1443214-MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 22/09/2014.

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A conduta prevista no art. 12, § 2º, II da Lei 6.368/76 continua sendo


crime na atual Lei de Drogas
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

A conduta prevista no inciso III do § 2º do art. 12 da Lei nº 6.368/1976 continua sendo típica na
vigência da Lei nº 11.343/2006, estando ela espalhada em mais de um artigo da nova lei.
Desse modo, não houve abolitio criminis quanto à conduta do art. 12, § 2º, III, da Lei nº
6.368/76. STJ. 6ª Turma. HC 163545-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
25/6/2013 (Info 527).

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Informante do tráfico (art. 37)


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

É possível que alguém seja condenado pelo art. 35 e, ao mesmo tempo, pelo art. 37, da Lei de
Drogas em concurso material, sob o argumento de que o réu era associado ao grupo criminoso
e que, além disso, atuava também como “olheiro”? NÃO. Segundo decidiu o STJ, nesse caso,
ele deverá responder apenas pelo crime do art. 35 (sem concurso material com o art. 37).
Considerar que o informante possa ser punido duplamente (pela associação e pela
colaboração com a própria associação da qual faça parte), contraria o princípio da
subsidiariedade e revela indevido bis in idem, punindo-se, de forma extremamente severa,
aquele que exerce função que não pode ser entendida como a mais relevante na divisão de
tarefas do mundo do tráfico. STJ. 5ª Turma. HC 224849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 11/6/2013 (Info 527).

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Financiamento do tráfico e assemelhados (art. 36)


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do art. 33: responderá
apenas pelo art. 36 da Lei de Drogas. Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico,
também pratica algum verbo do art. 33: responderá apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei
de Drogas (não será condenado pelo art. 36). STJ. 6ª Turma. REsp 1290296-PR, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 17/12/2013 (Info 534).

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Livramento condicional no caso de associação para o tráfico (art. 35)


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

O art. 83 do CP prevê que o condenado por crime hediondo ou equiparado que não for
reincidente específico poderá obter livramento condicional após cumprir 2/3 da pena. Os
condenados por crimes não hediondos ou equiparados terão direito ao benefício se cumprirem
mais de 1/3 da pena (não sendo reincidentes em crimes dolosos) ou se cumprirem mais de
1/2 da pena (se forem reincidentes em crimes dolosos). O crime de associação para o tráfico
de drogas, previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006, não é hediondo nem equiparado. No entanto,
mesmo assim, o prazo para se obter o livramento condicional é de 2/3 porque este requisito é
exigido pelo parágrafo único do art. 44 da Lei de Drogas. Dessa forma, aplica-se ao crime do
art. 35 da LD o requisito objetivo de 2/3 não por força do art. 83, V, do CP, mas sim em razão
do art. 44, parágrafo único, da LD. Vale ressaltar que, no caso do crime de associação para o
tráfico, o art. 44, parágrafo único, da LD prevalece em detrimento da regra do art. 83, V, do CP
em virtude de ser dispositivo específico para os crimes relacionados com drogas (critério da
especialidade), além de ser norma posterior (critério cronológico). STJ. 5ª Turma. HC 311656-
RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 25/8/2015 (Info 568).

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Associação para fins de tráfico (art. 35)


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Segundo o STJ e o STF, para configuração do tipo de associação para o tráfico, é necessário
que haja estabilidade e permanência na associação criminosa. Dessa forma, é atípica a
conduta se não houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico
(eventual). STJ. 5ª Turma. HC 248844/GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/05/2013. STJ.
6ª Turma. HC 139942-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012.

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Tráfico de maquinário (art. 34)


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ
Em dois precedentes de 2013, o STJ discutiu se o art. 34 da Lei de Drogas era ou não
absorvido pelo art. 33. Foram expostas duas conclusões: I — A prática do crime previsto no art.
33, caput, da Lei de Drogas absorve o delito capitulado no art. 34 da mesma lei, desde que não
fique caracterizada a existência de contextos autônomos e coexistentes aptos a vulnerar o
bem jurídico tutelado de forma distinta. Assim, responderá apenas pelo crime do art. 33 (sem
concurso com o art. 34), o agente que, além de preparar para venda certa quantidade de
drogas ilícitas em sua residência, mantiver, no mesmo local, uma balança de precisão e um
alicate de unha utilizados na preparação das substâncias. Isso porque, na situação em análise,
não há autonomia necessária a embasar a condenação em ambos os tipos penais
simultaneamente, sob pena de “bis in idem”. STJ. 5ª Turma. REsp 1196334-PR, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 19/9/2013 (Info 531). II — Responderá pelo crime de tráfico de
drogas (art. 33) em concurso com o art. 34 o agente que, além de ter em depósito certa
quantidade de drogas ilícitas em sua residência para fins de mercancia, possuir, no mesmo
local e em grande escala, objetos, maquinário e utensílios que constituam laboratório utilizado
para a produção, preparo, fabricação e transformação de drogas ilícitas em grandes
quantidades. Não se pode aplicar o princípio da consunção porque nesse caso existe
autonomia de condutas e os objetos encontrados não seriam meios necessários nem
constituíam fase normal de execução daquele delito de tráfico de drogas, possuindo lesividade
autônoma para violar o bem jurídico. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 303213-SP, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 8/10/2013 (Info 531).

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Não se pode aplicar o § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 com as penas


da Lei 6.368/76
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/06, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da
aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de leis.

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O fato de o réu ter ocupação lícita não significa que terá direito,
necessariamente, à minorante do § 4º do art. 33 da LD
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral
Origem: STJ

Ainda que o réu comprove o exercício de atividade profissional lícita, se, de forma
concomitante, ele se dedicava a atividades criminosas, não terá direito à causa especial de
diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). O tráfico de
drogas praticado por intermédio de adolescente que, em troca da mercancia, recebia
comissão, evidencia (demonstra) que o acusado se dedicava a atividades criminosas,
circunstância apta a afastar a incidência da causa especial de diminuição de pena prevista no
art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma. REsp 1380741-MG, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 12/4/2016 (Info 582).

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Quantidade e natureza da droga e parâmetros para o tráfico privilegiado


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

A quantidade e a natureza da droga podem fundamentar o indeferimento do benefício previsto


no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, desde que não implique bis in idem. STJ. 6ª Turma.
AgRg no AREsp 580590/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/03/2015.

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É possível aplicar o § 4º do art. 33 da lei de drogas às “mulas”


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF e STJ

Segundo o entendimento que prevalece no STF é possível aplicar o § 4º do art. 33 da LD às


“mulas”. STF. 1ª Turma. RHC 118008/SP, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 24/9/2013 (Info
721). STF. 1ª Turma. HC 124107/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/11/2014 (Info 766).
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 606431/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 01/06/2017.

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O juiz pode negar a aplicação do § 4º usando como argumento o fato de
o réu, além do delito de tráfico (art. 33), ter praticado também o crime
de associação para o tráfico (art. 35)
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

É inaplicável a causa especial de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº


11.343/2006 na hipótese em que o réu tenha sido condenado, na mesma ocasião, por tráfico e
pela associação de que trata o art. 35 do mesmo diploma legal. A aplicação da referida causa
de diminuição de pena pressupõe que o agente não se dedique às atividades criminosas.
Desse modo, verifica-se que a redução é logicamente incompatível com a habitualidade e
permanência exigidas para a configuração do delito de associação (art. 35), cujo
reconhecimento evidencia a conduta do agente voltada para o crime e envolvimento
permanente com o tráfico. STJ. 6ª Turma. REsp 1199671-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 26/2/2013 (Info 517).

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Presença de canabinoides na substância é suficiente para ser


classificada como maconha, ainda que não haja THC
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

Classifica-se como "droga", para fins da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), a substância
apreendida que possua "canabinoides" (característica da espécie vegetal Cannabis sativa),
ainda que naquela não haja tetrahidrocanabinol (THC). STJ. 6ª Turma. REsp 1444537-RS,Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 12/4/2016 (Info 582).

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Tráfico de drogas e juntada do laudo toxicológico definitivo após a


condenação
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF
A 1ª Turma do STF decidiu que a nulidade decorrente da juntada extemporânea do laudo
toxicológico definitivo somente pode ser reconhecida se ficar comprovado prejuízo ao réu.
STF. 1ª Turma. RHC 110429/MG, rel. Min. Luiz Fux, 6/3/2012.

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Consumação do crime de tráfico de drogas na modalidade adquirir pelo


simples fato de a droga ter sido negociada por telefone
Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STJ

A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibilizar


o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de
drogas em sua forma consumada (e não tentada), ainda que a polícia, com base em indícios
obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente
antes que o investigado efetivamente o recebesse. Para que configure a conduta de "adquirir",
prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, não é necessária a tradição do entorpecente e o
pagamento do preço, bastando que tenha havido o ajuste. Assim, não é indispensável que a
droga tenha sido entregue ao comprador e o dinheiro pago ao vendedor, bastando que tenha
havido a combinação da venda. STJ. 6ª Turma. HC 212528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 1º/9/2015 (Info 569).

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Ônus da prova da traficância


Direito Penal  Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)  Geral

Origem: STF

O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada consigo seria utilizada apenas
para consumo próprio. Cabe à acusação comprovar os elementos do tipo penal, ou seja, que a
droga apreendida era destinada ao tráfico. Ao Estado-acusador incumbe demonstrar a
configuração do tráfico, que não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e estarem
na posse de entorpecente. Em suma, se a pessoa é encontrada com drogas, cabe ao Ministério
Público comprovar que o entorpecente era destinado ao tráfico. Não fazendo esta prova,
prevalece a versão do réu de que a droga era para consumo próprio. STF. 1ª Turma. HC
107448/MG, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 18.6.2013 (Info 711). STJ. 6ª Turma. REsp
1.769.822, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 27/11/2018.
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Impossibilidade de penas restritivas de direito


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STF

Não é possível a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ao


condenado pela prática do crime de lesão corporal praticado em ambiente doméstico (art. 129,
§ 9º do CP). STF. 2ª Turma. HC 129446/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/10/2015
(Info 804).

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Lesão corporal em violência doméstica é crime de ação pública


incondicionada
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/8/2015,
DJe 31/8/2015.

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Não é possível aplicar a suspensão condicional do processo nos crimes


praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na


hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

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Competência para crimes dolosos contra a vida praticados com
violência doméstica
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STF

A Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1ª fase do procedimento do júri seja
realizada na Vara de Violência Doméstica em caso de crimes dolosos contra a vida praticados
no contexto de violência doméstica. Não haverá usurpação da competência constitucional do
júri. Apenas o julgamento propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser feito no
Tribunal do Júri. STF. 2ª Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
27/5/2014 (Info 748).

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Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em


violência doméstica
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STF e STJ

Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em situação de violência


doméstica. Os delitos praticados com violência contra a mulher, devido à expressiva
ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica
causada, perdem a característica da bagatela e devem submeter-se ao direito penal. O STJ e o
STF não admitem a aplicação dos princípios da insignificância e da bagatela imprópria aos
crimes e contravenções praticados com violência ou grave ameaça contra a mulher, no âmbito
das relações domésticas, dada a relevância penal da conduta. Vale ressaltar que o fato de o
casal ter se reconciliado não significa atipicidade material da conduta ou desnecessidade de
pena. STJ. 5ª Turma. HC 333.195/MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 12/04/2016. STJ.
6ª Turma. AgRg no HC 318849/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 27/10/2015.
STF. 2ª Turma. RHC 133043/MT, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/5/2016 (Info 825).

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Atriz famosa que é agredida pelo namorado é protegida pela Lei Maria
da Penha
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

O fato de a vítima ser figura pública renomada não afasta a competência do Juizado de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o delito. Isso porque a
situação de vulnerabilidade e de hipossuficiência da mulher, envolvida em relacionamento
íntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo irrelevante a sua condição pessoal para a aplicação
da Lei Maria da Penha. Trata-se de uma presunção da Lei. STJ. 5ª Turma. REsp 1416580-RJ,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 1º/4/2014 (Info 539).

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Violência praticada por filho contra pai idoso


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Não se aplica a Lei Maria da Penha. O sujeito passivo (vítima) não pode ser do sexo masculino.
STJ. 5ª Turma. RHC 51481/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 21/10/2014.

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Violência praticada por ex-namorado contra a ex-namorada


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. Vale ressaltar, porém, que não é qualquer namoro que se
enquadra na Lei Maria da Penha. Se o vínculo é eventual, efêmero, não incide a Lei 11.340/06
(CC 91.979-MG). STJ. 5ª Turma. HC 182411/RS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu
(Desembargador Convocado do TJ/RJ), julgado em 14/08/2012.

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Violência praticada por tia contra sobrinha
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. A tia possuía, inclusive, a guarda da criança (do sexo feminino),
que tinha 4 anos. STJ. 5ª Turma. HC 250435/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/09/2013.

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Violência praticada por companheiro da mãe ("padrasto") contra a


enteada
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. Obs.: a agressão foi motivada por discussão envolvendo o
relacionamento amoroso que o agressor possuía com a mãe da vítima (relação íntima de
afeto). STJ. 5ª Turma. RHC 42092/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 25/03/2014.

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Violência praticada por nora contra sogra


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. Desde que estejam presentes os requisitos de relação íntima
de afeto, motivação de gênero e situação de vulnerabilidade. Ausentes, não se aplica. STJ. 5ª
Turma. HC 175816/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 20/06/2013.

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Violência praticada por genro contra sogra


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ
Aplica-se a Lei Maria da Penha. STJ. 5ª Turma. RHC 50847/BA, Rel. Min. Walter de Almeida
Guilherme (Desembargador Convocado do TJ/SP), julgado em 07/10/2014.

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Violência praticada por irmão contra irmã


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. Ainda que não morem sob o mesmo teto. STJ. 5ª Turma. REsp
1239850/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/02/2012.

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Violência praticada por pai contra a filha


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. O agressor também pode ser mulher. STJ. 6ª Turma. HC
178751/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/05/2013.

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Violência praticada por filha contra a mãe


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. O agressor também pode ser mulher. STJ. 5ª Turma. HC
277561/AL, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 06/11/2014.

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Violência praticada por filho contra a mãe
Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STJ

Aplica-se a Lei Maria da Penha. STJ. 5ª Turma. HC 290650/MS, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 15/05/2014.

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Constitucionalidade da Lei Maria da Penha


Direito Penal  Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)  Geral

Origem: STF

O STF decidiu que a Lei nº 11.340/06 (“Lei Maria da Penha”) é constitucional. Confira as
principais conclusões sobre o tema: • Não há violação do princípio constitucional da igualdade
no fato de a Lei nº 11.340/06 ser voltada apenas à proteção das mulheres. • O art. 33 da Lei
Maria da Penha determina que, nos locais em que ainda não tiverem sido estruturados os
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as
competências cível e criminal para as causas decorrentes de violência doméstica e familiar
contra a mulher. Essa previsão não ofende a competência dos Estados para disciplinarem a
organização judiciária local. • Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher não se aplica a Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95), mesmo que a pena seja
menor que 2 anos. • Toda lesão corporal, ainda que de natureza leve ou culposa, praticada
contra a mulher no âmbito das relações domésticas é crime de ação penal INCONDICIONADA.
STF. Plenário. ADI 4424/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/2/2012.

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Abolitio criminis temporária


Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

Súmula 513-STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 10.826/2003 aplica-se ao


crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.

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O porte ilegal de arma de fogo deve ser absorvido pelo crime de
homicídio?
Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STF

Se o agente, utilizando arma de fogo, atira e mata alguém, haverá homicídio e porte de arma de
fogo ou apenas homicídio? Se uma pessoa pratica homicídio com arma de fogo, a acusação
por porte deverá ser absorvida? Aplica-se o princípio da consunção? Depende da situação:

• Situação 1: NÃO. O crime de porte não será absorvido se ficar provado nos autos que o
agente portava ilegalmente a arma de fogo em outras oportunidades antes ou depois do
homicídio e que ele não se utilizou da arma tão somente para praticar o assassinato. Ex: a
instrução demonstrou que João adquiriu a arma de fogo três meses antes de matar Pedro e
não a comprou com a exclusiva finalidade de ceifar a vida da vítima.

• Situação 2: SIM. Se não houver provas de que o réu já portava a arma antes do homicídio ou
se ficar provado que ele a utilizou somente para matar a vítima. Ex: o agente compra a arma de
fogo e, em seguida, dirige-se até a casa da vítima, e contra ela desfere dois tiros, matando-a.

No caso concreto julgado pelo STF, ficou provado que o réu havia comprado a arma 3 meses
antes da morte da vítima. Além disso, também se demonstrou pelas testemunhas que o
acusado, várias vezes antes do crime, passou na frente da casa da vítima, mostrando
ostensivamente o revólver utilizado no crime. Desse modo, restou provado que os tipos penais
consumaram-se em momentos distintos e que tinham desígnios autônomos, razão pela qual
não se pode reconhecer o princípio da consunção entre o homicídio e o porte ilegal de arma de
fogo. STF. 1ª Turma. HC 120678/PR, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Marco
Aurélio, julgado em 24/2/2015 (Info 775).

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Porte de arma de fogo por vigia após o horário de expediente


Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

O fato de o empregador obrigar seu empregado a portar arma de fogo durante o exercício das
atribuições de vigia não caracteriza coação moral irresistível (art. 22 do CP) capaz de excluir a
culpabilidade do crime de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" (art. 14 da Lei nº
10.826/2003) atribuído ao empregado que tenha sido flagrado portando, em via pública, arma
de fogo, após o término do expediente laboral, no percurso entre o trabalho e a sua residência.
STJ. 5ª Turma. REsp 1456633-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 5/4/2016
(Info 581).

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Transporte de arma de fogo por praticante de tiro desportivo


Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ
Pratica o crime do art. 14 da Lei nº 10.826/2003 o praticante de tiro desportivo que transporta,
municiada, arma de fogo de uso permitido em desacordo com os termos de sua guia de
tráfego, a qual autorizava apenas o transporte de arma desmuniciada. STJ. 6ª Turma. RHC
34579-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 24/4/2014 (Info 540). Obs1:
posteriormente a esse julgado, a Portaria nº 51 - COLOG foi alterada, inserindo-se o art. 135-A
que autoriza "o transporte de uma arma de porte, do acervo de tiro desportivo, municiada, nos
deslocamentos do local de guarda do acervo para os locais de competição e/ou treinamento."
Obs2: o julgado acima está superado. Isso porque, depois dele foram editados novos decretos
que revogaram a antiga regulamentação do Estatuto do Desarmamento (Decreto 5.123/2004),
que não permitia o transporte de arma municiada. O Decreto 9.846/2019 estabeleceu que os
colecionadores, os atiradores e os caçadores poderão portar uma arma de fogo curta
municiada, alimentada e carregada, pertencente a seu acervo cadastrado no Sinarm ou no
Sigma, conforme o caso, sempre que estiverem em deslocamento para treinamento ou
participação em competições, por meio da apresentação do Certificado de Registro de
Colecionador, Atirador e Caçador, do Certificado de Registro de Arma de Fogo e da Guia de
Tráfego válidos.

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Atipicidade da conduta de posse/porte ilegal de arma de fogo ineficaz


Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte NÃO é necessário que a arma de fogo
tenha sido apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a realização de exame pericial para a
comprovação da potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os crimes previstos no arts. 12,
14 e 16 da Lei 10.826/2003 são de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto jurídico
imediato é a segurança coletiva. No entanto, se a perícia for realizada na arma e o laudo
constatar que a arma não tem nenhuma condição de efetuar disparos não haverá crime. Para o
STJ, não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento
apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar
quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para realizar disparos. Assim,
demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das munições apreendidas,
deve ser reconhecida a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do referido
artefato e das aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com a
determinação legal/regulamentar. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 397473/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 19/08/2014 (Info 544). STJ. 6ª Turma. REsp 1451397-MG, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/9/2015 (Info 570).

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Posse/porte de arma de fogo e desnecessidade de perícia


Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte é necessário que a arma de fogo
tenha sido apreendida e periciada? NÃO. É irrelevante (desnecessária) a realização de exame
pericial para a comprovação da potencialidade lesiva do artefato, pois basta o simples porte de
arma de fogo, ainda que desmuniciada, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para a incidência do tipo penal. Isso porque os crimes previstos no arts. 12, 14 e
16 da Lei 10.826/03 são de perigo abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança
coletiva. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1294551/GO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
07/08/2014.

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Uso de munição como pingente e aplicação do princípio da


insignificância
Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STF

É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de


arma. Obs: vale ressaltar que, em regra, a jurisprudência não aplica o princípio da
insignificância aos crimes de posse ou porte de arma ou munição. STF. 2ª Turma. HC
133984/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info 826).
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Arma de fogo encontrada em caminhão configura porte de arma de fogo


(e não posse)
Direito Penal  Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003)  Geral

Origem: STJ

Se a arma de fogo é encontrada no interior do caminhão dirigido por motorista profissional,


trata-se de crime de porte de arma de fogo (art. 14 do Estatuto do Desarmamento). O veículo
utilizado profissionalmente NÃO pode ser considerado “local de trabalho” para tipificar a
conduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12). STJ. 6ª Turma. REsp
1219901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.

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Responsabilidade penal da pessoa jurídica e abandono da dupla


imputação
Direito Penal  Lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98)  Geral

Origem: STF e STJ

É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais


independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu
nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação". STJ. 6ª Turma.
RMS 39173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015 (Info 566). STF. 1ª
Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (Info 714).

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O crime de entrega de direção de veículo automotor a pessoa não


habilitada é de PERIGO ABSTRATO
Direito Penal  Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97)  Geral
Origem: STJ

Súmula 575-STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações
previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano
concreto na condução do veículo.

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Homicídio culposo cometido no exercício de atividade de transporte de


passageiros
Direito Penal  Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97)  Geral

Origem: STJ

Para a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 302, § 1º, IV, do CTB, é
irrelevante que o agente esteja transportando passageiros no momento do homicídio culposo
cometido na direção de veículo automotor. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1255562-RS, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/2/2014 (Info 537).

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Estupro e atentado violento ao pudor são hediondos ainda que


praticados na forma simples
Direito Penal  Crimes hediondos (Lei 8.072/90)  Geral

Origem: STF e STJ

Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, mesmo que cometidos antes da edição da
Lei nº 12.015/2009, são considerados hediondos, ainda que praticados na forma simples. Em
outras palavras, seja antes ou depois da Lei nº 12.015/2009, toda e qualquer forma de estupro
(ou atentado violento ao pudor) é considerada crime hediondo, sendo irrelevante que a prática
de qualquer deles tenha causado, ou não, lesões corporais de natureza grave ou morte. STJ. 3ª
Seção. REsp 1110.520-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012 (Info
505). STF. 1ª Turma. HC 100612/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 16/8/2016 (Info 835).

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Corrupção de menores (art. 244-B do ECA)
Direito Penal  Crimes no ECA  Geral

Origem: STJ

Súmula 500-STJ: A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do


Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

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Possibilidade de configuração dos crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA


mesmo que as vítimas estivessem vestidas
Direito Penal  Crimes no ECA  Geral

Origem: STJ

Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente


sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e
incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do art. 240 e
241-B do ECA. Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando fica clara
a finalidade sexual e libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente, com
enfoque nos órgãos genitais de adolescente — ainda que cobertos por peças de roupas —, e de
poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com conotação obscena e
pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1543267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 3/12/2015 (Info 577).

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Atipicidade penal do exercício da acupuntura


Direito Penal  Outros crimes do Código Penal e Lei de Contravenções Penais  Geral

Origem: STJ

O exercício da acupuntura por indivíduo que não é médico não configura o delito previsto no
art. 282 do CP (exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica). Não existe lei
federal prevendo que a acupuntura é uma atividade privativa de médico (art. 22, XVI, da CF/88).
STJ. 6ª Turma. RHC 66641-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 3/3/2016 (Info 578).
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O simples fato de o réu exercer mandato eletivo não é suficiente para a


causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Causa de aumento do art. 327, § 2º

Origem: STF

O simples fato de o réu exercer um mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa
de aumento do art. 327, § 2º, do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de "imposição hierárquica"). STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min.
Teori Zavascki, julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816).

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Advogado que atua como advogado dativo, por força de convênio com o
Poder Público, é funcionário público para fins penais
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Conceito de funcionário público

Origem: STJ

O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma
remunerada em defesa dos hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência
judiciária gratuita, enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais. Sendo
equiparado a funcionário público, é possível que responda por corrupção passiva (art. 317 do
CP). STJ. 5ª Turma. HC 264459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
10/3/2016 (Info 579).

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O falso pode ser absorvido pelo descaminho


Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Descaminho (art. 334)

Origem: STJ
Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido, como crime-fim, condição que não se altera por ser menor a pena a este cominada.
STJ. 3ª Seção. REsp 1378053-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/8/2016 (recurso
repetitivo) (Info 587).

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Pagamento integral da dívida tributária


Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Descaminho (art. 334)

Origem: STJ

Se o denunciado pelo crime de descaminho fizer o pagamento integral da dívida tributária,


haverá extinção da punibilidade? NÃO. Segundo a posição atual do STJ, o pagamento do
tributo devido NÃO extingue a punibilidade do crime de descaminho. STJ. 5ª Turma. RHC
43558-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 5/2/2015 (Info 555). STJ. 6ª Turma. HC
271650/PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 03/03/2016.

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Crime de coação no curso de procedimento investigatório criminal (PIC)


Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STJ

O Código Penal prevê o delito de coação no curso do processo: Art. 344. Usar de violência ou
grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou
administrativo, ou em juízo arbitral: Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
pena correspondente à violência. O crime em tela abrange o "Procedimento Investigatório
Criminal" (PIC), que é o procedimento investigatório aberto pelo Ministério Público? Se um
investigado ameaça uma testemunha que seria ouvida pelo MP no PIC, ele pratica o delito do
art. 344 do CP? SIM. O crime de coação no curso do processo (art. 344 do CP) pode ser
praticado no decorrer de Procedimento Investigatório Criminal instaurado no âmbito do
Ministério Público. Isso porque o PIC serve para os mesmos fins e efeitos do inquérito policial.
STJ. 6ª Turma. HC 315743-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 6/8/2015 (Info 568).

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Desobediência (art. 330 do CP) e ordem encaminhada via postal
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STJ

Não se configura o crime de desobediência na hipótese em que as notificações do responsável


pelo cumprimento da ordem foram encaminhadas por via postal, sendo os avisos de
recebimento subscritos por terceiros. Para caracterizar o delito de desobediência, exige-se a
notificação pessoal do responsável pelo cumprimento da ordem, demonstrando a ciência
inequívoca da sua existência e, após, a intenção deliberada de não cumpri-la. STJ. 6ª Turma.
HC 226512-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 9/10/2012.

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Inépcia da denúncia de corrupção ativa e o que acontece com a


corrupção passiva
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STJ

O reconhecimento da inépcia da denúncia em relação ao acusado de corrupção ativa (art. 333


do CP) não induz, por si só, ao trancamento da ação penal em relação ao denunciado, no
mesmo processo, por corrupção passiva (art. 317 do CP). Prevalece o entendimento de que, via
de regra, os crimes de corrupção passiva e ativa, por estarem previstos em tipos penais
distintos e autônomos, são independentes, de modo que a comprovação de um deles não
pressupõe a do outro. STJ. 5ª Turma. RHC 52465-PE, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
23/10/2014 (Info 551).

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Peculato de uso
Direito Penal  Crimes contra a administração pública  Crimes diversos

Origem: STF

O STF considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para a realização de


deslocamentos por interesse particular. STF. 1ª Turma. HC 108433 AgR/MG, rel. Min. Luiz Fux,
25/6/2013 (Info 712).
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Colocar fita na placa: crime do art. 311 do CP


Direito Penal  Crimes contra a fé pública  Geral

Origem: STF e STJ

A norma contida no art. 311 do Código Penal busca resguardar a autenticidade dos sinais
identificadores dos veículos automotores, sendo, pois, típica, a simples conduta de alterar, com
fita adesiva, a placa do automóvel, ainda que não caracterizada a finalidade específica de
fraudar a fé pública. Assim, a conduta de colocar uma fita adesiva ou isolante para alterar o
número ou as letras da placa do carro e, assim, evitar multas, pedágio, rodízio etc., configura o
delito do art. 311 do CP. STF. 2ª Turma. RHC 116371/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
13/8/2013 (Info 715). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1327888/SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 03/03/2015.

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Falsa identidade (art. 307 do CP) é crime mesmo em situação de


autodefesa
Direito Penal  Crimes contra a fé pública  Geral

Origem: STJ

Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica,
ainda que em situação de alegada autodefesa. Aprovada em 25/03/2015, DJe 06/04/2015.
Importante.

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Competência para julgar uso de documento falso


Direito Penal  Crimes contra a fé pública  Geral

Origem: STJ

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
importando a qualificação do órgão expedidor. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe
19/10/2015.
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Desnecessidade de prova pericial para condenação por uso de


documento falso (art. 304)
Direito Penal  Crimes contra a fé pública  Geral

Origem: STJ

É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com
fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados da
confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da
materialidade do crime, especialmente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a
realização do referido exame. O crime de uso de documento falso se consuma com a simples
utilização de documento comprovadamente falso, dada a sua natureza de delito formal. STJ.
5ª Turma. HC 307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador convocado
do TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553).

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Falsa declaração de hipossuficiência não configura falsidade ideológica


(art. 299)
Direito Penal  Crimes contra a fé pública  Geral

Origem: STJ

É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os
benefícios da justiça gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em
juízo, com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade de justiça, não é crime, pois
aludida manifestação não pode ser considerada documento para fins penais, já que é passível
de comprovação posterior, seja por provocação da parte contrária seja por aferição, de ofício,
pelo magistrado da causa. STJ. 6ª Turma. HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard
(Desembargadora convocada do TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546).

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Competência para julgar o crime do art. 297, § 4º, do CP


Direito Penal  Crimes contra a fé pública  Geral
Origem: STF e STJ

De quem é a competência para julgar o crime de omissão de anotação de vínculo empregatício


na CTPS (art. 297, § 4º, do CP)? * STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito passivo primário do crime
omissivo do art. 297, § 4.º, do Diploma Penal, é o Estado, e, eventualmente, de forma
secundária, o particular, terceiro prejudicado, com a omissão das informações, referentes ao
vínculo empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-se, portanto de delito que ofende
de forma direta os interesses da União, atraindo a competência da Justiça Federal, nos termos
do art. 109, IV, da CF/88. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 145567/PR , Rel. Min. Joel Ilan
Paciornik, julgado em 27/04/2016. * 1ª Turma do STF: Justiça ESTADUAL. Nesse sentido: 1ª
Turma. Ag.Reg. na Pet 5084, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/11/2015 .

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Configura o crime do art. 218-B do CP ainda que a vítima seja prostituta


e que a relação tenha sido eventual
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Favorecimento da prostituição (art. 218-B)

Origem: STJ

O cliente que conscientemente se serve da prostituição de adolescente, com ele praticando


conjunção carnal ou outro ato libidinoso, incorre no tipo previsto no inciso I do § 2º do art. 218-
B do CP (favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável), ainda que a vítima seja atuante na prostituição e que a relação
sexual tenha sido eventual, sem habitualidade. STJ. 6ª Turma. HC 288374-AM, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 5/6/2014 (Info 543).

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Meios de comprovação da menoridade da vítima nos crimes sexuais


Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

Nos crimes sexuais contra vulnerável, quando inexiste certidão de nascimento atestando ser a
vítima menor de 14 anos na data do fato criminoso, o STJ tem admitido a verificação etária a
partir de outros elementos de prova presentes nos autos. Em suma, a certidão de nascimento
não é o único meio idôneo para se comprovar a idade da vítima, podendo o juiz valer-se de
outros elementos. No caso concreto, mesmo não havendo certidão de nascimento da vítima, o
STJ considerou que esta poderia ser provada por meio das informações presentes no laudo
pericial, das declarações das testemunhas, da compleição física da vítima e das declarações
do próprio acusado. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 12700-AC, voto vencedor Rel. Min. Walter
de Almeida Guilherme (Desembargador convocado do TJ/SP), Rel. para acórdão Min. Gurgel de
Faria, julgado em 10/3/2015 (Info 563).

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Contato físico entre autor e vítima não é indispensável para configurar o


delito
Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14


anos desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito
de estupro de vulnerável. Segundo a posição majoritária na doutrina, a simples contemplação
lasciva já configura o “ato libidinoso” descrito nos arts. 213 e 217-A do Código Penal, sendo
irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido.
STJ. 5ª Turma. RHC 70976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016 (Info 587).

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Passar as mãos nas coxas e seios da vítima configura, em tese, estupro


Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STF

O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua
roupa, pratica, em tese, o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Não importa que
não tenha havido penetração vaginal (conjunção carnal). STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel.
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin julgado em 30/8/2016 (Info 837).

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Deitar em cima da vítima com o membro viril à mostra: consumado


Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ
A consumação do delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) dá-se não
apenas quando há conjunção carnal, mas sim todas as vezes em que houver a prática de
qualquer ato libidinoso com menor de 14 anos. No caso, o agente deitou-se por cima da vítima
com o membro viril à mostra, após retirar-lhe as calças, o que, de per si, configura ato
libidinoso para a consumação do delito de estupro de vulnerável. O STJ entende que é
inadmissível que o Julgador, de forma manifestamente contrária à lei e utilizando-se dos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, reconheça a forma tentada do delito, em
razão da alegada menor gravidade da conduta. STJ. 6ª Turma. REsp 1353575-PR, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/12/2013 (Info 533).

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Passar as mãos no corpo da vítima: consumado


Direito Penal  Crimes contra a dignidade sexual  Estupro de vulnerável (art. 217-A)

Origem: STJ

O agente levou a vítima (menina de 12 anos de idade) para o quarto, despiu-se e, enquanto
retirava as roupas da adolescente, passou as mãos em seu corpo. Ato contínuo, deitou-se na
cama, momento em que a garota vestiu-se rapidamente e fugiu do local. O crime se consumou.
Assim, se o réu praticou esse fato antes da Lei 12.015/2009, responderá por atentado violento
ao pudor com violência presumida (art. 214 c/c art. 224, “a”do CP) ou, se depois da Lei, por
estupro de vulnerável (art. 217-A), ambos na modalidade CONSUMADO. Para que o crime seja
considerado consumado, não é indispensável que o ato libidinoso praticado seja invasivo
(introdução do membro viril nas cavidades da vítima). Logo, toques íntimos podem servir para
consumar o delito. STJ. 6ª Turma. REsp 1309394-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 05/02/2015 (Info 555).

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Crime de violação de direito autoral: basta a perícia por amostragem


Direito Penal  Crime de violação de direito autoral (art. 184 do CP)  Geral

Origem: STJ

Súmula 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação


de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido,
nos aspectos externos do material, e é desnecessária a identificação dos titulares dos direitos
autorais violados ou daqueles que os representem.
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Tipicidade da venda de CDs piratas


Direito Penal  Crime de violação de direito autoral (art. 184 do CP)  Geral

Origem: STJ

Súmula 502-STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime


previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs
piratas.

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O chamado “estelionato judicial” é conduta atípica


Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Estelionato (art. 171)

Origem: STJ

O estelionato judicial consistiria no uso do processo judicial para auferir lucros ou vantagens
indevidas, mediante fraude, ardil ou engodo, ludibriando a Justiça. A jurisprudência entende
que esta conduta é penalmente atípica e não configura o delito do art. 171 do CP. Assim, não
configura crime de “estelionato judicial” a conduta de fazer afirmações possivelmente falsas,
com base em documentos também tidos por adulterados, em ação judicial. Isso porque a
Constituição Federal assegura à parte o acesso ao Poder Judiciário. O processo tem natureza
dialética, possibilitando o exercício do contraditório e a interposição dos recursos cabíveis, não
se podendo falar, no caso, em “indução em erro” do magistrado. Desse modo, verifica-se
atipicidade penal da conduta de invocar causa de pedir remota inexistente para alcançar
consequências jurídicas pretendidas, mesmo que a parte ou seu procurador tenham ciência da
ilegitimidade da demanda. A deslealdade processual é combatida por meio do Código de
Processo Civil, que prevê a condenação do litigante de má-fé ao pagamento de multa, e ainda
passível de punição disciplinar no âmbito do Estatuto da Advocacia. Assim, o chamado
“estelionato judicial” pode ensejar infrações civil e administrativa, mas não configura crime.
Vale ressaltar que o indivíduo poderá responder por eventual ilicitude dos documentos que
embasaram o pedido judicial, sendo isso, contudo, um crime autônomo (ex: falsidade
documental), que não se confunde com a imputação de estelionato judicial. STJ. 5ª Turma. HC
435.818/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/05/2018. STJ. 6ª Turma. RHC 88.623/PB,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018.
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Ameaça de causar prejuízo econômico à vítima pode configurar


extorsão
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Extorsão (art. 158)

Origem: STJ

Se o agente ameaça causar um prejuízo econômico à vítima, ainda assim haverá extorsão? A
grave ameaça prevista no art. 158 pode ser econômica? SIM. O STJ decidiu que a extorsão
pode ser feita mediante ameaça de causar um prejuízo econômico. Assim, não se exige que a
ameaça se dirija apenas contra a integridade física ou moral da vítima. No caso concreto
julgado, o agente estava com o carro da vítima e exigiu que ela fizesse o pagamento a ele de
determinada quantia em dinheiro. Caso o pedido não fosse atendido, ele prometeu destruir o
veículo. Dessa forma, o STJ decidiu que pode configurar o crime de extorsão a exigência de
pagamento em troca da devolução do veículo furtado, sob a ameaça de destruição do bem.
STJ. 5ª Turma. REsp 1207155-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 7/11/2013 (Info
531).

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Roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e participação de


inimputável
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ

Se um maior de idade pratica o roubo juntamente com um inimputável, esse roubo será
majorado pelo concurso de pessoas (art. 157, § 2º do CP). A participação do menor de idade
pode ser considerada com o objetivo de caracterizar concurso de pessoas para fins de
aplicação da causa de aumento de pena no crime de roubo. STF. 1ª Turma. HC 110425/ES, rel.
Min. Dias Toffoli, 5/6/2012. STJ. 6ª Turma. HC 150849/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 16/08/2011.

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Roubo circunstanciado pelo emprego de arma e desnecessidade de
perícia
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STF e STJ

É necessário que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a
majorante do art. 157, § 2º-A, I, do Código Penal? NÃO. O reconhecimento da referida causa de
aumento prescinde (dispensa) da apreensão e da realização de perícia na arma, desde que o
seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima ou
mesmo de testemunhas. STF. 1ª Turma. HC 108034/MG, rel. Min. Rosa Weber, julgado em
05/06/2012. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1076476/RO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
04/10/2018. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 449102/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
09/10/2018.

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Roubo de uso é crime


Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Furto de uso: NÃO é crime (fato atípico). Roubo de uso: É crime (configura o art. 157 do CP).
STJ. 5ª Turma. REsp 1323275-GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/4/2014 (Info 539).

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Momento consumativo do roubo


Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Roubo (art. 157)

Origem: STJ

Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de


violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou
desvigiada. STJ. 3ª Seção. REsp 1499050-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572).
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Causa de aumento do § 1º pode ser aplicada tanto para furto simples


como qualificado
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STF e STJ

É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso
noturno (art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não
existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do §
4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena.
Assim, é possível que o agente seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase
da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso
noturno. A posição topográfica do § 1º (vem antes do § 4º) não é fator que impede a sua
aplicação para as situações de furto qualificado (§ 4º). STF. 2ª Turma. HC 130952/MG, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 13/12/2016 (Info 851). STJ. 6ª Turma. HC 306450-SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/12/2014 (Info 554).

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Art. 102 do Estatuto do Idoso


Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STJ

Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para auxiliá-la a sacar um


dinheiro do caixa eletrônico e, aproveitando a oportunidade, transfere quantias para a sua
conta pessoal, tal conduta configura o crime previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso. STJ. 6ª
Turma. REsp 1358865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 4/9/2014 (Info 547).

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O reconhecimento das qualificadoras da escalada e rompimento de


obstáculo (previstas no art. 155, § 4º, I e II, do CP) exige a realização do
exame pericial, salvo nas hipóteses de inexistência ou desaparecimento
de vestígios, ou ainda se as circunstâncias do crime não permitirem a
confecção do laudo
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STJ

Quanto à escalada, a jurisprudência do STJ entende que a incidência da qualificadora prevista


no art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal exige exame pericial, somente admitindo-se prova
indireta quando justificada a impossibilidade de realização do laudo direito, o que não restou
explicitado nos autos. STJ. 5ª Turma. HC 508.935/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
30/05/2019. É imprescindível, para a constatação da qualificadora referente à escalada no
crime de furto, a realização do exame de corpo de delito, o qual pode ser suprido pela prova
testemunhal ou outro meio indireto somente quando os vestígios tenham desaparecido por
completo ou o lugar se tenha tornado impróprio para a constatação dos peritos, o que não foi
evidenciado nos autos. STJ. 6ª Turma. HC 456.927/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
12/03/2019. O reconhecimento da qualificadora de rompimento de obstáculo exige a
realização de exame pericial, o qual somente pode ser substituído por outros meios
probatórios quando inexistirem vestígios, o corpo de delito houver desaparecido ou as
circunstâncias do crime não permitirem a confecção do laudo. Ainda que a presença da
circunstância qualificadora esteja em consonância com a prova testemunhal colhida nos
autos, mostra-se imprescindível a realização de exame de corpo de delito, nos termos do art.
158 do CPP. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1814051/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
07/11/2019.

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Subtrair objeto do interior do automóvel mediante quebra do vidro: furto


qualificado
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STJ

A conduta de violar o automóvel, mediante a destruição do vidro para que seja subtraído bem
que se encontre em seu interior — no caso, um aparelho de som automotivo — configura o tipo
penal de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo à subtração da coisa, previsto no art.
155, § 4º, inciso I, do CP. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1364606-DF, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 22/10/2013 (Info 532). STJ. 3ª Seção. EREsp 1079847/SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
Terceira Seção, julgado em 22/05/2013.

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Furto de estabelecimento comercial equipado com mecanismo de
vigilância e de segurança
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STF

Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por


existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
impossível a configuração do crime de furto.

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Momento consumativo
Direito Penal  Crimes contra o patrimônio  Furto (art. 155)

Origem: STJ

Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de
tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou
desvigiada. STJ. 3ª Seção. REsp 1524450-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/10/2015
(recurso repetitivo) (Info 572).

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Diferença entre a injúria comum (art. 140 do CP) e a injúria prevista no


art. 326 do CE
Direito Penal  Crimes contra a honra  Geral

Origem: STJ

Compete à Justiça Comum Estadual, e não à Eleitoral, processar e julgar injúria cometida no
âmbito doméstico e desvinculada, direta ou indiretamente, de propaganda eleitoral, embora
motivada por divergência política às vésperas da eleição. STJ. 3ª Seção. CC 134005-PR, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/6/2014 (Infos 543 e 545). O que define a natureza
eleitoral de crimes contra a honra é a circunstância de a ofensa ocorrer na propaganda eleitoral
ou para fins desta. Os tipos penais dos arts. 325 e 326 do Código Eleitoral tutelam não apenas
a honra subjetiva da vítima mas também o ambiente eleitoral, garantindo espaço ético para a
veiculação das propostas dos candidatos. STJ. 3ª Seção. CC 174.107/SP, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, julgado em 25/11/2020.

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A qualificadora do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado


com dolo eventual
Direito Penal  Crimes contra a pessoa  Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o homicídio praticado
com dolo eventual? SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte
(dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma
vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a
conduta. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ.
6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.

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A qualificadora da “paga ou promessa de recompensa” também se


comunica ao mandante do crime?
Direito Penal  Crimes contra a pessoa  Homicídio (art. 121)

Origem: STJ

A qualificadora da “paga ou promessa de recompensa” prevista no inciso I do § 2º do art. 121


do CP é aplicada, sem dúvidas, ao executor do crime. No entanto, indaga-se: essa qualificadora
também se comunica ao mandante do crime? Há divergência no STJ a respeito do tema: 1ª
corrente: NÃO. A qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de
recompensa é circunstância de caráter pessoal e, portanto, incomunicável, por força do art. 30
do CP. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 13/11/2018. 2ª corrente: SIM. No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou
promessa de recompensa é elementar do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do
delito. Sobre o tema: STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 03/05/2018.

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Réu que completou 70 anos após a sessão de julgamento, mas antes
dos embargos de declaração
Direito Penal  Prescrição  Geral

Origem: STF

Em regra, para se beneficiar da redução de prazo prevista no art. 115 do CP, o condenado
deverá ser maior de 70 anos no dia em que a sessão de julgamento for realizada, uma vez que
em tal data a prestação jurisdicional penal condenatória tornar-se-á pública. Não interessa,
portanto, a data em que a decisão é publicada na imprensa oficial. Existe, no entanto, uma
situação em que o condenado será beneficiado pela redução do art. 115 do CP mesmo tendo
completado 70 anos após a sessão de julgamento: isso ocorre quando o condenado opõe
embargos de declaração contra o acórdão condenatório e esses embargos são conhecidos.
Nesse caso, o prazo prescricional será reduzido pela metade se o réu completar 70 anos até a
data do julgamento dos embargos. STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red.
p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731).

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Art. 92 do CP não se aplica a membro do Ministério Público condenado


Direito Penal  Efeitos da condenação e perda do cargo  Geral

Origem: STJ

Imagine que determinado Promotor de Justiça vitalício foi condenado a 3 anos de reclusão
pelo Tribunal de Justiça pela prática de corrupção passiva (crime contra a Administração
Pública). O TJ poderá determinar a perda do cargo, com base no art. 92, I, “a”, do CP? NÃO. As
regras sobre a perda do cargo de membro do Ministério Público estadual estão previstas em
norma especial, qual seja, Lei nº 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), que
dispõe que a perda do referido cargo somente pode ocorrer após o trânsito em julgado de ação
civil proposta para esse fim. STJ. 5ª Turma. REsp 1251621-AM, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
em 16/10/2014 (Info 552). Segundo o art. 38, § 1º, I, e § 2º da Lei n.º 8.625/93 (Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público), a perda do cargo de membro do Ministério Público somente
pode ocorrer após o trânsito em julgado de ação civil proposta para esse fim. Vale ressaltar,
ainda, que essa ação somente pode ser ajuizada pelo Procurador-Geral de Justiça, quando
previamente autorizado pelo Colégio de Procuradores, o que constitui condição de
procedibilidade, juntamente com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Assim,
para que possa ocorrer a perda do cargo do membro do Ministério Público, são necessárias
duas decisões. A primeira, condenando-o pela prática do crime e a segunda, em ação
promovida pelo Procurador-Geral de Justiça, reconhecendo que o referido crime é incompatível
com o exercício de suas funções, ou seja, deve existir condenação criminal transitada em
julgado, para que possa ser promovida a ação civil para a decretação da perda do cargo (art.
38, §2º, da Lei nº 8.625/93). O art. 92 do Código Penal não se aplica aos membros do
Ministério Público condenados criminalmente porque o art. 38 da Lei nº 8.625/93 disciplina o
tema, sendo norma especial (específica), razão pela qual deve esta última prevalecer em
relação à norma geral (Código Penal). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1409692/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/05/2017.

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Execução da pena de multa não paga


Direito Penal  Dosimetria da pena  Pena de multa

Origem: STF

Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento


imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. •
Aprovada em 25/03/2015, DJe 06/04/2015. • Superada. O Ministério Público possui
legitimidade para propor a cobrança de multa decorrente de sentença penal condenatória
transitada em julgado, com a possibilidade subsidiária de cobrança pela Fazenda Pública. STF.
Plenário. ADI 3150/DF, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12 e 13/12/2018
(Info 927). STF. Plenário. AP 470/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12 e 13/12/2018
(Info 927).

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Reincidência, maus antecedentes e período depurador


Direito Penal  Dosimetria da pena  Segunda fase (agravantes e atenuantes)

Origem: STF e STJ

A existência de condenação anterior, ocorrida em prazo superior a cinco anos, contado da


extinção da pena, poderá ser considerada como maus antecedentes? Após o período
depurador, ainda será possível considerar a condenação como maus antecedentes? SIM. As
condenações atingidas pelo período depurador quinquenal do art. 64, inciso I, do CP, embora
afastem os efeitos da reincidência, não impedem a configuração de maus antecedentes, na
primeira etapa da dosimetria da pena. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 558.745/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/09/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC
471.346/MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 21/05/2019. Não se aplica para o
reconhecimento dos maus antecedentes o prazo quinquenal de prescrição da reincidência,
previsto no art. 64, I, do Código Penal. STF. Plenário. RE 593818/SC, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 17/8/2020 (Repercussão Geral - Tema 150). O que foi explicado acima é a regra
geral. Vale ressaltar, contudo, que o STJ possui o entendimento no sentido de que, quando os
registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, admite-se o afastamento de sua
análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento: Quando os registros da
folha de antecedentes do réu são muito antigos, como no presente caso, admite-se o
afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento.
Não se pode tornar perpétua a valoração negativa dos antecedentes, nem perenizar o estigma
de criminoso para fins de aplicação da reprimenda, pois a transitoriedade é consectário natural
da ordem das coisas. Se o transcurso do tempo impede que condenações anteriores
configurem reincidência, esse mesmo fundamento - o lapso temporal - deve ser sopesado na
análise das condenações geradoras, em tese, de maus antecedentes. STJ. 6ª Turma. HC
452.570/PR, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 02/02/2021.

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Aumento da pena pelo fato de a corrupção ter sido praticada por


Promotor ou policial
Direito Penal  Dosimetria da pena  Primeira fase (circunstâncias judiciais)

Origem: STJ

O fato de o crime de corrupção passiva ter sido praticado por Promotor de Justiça no exercício
de suas atribuições institucionais pode configurar circunstância judicial desfavorável na
dosimetria da pena. Isso porque esse fato revela maior grau de reprovabilidade da conduta, a
justificar o reconhecimento da acentuada culpabilidade, dadas as específicas atribuições do
promotor de justiça, as quais são distintas e incomuns se equiparadas aos demais servidores
públicos “latu sensu”. STJ. 5ª Turma. REsp 1251621-AM, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
16/10/2014 (Info 552).

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Furto qualificado
Direito Penal  Princípio da insignificância  Crimes nos quais se rejeita a aplicação
Origem: STJ

Como regra, a aplicação do princípio da insignificância tem sido rechaçada nas hipóteses de
furto qualificado, tendo em vista que tal circunstância denota, em tese, maior ofensividade e
reprovabilidade da conduta. Deve-se, todavia, considerar as circunstâncias peculiares de cada
caso concreto, de maneira a verificar se, diante do quadro completo do delito, a conduta do
agente representa maior reprovabilidade a desautorizar a aplicação do princípio da
insignificância. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 785755/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 22/11/2016. STJ. 5ª Turma. HC 118.171/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 28/10/2019. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 746011/MT, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/11/2015.

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