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Origem: STF
Origem: STF
Uma vez conhecido o habeas corpus somente deverá ser concedido em caso de
réu preso ou na iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições: (1) violação
à jurisprudência consolidada do STF; (2) violação clara à Constituição; ou (3)
teratologia na decisão impugnada, caracterizadora de absurdo jurídico. STF. 1ª
Turma. AgRg no HC 200.055, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/06/2021.
Origem: STJ
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Recusar-se em a adentrar à cela consiste em falta grave, pois é ato lesivo e grave
em descumprimento de ordem legítima e com base no art. 50, inciso VI, c/c art. 39,
incisos II e V, ambos da Lei de Execuções Penais – LEP, observando-se, inclusive, o
pleno exercício do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo
disciplinar. STJ. 6ª Turma, AgRg no HC 618.666, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
02/03/2021
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Origem: STF e STJ
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O direito à produção de provas não é absoluto, haja vista que a própria lei
processual penal, em seu artigo 400, § 1º, faculta ao julgador, desde que de forma
fundamentada, indeferir as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias. STF. 2ª Turma. HC 191858, 628075, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 30/11/2020.
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Não cabe habeas corpus de ofício no bojo de embargos de divergência. STJ. Corte
Especial. AgRg nos EREsp 1697156/PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em
07/04/2020. STJ. 3 Seção. AgRg nos EAREsp 693.298/SP, Rel. Ministra Laurita
Vaz, julgado em 28/10/2020. A concessão de habeas corpus de ofício, no bojo de
embargos de divergência, encontra óbice tanto no fato de que o Relator não tem
autoridade para conceder a ordem por meio de decisão monocrática,
desconstituindo, na prática, o resultado de acórdão proferido por outra Turma
julgadora, como, tampouco a Seção detém competência constitucional para
conceder Habeas Corpus contra acórdão de Turma do próprio Tribunal.
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O STJ concedeu habeas corpus) para anular decisão que autorizou busca e
apreensão em domicílios nas comunidades de Jacarezinho e no Conjunto
Habitacional Morar Carioca, no Rio de Janeiro (RJ), sem identificar o nome de
investigados e os endereços a serem objeto da abordagem policial. A Defensoria
Pública do Rio de Janeiro impetrou o habeas corpus coletivo em benefício dos
moradores dessas comunidades pobres, argumentando que, além de ofender a
garantia constitucional que protege o domicílio, o ato representou a legitimação de
uma série de violações gravíssimas, sistemáticas e generalizadas de direitos
humanos. A medida foi tomada, em agosto de 2017, após a morte de um policial
em operação das forças de segurança nas favelas de Jacarezinho, Manguinhos,
Mandela, Bandeira 2 e Morar Carioca, o que levou à concessão da ordem judicial
de busca e apreensão domiciliar generalizada na região. A ordem era para que a
polícia tentasse encontrar armas, documentos, celulares e outras provas contra
facções criminosas. Na decisão que autorizou a revista indiscriminada de
residências nas áreas indicadas pela polícia, a juíza responsável fez menção à
forma desorganizada como as comunidades pobres ganham novas casas
constantemente, sem registro ou numeração que as individualize. Segundo ela, a
revista coletiva seria necessária para a própria segurança dos moradores da região
e dos policiais que ali atuam. Para o STJ, a ausência de individualização das
medidas de busca e apreensão contraria diversos dispositivos legais, como os
arts. 240, 242, 244, 245, 248 e 249 do CPP, bem como o art. 5º, XI, da CF/88, que
traz como direito fundamental a inviolabilidade do domicílio. É indispensável que o
mandado de busca e apreensão tenha objetivo certo e pessoa determinada, não se
admitindo ordem judicial genérica. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 435.934/RJ, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 05/11/2019.
Origem: STF
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O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se
inicie o cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio
da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a
chamada “execução provisória da pena”. Vale ressaltar que é possível que o réu
seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de todos os
recursos), no entanto, para isso, é necessário que seja proferida uma decisão
judicial individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão
presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP.
Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas
cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da pena. STF.
Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados
em 7/11/2019 (Info 958).
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O exame de corpo de delito deve ser realizado por perito oficial (art. 159 do CPP).
Do ponto de vista estritamente formal, o perito papiloscopista não se encontra
previsto no art. 5º da Lei nº 12.030/2009, que lista os peritos oficiais de natureza
criminal. Apesar disso, a perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser
considerada prova ilícita nem deve ser excluída do processo. Os peritos
papiloscopistas são integrantes de órgão público oficial do Estado com diversas
atribuições legais, sendo considerados órgão auxiliar da Justiça. Não deve ser
mantida decisão que determinava que, quando o réu fosse levado ao Plenário do
Júri, o juiz-presidente deveria esclarecer aos jurados que os papiloscopistas – que
realizaram o laudo pericial – não são peritos oficiais. Esse esclarecimento retiraria
a neutralidade do conselho de sentença. Isso porque, para o jurado leigo, a
afirmação, pelo juiz, no sentido de que o laudo não é oficial equivale a tachar de
ilícita a prova nele contida. Assim, cabe às partes, respeitado o contraditório e a
ampla defesa, durante o julgamento pelo tribunal do júri, defender a validade do
documento ou impugná-lo. STF. 1ª Turma. HC 174400 AgR/DF, rel. orig. Min.
Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 24/9/2019
(Info 953).
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Não cabe revisão criminal para impugnar decisão que se limita a inadmitir recurso.
A decisão suscetível de impugnação por meio de revisão criminal consiste no ato
jurisdicional que impõe ou chancela (confirma) o mérito de pronunciamento
condenatório. Não cabe revisão criminal contra decisões posteriores que, correta
ou incorretamente, tenham inadmitido ou negado provimento a recursos, visto que
essas manifestações jurisdicionais não compõem o título condenatório. STF.
Plenário. RvC 5480 AgR/AM, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/9/2019 (Info
951).
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Cabe habeas corpus mesmo nas hipóteses que não envolvem risco imediato de
prisão, como na análise da licitude de determinada prova ou no pedido para que a
defesa apresente por último as alegações finais, se houver a possibilidade de
condenação do paciente. Isso porque neste caso a discussão envolve liberdade de
ir e vir. STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o
ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/8/2019 (Info 949).
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Origem: STF
O réu delatado tem o direito de apresentar suas alegações finais somente após o
réu delator. Os réus colaboradores não podem se manifestar por último (ou no
mesmo prazo dos réus delatados) porque as informações trazidas por eles
possuem uma carga acusatória. O direito fundamental ao contraditório e à ampla
defesa deve permear todo o processo legal, garantindo-se sempre a possibilidade
de a defesa se manifestar depois do agente acusador. Vale ressaltar que pouco
importa a qualificação jurídica do agente acusador: Ministério Público ou corréu
colaborador. Se é um “agente acusador”, a defesa deve falar depois dele. Ao se
permitir que os réus colaboradores falem por último (ou simultaneamente com os
réus delatados), há uma inversão processual que ocasiona sério prejuízo ao
delatado, tendo em vista que ele não terá oportunidade de repelir os argumentos
eventualmente incriminatórios trazidos pelo réu delator ou para reforçar os
favoráveis à sua defesa. Permitir o oferecimento de memoriais escritos de réus
colaboradores, de forma simultânea ou depois da defesa — sobretudo no caso de
utilização desse meio de prova para prolação da condenação —, compromete o
pleno exercício do contraditório, que pressupõe o direito de a defesa falar por
último, a fim de poder reagir às manifestações acusatórias. STF. 2ª Turma.HC
157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 27/8/2019 (Info 949).
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Situação concreta: durante uma investigação para apurar tráfico de drogas, o juiz
da vara criminal decretou a interceptação telefônica dos suspeitos. Durante os
diálogos, constatou-se a participação de um militar. O militar foi, então, denunciado
na Justiça Militar. Os diálogos interceptados foram juntados aos autos do
processo penal militar como prova emprestada, oriundos da vara criminal. Ocorre
que o juiz da vara criminal não remeteu à Justiça Militar a integralidade dos áudios,
mas apenas os trechos em que se entendia que havia a participação do militar. O
STJ entendeu que esse procedimento não foi correto. Isso porque “quebra da
cadeia de custódia da prova”. A cadeia de custódia da prova consiste no caminho
que deve ser percorrido pela prova até a sua análise pelo magistrado, sendo certo
que qualquer interferência indevida durante esse trâmite processual pode resultar
na sua imprestabilidade (RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
05/02/2019). A defesa deve ter acesso à integralidade das conversas advindas
nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível que as autoridades de
persecução façam a seleção dos trechos que ficarão no processo e daqueles que
serão extraídos. A apresentação de somente parcela dos áudios, cuja filtragem foi
feita sem a presença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da paridade de
armas e ao direito à prova, porquanto a pertinência do acervo probatório não pode
ser realizada apenas pela acusação, na medida em que gera vantagem
desarrazoada em detrimento da defesa. STJ. 6ª Turma. REsp 1.795.341-RS, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/05/2019 (Info 648). Obs: vale ressaltar que o
caso acima explicado trata sobre falta de acesso à integralidade da interceptação
telefônica e não sobre falta de transcrição ou degravação integral das conversas
obtidas. O entendimento da jurisprudência do STF e do STJ é o de que não é
obrigatória a transcrição integral do conteúdo das interceptações telefônicas. Isso
não foi alterado pelo julgado acima, que trata sobre hipótese diferente.
Origem: STF
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Origem: STJ
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Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição
tenha sido negada: • STJ: Justiça Federal (pacífico) • STF: Justiça Federal (é o que
tem prevalecido) Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da
ação penal que versa sobre crime praticado no exterior que tenha sido transferida
para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154.656-
MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625). Em se tratando de
cooperação internacional em que o Estado Brasileiro se compromete a promover o
julgamento criminal de indivíduo cuja extradição é inviável em função de sua
nacionalidade, exsurge o interesse da União, o que atrai a competência da Justiça
Federal para o processamento e julgamento da ação penal, conforme preceitua o
art. 109, III, da Constituição Federal. No caso dos autos, trata-se de imputação da
prática dos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e
roubo, praticados por brasileiro em território português. Diante desse cenário, faz-
se imperiosa a incidência do art. 5º, 1, da Convenção de Extradição entre os
Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, promulgada
pelo Decreto 7.935/2013. STF. 1ª Turma. RE 1270585 AgR, Rel. Alexandre de
Moraes, julgado em 31/08/2020.
Origem: STF
Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de
financiar a sua campanha para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na
prestação de contas, configurando o chamado “caixa 2” (art. 350 do Código
Eleitoral). Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022. O STF será
competente para julgar este crime eleitoral? SIM. O foro por prerrogativa de função
aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas. O STF entende que o recebimento de
doação ilegal destinado à campanha de reeleição ao cargo de Deputado Federal é
um crime relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF.
Além disso, mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido
praticado durante o mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra de
sucessiva e ininterrupta reeleição. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).
Origem: STF
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem
conexos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de
delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à
Justiça competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).
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É cabível recurso em sentido estrito para impugnar decisão que indefere produção
antecipada de prova, nas hipóteses do art. 366 do CPP. As hipóteses de cabimento
de recurso em sentido estrito estão previstas no art. 581 do CPP, sendo esse um
rol taxativo (exaustivo). No entanto, apesar disso, é admitida a interpretação
extensiva dessas hipóteses legais de cabimento. Se você observar as situações ali
elencadas, verá que não existe a previsão de recurso em sentido estrito contra a
decisão que indefere o pedido de produção antecipada de provas. Apesar disso,
será possível a interposição de RESE contra essa decisão com base no inciso XVI
do art. 581: “Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;” A
decisão que indefere a produção antecipada de provas com base no art. 366 deve
ser encarada, para fins de recurso, como sendo uma decisão que “ordena a
suspensão do processo” e, além disso, determina se haverá ou não a produção das
provas. Logo, enquadra-se no inciso XVI do art. 581 do CPP. STJ. 3ª Seção. EREsp
1630121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/11/2018 (Info
640).
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É incabível habeas corpus contra decisão que decretou a perda da função pública,
por não haver violação ao direito de locomoção. Aplica-se aqui o mesmo raciocínio
da Súmula 694 do STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de
exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. STJ. 5ª Turma.
AgRg no HC 218434/MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 11/06/2015. STF. 1ª
Turma. HC 150059, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 22/05/2018.
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Não existe qualquer vício no fato de o exame criminológico não ter sido feito por
médico psiquiatra. Além do psiquiatra, o STJ admite também a realização do
exame criminológico por psicólogo ou assistente social: A elaboração do laudo
criminológico por psiquiatra, psicólogo ou assistente psicossocial não traz
qualquer mácula ou ilegalidade à decisão que indeferiu a progressão de regime
com base em tal documento, mormente porque qualquer destes profissionais está
habilitado a realizar perícia técnica compatível com o que se busca saber para a
concessão do benefício de progressão de regime. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
440208/MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 02/10/2018. STJ.
6ª Turma. AgRg no HC 451804/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
18/09/2018.
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O cometimento de falta grave justifica a determinação de exame criminológico.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 396439/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 19/06/2018.
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A prática de falta grave acarreta a perda de até 1/3 dos dias remidos, nos termos
do art. 127 da LEP: Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3
(um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. Cabendo ao Juízo das
Execuções, com certa margem de discricionariedade, aferir o quantum, levando em
conta os critérios do art. 57 da LEP: Art. 57. Na aplicação das sanções
disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as
consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. Vale
ressaltar, contudo, que, para o juiz determinar a perda dos dias remidos no
percentual máximo (1/3) ele terá que fornecer uma fundamentação concreta. STJ.
5ª Turma. HC 459205/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 02/10/2018. • Antes
da Lei nº 12.433/2011: a falta grave acarretava a perda de todos os dias remidos. •
Depois da Lei nº 12.433/2011: a falta grave acarreta a perda de, no máximo, 1/3
dos dias remidos. O STJ já decidiu que a fuga, por ser uma falta disciplinar de
natureza especialmente grave, justifica a adoção do percentual máximo de perda
dos dias remidos. STJ. 5ª Turma. HC 465565/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 25/09/2018.
Origem: STJ
O art. 118, da LEP estabelece que a prática de falta grave acarreta a regressão de
regime: Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando
o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; A redação
do referido dispositivo é clara ao prever a regressão de regime uma vez
homologada a falta grave. STJ. 5ª Turma. HC 405531/RS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 06/02/2018.
Origem: STJ
Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, em regra, será necessária a
oitiva prévia do condenado em processo administrativo (Súmula 533-STJ), salvo se
houver audiência judicial de justificação. No entanto, é possível que seja
determinada a regressão cautelar do reeducando que praticou falta grave mesmo
sem a sua prévia oitiva. Assim, para fins de regressão cautelar não é necessária a
prévia instauração ou conclusão do procedimento administrativo - PAD e a oitiva
do sentenciado em juízo. Tais providências são exigíveis apenas no caso de
regressão definitiva. É imprescindível a realização de audiência de justificação
apenas quando o Juízo da execução penal proceder à regressão definitiva do
apenado a regime mais gravoso, de modo que a regressão cautelar prescinde de
prévia oitiva judicial. STJ. 5ª Turma. RHC 81.352/MA, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 18/04/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 423.979/RS, Rel. Min. Maria
Thereza De Assis Moura, julgado em 06/03/2018. Prática de falta grave e
regressão: • Regressão definitiva: é necessária oitiva prévia do condenado. •
Regressão cautelar: não é necessária oitiva prévia do condenado.
Origem: STJ
Origem: STF
O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem
sido feitas diligências de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a
instrução do inquérito, não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou
materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF). A pendência de investigação, por prazo
irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende o direito à razoável
duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e a dignidade da pessoa humana
(art. 1º, III, da CF/88). Caso concreto: tramitava, no STF, um inquérito para apurar
suposto delito praticado por Deputado Federal. O Ministro Relator já havia
autorizado a realização de diversas diligências investigatórias, além de ter
aceitado a prorrogação do prazo de conclusão das investigações. Apesar disso,
não foram reunidos indícios mínimos de autoria e materialidade. Com o fim do foro
por prerrogativa de função para este Deputado, a PGR requereu a remessa dos
autos à 1ª instância. O STF, contudo, negou o pedido e arquivou o inquérito, de
ofício, alegando que já foram tentadas diversas diligências investigatórias e,
mesmo assim, sem êxito. Logo, a declinação de competência para a 1ª instância a
fim de que lá sejam continuadas as investigações seria uma medida fadada ao
insucesso e representaria apenas protelar o inevitável. STF. 2ª Turma. Inq
4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018 (Info 912). No mesmo
sentido: STF. Decisão monocrática. INQ 4.442, Rel. Min. Roberto Barroso, Dje
12/06/2018.
Origem: STF
Paulo Bernardo era investigado e o juiz de 1º grau determinou, contra ele, busca e
apreensão. Ocorre que Paulo Bernardo residia com a sua esposa, a Senadora Gleisi
Hoffmann, em um imóvel funcional cedido pelo Senado. Desse modo, a busca e
apreensão foi realizada neste imóvel funcional. O STF entendeu que esta prova foi
ilícita (art. 5º, LVI, da CF/88) e determinou a sua inutilização e o desentranhamento
dos autos de todas as provas obtidas por meio da referida diligência. O Supremo
entendeu que a ordem judicial de busca e apreensão foi ampla e vaga, sem prévia
individualização dos bens que seriam de titularidade da Senadora e daqueles que
pertenciam ao seu marido. Diante disso, o STF entendeu que o juiz, ao dar essa
ordem genérica, acabou por também determinar medida de investigação contra a
própria Senadora. Logo, como ela tinha foro por prerrogativa de função no STF (art.
102, I, “b”, da CF/88), somente o Supremo poderia ter ordenado qualquer medida
de investigação contra a parlamentar federal. Isso significa que o juiz de 1ª
instância usurpou uma competência que era do STF. Reconheceu, por conseguinte,
a ilicitude da prova obtida (art. 5º, LVI, da CF/88) e de outras diretamente dela
derivadas. STF. 2ª Turma. Rcl 24473/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/6/2018 (Info 908).
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STJ
Diante das peculiaridades do Tribunal do Júri, o fato de ter havido sustentação oral
em plenário por tempo reduzido não caracteriza, necessariamente, a deficiência de
defesa técnica. STJ. 6ª Turma. HC 365008-PB, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel.
Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/04/2018 (Info 627). Obs: existe
decisão reconhecendo a ocorrência de nulidade pelo simples fato de a
sustentação oral ter sido feita em poucos minutos: STJ. 6ª Turma. HC 234.758-SP,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/6/2012.No entanto, entendo que a
posição majoritária é no sentido que isso não conduz, obrigatoriamente, à
nulidade, conforme decidido no HC 365.008-PB. Se houve defesa e não se
comprova prejuízo, não há que se falar em nulidade de julgamento por defesa
consideravelmente curta. Peculiaridades do caso concreto: o MP usou 1h30 para
sustentação oral, na qual pediu a absolvição do réu. Na sequência, a defesa fez
sua sustentação de apenas três minutos. Ainda assim, houve condenação pelo
Tribunal do Júri. Logo, a 2ª Turma do STF entendeu não houve ausência de defesa,
de modo que descabe cogitar nulidade absoluta. Assim, se houve nulidade, foi
apenas relativa, a qual depende da demonstração de efetivo prejuízo, o que não
ocorreu. STF. 2ª Turma. HC 164535-RJ, Rel Min. Carmém Lúcia, julgado em
17/03/2020.
Origem: STJ
Origem: STJ
O direito do preso de receber visitas, assegurado pelo art. 41, X, da Lei nº 7.210/84,
não é absoluto e deve ser sopesado, de acordo com a situação específica
vivenciada no caso concreto, em conjunto com outros princípios, dentre os quais o
que visa a garantir a disciplina e a segurança dentro dos estabelecimentos
prisionais, velando, por consequência, também pela integridade física tanto dos
reclusos quanto dos que os visitam. A autoridade prisional pode limitar, por
exemplo, o número máximo de pessoas que podem efetuar visitas por vez (o que
se justifica plenamente diante da capacidade física do presídio de acomodar um
certo número de pessoas com um mínimo de conforto e segurança). No entanto, a
administração penitenciária não pode limitar o grau de parentesco das pessoas
que podem ser incluídas no rol de visitantes do reeducando restringindo as visitas
apenas aos parentes de 2º grau. Não cabe à autoridade prisional pré-definir o nível
de importância que os parentes têm para os reeducandos, elegendo alguns que
têm mais direito a visitá-los do que outros. STJ. 5ª Turma. RMS 56.152/SP, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 03/04/2018.
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Restrição ao foro por prerrogativa de função As normas da Constituição de 1988
que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser
interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido
praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o
crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal,
não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância
mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o crime
tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi
fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se
apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às
funções desempenhadas. Marco para o fim do foro: término da instrução Após o
final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro
cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário.
AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. STF. 1ª
Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 17/04/2018 (Info 898).
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Segundo o art. 479 do CPP: “Durante o julgamento não será permitida a leitura de
documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a
antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.” O
prazo de 3 dias úteis a que se refere o art. 479 do CPP deve ser respeitado não
apenas para a juntada de documento ou objeto, mas também para a ciência da
parte contrária a respeito de sua utilização no Tribunal do Júri. Em outras palavras,
não só a juntada, mas também a ciência da parte interessada deve ocorrer até 3
dias úteis antes do início do júri. STJ. 6ª Turma. REsp 1637288-SP, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
8/8/2017 (Info 610).
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Permanecendo inalterados os fundamentos que justificaram a transferência de
preso para presídio federal de segurança máxima, não cabe ao Juízo federal
questionar as razões do Juízo estadual, sendo a renovação da permanência do
apenado providência indeclinável, como medida excepcional e adequada para
resguardar a ordem pública. STJ. 3ª Seção. CC 143.634/RJ, Rel. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 24/02/2016.
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. STF. 1ª Turma.
HC 128057/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 1º/8/2017 (Info 871).
Origem: STJ
Origem: STJ
Em matéria criminal, não deve ser conhecido recurso especial adesivo interposto
pelo Ministério Público veiculando pedido em desfavor do réu. STJ. 6ª Turma.REsp
1595636-RN, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 2/5/2017 (Info 605).
Origem: STJ
Origem: STF e STJ
Embora não seja atividade típica da Polícia Militar, não consiste em ilegalidade -
muito menos nulidade - eventual cumprimento de mandado de busca e apreensão
pela instituição. Compete à Polícia Federal e à Polícia Civil, com exclusividade,
unicamente o exercício das funções de polícia judiciária (art. 144 da CF/88). Tal
exclusividade não se estende à atividade de polícia investigativa. STF. 2ª Turma.
RE 404593, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 18/08/2009. STJ. RHC 66.450/MG,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/09/2016.
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Crime achado
Direito Processual Penal Interceptação telefônica Geral
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Não é possível que o juiz determine, como medida cautelar substitutiva da prisão, a
incomunicabilidade do acusado com seu genitor/corréu. A fixação da medida
restritiva substitutiva não deve se sobrepor a um bem tão caro como é a família,
sendo isso protegido inclusive pela Constituição Federal, em seu art. 226. STJ. 6ª
Turma. HC 380734-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
28/3/2017 (Info 601).
Origem: STJ
A falta do registro do direito ao silêncio não significa que este não tenha sido
comunicado ao interrogado, pois o registro não é exigido pela lei processual. Em
outras palavras, não é porque não está escrito no termo de interrogatório que o
interrogando foi advertido de que poderia ficar em silêncio que se irá,
obrigatoriamente, declarar a nulidade do ato. STJ. 6ª Turma. RHC 65977/BA, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/03/2016.
Origem: STJ
Origem: STF
Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do
Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia sido
interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure
(esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no
caso, o agravo regimental). Exceção: essa regra pode ser afastada em casos
excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente
ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas
quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus. STF. 1ª Turma. HC
139612/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/4/2017 (Info 862).
Origem: STF
Segundo o art. 33 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no
mínimo, 6 horas e, no máximo, 8 horas. Apesar disso, se um condenado, por
determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do que prevê
a Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena. Como
esse trabalho do preso foi feito por orientação ou estipulação da direção do
presídio, isso gerou uma legítima expectativa de que ele fosse aproveitado, não
sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa aos princípios da
segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma vez, o
trabalho era cumprido com essa jornada por conta da determinação do presídio e
não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso. STF. 2ª Turma. RHC
136509/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/4/2017 (Info 860).
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF e STJ
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STF e STJ
Origem: STF e STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Súmula 535-STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de
comutação de pena ou indulto. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje
15/06/2015.
Origem: STJ
Origem: STJ
Se, na execução penal, não foi possível identificar o autor da falta grave, não é
possível aplicar a punição a todos os detentos que estavam no local do fato. Isso
porque a LEP proíbe a aplicação de sanções coletivas (art. 45, § 3º) e a CF/88
determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado (art. 5º, XLV),
exigindo, portanto, a individualização da conduta. O princípio da culpabilidade
irradia-se pela execução penal, quando do reconhecimento da prática de falta
grave. STJ. 6ª Turma. HC 177293-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 24/4/2012.
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Origem: STJ
Origem: STJ
A mudança de endereço sem autorização judicial durante o curso do livramento
condicional, em descumprimento a uma das condições impostas na decisão que
concedeu o benefício, não configura, por si só, falta disciplinar de natureza grave.
STJ. 6ª Turma. HC 203015-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
26/11/2013 (Info 532).
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Reconhecida falta grave, a perda de até 1/3 do tempo remido (art. 127 da LEP)
pode alcançar dias de trabalho (ou de estudo) anteriores à infração disciplinar e
que ainda não tenham sido declarados pelo juízo da execução no cômputo da
remição. Por outro lado, a perda dos dias remidos não pode alcançar os dias
trabalhados (ou de estudo) após o cometimento da falta grave. STJ. 6ª Turma.
REsp 1517936-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 1º/10/2015
(Info 571).
Origem: STJ
A LEP estabelece que o cálculo da remição da pena será efetuado pelos dias
trabalhados pelo condenado (art. 126, § 1º, II da Lei nº 7.210/84), não podendo o
Judiciário construir uma nova forma de cálculo com base nas horas trabalhadas.
STF. 2ª Turma. HC 114393/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/12/2013 (Info
731).
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi
trazido antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do
trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade não suscitada no momento
oportuno é impassível de ser arguida através de habeas corpus, no afã de superar
a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo da revisão criminal.
STF. 1ª Turma. RHC 124041/GO, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Origem: STF
Não cabe habeas corpus contra decisão que negou direito de familiar de preso
internado em unidade prisional de com ele ter encontro direto, autorizando apenas
a visita por meio do parlatório. STF. 2ª Turma. HC 133305/SP, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 24/5/2016 (Info 827).
Não cabe habeas corpus para excluir qualificadora que não era
manifestamente improcedente
Direito Processual Penal Habeas corpus e revisão criminal Situações em que não se admitiu HC
Origem: STF
Origem: STF
Como regra, o STJ e o STF não admitem habeas corpus para rediscutir a
dosimetria da pena aplicada na sentença. Excepcionalmente, é admitido o HC para
analisar a pena aplicada se: • houver ilegalidade manifesta e • desde que não seja
necessária a rediscussão de provas. STF. 1ª Turma. HC 110152/MS, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 8/5/2012.
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Origem: STF
Não é possível, na via do habeas corpus, discutir-se a correta tipificação dos fatos
imputados ao paciente na ação penal. STF. 1ª Turma. HC 111445/PE, rel. Min. Dias
Toffoli, 16/4/2013 (Info 702).
Origem: STF
Origem: STF
A pessoa, sem ter capacidade postulatória, impetra um HC e este é negado. Essa
mesma pessoa poderá ingressar com recurso contra a decisão? Para se interpor o
recurso contra a decisão denegatória do HC, a capacidade postulatória também é
dispensada? • 2ª Turma do STF: NÃO. Isso significa que, para interpor recurso
ordinário em HC, exige-se capacidade postulatória. • 1ª Turma do STF e STJ: SIM.
Se o HC foi impetrado por alguém que não tenha capacidade postulatória, o
recurso ordinário também não exigirá capacidade postulatória. STF. 2ª Turma. HC
141316 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 05/05/2017. STF. 1ª Turma. HC
122666, Rel. Dias Toffoli, julgado em 18/11/2014. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
508.632/SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/04/2020.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 522751/SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 19/05/2020. Desse modo, para a posição majoritária, NÃO se exige
capacidade postulatória para interpor recurso ordinário em habeas corpus.
Origem: STF
Origem: STF e STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Se o juiz rejeita a denúncia, o MP poderá interpor RESE, que é um recurso que não
tem, em regra, efeito suspensivo. Não é possível que o MP interponha MS pedindo
que seja concedida liminar no writ para se atribuir efeito suspensivo ativo a RESE,
sobretudo sem a prévia oitiva do réu. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de
que não cabe mandado de segurança para conferir efeito suspensivo a
determinado recurso que não o possui. STJ. 6ª Turma. HC 296848-SP, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/9/2014 (Info 547). Nesse sentido, após esse
julgado, foi editada a seguinte súmula do STJ: Súmula 604-STJ: O mandado de
segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal
interposto pelo Ministério Público. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 28/2/2018, DJe
5/3/2018.
Origem: STJ
O STJ já decidiu que o juiz somente poderá fixar este valor se existirem provas nos
autos que demonstrem os prejuízos sofridos pela vítima em decorrência do crime.
Dessa feita, é importante que o Ministério Público ou eventual assistente de
acusação junte comprovantes dos danos causados pela infração para que o
magistrado disponha de elementos para a fixação de que trata o art. 387, IV do
CPP. Vale ressaltar, ainda, que o réu tem direito de se manifestar sobre esses
documentos juntados e contraditar o valor pleiteado como indenização. STJ. 5ª
Turma. REsp 1236070/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
27/03/2012.
Origem: STJ
Para que seja fixado, na sentença, o valor mínimo para reparação dos danos
causados à vítima (art. 387, IV, do CP), é necessário que haja pedido expresso e
formal, feito pelo parquet ou pelo ofendido, a fim de que seja oportunizado ao réu o
contraditório e sob pena de violação ao princípio da ampla defesa. STJ. 5ª Turma.
HC 321279/PE, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Des. Conv. do TJ/PE),
julgado em 23/06/2015.
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
O Prefeito que estiver sendo investigado pela prática de crime pode ser afastado
cautelarmente de seu cargo mesmo antes do oferecimento da denúncia, com base
no art. 319, VI do CPP que revogou tacitamente o art. 2º, II, do DL 201/67. A lei não
prevê um prazo máximo de afastamento cautelar, mas o STJ possui julgados
sustentando que não deve ser superior a 180 dias, pois tal fato caracterizaria uma
verdadeira cassação indireta do mandato. STJ. 5ª Turma. HC 228023-SC, Rel. Min.
Adilson Vieira Macabu, julgado em 19/6/2012.
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Segundo o art. 268 do CPP, poderá intervir, como assistente do Ministério Público,
o ofendido (pessoalmente ou por meio de seu representante legal, caso seja
incapaz). Caso a vítima tenha morrido, poderá intervir como assistente: a) o
cônjuge; b) o companheiro; c) o ascendente; d) o descendente; ou e) o irmão do
ofendido. Imagine que Maria fez um seguro de vida no qual foi previsto o
pagamento de indenização de R$ 500 mil a seu marido (João) caso ela morresse.
Alguns meses depois, Maria apareceu morta, envenenada. O inquérito policial
concluiu que havia suspeitas de que João foi o autor do crime, razão pela qual ele
foi denunciado por homicídio doloso. Uma das cláusulas do contrato prevê que, se
o beneficiário foi quem causou a morte da segurada, ele não terá direito à
indenização. A seguradora poderá intervir no processo criminal como assistente
da acusação para provar que João foi o autor do crime? NÃO. A seguradora não
tem direito líquido e certo de figurar como assistente do Ministério Público em
ação penal na qual o beneficiário do seguro de vida é acusado de ter praticado o
homicídio do segurado. O art. 268 prevê quem poderá intervir como assistente de
acusação e neste rol não se inclui a seguradora. O sujeito passivo do crime de
homicídio é o ser humano e o bem jurídico é a vida, de forma que, por mais que se
reconheça que a seguradora possui interesse patrimonial no resultado da causa,
isso não a torna vítima do homicídio. Vale ressaltar que, em alguns casos, a
legislação autoriza que certas pessoas ou entidades, mesmo não sendo vítimas do
crime, intervenham como assistentes de acusação. STJ. 6ª Turma. RMS 47.575-
SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 14/4/2015 (Info 560).
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
O assistente da acusação tem direito à réplica, ainda que o MP tenha anuído à tese
de legítima defesa do réu e declinado do direito de replicar. STJ. 5ª Turma. REsp
1343402-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/8/2014 (Info 546).
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STJ
Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio
da extração de dados e de conversas registradas no WhatsApp® presentes no
celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 6ª Turma. RHC 51531-RO,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STF
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
João, 19 anos, está respondendo a processo criminal por roubo. Quando era
adolescente, cumpriu medida socioeducativa por homicídio. O juiz, ao decretar a
prisão preventiva do réu, poderá mencionar a prática desse ato infracional como
um dos fundamentos para a custódia cautelar? SIM. A prática de atos infracionais
anteriores serve para justificar a decretação ou manutenção da prisão preventiva
como garantia da ordem pública, considerando que indicam que a personalidade
do agente é voltada à criminalidade, havendo fundado receio de reiteração. Não é
qualquer ato infracional, em qualquer circunstância, que pode ser utilizado para
caracterizar a periculosidade e justificar a prisão antes da sentença. É necessário
que o magistrado examine três condições: a) a gravidade específica do ato
infracional cometido, independentemente de equivaler a crime considerado em
abstrato como grave; b) o tempo decorrido entre o ato infracional e o crime em
razão do qual é decretada a preventiva; e c) a comprovação efetiva da ocorrência
do ato infracional. STJ. 3ª Seção. RHC 63855-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel.
para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/5/2016 (Info 585).
Origem: STJ
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-
prefeitos. O foro por prerrogativa de função foi previsto apenas para os prefeitos
(art. 29, X, da CF/88). Diante disso, é inconstitucional norma de Constituição
Estadual que crie foro por prerrogativa de função para Vereadores ou Vice-
Prefeitos. A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para
as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que
os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de
função. STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
22/04/2021.
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STF
Origem: STJ
O princípio da indivisibilidade significa que a ação penal deve ser proposta contra
todos os autores e partícipes do delito. Segundo a posição da jurisprudência, o
princípio da indivisibilidade só se aplica para a ação pena privada (art. 48 do CPP).
O que acontece se a ação penal privada não for proposta contra todos? O que
ocorre se um dos autores ou partícipes, podendo ser processado pelo querelante,
ficar de fora? Qual é a consequência do desrespeito ao princípio da
indivisibilidade? • Se a omissão foi VOLUNTÁRIA (DELIBERADA): se o querelante
deixou, deliberadamente, de oferecer queixa contra um dos autores ou partícipes,
o juiz deverá rejeitar a queixa e declarar a extinção da punibilidade para todos
(arts. 104 e 107, V, do CP). Todos ficarão livres do processo. • Se a omissão foi
INVOLUNTÁRIA: o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele
faça o aditamento da queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que
ficaram de fora. Assim, conclui-se que a não inclusão de eventuais suspeitos na
queixa-crime não configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa. Para o
reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstração
de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se
deu de forma deliberada pelo querelante. STJ. 5ª Turma. RHC 55142-MG, Rel.
Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562).
Origem: STF
Origem: STJ
Existe alguma providência processual que a vítima possa adotar para evitar o
arquivamento do IP? Ela pode, por exemplo, impetrar um mandado de segurança
com o objetivo de impedir que isso ocorra? NÃO. A vítima de crime de ação penal
pública não tem direito líquido e certo de impedir o arquivamento do inquérito ou
das peças de informação. Considerando que o processo penal rege-se pelo
princípio da obrigatoriedade, a propositura da ação penal pública constitui um
dever, e não uma faculdade, não sendo reservado ao Parquet um juízo
discricionário sobre a conveniência e oportunidade de seu ajuizamento. Por outro
lado, não verificando o Ministério Público que haja justa causa para a propositura
da ação penal, ele deverá requerer o arquivamento do IP. Esse pedido de
arquivamento passará pelo controle do Poder Judiciário, que poderá discordar,
remetendo o caso para o PGJ (no caso do MPE) ou para a CCR (se for MPF).
Existe, desse modo, um sistema de controle de legalidade muito técnico e rigoroso
em relação ao arquivamento de inquérito policial, inerente ao próprio sistema
acusatório. Nesse sistema, contudo, a vítima não tem o poder de, por si só,
impedir o arquivamento. Cumpre salientar, por oportuno, que, se a vítima ou
qualquer outra pessoa trouxer novas informações que justifiquem a reabertura do
inquérito, pode a autoridade policial proceder a novas investigações, nos termos
do citado art. 18 do CPP. STJ. Corte Especial. MS 21081-DF, Rel. Min. Raul
Araújo, julgado em 17/6/2015 (Info 565). Obs: o Pacote Anticrime (Lei nº
13.964/2019) promoveu profundas transformações no regime do arquivamento do
inquérito policial. Uma das mudanças consiste na possibilidade de a vítima que
não concordar com o arquivamento pedir a revisão da decisão no âmbito do
próprio Ministério Público. É como se fosse um “recurso administrativo". Veja a
nova redação do § 1º do art. 28 do CPP: Art. 28 (...) § 1º Se a vítima, ou seu
representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial,
poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a
matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser
a respectiva lei orgânica. Obs2: no dia 22/01/2020, o Ministro Luiz Fux vice-
presidente do STF proferiu decisão monocrática nas ADIs 6298, 6299, 6300 e
6305, suspendendo a eficácia de diversos dispositivos da Lei nº 13.964/2019
(Pacote Anticrime). A alteração promovida no art. 28 do CPP encontra-se
suspenso até que o Plenário do STF aprecie a decisão cautelar.
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Origem: STF e STJ
Origem: STJ
A Lei nº 9.296/96 exige, para que seja proferida decisão judicial autorizando
interceptação telefônica, que haja indícios razoáveis de autoria criminosa. Singela
delação não pode gerar, só por si, a quebra do sigilo das comunicações. STJ. 6ª
Turma. HC 204778/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/10/2012.
Denúncia anônima
Direito Processual Penal Investigação criminal Geral
Origem: STF
Origem: STF