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217 julgados encontrados

Processo complexo e excesso de prazo da prisão preventiva


Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STF

A complexidade da causa penal e o caráter multitudinário do feito (dezoito réus, no


caso), justificam uma maior duração do processo, salvo quando eventual
retardamento se dê em virtude da inércia do Poder Judiciário, fato já afastado no
presente caso. Ausência, no caso, de irrazoabilidade evidente na duração do
processo apta a autorizar o reconhecimento de constrangimento ilegal decorrente
de excesso de prazo da prisão preventiva. STF. 2ª Turma. AgRg no HC 199.238,
Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 14/06/2021.

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Condições para a concessão de Habeas Corpus


Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Noções gerais

Origem: STF

Uma vez conhecido o habeas corpus somente deverá ser concedido em caso de
réu preso ou na iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições: (1) violação
à jurisprudência consolidada do STF; (2) violação clara à Constituição; ou (3)
teratologia na decisão impugnada, caracterizadora de absurdo jurídico. STF. 1ª
Turma. AgRg no HC 200.055, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/06/2021.

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Cobrança indevida de honorários ou despesas por médicos ou
hospitais conveniados com o SUS
Direito Processual Penal  Competência  Justiça Federal X Justiça Estadual

Origem: STJ

Os Tribunais Superiores pacificaram o entendimento de que a cobrança indevida


de honorários por médicos do Sistema Único de Saúde acarreta prejuízos
financeiros apenas ao particular, e não ao estabelecimento hospitalar ou ao
sistema de saúde administrado pela União, razão pela qual compete à Justiça
Estadual processar e julgar a ação penal correspondente. Precedentes. No caso
concreto, o Sistema Único de Saúde pagou ao recorrente e ao corréu o que de fato
lhes era devido em razão dos serviços que prestaram, tendo o particular arcado
com o pagamento indevido de valores referentes a estes mesmos procedimentos,
circunstância que afasta o interesse da União passível de justificar a competência
da Justiça Federal. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 87.068/SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 06/08/2019. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o feito
destinado a apurar crime de concussão consistente na cobrança de honorários
médicos ou despesas hospitalares a paciente do SUS por se tratar de delito que
acarreta prejuízo apenas ao particular, sem ofensa a bens, serviços ou interesse da
União. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1027491/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 17/05/2018.

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Recusar-se em adentrar à cela consiste em falta grave


Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Recusar-se em a adentrar à cela consiste em falta grave, pois é ato lesivo e grave
em descumprimento de ordem legítima e com base no art. 50, inciso VI, c/c art. 39,
incisos II e V, ambos da Lei de Execuções Penais – LEP, observando-se, inclusive, o
pleno exercício do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo
disciplinar. STJ. 6ª Turma, AgRg no HC 618.666, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
02/03/2021
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A liminar em Revisão Criminal com base em violação a texto


expresso de lei constitui medida excepcional
Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STJ

A liminar em revisão criminal com base em violação a texto expresso de lei


constitui medida excepcional, somente se justificando quando a ofensa se mostre
aberrante, cristalina, em respeito à segurança jurídica decorrente da coisa julgada.
STJ. 3ª Seção. AgRg na RvCr 5.560/DF, Rel. Felix Fischer, julgado em 24/02/2021

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Não é possível a execução provisória de penas restritivas de


direito (Súmula 643-STJ)

Direito Processual Penal  Execução penal  Execução provisória da pena

Origem: STF e STJ

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em


julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021.

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Posse de drogas para uso próprio em estabelecimento


prisional e falta grave
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

A posse de drogas no interior de estabelecimentos prisionais, ainda que para uso


próprio, configura falta disciplinar de natureza grave, nos moldes do art. 52 da Lei
de Execução Penal. STJ. 5ª Turma. HC 590.178/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 18/08/2020

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É válida a realização do interrogatório por videoconferência no


caso de dificuldade de deslocamento do acusado até o local
da audiência
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

Não há ilegalidade ou nulidade na decisão do juiz que opta pela escolha de


realização do interrogatório do réu por meio de videoconferência em razão da
dificuldade de deslocamento do acusado até o local da audiência, bem como pelo
risco à segurança pública, haja vista a insuficiência de agentes para realizar a
escolta. Em obediência ao princípio pas de nullité sans grief, que vigora
plenamente no processo penal pátrio (art. 563 do CPP), não se declara nulidade de
ato se dele não resulta demonstrado efetivo prejuízo para a parte. STJ. 6ª Turma.
AgRg no RHC 125373/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2020. A
escassez de agentes penitenciários para realizar a escolta de detentos é
argumento válido para justificar a excepcionalidade da audiência por meio remoto.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 587424/SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado
em 06/10/2020.

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A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si
só, a pronúncia do réu quando presentes outros elementos de
prova
Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Noções gerais

Origem: STJ

A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si só, a pronúncia do


réu quando presentes outros elementos de prova. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1861493/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 09/06/2020.

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A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si


só, a pronúncia do réu quando presentes outros elementos de
prova
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si só, a pronúncia do


réu quando presentes outros elementos de prova. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1861493/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 09/06/2020.

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Ação controlada do art. 8º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 exige


apenas comunicação prévia (e não autorização judicial)
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STJ

Ação controlada do art. 8º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 exige apenas comunicação


prévia (e não autorização judicial) A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da
Lei nº 12.850/2013 independe de autorização, bastando sua comunicação prévia à
autoridade judicial. STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 18/08/2020 (Info 677).

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Comprovação do estado de saúde para a concessão de indulto


humanitário
Direito Processual Penal  Execução penal  Indulto

Origem: STJ

O indulto humanitário requer, para sua concessão, a necessária comprovação, por


meio de laudo médico oficial ou por médico designado pelo juízo da execução, de
que a enfermidade que acomete o sentenciado é grave, permanente e exige
cuidados que não podem ser prestados no estabelecimento prisional. STJ. 6ª
Turma. AgRg no HC 292.952/RS, Rel. Min. Antonio Saldanha, julgado em
27/10/2020 O Decreto n. 7.873/2012 estabeleceu como requisitos do chamado
indulto humanitário: (a) o acometimento pelo apenado de doença grave e
permanente que imponha importante limitação de atividade; (b) exigência de
cuidados contínuos que não possam ser prestados em estabelecimento prisional;
(c) comprovação por laudo médico; (d) não oposição do condenado.

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O direito à produção de provas não é absoluto


Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

O direito à produção de provas não é absoluto, haja vista que a própria lei
processual penal, em seu artigo 400, § 1º, faculta ao julgador, desde que de forma
fundamentada, indeferir as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias. STF. 2ª Turma. HC 191858, 628075, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 30/11/2020.

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A multa por litigância de má-fé não tem previsão no CPP e não
pode ser aplicada ao processo penal
Direito Processual Penal  Outros temas  Temas diversos

Origem: STJ

É pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que, em virtude da


vedação à analogia in malam partem e pela ausência de disposição expressa no
Código de Processo Penal, é descabida a imposição de multa por litigância de má-
fé em processos de natureza criminal. STJ. 6ª Turma. HC 452.713/PR, Rel. Min.
Laurita Vaz, julgado em 25/09/2018.

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Não cabe habeas corpus de ofício no bojo de embargos de


divergência
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STJ

Não cabe habeas corpus de ofício no bojo de embargos de divergência. STJ. Corte
Especial. AgRg nos EREsp 1697156/PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em
07/04/2020. STJ. 3 Seção. AgRg nos EAREsp 693.298/SP, Rel. Ministra Laurita
Vaz, julgado em 28/10/2020. A concessão de habeas corpus de ofício, no bojo de
embargos de divergência, encontra óbice tanto no fato de que o Relator não tem
autoridade para conceder a ordem por meio de decisão monocrática,
desconstituindo, na prática, o resultado de acórdão proferido por outra Turma
julgadora, como, tampouco a Seção detém competência constitucional para
conceder Habeas Corpus contra acórdão de Turma do próprio Tribunal.

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A prisão domiciliar do art. 318 do CPP só se aplica para os


casos de prisão preventiva, não podendo ser utilizado quando
se tratar de execução definitiva de título condenatório
(sentença condenatória transitada em julgado)
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão domiciliar do CPP
Origem: STF

Não é possível a concessão de prisão domiciliar para condenada gestante ou que


seja mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência se já houver
sentença condenatória transitada em julgado e ela não preencher os requisitos do
art. 117 da LEP. STF. 1ª Turma. HC 177164/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 18/2/2020 (Info 967). Obs: o STJ possui alguns julgados admitindo a prisão
domiciliar do art. 318 do CPP mesmo em caso de prisão decorrente de sentença
penal condenatória transitada em julgado (STJ. 3ª Seção. Rcl 40.676/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/11/2020).

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Advogado que teve seus poderes revogados pela cliente, que


pediu de volta os documentos do caso, não pode depor como
testemunha no processo porque a conduta da parte demonstra
que ela não liberou o causídico do sigilo profissional que ele
deve respeitar
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

A vítima contratou um advogado para representar seus interesses no processo


criminal. Sucede que, logo no início do processo, ela e o advogado se
desentenderam e a vítima revogou expressamente os poderes que havia conferido
ao advogado, proibindo-o de atuar no caso. Além disso, requereu que ele
devolvesse qualquer documento que estivesse em sua posse e que fosse
relacionado com o fato apurado. Ao saber disso, o réu pediu a oitiva do advogado
como testemunha no processo penal. Esse advogado não poderá ser ouvido como
testemunha. Para que o advogado possa prestar seu testemunho é indispensável
que haja o consentimento válido do interessado direto na manutenção do segredo
(cliente). Mesmo que a parte interessada faça isso, ou seja, mesmo que ela
autorize que o profissional revele os fatos resguardados pelo sigilo, ainda assim
ele é quem irá decidir se irá dar ou não seu testemunho. No caso concreto, o
advogado que foi arrolado como testemunha teve seus poderes como patrono da
interessada expressamente revogados, vedando-se sua atuação no caso. Além
disso, requereu-se que devolvesse qualquer documento relacionado ao fato que a
ele tivesse sido entregue. Isso significa que a cliente não liberou o advogado do
dever de manter o segredo profissional sobre as informações e documentos de
que teve conhecimento em razão da atuação como defensor técnico. Portanto, o
advogado não pode testemunhar sobre fatos de que tomou conhecimento em
razão de seu ofício, como para o exercício de sua atuação profissional a partir da
narração apresentada pelo cliente e eventuais documentos por ele entregues. STF.
2ª Turma. Rcl 37235/RR. Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2020 (Info
967).

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O delatado tem o direito de acesso aos termos de colaboração


premiada que mencionem seu nome, desde que já tenham sido
juntados aos autos e não prejudiquem diligências em
andamento
Direito Processual Penal  Outros temas  Colaboração premiada

Origem: STF

O delatado possui o direito de ter acesso às declarações prestadas pelos


colaboradores que o incriminem, desde que já documentadas e que não se refiram
à diligência em andamento que possa ser prejudicada. STF. 2ª Turma. Rcl 30742
AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 4/2/2020 (Info 965).

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É ilegal a decisão judicial que autoriza busca e apreensão


coletiva em residências, feita de forma genérica e
indiscriminada
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

O STJ concedeu habeas corpus) para anular decisão que autorizou busca e
apreensão em domicílios nas comunidades de Jacarezinho e no Conjunto
Habitacional Morar Carioca, no Rio de Janeiro (RJ), sem identificar o nome de
investigados e os endereços a serem objeto da abordagem policial. A Defensoria
Pública do Rio de Janeiro impetrou o habeas corpus coletivo em benefício dos
moradores dessas comunidades pobres, argumentando que, além de ofender a
garantia constitucional que protege o domicílio, o ato representou a legitimação de
uma série de violações gravíssimas, sistemáticas e generalizadas de direitos
humanos. A medida foi tomada, em agosto de 2017, após a morte de um policial
em operação das forças de segurança nas favelas de Jacarezinho, Manguinhos,
Mandela, Bandeira 2 e Morar Carioca, o que levou à concessão da ordem judicial
de busca e apreensão domiciliar generalizada na região. A ordem era para que a
polícia tentasse encontrar armas, documentos, celulares e outras provas contra
facções criminosas. Na decisão que autorizou a revista indiscriminada de
residências nas áreas indicadas pela polícia, a juíza responsável fez menção à
forma desorganizada como as comunidades pobres ganham novas casas
constantemente, sem registro ou numeração que as individualize. Segundo ela, a
revista coletiva seria necessária para a própria segurança dos moradores da região
e dos policiais que ali atuam. Para o STJ, a ausência de individualização das
medidas de busca e apreensão contraria diversos dispositivos legais, como os
arts. 240, 242, 244, 245, 248 e 249 do CPP, bem como o art. 5º, XI, da CF/88, que
traz como direito fundamental a inviolabilidade do domicílio. É indispensável que o
mandado de busca e apreensão tenha objetivo certo e pessoa determinada, não se
admitindo ordem judicial genérica. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 435.934/RJ, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 05/11/2019.

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Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso


de condenações pelo Tribunal do Júri
Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Noções gerais

Origem: STF

Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações


pelo Tribunal do Júri. STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 19/11/2019 (Info 960). Obs: existem decisões da 1ª Turma em sentido
contrário, ou seja, afirmando que "não viola o princípio da presunção de inocência
ou da não culpabilidade a execução da condenação pelo Tribunal do Júri,
independentemente do julgamento da apelação ou de qualquer outro recurso"
(STF. 1ª Turma. HC 198392 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 27/04/2021).
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O cumprimento da pena somente pode ter início com o


esgotamento de todos os recursos
Direito Processual Penal  Execução penal  Execução provisória da pena

Origem: STF

O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se
inicie o cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio
da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a
chamada “execução provisória da pena”. Vale ressaltar que é possível que o réu
seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de todos os
recursos), no entanto, para isso, é necessário que seja proferida uma decisão
judicial individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão
presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP.
Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas
cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da pena. STF.
Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados
em 7/11/2019 (Info 958).

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O advogado do réu delatado deverá, obrigatoriamente, estar


presente no interrogatório do corréu delator
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

O advogado de um réu deverá, obrigatoriamente, estar presente no interrogatório


do corréu que com ele responde o mesmo processo criminal? REGRA: não. A
presença da defesa técnica é imprescindível durante o interrogatório do réu por ela
representado, não quanto aos demais. Assim, é obrigatória a presença do
advogado no interrogatório do seu cliente. No interrogatório dos demais réus, essa
presença é, em regra, facultativa. EXCEÇÃO: se o interrogatório é de um corréu
delator, a presença do advogado dos réus delatados é indispensável. Neste caso,
deve-se exigir a presença dos advogados dos réus delatados, pois, na colaboração
premiada, o delator adere à acusação em troca de um benefício acordado entre as
partes e homologado pelo julgador natural. Normalmente, o delator presta
contribuições à persecução penal incriminando eventuais corréus, razão pela qual
seus advogados devem acompanhar o ato. Se o advogado do corréu não
comparece ao interrogatório do réu delator, haverá nulidade? Depende: • Se o
corréu foi delatado no interrogatório e seu advogado não compareceu: sim, haverá
nulidade. • Se o corréu não foi delatado no interrogatório: não. Isso porque não
houve prejuízo. STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
3/9/2019 (Info 955).

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Nem toda mãe de criança deverá ter direito à prisão domiciliar


ou a receber medida alternativa à prisão
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STF

No HC 143641/SP, a 2ª Turma do STF decidiu que, em regra, deve ser concedida


prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam gestantes, puérperas,
mães de crianças ou mães de pessoas com deficiência. Vale ressaltar, no entanto,
que nem toda mãe de criança deverá ter direito à prisão domiciliar ou a receber
medida alternativa à prisão. De fato, em regra, o mais salutar é evitar a prisão e
priorizar o convívio da mãe com a criança. Entretanto, deve-se analisar as
condições específicas do caso porque pode haver situações em que o crime é
grave e o convívio com a mãe pode prejudicar o desenvolvimento do menor. Ex:
situação na qual a mulher foi presa em flagrante com uma enorme quantidade de
armamento em sua residência. Além disso, havia indícios de que ela integra grupo
criminoso voltado ao cometimento dos delitos de tráfico de drogas, disparo de
arma de fogo, ameaça e homicídio. STF. 1ª Turma. HC 168900/MG, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 24/9/2019 (Info 953).

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A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser
considerada prova ilícita nem deve ser excluída do processo
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

O exame de corpo de delito deve ser realizado por perito oficial (art. 159 do CPP).
Do ponto de vista estritamente formal, o perito papiloscopista não se encontra
previsto no art. 5º da Lei nº 12.030/2009, que lista os peritos oficiais de natureza
criminal. Apesar disso, a perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser
considerada prova ilícita nem deve ser excluída do processo. Os peritos
papiloscopistas são integrantes de órgão público oficial do Estado com diversas
atribuições legais, sendo considerados órgão auxiliar da Justiça. Não deve ser
mantida decisão que determinava que, quando o réu fosse levado ao Plenário do
Júri, o juiz-presidente deveria esclarecer aos jurados que os papiloscopistas – que
realizaram o laudo pericial – não são peritos oficiais. Esse esclarecimento retiraria
a neutralidade do conselho de sentença. Isso porque, para o jurado leigo, a
afirmação, pelo juiz, no sentido de que o laudo não é oficial equivale a tachar de
ilícita a prova nele contida. Assim, cabe às partes, respeitado o contraditório e a
ampla defesa, durante o julgamento pelo tribunal do júri, defender a validade do
documento ou impugná-lo. STF. 1ª Turma. HC 174400 AgR/DF, rel. orig. Min.
Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 24/9/2019
(Info 953).

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Não cabe revisão criminal contra decisão que se limita a


inadmitir recurso
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Revisão criminal

Origem: STF

Não cabe revisão criminal para impugnar decisão que se limita a inadmitir recurso.
A decisão suscetível de impugnação por meio de revisão criminal consiste no ato
jurisdicional que impõe ou chancela (confirma) o mérito de pronunciamento
condenatório. Não cabe revisão criminal contra decisões posteriores que, correta
ou incorretamente, tenham inadmitido ou negado provimento a recursos, visto que
essas manifestações jurisdicionais não compõem o título condenatório. STF.
Plenário. RvC 5480 AgR/AM, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/9/2019 (Info
951).

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A ausência de defensor, devidamente intimado, à sessão de


julgamento não implica, por si só, nulidade processual
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

A ausência de defensor, devidamente intimado, à sessão de julgamento não


implica, por si só, nulidade processual. Caso concreto: em ação penal originária
que tramitava no TJ, o defensor foi intimado da sessão de julgamento, mas deixou
de comparecer e de fazer a sustentação oral; não há nulidade. Intimada a defesa
para a sessão de julgamento da ação penal originária, a ausência da sustentação
oral prevista no art. 12 da Lei nº 8.038/90 não invalida a condenação. STF. 1ª
Turma. HC 165534/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 3/9/2019 (Info 950).

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Cabe habeas corpus para questionar a decisão do magistrado


que não permite que os réus delatados apresentem alegações
finais somente após os réus colaboradores
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Noções gerais

Origem: STF

Cabe habeas corpus mesmo nas hipóteses que não envolvem risco imediato de
prisão, como na análise da licitude de determinada prova ou no pedido para que a
defesa apresente por último as alegações finais, se houver a possibilidade de
condenação do paciente. Isso porque neste caso a discussão envolve liberdade de
ir e vir. STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o
ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/8/2019 (Info 949).
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Em ação penal envolvendo réus colaboradores e não


colaboradores, o réu delatado tem o direito de apresentar suas
alegações finais somente após o réu que firmou acordo de
colaboração premiada
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

O réu delatado tem o direito de apresentar suas alegações finais somente após o
réu delator. Os réus colaboradores não podem se manifestar por último (ou no
mesmo prazo dos réus delatados) porque as informações trazidas por eles
possuem uma carga acusatória. O direito fundamental ao contraditório e à ampla
defesa deve permear todo o processo legal, garantindo-se sempre a possibilidade
de a defesa se manifestar depois do agente acusador. Vale ressaltar que pouco
importa a qualificação jurídica do agente acusador: Ministério Público ou corréu
colaborador. Se é um “agente acusador”, a defesa deve falar depois dele. Ao se
permitir que os réus colaboradores falem por último (ou simultaneamente com os
réus delatados), há uma inversão processual que ocasiona sério prejuízo ao
delatado, tendo em vista que ele não terá oportunidade de repelir os argumentos
eventualmente incriminatórios trazidos pelo réu delator ou para reforçar os
favoráveis à sua defesa. Permitir o oferecimento de memoriais escritos de réus
colaboradores, de forma simultânea ou depois da defesa — sobretudo no caso de
utilização desse meio de prova para prolação da condenação —, compromete o
pleno exercício do contraditório, que pressupõe o direito de a defesa falar por
último, a fim de poder reagir às manifestações acusatórias. STF. 2ª Turma.HC
157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 27/8/2019 (Info 949).

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É dever do Estado a disponibilização da integralidade das


conversas advindas nos autos de forma emprestada, sendo
inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de
partes dos áudios interceptados
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STJ

Situação concreta: durante uma investigação para apurar tráfico de drogas, o juiz
da vara criminal decretou a interceptação telefônica dos suspeitos. Durante os
diálogos, constatou-se a participação de um militar. O militar foi, então, denunciado
na Justiça Militar. Os diálogos interceptados foram juntados aos autos do
processo penal militar como prova emprestada, oriundos da vara criminal. Ocorre
que o juiz da vara criminal não remeteu à Justiça Militar a integralidade dos áudios,
mas apenas os trechos em que se entendia que havia a participação do militar. O
STJ entendeu que esse procedimento não foi correto. Isso porque “quebra da
cadeia de custódia da prova”. A cadeia de custódia da prova consiste no caminho
que deve ser percorrido pela prova até a sua análise pelo magistrado, sendo certo
que qualquer interferência indevida durante esse trâmite processual pode resultar
na sua imprestabilidade (RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
05/02/2019). A defesa deve ter acesso à integralidade das conversas advindas
nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível que as autoridades de
persecução façam a seleção dos trechos que ficarão no processo e daqueles que
serão extraídos. A apresentação de somente parcela dos áudios, cuja filtragem foi
feita sem a presença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da paridade de
armas e ao direito à prova, porquanto a pertinência do acervo probatório não pode
ser realizada apenas pela acusação, na medida em que gera vantagem
desarrazoada em detrimento da defesa. STJ. 6ª Turma. REsp 1.795.341-RS, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/05/2019 (Info 648). Obs: vale ressaltar que o
caso acima explicado trata sobre falta de acesso à integralidade da interceptação
telefônica e não sobre falta de transcrição ou degravação integral das conversas
obtidas. O entendimento da jurisprudência do STF e do STJ é o de que não é
obrigatória a transcrição integral do conteúdo das interceptações telefônicas. Isso
não foi alterado pelo julgado acima, que trata sobre hipótese diferente.

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Compete à Justiça Estadual julgar crime cometido a bordo de


balão
Direito Processual Penal  Competência  Justiça Federal X Justiça Estadual
Origem: STJ

Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões


de ar quente tripulados. Os balões de ar quente tripulados não se enquadram no
conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei nº 7.565/86), razão pela qual não se aplica
a competência da Justiça Federal prevista no art. 109, IX, da CF/88). STJ. 3ª
Seção. CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019 (Info 648).

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É nulo o interrogatório travestido de entrevista realizado pela


autoridade policial com o investigado, durante a busca e
apreensão em sua residência, sem assistência de advogado e
sem a comunicação de seus direitos
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o investigado, durante a


busca e apreensão em sua residência, sem que tenha sido assegurado ao
investigado o direito à prévia consulta a seu advogado e sem que ele tenha sido
comunicado sobre seu direito ao silêncio e de não produzir provas contra si
mesmo. Trata-se de um “interrogatório travestido de entrevista”, havendo violação
do direito ao silêncio e à não autoincriminação. STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2019 (Info 944).

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Poder Judiciário não pode obrigar o Ministério Público a


celebrar o acordo de colaboração premiada
Direito Processual Penal  Outros temas  Colaboração premiada

Origem: STF

Não existe direito líquido e certo a compelir o Ministério Público à celebração do


acordo de delação premiada, diante das características desse tipo de acordo e
considerando a necessidade de distanciamento que o Estado-juiz deve manter
durante o cenário investigado e a fase de negociação entre as partes do cenário
investigativo. O acordo de colaboração premiada, além de meio de obtenção de
prova, constitui-se em um negócio jurídico processual personalíssimo, cuja
conveniência e oportunidade estão submetidos à discricionariedade regrada do
Ministério Público e não se submetem ao escrutínio do Estado-juiz. Em outras
palavras, trata-se de ato voluntário, insuscetível de imposição judicial. Vale
ressaltar, no entanto, que o ato do membro do Ministério Público que se nega à
realização do acordo deve ser devidamente motivado. Essa recusa pode ser objeto
de controle por órgão superior no âmbito do Ministério Público (Procurador-Geral
de Justiça ou Comissão de Coordenação e Revisão), por aplicação analógica do
art. 28 do CPP (art. 62, IV, da LC 75/93). Mesmo sem ter assinado o acordo, o
acusado pode colaborar fornecendo as informações e provas que possuir. Ao final,
na sentença, o juiz irá analisar esse comportamento processual e poderá conceder
benefício ao acusado mesmo sem que tenha havido a prévia celebração e
homologação do acordo de colaboração premiada. Dito de outro modo, o acusado
pode receber a sanção premial mesmo sem a celebração do acordo caso o
magistrado entenda que sua colaboração foi eficaz. STF. 2ª Turma. MS 35693
AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/5/2019 (Info 942).

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A participação de magistrado em julgamento de caso em que


seu pai já havia atuado é causa de nulidade absoluta
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

A participação de magistrado em julgamento de caso em que seu pai já havia


atuado é causa de nulidade absoluta, prevista no art. 252, I, do CPP. STF. 2ª Turma.
HC 136015/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 14/5/2019 (Info 940).

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A alteração da data-base para concessão de novos benefícios


executórios, em razão da unificação das penas, não encontra
respaldo legal
Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STJ

A unificação de penas não enseja a alteração da data-base para concessão de


novos benefícios executórios. STJ. 3ª Seção. ProAfR no REsp 1753509-PR, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 644).

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Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no


exterior e cuja extradição tenha sido negada?
Direito Processual Penal  Competência  Justiça Federal X Justiça Estadual

Origem: STF

Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição
tenha sido negada: • STJ: Justiça Federal (pacífico) • STF: Justiça Federal (é o que
tem prevalecido) Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da
ação penal que versa sobre crime praticado no exterior que tenha sido transferida
para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154.656-
MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625). Em se tratando de
cooperação internacional em que o Estado Brasileiro se compromete a promover o
julgamento criminal de indivíduo cuja extradição é inviável em função de sua
nacionalidade, exsurge o interesse da União, o que atrai a competência da Justiça
Federal para o processamento e julgamento da ação penal, conforme preceitua o
art. 109, III, da Constituição Federal. No caso dos autos, trata-se de imputação da
prática dos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e
roubo, praticados por brasileiro em território português. Diante desse cenário, faz-
se imperiosa a incidência do art. 5º, 1, da Convenção de Extradição entre os
Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, promulgada
pelo Decreto 7.935/2013. STF. 1ª Turma. RE 1270585 AgR, Rel. Alexandre de
Moraes, julgado em 31/08/2020.

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STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por
Deputado Federal durante a sua campanha à reeleição caso
ele tenha sido reeleito
Direito Processual Penal  Competência  Foro por prerrogativa de função

Origem: STF

Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de
financiar a sua campanha para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na
prestação de contas, configurando o chamado “caixa 2” (art. 350 do Código
Eleitoral). Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022. O STF será
competente para julgar este crime eleitoral? SIM. O foro por prerrogativa de função
aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas. O STF entende que o recebimento de
doação ilegal destinado à campanha de reeleição ao cargo de Deputado Federal é
um crime relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF.
Além disso, mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido
praticado durante o mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra de
sucessiva e ininterrupta reeleição. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).

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Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça


comum (federal ou estadual) e crime eleitoral, os delitos serão
julgados conjuntamente pela Justiça Eleitoral
Direito Processual Penal  Competência  Outros temas sobre competência

Origem: STF

Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem
conexos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de
delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à
Justiça competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).

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Não é necessária, mesmo após a Lei 13.245/2016, a intimação
prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de
depoimentos orais na fase de inquérito policial
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STF

Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a


tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não haverá nulidade
dos atos processuais caso essa intimação não ocorra. O inquérito policial é um
procedimento informativo, de natureza inquisitorial, destinado precipuamente à
formação da opinio delicti do órgão acusatório. Logo, no inquérito há uma regular
mitigação das garantias do contraditório e da ampla defesa. Esse entendimento
justifica-se porque os elementos de informação colhidos no inquérito não se
prestam, por si sós, a fundamentar uma condenação criminal. A Lei nº
13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem,
contudo, conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva
do calendário de inquirições a ser definido pela autoridade policial. STF. 2ª Turma.
Pet 7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info 933).

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Havendo duas sentenças criminais transitadas em julgado


envolvendo fatos idênticos, qual delas deverá prevalecer?
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Noções gerais

Origem: STJ

Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve prevalecer a sentença que


transitou em julgado em primeiro lugar. Diante do trânsito em julgado de duas
sentenças condenatórias contra o mesmo condenado, por fatos idênticos, deve
prevalecer a condenação que transitou em primeiro lugar. STJ. 6ª Turma. RHC
69586-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 27/11/2018 (Info 642). Depois do julgado acima, a Corte Especial do
STJ proferiu decisão dizendo que: Havendo conflito entre sentenças transitadas
em julgado deve valer a coisa julgada formada por último, enquanto não invalidada
por ação rescisória. STJ. Corte Especial. EAREsp 600811/SP, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 04/12/2019. O caso enfrentado pela Corte Especial do STJ
não envolvia matéria criminal e a situação foi analisada sob a ótica do Direito
Processual Civil. Por isso, na minha opinião, não se pode ainda afirmar, com
certeza, que esse entendimento vale também para sentenças criminais
considerando que não há ação rescisória no processo penal e não se admite
revisão criminal contra o réu.

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A SV56 é inaplicável ao preso provisório (prisão preventiva)


porque esse enunciado trata da situação do preso que cumpre
pena
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STJ

A SV 56 destina-se com exclusividade aos casos de cumprimento de pena, ou seja,


aplica-se tão somente ao preso definitivo. Não se pode estender a citada súmula
vinculante ao preso provisório (prisão preventiva), eis que se trata de situação
distinta. Por deter caráter cautelar, a prisão preventiva não se submete à distinção
de diferentes regimes. Assim, sequer é possível falar em regime mais ou menos
gravoso ou estabelecer um sistema de progressão ou regressão da prisão. STJ. 5ª
Turma. RHC 99006-PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019 (Info 642).

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É válida a sentença proferida de forma oral na audiência e


registrada em meio audiovisual, ainda que não haja a sua
transcrição
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Noções gerais

Origem: STJ

É válida a sentença proferida de forma oral na audiência e registrada em meio


audiovisual, ainda que não haja a sua transcrição. O § 2º do art. 405 do CPP, que
autoriza o registro audiovisual dos depoimentos, sem necessidade de transcrição,
deve ser aplicado também para os demais atos da audiência, dentre eles os
debates orais e a sentença. O registro audiovisual da sentença prolatada
oralmente em audiência é uma medida que garante mais segurança e celeridade.
Não há sentido lógico em se exigir a degravação da sentença registrada em meio
audiovisual, sendo um desserviço à celeridade. A ausência de degravação
completa da sentença não prejudica o contraditório nem a segurança do registro
nos autos, do mesmo modo que igualmente ocorre com a prova oral. STJ. 3ª
Seção. HC 462253/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 28/11/2018 (Info 641).

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Mesmo após a inserção do art. 318-A CPP, é possível que o


juiz negue a prisão domiciliar para a mulher gestante ou que
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, desde que presente situação excepcionalíssima
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão domiciliar do CPP

Origem: STF e STJ

O art. 318-A do CPP, introduzido pela Lei nº 13.769/2018, estabelece um poder-


dever para o juiz substituir a prisão preventiva por domiciliar de gestante, mãe de
criança menor de 12 anos e mulher responsável por pessoa com deficiência,
sempre que apresentada prova idônea do requisito estabelecido na norma (art.
318, parágrafo único), ressalvadas as exceções legais. A normatização de apenas
duas das exceções não afasta a efetividade do que foi decidido pelo STF no HC
143.641/SP, nos pontos não alcançados pela nova lei. O fato de o legislador não
ter inserido outras exceções na lei, não significa que o magistrado esteja proibido
de negar o benefício quando se deparar com casos excepcionais. Assim, deve
prevalecer a interpretação teleológica da lei, assim como a proteção aos valores
mais vulneráveis. Com efeito, naquilo que a lei não regulou, o precedente do STF
deve continuar sendo aplicado, pois uma interpretação restritiva da norma pode
representar, em determinados casos, efetivo risco direto e indireto à criança ou ao
deficiente, cuja proteção deve ser integral e prioritária. STJ. 5ª Turma. HC
470549/TO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 12/02/2019.

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É cabível RESE contra decisão que indefere a produção
antecipada de prova prevista no art. 366 do CPP
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

É cabível recurso em sentido estrito para impugnar decisão que indefere produção
antecipada de prova, nas hipóteses do art. 366 do CPP. As hipóteses de cabimento
de recurso em sentido estrito estão previstas no art. 581 do CPP, sendo esse um
rol taxativo (exaustivo). No entanto, apesar disso, é admitida a interpretação
extensiva dessas hipóteses legais de cabimento. Se você observar as situações ali
elencadas, verá que não existe a previsão de recurso em sentido estrito contra a
decisão que indefere o pedido de produção antecipada de provas. Apesar disso,
será possível a interposição de RESE contra essa decisão com base no inciso XVI
do art. 581: “Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;” A
decisão que indefere a produção antecipada de provas com base no art. 366 deve
ser encarada, para fins de recurso, como sendo uma decisão que “ordena a
suspensão do processo” e, além disso, determina se haverá ou não a produção das
provas. Logo, enquadra-se no inciso XVI do art. 581 do CPP. STJ. 3ª Seção. EREsp
1630121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/11/2018 (Info
640).

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É nula decisão judicial que autoriza o espelhamento do


WhatsApp para que a Polícia acompanhe as conversas do
suspeito pelo WhatsApp Web
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

É nula decisão judicial que autoriza o espelhamento do WhatsApp via Código QR


para acesso no WhatsApp Web. Também são nulas todas as provas e atos que
dela diretamente dependam ou sejam consequência, ressalvadas eventuais fontes
independentes. Não é possível aplicar a analogia entre o instituto da interceptação
telefônica e o espelhamento, por meio do WhatsApp Web, das conversas
realizadas pelo aplicativo WhatsApp. STJ. 6ª Turma. RHC 99735-SC, Rel. Min.
Laurita Vaz, julgado em 27/11/2018 (Info 640).
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Quem julga os crimes cometidos por Desembargadores?


Direito Processual Penal  Competência  Foro por prerrogativa de função

Origem: STJ

O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para o julgamento nas


hipóteses em que, não fosse a prerrogativa de foro (art. 105, I, da CF/88), o
desembargador acusado houvesse de responder à ação penal perante juiz de
primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal. Assim, mesmo que o crime cometido
pelo Desembargador não esteja relacionado com as suas funções, ele será julgado
pelo STJ se a remessa para a 1ª instância significar que o réu seria julgado por um
juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal que o Desembargador. A
manutenção do julgamento no STJ tem por objetivo preservar a isenção
(imparcialidade e independência) do órgão julgador. STJ. Corte Especial. QO na
APn 878-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/11/2018 (Info 639).

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Sustentação oral do MP pode discordar do parecer oferecido


por outro membro do Parquet
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

A sustentação oral do representante do Ministério Público que diverge do parecer


juntado ao processo, com posterior ratificação, não viola a ampla defesa. STF. 1ª
Turma. HC 140780/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 30/10/2018 (Info 922).

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A ausência de suspensão ou revogação do livramento


condicional antes do término do período de prova enseja a
extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena
(Súmula 617-STJ)
Direito Processual Penal  Execução penal  Livramento condicional

Origem: STJ

Súmula 617-STJ: A ausência de suspensão ou revogação do livramento


condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da
punibilidade pelo integral cumprimento da pena. • Aprovada em 26/09/2018, DJe
01/10/2018. • Importante.

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Justiça Federal é competente para julgar venda de cigarro


importado, permitido pela ANVISA, desacompanhada de nota
fiscal e sem comprovação de pagamento do imposto de
importação
Direito Processual Penal  Competência  Justiça Federal X Justiça Estadual

Origem: STJ

Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que investiga o cometimento


do delito previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de
mercadoria estrangeira, permitida pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e
sem comprovação de pagamento de imposto de importação. STJ. Plenário. CC
159680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 08/08/2018 (Info
631). Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de
descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta.
STJ. 3ª Seção. CC 160748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
26/09/2018 (Info 635).

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Não cabe HC contra decisão que determina o afastamento ou


a perda do exercício da função pública
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC
Origem: STF e STJ

É incabível habeas corpus contra decisão que decretou a perda da função pública,
por não haver violação ao direito de locomoção. Aplica-se aqui o mesmo raciocínio
da Súmula 694 do STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de
exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. STJ. 5ª Turma.
AgRg no HC 218434/MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 11/06/2015. STF. 1ª
Turma. HC 150059, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 22/05/2018.

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O exame criminológico não precisa ser realizado,


obrigatoriamente, por médico psiquiatra
Direito Processual Penal  Execução penal  Exame criminológico

Origem: STJ

Não existe qualquer vício no fato de o exame criminológico não ter sido feito por
médico psiquiatra. Além do psiquiatra, o STJ admite também a realização do
exame criminológico por psicólogo ou assistente social: A elaboração do laudo
criminológico por psiquiatra, psicólogo ou assistente psicossocial não traz
qualquer mácula ou ilegalidade à decisão que indeferiu a progressão de regime
com base em tal documento, mormente porque qualquer destes profissionais está
habilitado a realizar perícia técnica compatível com o que se busca saber para a
concessão do benefício de progressão de regime. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
440208/MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 02/10/2018. STJ.
6ª Turma. AgRg no HC 451804/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
18/09/2018.

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Determinação de exame criminológico por conta de falta grave


Direito Processual Penal  Execução penal  Exame criminológico

Origem: STJ
O cometimento de falta grave justifica a determinação de exame criminológico.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 396439/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 19/06/2018.

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O exame criminológico ainda hoje existe?


Direito Processual Penal  Execução penal  Exame criminológico

Origem: STJ

Súmula 439-STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso,


desde que em decisão motivada. Mesmo que inexigível, uma vez realizado o
exame criminológico, nada obsta sua utilização pelo magistrado como
fundamento válido para o indeferimento do pedido de progressão de regime. STJ.
6ª Turma. AgRg no HC 451804/MS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
18/09/2018.

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O interrogatório deve ser o último ato da instrução em todos


os procedimentos
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF e STJ

A exigência de realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme


o art. 400 do CPP é aplicável: • aos processos penais militares; • aos processos
penais eleitorais e • a todos os procedimentos penais regidos por legislação
especial (ex: lei de drogas). STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 3/3/2016 (Info 816).

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As autoridades listadas no art. 105, I, “a”, da CF/88 somente
terão foro por prerrogativa de função no STJ para os crimes
cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às
funções desempenhadas
Direito Processual Penal  Competência  Foro por prerrogativa de função

Origem: STJ

As hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se


àquelas em que o crime for praticado em razão e durante o exercício do cargo ou
função. STJ. Corte Especial. AgRg na APn 866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 20/06/2018 (Info 630). Mas atenção: Os Desembargadores dos
Tribunais de Justiça continuam sendo julgados pelo STJ mesmo que o crime não
esteja relacionado com as suas funções. Assim, o STJ continua sendo competente
para julgar quaisquer crimes imputados a Desembargadores, não apenas os que
tenham relação com o exercício do cargo. STJ. APn 878/DF QO, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 21/11/2018.

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Com o advento da Lei nº 12.433/2011, o cometimento de falta


grave não mais enseja a perda da totalidade do tempo remido,
mas limita-se ao patamar de 1/3, cabendo ao juízo das
execuções penais dimensionar o quantum, segundo os
critérios do art. 57 da LEP
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

A prática de falta grave acarreta a perda de até 1/3 dos dias remidos, nos termos
do art. 127 da LEP: Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3
(um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. Cabendo ao Juízo das
Execuções, com certa margem de discricionariedade, aferir o quantum, levando em
conta os critérios do art. 57 da LEP: Art. 57. Na aplicação das sanções
disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as
consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. Vale
ressaltar, contudo, que, para o juiz determinar a perda dos dias remidos no
percentual máximo (1/3) ele terá que fornecer uma fundamentação concreta. STJ.
5ª Turma. HC 459205/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 02/10/2018. • Antes
da Lei nº 12.433/2011: a falta grave acarretava a perda de todos os dias remidos. •
Depois da Lei nº 12.433/2011: a falta grave acarreta a perda de, no máximo, 1/3
dos dias remidos. O STJ já decidiu que a fuga, por ser uma falta disciplinar de
natureza especialmente grave, justifica a adoção do percentual máximo de perda
dos dias remidos. STJ. 5ª Turma. HC 465565/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 25/09/2018.

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O cometimento de falta grave enseja a regressão para regime


de cumprimento de pena mais gravoso
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

O art. 118, da LEP estabelece que a prática de falta grave acarreta a regressão de
regime: Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando
o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; A redação
do referido dispositivo é clara ao prever a regressão de regime uma vez
homologada a falta grave. STJ. 5ª Turma. HC 405531/RS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 06/02/2018.

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A prática de falta grave pode ensejar a regressão cautelar do


regime prisional sem a prévia oitiva do condenado, que
somente é exigida na regressão definitiva
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ
Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, em regra, será necessária a
oitiva prévia do condenado em processo administrativo (Súmula 533-STJ), salvo se
houver audiência judicial de justificação. No entanto, é possível que seja
determinada a regressão cautelar do reeducando que praticou falta grave mesmo
sem a sua prévia oitiva. Assim, para fins de regressão cautelar não é necessária a
prévia instauração ou conclusão do procedimento administrativo - PAD e a oitiva
do sentenciado em juízo. Tais providências são exigíveis apenas no caso de
regressão definitiva. É imprescindível a realização de audiência de justificação
apenas quando o Juízo da execução penal proceder à regressão definitiva do
apenado a regime mais gravoso, de modo que a regressão cautelar prescinde de
prévia oitiva judicial. STJ. 5ª Turma. RHC 81.352/MA, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 18/04/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 423.979/RS, Rel. Min. Maria
Thereza De Assis Moura, julgado em 06/03/2018. Prática de falta grave e
regressão: • Regressão definitiva: é necessária oitiva prévia do condenado. •
Regressão cautelar: não é necessária oitiva prévia do condenado.

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Após a vigência da Lei nº 11.466/2007, constitui falta grave a


posse de aparelho celular ou de seus componentes, tendo em
vista que a ratio essendi da norma é proibir a comunicação
entre os presos ou destes com o meio externo
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

A Lei nº 11.466/2007, que entrou em vigor no dia 29/03/2007, acrescentou o inciso


VII ao art. 50 da Lei de Execuções Penais (Lei nº 7.210/84) prevendo que comete
falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que “tiver em sua posse,
utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo”. Desse modo, a
posse de aparelho celular, bem como de seus componentes essenciais, tais como
“chip”, carregador ou bateria, isoladamente, constitui falta disciplinar de natureza
grave após o advento da Lei nº 11.466/2007. Não é necessária, para a
configuração da falta grave, a realização de perícia no aparelho telefônico ou nos
componentes essenciais, dentre os quais o “chip”, a fim de demonstrar o
funcionamento. Vale ressaltar que, antes da Lei nº 11.466/2007, essa conduta não
podia ser considerada como falta grave porque não constava do rol taxativo
previsto no art. 50 da LEP (princípio da legalidade e da irretroatividade da lei penal
mais rigorosa). STJ. 5ª Turma. HC 155372/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 02/08/2012. STJ. 5ª Turma. HC 395878/PR, Rel. Min. Felix Fischer,
julgado em 27/06/2017.

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O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando, mesmo


esgotados os prazos para a conclusão das diligências, não
foram reunidos indícios mínimos de autoria ou materialidade
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STF

O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem
sido feitas diligências de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a
instrução do inquérito, não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou
materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF). A pendência de investigação, por prazo
irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende o direito à razoável
duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e a dignidade da pessoa humana
(art. 1º, III, da CF/88). Caso concreto: tramitava, no STF, um inquérito para apurar
suposto delito praticado por Deputado Federal. O Ministro Relator já havia
autorizado a realização de diversas diligências investigatórias, além de ter
aceitado a prorrogação do prazo de conclusão das investigações. Apesar disso,
não foram reunidos indícios mínimos de autoria e materialidade. Com o fim do foro
por prerrogativa de função para este Deputado, a PGR requereu a remessa dos
autos à 1ª instância. O STF, contudo, negou o pedido e arquivou o inquérito, de
ofício, alegando que já foram tentadas diversas diligências investigatórias e,
mesmo assim, sem êxito. Logo, a declinação de competência para a 1ª instância a
fim de que lá sejam continuadas as investigações seria uma medida fadada ao
insucesso e representaria apenas protelar o inevitável. STF. 2ª Turma. Inq
4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018 (Info 912). No mesmo
sentido: STF. Decisão monocrática. INQ 4.442, Rel. Min. Roberto Barroso, Dje
12/06/2018.

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Busca e apreensão ordenada contra o marido da Senadora,
mas cujo cumprimento ocorreu no imóvel funcional onde
ambos residem: deve-se observar as regras de foro privativo
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

Paulo Bernardo era investigado e o juiz de 1º grau determinou, contra ele, busca e
apreensão. Ocorre que Paulo Bernardo residia com a sua esposa, a Senadora Gleisi
Hoffmann, em um imóvel funcional cedido pelo Senado. Desse modo, a busca e
apreensão foi realizada neste imóvel funcional. O STF entendeu que esta prova foi
ilícita (art. 5º, LVI, da CF/88) e determinou a sua inutilização e o desentranhamento
dos autos de todas as provas obtidas por meio da referida diligência. O Supremo
entendeu que a ordem judicial de busca e apreensão foi ampla e vaga, sem prévia
individualização dos bens que seriam de titularidade da Senadora e daqueles que
pertenciam ao seu marido. Diante disso, o STF entendeu que o juiz, ao dar essa
ordem genérica, acabou por também determinar medida de investigação contra a
própria Senadora. Logo, como ela tinha foro por prerrogativa de função no STF (art.
102, I, “b”, da CF/88), somente o Supremo poderia ter ordenado qualquer medida
de investigação contra a parlamentar federal. Isso significa que o juiz de 1ª
instância usurpou uma competência que era do STF. Reconheceu, por conseguinte,
a ilicitude da prova obtida (art. 5º, LVI, da CF/88) e de outras diretamente dela
derivadas. STF. 2ª Turma. Rcl 24473/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/6/2018 (Info 908).

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A violação do art. 212 do CPP enseja nulidade de caráter


relativo
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

A violação do art. 212 do CPP gera nulidade RELATIVA, necessitando, portanto, da


comprovação dos prejuízos para que seja reconhecida a invalidade do ato judicial.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1712039/RO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
03/05/2018.
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Inconstitucionalidade da condução coercitiva para


interrogatório
Direito Processual Penal  Outros temas  Temas diversos

Origem: STF

O CPP, ao tratar sobre a condução coercitiva, prevê o seguinte: Art. 260. Se o


acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou
qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá
mandar conduzi-lo à sua presença. O STF declarou que a expressão “para o
interrogatório”, prevista no art. 260 do CPP, não foi recepcionada pela Constituição
Federal. Assim, caso seja determinada a condução coercitiva de investigados ou
de réus para interrogatório, tal conduta poderá ensejar: • a responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade • a ilicitude das provas obtidas
• a responsabilidade civil do Estado. Modulação dos efeitos: o STF afirmou que o
entendimento acima não desconstitui (não invalida) os interrogatórios que foram
realizados até a data do julgamento, ainda que os interrogados tenham sido
coercitivamente conduzidos para o referido ato processual. STF. Plenário. ADPF
395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018
(Info 906).

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Sustentação oral em tempo reduzido


Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Noções gerais

Origem: STJ

Diante das peculiaridades do Tribunal do Júri, o fato de ter havido sustentação oral
em plenário por tempo reduzido não caracteriza, necessariamente, a deficiência de
defesa técnica. STJ. 6ª Turma. HC 365008-PB, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel.
Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/04/2018 (Info 627). Obs: existe
decisão reconhecendo a ocorrência de nulidade pelo simples fato de a
sustentação oral ter sido feita em poucos minutos: STJ. 6ª Turma. HC 234.758-SP,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/6/2012.No entanto, entendo que a
posição majoritária é no sentido que isso não conduz, obrigatoriamente, à
nulidade, conforme decidido no HC 365.008-PB. Se houve defesa e não se
comprova prejuízo, não há que se falar em nulidade de julgamento por defesa
consideravelmente curta. Peculiaridades do caso concreto: o MP usou 1h30 para
sustentação oral, na qual pediu a absolvição do réu. Na sequência, a defesa fez
sua sustentação de apenas três minutos. Ainda assim, houve condenação pelo
Tribunal do Júri. Logo, a 2ª Turma do STF entendeu não houve ausência de defesa,
de modo que descabe cogitar nulidade absoluta. Assim, se houve nulidade, foi
apenas relativa, a qual depende da demonstração de efetivo prejuízo, o que não
ocorreu. STF. 2ª Turma. HC 164535-RJ, Rel Min. Carmém Lúcia, julgado em
17/03/2020.

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Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo


simples fato de haver denúncias anônimas e ele ter fugido da
polícia
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STJ

A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não


configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do
acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. STJ. 6ª Turma. RHC
83501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018 (Info 623).

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Não é razoável a determinação da autoridade penitenciária


que imponha limitação do grau de parentesco das pessoas que
podem visitar o preso na cadeia
Direito Processual Penal  Outros temas  Temas diversos

Origem: STJ
O direito do preso de receber visitas, assegurado pelo art. 41, X, da Lei nº 7.210/84,
não é absoluto e deve ser sopesado, de acordo com a situação específica
vivenciada no caso concreto, em conjunto com outros princípios, dentre os quais o
que visa a garantir a disciplina e a segurança dentro dos estabelecimentos
prisionais, velando, por consequência, também pela integridade física tanto dos
reclusos quanto dos que os visitam. A autoridade prisional pode limitar, por
exemplo, o número máximo de pessoas que podem efetuar visitas por vez (o que
se justifica plenamente diante da capacidade física do presídio de acomodar um
certo número de pessoas com um mínimo de conforto e segurança). No entanto, a
administração penitenciária não pode limitar o grau de parentesco das pessoas
que podem ser incluídas no rol de visitantes do reeducando restringindo as visitas
apenas aos parentes de 2º grau. Não cabe à autoridade prisional pré-definir o nível
de importância que os parentes têm para os reeducandos, elegendo alguns que
têm mais direito a visitá-los do que outros. STJ. 5ª Turma. RMS 56.152/SP, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 03/04/2018.

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Possibilidade de remição ainda que o preso esteja em prisão


domiciliar
Direito Processual Penal  Execução penal  Remição

Origem: STJ

É possível a remição de pena com base no trabalho exercido durante o período em


que o apenado esteve preso em sua residência (prisão domiciliar). A fim de evitar
uma interpretação restritiva da norma, impõe-se o reconhecimento dos dias
trabalhados, ainda que em prisão domiciliar. Em se tratando de remição da pena é
possível fazer uma interpretação extensiva em prol do preso e da sociedade. STJ.
6ª Turma. AgRg no REsp 1689353/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
06/02/2018.

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Possibilidade de remição pela confecção de artesanato


Direito Processual Penal  Execução penal  Remição
Origem: STJ

Ficando comprovado que o reeducando efetivamente exerceu o trabalho artesanal,


ele tem direito à remição. A alegação do Ministério Público no sentido de que é
impossível controlar as horas trabalhadas com artesanato não é um argumento
válido. Cabe ao Estado administrar o cumprimento do trabalho no âmbito
carcerário, não sendo razoável imputar ao sentenciado qualquer tipo de desídia na
fiscalização ou controle desse meio. Caso concreto: o apenado trabalhou na
confecção de tapetes por 98 dias, tendo direito à remição de 32 dias de pena. STJ.
5ª Turma. AgRg no REsp 1720785/RO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
03/05/2018.

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MP não tem direito a prazo em dobro no processo penal


Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STF

O prazo para interposição de agravo regimental no STF, em processos criminais, é


de 5 dias corridos (não são dias úteis, como no CPC). O MP e a Defensoria Pública
possuem prazo em dobro para interpor esse agravo? • MP: NÃO. Em matéria penal,
o Ministério Público não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais
em dobro. Logo, o prazo para interposição de agravo pelo Estado-acusador em
processo criminal é de 5 dias. • Defensoria Pública: SIM. Mesmo em matéria penal,
são contados em dobro todos os prazos da Defensoria Pública. Logo, o prazo para
a Defensoria Pública interpor agravo regimental é de 10 dias. STF. 1ª Turma. HC
120275/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/5/2018 (Info 902).

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Restrição ao foro por prerrogativa de função / Marco para o


fim do foro: término da instrução
Direito Processual Penal  Competência  Foro por prerrogativa de função

Origem: STF
Restrição ao foro por prerrogativa de função As normas da Constituição de 1988
que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser
interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido
praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o
crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal,
não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância
mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o crime
tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi
fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se
apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às
funções desempenhadas. Marco para o fim do foro: término da instrução Após o
final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro
cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário.
AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).

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Constitucionalidade da Resolução 36/2009-CNMP


Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a


utilização de interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos
termos da Lei nº 9.296/96. A norma foi editada no exercício das atribuições
previstas diretamente no art. 130-A, § 2º, I e II, da CF/88. A Resolução apenas
regulamentou questões administrativas e disciplinares relacionadas ao
procedimento de interceptação telefônica, sem adentrar em matéria de direito
penal, processual ou relativa a nulidades. Não foram criados novos “requisitos
formais de validade” das interceptações. Tanto isso é verdade que a inobservância
dos preceitos contidos na resolução não constitui causa de nulidade, mas sim
motivo para a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra o
agente público infrator, pois consistem em regras ligadas aos deveres funcionais
de sigilo na atuação ministerial. A independência funcional do MP foi preservada.
A resolução não impõe uma linha de atuação ministerial, apenas promove a
padronização formal mínima dos ritos adotados nos procedimentos relacionados
a interceptações telefônicas, em consonância com as regras previstas na Lei nº
9.296/96. STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
25/4/2018 (Info 899).

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É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de


prorrogar a interceptação telefônica durante o plantão
judiciário ou durante o recesso do fim de ano
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

A Resolução 59/2008 do CNJ disciplina e uniformiza o procedimento de


interceptação de comunicações telefônicas e de sistemas de informática e
telemática nos órgãos jurisdicionais do Poder Judiciário. Foi proposta uma ADI
contra esse ato normativo. O STF decidiu que essa Resolução é constitucional,
com exceção do § 1º do art. 13, que prevê o seguinte: “§ 1º Não será admitido
pedido de prorrogação de prazo de medida cautelar de interceptação de
comunicação telefônica, telemática ou de informática durante o plantão judiciário,
ressalvada a hipótese de risco iminente e grave à integridade ou à vida de
terceiros, bem como durante o Plantão de Recesso previsto artigo 62 da Lei nº
5.010/66”. Em relação ao § 1º do art. 13 da Resolução 59/2008, o CNJ extrapolou
sua competência normativa, adentrando em seara que lhe é imprópria. Essa
previsão violou: a) a competência dos Estados para editar suas leis de organização
judiciária (art. 125, § 1º, da CF/88); b) a competência legislativa na União para a
edição de normas processuais (art. 22, I); c) a norma constante do art. 5º, XXXV, da
CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição. STF. Plenário. ADI 4145/DF,
Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
26/4/2018 (Info 899).

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Princípio do in dubio pro societate


Direito Processual Penal  Ação penal  Denúncia

Origem: STF
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. STF. 1ª
Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 17/04/2018 (Info 898).

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Unificação das penas não é considerado como sendo a data-


base para a concessão de novos benefícios da execução penal
Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STJ

A alteração da data-base para concessão de novos benefícios executórios, em


razão da unificação das penas, não encontra respaldo legal. Assim, não se pode
desconsiderar o período de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde
a última infração disciplinar, seja por delito ocorrido antes do início da execução da
pena, seja por crime praticado depois e já apontado como falta disciplinar grave.
Se isso for desconsiderado, haverá excesso de execução. STJ. 3ª Seção. REsp
1557461-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/02/2018 (Info 621).

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Não cabe a concessão do benefício da suspensão condicional


do processo se o acusado, no momento do oferecimento da
denúncia, responde a outro processo criminal, mesmo que
este venha a ser posteriormente suspenso ou que ocorra a
superveniente absolvição do
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

No momento do oferecimento da denúncia é que são verificados os requisitos do


art. 89 da Lei nº 9.099/95, para eventual suspensão condicional do processo. Logo,
não tem direito ao benefício o acusado que, nessa oportunidade, responde a outro
processo criminal, mesmo que este venha a ser posteriormente suspenso. STJ. 6ª
Turma. AgRg no REsp 1154263/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
16/05/2013.

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É inadmissível o pleito da suspensão condicional do processo


após a prolação da sentença, ressalvadas as hipóteses de
desclassificação ou procedência parcial da pretensão punitiva
estatal
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

O fato de o Ministério Público não ter proposto a suspensão do processo constitui


nulidade relativa, que, sob pena de preclusão, deve ser suscitada até a prolação da
sentença. Com a prolação da sentença condenatória fica comprometido o fim
próprio para o qual o sursis processual foi cometido, qual seja o de evitar a
imposição de pena privativa de liberdade. STJ. 5ª Turma. HC 175572/SP, Rel. Min.
Newton Trisotto (Des. Conv. do TJ/SC), julgado em 03/03/2015.

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A suspensão condicional não é direito público subjetivo do réu,


mas um poder-dever do MP, e o magistrado, caso discorde do
não oferecimento, deve aplicar, por analogia, o art. 28 do CPP
e remeter os autos ao PGJ
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas sim


um poder-dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com
exclusividade, analisar a possibilidade de aplicação do referido instituto, desde que
o faça de forma fundamentada. STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 74464/PR, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 02/02/2017. A suspensão condicional do
processo é solução de consenso e não direito subjetivo do acusado. STJ. 5ª
Turma. AgRg no RHC 91265/RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 27/02/2018.

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Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas


municipais
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão em flagrante

Origem: STJ

É válida a prisão em flagrante efetuada por guarda municipal? SIM. Conforme


prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode prender quem esteja em flagrante
delito. Desse modo, não existe óbice à prisão em flagrante realizada por guardas
municipais, não havendo, portanto, que se falar em prova ilícita. STJ. 5ª Turma. HC
421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/03/2018.

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É possível a impetração de habeas corpus coletivo


Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Noções gerais

Origem: STF

O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O habeas corpus se


presta a salvaguardar a liberdade. Assim, se o bem jurídico ofendido é o direito de
ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo determinado de pessoas, o instrumento
processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual ou coletivo. A ideia de
admitir a existência de habeas corpus coletivo está de acordo com a tradição
jurídica nacional de conferir a maior amplitude possível ao remédio heroico
(doutrina brasileira do habeas corpus). Apesar de não haver uma previsão
expressa no ordenamento jurídico, existem dois dispositivos legais que,
indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art.
654, § 2º e do art. 580, ambos do CPP. O art. 654, § 2º estabelece que compete
aos juízes e tribunais expedir ordem de habeas corpus de ofício. O art. 580 do CPP,
por sua vez, permite que a ordem concedida em determinado habeas corpus seja
estendida para todos que se encontram na mesma situação. Assim, conclui-se que
os juízes ou Tribunais podem estender para todos que se encontrem na mesma
situação a ordem de habeas corpus concedida individualmente em favor de uma
pessoa. Existem mais de 100 milhões de processos no Poder Judiciário, a cargo
de pouco mais de 16 mil juízes, exigindo do STF que prestigie remédios
processuais de natureza coletiva com o objetivo de emprestar a máxima eficácia
ao mandamento constitucional da razoável duração do processo e ao princípio
universal da efetividade da prestação jurisdicional. Diante da inexistência de
regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por analogia, o art. 12 da Lei
nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor mandado de injunção
coletivo. Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo: 1) o
Ministério Público; 2) o partido político com representação no Congresso Nacional;
3) a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano; 4) a Defensoria Pública. STF. 2ª
Turma.HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018 (Info
891).

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Prisão domiciliar para gestantes, puérperas, mães de crianças


e mães de pessoas com deficiência
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STF

O STF reconheceu a existência de inúmeras mulheres grávidas e mães de crianças


que estavam cumprindo prisão preventiva em situação degradante, privadas de
cuidados médicos pré-natais e pós-parto. Além disso, não havia berçários e
creches para seus filhos. Também se reconheceu a existência, no Poder Judiciário,
de uma “cultura do encarceramento”, que significa a imposição exagerada e
irrazoável de prisões provisórias a mulheres pobres e vulneráveis, em decorrência
de excessos na interpretação e aplicação da lei penal e processual penal, mesmo
diante da existência de outras soluções, de caráter humanitário, abrigadas no
ordenamento jurídico vigente. A Corte admitiu que o Estado brasileiro não tem
condições de garantir cuidados mínimos relativos à maternidade, até mesmo às
mulheres que não estão em situação prisional. Diversos documentos
internacionais preveem que devem ser adotadas alternativas penais ao
encarceramento, principalmente para as hipóteses em que ainda não haja decisão
condenatória transitada em julgado. É o caso, por exemplo, das Regras de
Bangkok. Os cuidados com a mulher presa não se direcionam apenas a ela, mas
igualmente aos seus filhos, os quais sofrem injustamente as consequências da
prisão, em flagrante contrariedade ao art. 227 da Constituição, cujo teor determina
que se dê prioridade absoluta à concretização dos direitos das crianças e
adolescentes. Diante da existência desse quadro, deve-se dar estrito cumprimento
do Estatuto da Primeira Infância (Lei 13.257/2016), em especial da nova redação
por ele conferida ao art. 318, IV e V, do CPP, que prevê: Art. 318. Poderá o juiz
substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: IV - gestante; V -
mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; Os critérios para a
substituição de que tratam esses incisos devem ser os seguintes: REGRA. Em
regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que
sejam - gestantes - puérperas (que deram à luz há pouco tempo) - mães de
crianças (isto é, mães de menores até 12 anos incompletos) ou - mães de pessoas
com deficiência. EXCEÇÕES: Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se: 1) a
mulher tiver praticado crime mediante violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver
praticado crime contra seus descendentes (filhos e/ou netos); 3) em outras
situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas
pelos juízes que denegarem o benefício. Obs1: o raciocínio acima explicado vale
também para adolescentes que tenham praticado atos infracionais. Obs2: a regra
e as exceções acima explicadas também valem para a reincidente. O simples fato
de que a mulher ser reincidente não faz com que ela perca o direito à prisão
domiciliar. STF. 2ª Turma.HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 20/2/2018 (Info 891). Observação: A Lei nº 13.769/2018 positivou no CPP o
entendimento manifestado pelo STF no julgamento acima explicado (HC 143641).
A principal diferença foi que o legislador não incluiu a exceção número 3. Além
disso, na exceção 2 não falou em descendentes, mas sim em filho ou dependente.
Veja o artigo incluído pela Lei nº 13.769/2018 no CPP: Art. 318-A. A prisão
preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças
ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: I -
não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II - não tenha
cometido o crime contra seu filho ou dependente.

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Não existe razão para reter o passaporte de agente


diplomático que responde a processo penal no Brasil se ele
goza de imunidade de execução
Direito Processual Penal  Competência  Competência territorial
Origem: STJ

A cautelar fixada de proibição para que agente diplomático acusado de homicídio


se ausente do país sem autorização judicial não é adequada na hipótese em que o
Estado de origem do réu tenha renunciado à imunidade de jurisdição cognitiva,
mas mantenha a competência para o cumprimento de eventual pena criminal a ele
imposta. STJ. 6ª Turma. RHC 87825-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
05/12/2017 (Info 618).

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“Denúncia anônima”, quebra de sigilo e renovação das


interceptações
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

“Denúncia anônima” e quebra de sigilo Segundo a jurisprudência do STJ e do STF,


não há ilegalidade em iniciar investigações preliminares com base em "denúncia
anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no
documento apócrifo. A Polícia, com base em diligências preliminares para atestar
a veracidade dessas “denúncias” e também lastreada em informações recebidas
pelo Ministério da Justiça e pela CGU, requereu ao juízo a decretação da
interceptação telefônica do investigado. O STF entendeu que a decisão do
magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica
não foi feita com base unicamente na "denúncia anônima" e sim após a realização
de diligências investigativas e também com base nas informações recebidas dos
órgãos públicos de fiscalização. Renovação das interceptações A Lei nº 9.296/96
prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de quinze dias,
renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de
prova." (art. 5º). A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo,
pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de
vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC
132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).

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Possibilidade de juiz afastar vereador da função que ocupa
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Outros temas

Origem: STJ

É possível que o Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a


parlamentares municipais as medidas cautelares de afastamento de suas funções
legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para deliberação. STJ.
5ª Turma. RHC 88.804-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
07/11/2017 (Info 617).

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Mesmo sem autorização judicial, polícia pode acessar


conversas do Whatsapp da vítima morta, cujo celular foi
entregue pela sua esposa
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem


prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi
morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade policial por sua esposa.
STJ. 6ª Turma.RHC 86076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617). Cuidado para não
confundir: Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia
por meio da extração de dados e de conversas registradas no Whatsapp presentes
no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 5ª Turma. RHC 67379-RN,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016 (Info 593). STJ. 6ª Turma. RHC
51531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).

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Não é possível a imposição de multa por litigância de má-fé no


âmbito do processo penal
Direito Processual Penal  Procedimento  Temas diversos
Origem: STJ

Não é cabível a imposição de multa por litigância de má-fé no âmbito do processo


penal. Isso porque não existe previsão expressa no CPP e aplicar as regras do CPC
configuraria indevida analogia in malam partem. STJ. 5ª Turma. HC 401.965/RJ,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 26/09/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp
618.694/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/09/2017.

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Havendo duas sentenças condenatórias envolvendo fatos


idênticos, qual delas deverá prevalecer?
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STJ

Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve prevalecer a sentença que


transitou em julgado em primeiro lugar. Diante do trânsito em julgado de duas
sentenças condenatórias contra o mesmo condenado, por fatos idênticos, deve
prevalecer a condenação que transitou em primeiro lugar. STJ. 6ª Turma. RHC
69586-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 27/11/2018 (Info 642). Os institutos da litispendência e da coisa
julgada direcionam à insubsistência do segundo processo e da segunda sentença
proferida, sendo imprópria a prevalência do que seja mais favorável ao acusado.
STF. 1ª Turma. HC 101131, Rel. Min. Luiz Fux, Rel p/ Acórdão Min. Marco Aurélio,
julgado em 25/10/2011. Depois do julgado acima, a Corte Especial do STJ proferiu
decisão dizendo que: Havendo conflito entre sentenças transitadas em julgado
deve valer a coisa julgada formada por último, enquanto não invalidada por ação
rescisória. STJ. Corte Especial. EAREsp 600811/SP, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 04/12/2019. O caso enfrentado pela Corte Especial do STJ não
envolvia matéria criminal e a situação foi analisada sob a ótica do Direito
Processual Civil. Por isso, na minha opinião, não se pode ainda afirmar, com
certeza, que esse entendimento vale também para sentenças criminais
considerando que não há ação rescisória no processo penal e não se admite
revisão criminal contra o réu.

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É cabível habeas corpus para questionar a imposição de
medidas cautelares diversas da prisão
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Noções gerais

Origem: STF

O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de


natureza criminal diversas da prisão. STF. 2ª Turma.HC 147426/AP e HC
147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 18/12/2017 (Info 888).

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Empate no julgamento de ação penal


Direito Processual Penal  Ação penal  Princípios

Origem: STF

Verificado empate no julgamento de ação penal, deve prevalecer a decisão mais


favorável ao réu. Esse mesmo entendimento deve ser aplicado em caso de empate
no julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão que julgou a
ação penal. Terminando o julgamento dos embargos empatado, aplica-se a
decisão mais favorável ao réu. STF. Plenário.AP 565 ED-ED/RO, Rel. Min. Cármen
Lúcia, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/12/2017 (Info 888).

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A prática de falta grave NÃO interrompe o prazo para a


concessão da saída temporária e para o trabalho externo
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

A prática de falta grave durante o cumprimento da pena não acarreta a alteração


da data-base para fins de saída temporária e trabalho externo. Dito de outro modo:
a prática de falta grave no curso da execução não interrompe o prazo para a
concessão da saída temporária e trabalho externo. Não interrompe o requisito
objetivo do lapso temporal para obtenção dos benefícios de trabalho externo e de
saída temporária. Isso porque os requisitos para tais benefícios estão
expressamente previstos nos arts. 36, 37 e 123 da LEP e neles não se menciona a
necessidade de reinício da contagem do prazo em caso de prática de falta grave.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1755701/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
06/11/2018. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 985.011/RS, Rel. Min. Antonio
Saldanha Palheiro, julgado em 27/02/2018. Cuidado para não confundir. A prática
de falta grave: • revoga os benefícios da saída temporária e do trabalho externo. •
mas não interrompe o prazo para a concessão de saída temporária e para o
trabalho externo.

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Intimação pessoal dos membros do Ministério Público no


processo penal
Direito Processual Penal  Procedimento  Temas diversos

Origem: STJ

O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o


Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do
órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em
cartório ou por mandado. STJ. 3ª Seção. REsp 1349935-SE, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (recurso repetitivo) (Info 611).

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Documento ou objeto somente pode ser lido ou exibido no júri


se a parte adversa tiver sido cientificada de sua juntada com
até 3 dias úteis de antecedência
Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Noções gerais

Origem: STJ
Segundo o art. 479 do CPP: “Durante o julgamento não será permitida a leitura de
documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a
antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.” O
prazo de 3 dias úteis a que se refere o art. 479 do CPP deve ser respeitado não
apenas para a juntada de documento ou objeto, mas também para a ciência da
parte contrária a respeito de sua utilização no Tribunal do Júri. Em outras palavras,
não só a juntada, mas também a ciência da parte interessada deve ocorrer até 3
dias úteis antes do início do júri. STJ. 6ª Turma. REsp 1637288-SP, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
8/8/2017 (Info 610).

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Princípio da correlação (congruência), causa de aumento e


emendatio libelli
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Noções gerais

Origem: STF

O princípio da congruência preconiza que o acusado defende-se dos fatos


descritos na denúncia e não da capitulação jurídica nela estabelecida. Assim, para
que esse princípio seja respeitado é necessário apenas que haja a correlação entre
o fato descrito na peça acusatória e o fato pelo qual o réu foi condenado, sendo
irrelevante a menção expressa na denúncia de eventuais causas de aumento ou
diminuição de pena. Ex: o MP ajuizou ação penal contra o réu por sonegação fiscal
(art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90). Na denúncia, o MP não pediu expressamente que
fosse reconhecida a majorante do art. 12, I. Pediu-se apenas a condenação do
acusado pelo crime do art. 1º, I. No entanto, apesar disso, na exordial o membro do
MP narrou que o réu sonegou tributos em montante superior a R$ 4 milhões. O juiz,
na sentença, ao condenar o réu, poderá reconhecer a incidência da causa de
aumento de pena prevista no art. 12, I, porque o fato que ela representa (vultosa
quantia sonegada que gera dano à coletividade) foi narrado, apesar de não haver
menção expressa ao dispositivo legal. STF. 2ª Turma. HC 129284/PE, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 17/10/2017 (Info 882). STF. 2ª Turma. HC
123733/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/9/2014 (Info 759).

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O juiz pode reconhecer de ofício as agravantes
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Noções gerais

Origem: STJ

O juiz poderá reconhecer as agravantes de ofício, não havendo, neste caso,


violação ao princípio da correlação. Assim, não ofende o princípio da congruência
a condenação por agravantes não descritas na denúncia. Isso é autorizado pelo
art. 385, do CPP, que foi recepcionado pela CF/88. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1612551/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 02/02/2017. STJ.
6ª Turma. HC 381590/SC, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em
06/06/2017.

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Não é possível a execução provisória de penas restritivas de


direito
Direito Processual Penal  Execução penal  Execução provisória da pena

Origem: STJ

Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em


julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. para acórdão
Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017 (Info 609). O cumprimento da pena
somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. É proibida a
chamada execução provisória da pena. STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF, ADC
54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 07/11/2019. O art. 147 da Lei de
Execuções Penais determina que a pena restritiva de direitos será aplicada
somente após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. O
entendimento até então esposado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal
sobre a possibilidade da execução antecipada da pena deu-se pela análise de
medidas cautelares nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade 43 e 44, que
ainda aguardam pronunciamento de mérito. Por sua vez, a decisão proferida no
ARE 964.246, julgado pela sistemática da repercussão geral, não tratou
especificamente de execução antecipada de pena restritiva de direito, vedada pelo
art. 147 da LEP, mas, tão somente, de pena privativa de liberdade, hipótese essa
prevista no art. 283 do Código de Processo Penal. STF. 2ª Turma. RE 1195505, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/11/2020.

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Descumprimento de colaboração premiada não justifica, por si


só, prisão preventiva
Direito Processual Penal  Outros temas  Colaboração premiada

Origem: STJ

O descumprimento de acordo de delação premiada ou a frustração na sua


realização, isoladamente, não autoriza a imposição da segregação cautelar. Não
se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de ele ter
descumprido acordo de colaboração premiada. Não há, sob o ponto de vista
jurídico, relação direta entre a prisão preventiva e o acordo de colaboração
premiada. Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do
acordo, seja restabelecida prisão preventiva anteriormente revogada. Por essa
razão, o descumprimento do que foi acordado não justifica a decretação de nova
custódia cautelar. É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos
requisitos da prisão preventiva, não podendo o decreto prisional ter como
fundamento apenas a quebra do acordo. STJ. 6ª Turma.HC 396658-SP, Rel. Min.
Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 27/6/2017 (Info 609). STF. 2ª Turma. HC
138207/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/4/2017 (Info 862).

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Não se pode decretar a prisão temporária com base na mera


suposição de que o suspeito irá comprometer a investigação
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão temporária

Origem: STJ

A prisão temporária, por sua própria natureza instrumental, é permeada pelos


princípios do estado de não culpabilidade e da proporcionalidade, de modo que
sua decretação só pode ser considerada legítima caso constitua medida
comprovadamente adequada e necessária ao acautelamento da fase pré-
processual, não servindo para tanto a mera suposição de que o suspeito virá a
comprometer a atividade investigativa. STJ. 6ª Turma. HC 379.690/SP, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 04/04/2017.

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Na sentença de pronúncia, as qualificadoras somente podem


ser excluídas quando se revelarem manifestamente
improcedentes
Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Noções gerais

Origem: STJ

A exclusão de qualificadora constante na denúncia somente pode ocorrer quando


manifestamente improcedente, sob pena de usurpação da competência do
Tribunal do Júri, juiz natural para julgar os crimes dolosos contra a vida. Por
vigorar nesta fase o princípio in dubio pro societate, somente é autorizado ao
julgador afastar as qualificadoras contidas na denúncia caso não haja dúvidas de
que elas não estão configuradas no caso concreto. Não havendo certeza disso, o
juiz deverá deixar para o Conselho de Sentença decidir sobre a incidência ou não
da qualificadora. STJ. 5ª Turma. HC 406.869/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
19/09/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 830.308/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 20/06/2017.

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Em princípio, não se anula provas obtidas em busca e


apreensão pelo fato de não terem sido lacrados os materiais
apreendidos
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

A ausência de lacre em todos os documentos e bens - que ocorreu em razão da


grande quantidade de material apreendido - não torna automaticamente ilegítima a
prova obtida. STJ. 5ª Turma. RHC 59414-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 27/6/2017 (Info 608). PACOTE ANTICRIME Obs: existe dúvida
se esse entendimento se mostra ainda em vigor. Isso porque a Lei nº 13.964/2019
(Pacote Anticrime) inseriu no CPP os arts. 158-A a 158-F tratando sobre a
chamada cadeia de custódia, que consiste em uma série de providências e
cautelas tomadas para garantir a “autenticidade das evidências coletadas e
examinadas, assegurando que correspondem ao caso investigado, sem que haja
lugar para qualquer tipo de adulteração.” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de
Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 718). Todos vestígios coletados no
decurso do inquérito ou processo devem respeitar as regras da cadeia de custódia
(art. 158-C, § 1º do CPP). Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal (art. 158-A, §
3º). Segundo o novo art. 158-D, os vestígios recolhidos serão acondicionados em
recipientes adequados, que deverão ser selados com lacres. Veja: Art. 158-D. O
recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do
material. § 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do
vestígio durante o transporte. § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio,
preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de
resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo.
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e,
motivadamente, por pessoa autorizada. § 4º Após cada rompimento de lacre, deve
se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do
responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao
novo lacre utilizado. § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do
novo recipiente. Resta saber como a jurisprudência irá considerar eventual
inobservância dessas regras. Para que seja declarada a nulidade será necessária a
demonstração de prejuízo, conforme exige o art. 563 do CPP, ou não? Como o
julgado fala em “automaticamente ilegítima”, será indispensável definir a natureza
do reconhecimento dessa nulidade para saber se o entendimento persiste válido.

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Prorrogação da permanência no presídio federal


Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STJ
Permanecendo inalterados os fundamentos que justificaram a transferência de
preso para presídio federal de segurança máxima, não cabe ao Juízo federal
questionar as razões do Juízo estadual, sendo a renovação da permanência do
apenado providência indeclinável, como medida excepcional e adequada para
resguardar a ordem pública. STJ. 3ª Seção. CC 143.634/RJ, Rel. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 24/02/2016.

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Se o acusado se recusa a participar do incidente, não pode ser


obrigado a fazer o exame
Direito Processual Penal  Outros temas  Incidentes e medidas cautelares

Origem: STF

O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa.


Logo, não é possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa
se oponha à sua realização. STF. 2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 6/9/2016 (Info 838).

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Data da prisão preventiva como marco inicial do tempo para a


progressão de regime
Direito Processual Penal  Execução penal  Progressão de regime

Origem: STF

Se o condenado estava preso preventivamente, a data da prisão preventiva deve


ser considerada como termo inicial para fins de obtenção de progressão de regime
e demais benefícios da execução penal, desde que não ocorra condenação
posterior por outro crime apta a configurar falta grave. STF. 1ª Turma. RHC
142463/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/9/2017 (Info 877).

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O sigilo da colaboração premiada pode ser retirado antes do
recebimento da denúncia?
Direito Processual Penal  Outros temas  Colaboração premiada

Origem: STF

O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até


o recebimento da denúncia (art. 7º, § 3º da Lei nº 12.850/2013). Esse dispositivo
não traz uma regra de observância absoluta, mas sim um termo final máximo. Para
que o sigilo seja mantido até o recebimento da denúncia, deve-se demonstrar a
existência de uma necessidade concreta. Não havendo essa necessidade, deve-se
garantir a publicidade do acordo. STF. 1ª Turma. Inq 4435 AgR/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 12/9/2017 (Info 877). ATENÇÃO: Após esse julgado, foi editada
a Lei nº 13.964/2019, que alterou a redação do § 3º do art. 7º. Compare: ANTES
Art. 7º (...) § 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º. Art. 7º (...) § 3º O acordo de
colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo
até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado
decidir por sua publicidade em qualquer hipótese. Desse modo, com a alteração
promovida, entende-se que o entendimento acima explicado foi superado.

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Arguição de suspeição de Rodrigo Janot em relação a Michel


Temer
Direito Processual Penal  Outros temas  Impedimento/suspeição do Juiz ou do MP

Origem: STF

É possível a arguição de suspeição de membros do Ministério Público, inclusive do


Procurador-Geral da República nos processos que tramitam no âmbito do STF. O
STF entendeu que o então Procurador-Geral da República Rodrigo Janot não era
suspeito para investigar e denunciar Michel Temer. Entendeu-se que o fato de o
PGR dar entrevistas falando sobre o caso, requerer que o inquérito fosse dirigido
para determinado Delegado e ainda que um determinado Procurador, em tese,
tenha orientado o advogado do réu acerca da colaboração premiada não
caracterizam hipóteses de suspeição. STF. Plenário. AS 89/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 13/9/2017 (Info 877).

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Não cabe HC para pedir autorização de visita


Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. STF. 1ª Turma.
HC 128057/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 1º/8/2017 (Info 871).

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O prazo dos embargos de declaração no processo penal


ordinário é de 2 dias
Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STJ

Em matéria penal, o prazo para a oposição dos embargos de declaração é de 2


dias, de acordo com o art. 619 do CPP. Não se aplica CPC/2015 uma vez que o
prazo no processo penal possui disciplina própria. STJ. Corte Especial. EDcl no
AgRg no RE no AgRg no AREsp 759.484/PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado
em 01/08/2017.

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Não cabe recurso adesivo no processo penal


Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STJ
Em matéria criminal, não deve ser conhecido recurso especial adesivo interposto
pelo Ministério Público veiculando pedido em desfavor do réu. STJ. 6ª Turma.REsp
1595636-RN, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 2/5/2017 (Info 605).

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O art. 226, do CPP é uma recomendação ou uma exigência a


ser seguida, sob pena de nulidade?
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

O art. 226 do CPP estabelece determinadas formalidades para o reconhecimento


de pessoas (reconhecimento pessoal). O descumprimento dessas formalidades
enseja a nulidade do reconhecimento? • NÃO. Posição pacífica da 5ª Turma. As
disposições contidas no art. 226 do CPP configuram uma recomendação legal, e
não uma exigência absoluta. Assim, é válido o ato mesmo que realizado de forma
diversa da prevista em lei. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1665453/SP, Rel. Min.
Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/06/2020. • SIM. Há recente julgado da 6ª Turma
do STJ, que fixou as seguintes conclusões: 1) O reconhecimento de pessoas deve
observar o procedimento previsto no art. 226 do Código de Processo Penal, cujas
formalidades constituem garantia mínima para quem se encontra na condição de
suspeito da prática de um crime; 2) À vista dos efeitos e dos riscos de um
reconhecimento falho, a inobservância do procedimento descrito na referida
norma processual torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita e não
poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado o
reconhecimento em juízo; 3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de
reconhecimento formal, desde que observado o devido procedimento probatório,
bem como pode ele se convencer da autoria delitiva a partir do exame de outras
provas que não guardem relação de causa e efeito com o ato viciado de
reconhecimento; 4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de
fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o mesmo procedimento do
reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa antecedente a eventual
reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como prova em ação penal,
ainda que confirmado em juízo. STJ. 6ª Turma. HC 598.886/SC, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020.

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Policiais militares podem cumprir mandado de busca e
apreensão?
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF e STJ

Embora não seja atividade típica da Polícia Militar, não consiste em ilegalidade -
muito menos nulidade - eventual cumprimento de mandado de busca e apreensão
pela instituição. Compete à Polícia Federal e à Polícia Civil, com exclusividade,
unicamente o exercício das funções de polícia judiciária (art. 144 da CF/88). Tal
exclusividade não se estende à atividade de polícia investigativa. STF. 2ª Turma.
RE 404593, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 18/08/2009. STJ. RHC 66.450/MG,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/09/2016.

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Depoimento dos policiais pode fundamentar a sentença


condenatória
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

O depoimento dos policiais prestado em juízo constitui meio de prova idôneo,


podendo embasar a condenação do réu. Assim, por exemplo, as declarações dos
policiais militares responsáveis pela efetivação da prisão em flagrante constituem
meio válido de prova para condenação, sobretudo quando colhidas no âmbito do
devido processo legal e sob o crivo do contraditório. A defesa pode demonstrar, no
caso concreto, que as testemunhas não gozam de imparcialidade, sendo, contudo,
ônus seu essa prova. STJ. 5ª Turma. HC 395.325/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 18/05/2017.

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É possível a concessão de prisão domiciliar (da LEP) à pessoa


que esteja cumprindo pena em regime fechado ou semiaberto?
Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STJ

Pela literalidade da LEP, somente teria direito à prisão domiciliar a pessoa


condenada ao regime aberto que se enquadrasse em uma das hipóteses do art.
117 da LEP. No entanto, em hipóteses excepcionais, a jurisprudência tem
autorizado que condenados que estejam no regime fechado ou semiaberto
possam ter direito à prisão domiciliar. Assim, o STJ tem admitido a concessão da
prisão domiciliar aos condenados que se encontram em regime semiaberto e
fechado, em situações excepcionalíssimas, como, por exemplo, no caso de
portadores de doença grave, desde que comprovada a impossibilidade da
assistência médica no estabelecimento prisional em que cumprem sua pena. STJ.
5ª Turma. HC 365.633/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/05/2017. STJ.
6ª Turma. HC 358.682/PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
01/09/2016.

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O testemunho por ouvir dizer, produzido somente na fase


inquisitorial, não serve como fundamento para pronúncia
Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Noções gerais

Origem: STJ

O testemunho por ouvir dizer (hearsayrule), produzido somente na fase


inquisitorial, não serve como fundamento exclusivo da decisão de pronúncia, que
submete o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri. STJ. 6ª Turma. REsp 1373356-
BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 603).

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Obrigar o suspeito a colocar seu celular em “viva voz” no


momento de uma ligação é considerado prova ilícita, assim
como as que derivarem dela
Direito Processual Penal  Provas  Geral
Origem: STJ

Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é ilícita a prova, colhida


de forma coercitiva pela polícia, de conversa travada pelo investigado com terceira
pessoa em telefone celular, por meio do recurso "viva-voz", que conduziu ao
flagrante do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. STJ. 5ª Turma. REsp
1630097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 18/4/2017 (Info 603).

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Competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA


praticado por meio de Whatsapp ou chat do Facebook: Justiça
Estadual
Direito Processual Penal  Competência  Justiça Federal X Justiça Estadual

Origem: STJ

O STF fixou a seguinte tese: Compete à Justiça Federal processar e julgar os


crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo
criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por
meio da rede mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG,
Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e
29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). O STJ, interpretando a decisão do STF,
afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da rede mundial de
computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo
pedófilo-pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre
acesso. Por outro lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários
certos no Brasil, não há relação de internacionalidade e, portanto, a competência é
da Justiça Estadual. Assim, o STJ afirmou que a definição da competência para
julgar o delito do art. 241-A do ECA passa pela seguinte análise: • Se ficar
constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do
material feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em
qualquer parte do planeta, desde que esteja conectado à internet. • Nos casos em
que o crime é praticado por meio de troca de informações privadas, como nas
conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça
ESTADUAL. Isso porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat)
estabelecido na rede social Facebook, a comunicação se dá entre destinatários
escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se de troca de informação privada
que não está acessível a qualquer pessoa. Desse modo, como em tais situações o
conteúdo pornográfico não foi disponibilizado em um ambiente de livre acesso,
não se faz presente a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 150564-
MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 (Info 603). Obs:
essa interpretação feita pelo STJ foi acertada. O próprio STF, no julgamento de
embargos de declaração, decidiu alterar a tese para deixar isso mais claro:
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em
disponibilizar ou adquirir material pornográfico, acessível transnacionalmente,
envolvendo criança ou adolescente, quando praticados por meio da rede mundial
de computadores (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990). STF. Plenário.
RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral –
Tema 393) (Info 990 – clipping).

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Crime achado
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

O réu estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas.


Presentes os requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação
telefônica para apurar o tráfico. Por meio dos diálogos, descobriu-se que o
acusado foi o autor de um homicídio. A prova obtida a respeito da prática do
homicídio é LÍCITA, mesmo a interceptação telefônica tendo sido decretada para
investigar outro delito que não tinha relação com o crime contra a vida. Na
presente situação, tem-se aquilo que o Min. Alexandre de Moraes chamou de
“crime achado”, ou seja, uma infração penal desconhecida e não investigada até o
momento em que, apurando-se outro fato, descobriu-se esse novo delito. Para o
Min. Alexandre de Moraes, a prova é considerada lícita, mesmo que o “crime
achado” não tenha relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo
investigado, desde que tenham sido respeitados os requisitos constitucionais e
legais e desde que não tenha havido desvio de finalidade ou fraude. STF. 1ª
Turma.HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 13/6/2017 (Info 869).

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A suspensão dos processos em virtude de reconhecimento de
repercussão geral (§ 5º do art. 1.035 do CPC) pode ser
aplicada para processos criminais
Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STF

O § 5º do art. 1.035 do CPC/2015 preconiza: § 5º Reconhecida a repercussão


geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do
processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional. O STF fixou as seguintes
conclusões a respeito desse dispositivo: a) a suspensão prevista nesse § 5º não é
uma consequência automática e necessária do reconhecimento da repercussão
geral. Em outras palavras, ela não acontece sempre. O Ministro Relator do recurso
extraordinário paradigma tem discricionariedade para determiná-la ou modulá-la;
b) a possibilidade de sobrestamento se aplica aos processos de natureza penal.
Isso significa que, reconhecida a repercussão geral em um recurso extraordinário
que trata sobre matéria penal, o Ministro Relator poderá determinar o
sobrestamento de todos os processos criminais pendentes que versem sobre a
matéria; c) se for determinado o sobrestamento de processos de natureza penal,
haverá, automaticamente, a suspensão da prescrição da pretensão punitiva
relativa aos crimes que forem objeto das ações penais sobrestadas. Isso com
base em uma interpretação conforme a Constituição do art. 116, I, do Código
Penal; d) em nenhuma hipótese, o sobrestamento de processos penais
determinado com fundamento no art. 1.035, § 5º, do CPC abrangerá inquéritos
policiais ou procedimentos investigatórios conduzidos pelo Ministério Público; e)
em nenhuma hipótese, o sobrestamento de processos penais determinado com
fundamento no art. 1.035, § 5º, do CPC abrangerá ações penais em que haja réu
preso provisoriamente; f) em qualquer caso de sobrestamento de ação penal
determinado com fundamento no art. 1.035, § 5º, do CPC, poderá o juízo de piso,
no curso da suspensão, proceder, conforme a necessidade, à produção de provas
de natureza urgente. STF. Plenário. RE 966177 RG/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 7/6/2017 (Info 868).

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Não se pode determinar a incomunicabilidade entre pai e


filho(a), mesmo eles sendo corréus
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Outros temas

Origem: STJ

Não é possível que o juiz determine, como medida cautelar substitutiva da prisão, a
incomunicabilidade do acusado com seu genitor/corréu. A fixação da medida
restritiva substitutiva não deve se sobrepor a um bem tão caro como é a família,
sendo isso protegido inclusive pela Constituição Federal, em seu art. 226. STJ. 6ª
Turma. HC 380734-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
28/3/2017 (Info 601).

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Falta de registro no termo de interrogatório de que foi


garantido o direito ao silêncio para o acusado
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STJ

A falta do registro do direito ao silêncio não significa que este não tenha sido
comunicado ao interrogado, pois o registro não é exigido pela lei processual. Em
outras palavras, não é porque não está escrito no termo de interrogatório que o
interrogando foi advertido de que poderia ficar em silêncio que se irá,
obrigatoriamente, declarar a nulidade do ato. STJ. 6ª Turma. RHC 65977/BA, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/03/2016.

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Deixar de comunicar o interrogando sobre seu direito ao


silêncio gera nulidade relativa
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STJ

Eventual irregularidade na informação acerca do direito de permanecer em silêncio


é causa de nulidade relativa, cujo reconhecimento depende da alegação em tempo
oportuno e da comprovação do prejuízo. O simples fato de o réu ter sido
condenado não pode ser considerado como o prejuízo. É o caso, por exemplo, da
sentença que condena o réu fundamentando essa condenação não na confissão,
mas sim no depoimento das testemunhas, da vítima e no termo de apreensão do
bem. STJ. 5ª Turma. RHC 61754/MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 25/10/2016.

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Não cabimento de habeas corpus contra decisão monocrática


de Ministro do STJ
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do
Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia sido
interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure
(esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no
caso, o agravo regimental). Exceção: essa regra pode ser afastada em casos
excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente
ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas
quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus. STF. 1ª Turma. HC
139612/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/4/2017 (Info 862).

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Trabalho cumprido em jornada inferior ao mínimo legal pode


ser aproveitado para fins de remição caso tenha sido uma
determinação da direção do presídio
Direito Processual Penal  Execução penal  Remição

Origem: STF

Segundo o art. 33 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no
mínimo, 6 horas e, no máximo, 8 horas. Apesar disso, se um condenado, por
determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do que prevê
a Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena. Como
esse trabalho do preso foi feito por orientação ou estipulação da direção do
presídio, isso gerou uma legítima expectativa de que ele fosse aproveitado, não
sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa aos princípios da
segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma vez, o
trabalho era cumprido com essa jornada por conta da determinação do presídio e
não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso. STF. 2ª Turma. RHC
136509/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/4/2017 (Info 860).

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A decisão que indefere o pedido do condenado para ser


dispensado do uso da tornozeleira eletrônica deverá apontar a
necessidade da medida no caso concreto
Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STJ

A manutenção de monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica sem


fundamentação concreta evidencia constrangimento ilegal ao apenado. No caso
concreto, o condenado pediu para ser dispensado do uso da tornozeleira alegando
que estava sendo vítima de preconceito no trabalho e faculdade e que sempre
apresentou ótimo comportamento carcerário. O juiz indeferiu o pedido sem
enfrentar o caso concreto, alegando simplesmente, de forma genérica, que o
monitoramente eletrônico é a melhor forma de fiscalização do trabalho externo.
Essa decisão não está adequadamente motivada porque não apontou a
necessidade concreta da medida. STJ. 6ª Turma. HC 351273-CE, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 2/2/2017 (Info 597).

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Não se admite habeas corpus para reexame dos pressupostos


de admissibilidade de recurso interposto no STJ
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC
Origem: STF

Não cabe habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade de


recurso interposto no STJ. Ex: o STJ deu provimento ao recurso interposto pelo
MP e, com isso, piorou a situação do réu; a defesa impetra HC no STF contra o
acórdão alegando que o STJ, no recurso especial, reexaminou provas, o que é
vedado pela Súmula 7 da Corte (A pretensão de simples reexame de prova não
enseja recurso especial.). Esse HC não será conhecido pelo STF porque o
impetrante busca questionar os pressupostos de admissibilidade do Resp. STF. 2ª
Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).

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É possível a interposição de recurso por e-mail, com a


apresentação do original em 5 dias, nos termos da Lei nº
9.800/99?
Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STF

É possível a interposição de recurso por e-mail, com a apresentação do original em


5 dias, nos termos da Lei nº 9.800/99? • SIM. Há um julgado da 1ª Turma do STF
no qual se decidiu ser possível, mas com algumas particularidades do caso
concreto. STF. 1ª Turma. HC 121225 ED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
15/05/2018. • NÃO. É a posição consolidada no STJ. O envio de petição ao
Tribunal via e-mail não configura meio eletrônico equiparado a fac-símile para fins
de aplicação do disposto no art. 1º da Lei nº 9.800/99, não tendo, portanto, o
condão de estender o prazo para a entrega da petição original. STJ. 1ª Turma.
AgInt no AREsp 1216048/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
15/04/2019. STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 1334013/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro,
julgado em 03/12/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1295788/RJ, Rel. Min.
Joel Ilan Paciornik, julgado em 14/05/2019.

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A investigação criminal contra Prefeito deverá ser feita com o
controle jurisdicional do TJ
Direito Processual Penal  Competência  Foro por prerrogativa de função

Origem: STF

O prefeito detém prerrogativa de foro, constitucionalmente estabelecida. Desse


modo, os procedimentos de natureza criminal contra ele instaurados devem
tramitar perante o Tribunal de Justiça (art. 29, X, da CF/88). Isso significa dizer que
as investigações criminais contra o Prefeito devem ser feitas com o controle
(supervisão) jurisdicional da autoridade competente (no caso, o TJ). STF. 1ª
Turma. AP 912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856).

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Se após a denúncia anônima houve investigação preliminar,


poderá ser decretada a a interceptação telefônica
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF e STJ

Após receber diversas denúncias de fraudes em licitações realizadas no Município,


o Ministério Público Estadual promoveu diligências preliminares e instaurou
Procedimento Investigativo. Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há
ilegalidade em iniciar investigações preliminares com base em "denúncia anônima"
a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no documento
apócrifo. Após confirmar a plausibilidade das "denúncias", o MP requereu ao juízo
a decretação da interceptação telefônica dos investigados alegando que não havia
outro meio senão a utilização de tal medida, como forma de investigação dos
supostos crimes. O juiz acolheu o pedido. O STJ e o STF entenderam que a
decisão do magistrado foi correta considerando que a decretação da
interceptação telefônica não foi feita com base unicamente na "denúncia anônima"
e sim após a realização de diligências investigativas por parte do Ministério
Público e a constatação de que a interceptação era indispensável neste caso. STJ.
6ª Turma. RHC 38566/ES, Rel. Min. Ericson Maranho (Des. Conv. do TJ/SP),
julgado em 19/11/2015. STF. 2ª Turma. HC 133148/ES, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 21/2/2017 (Info 855).
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Não há restrição legal ao número de vezes em que pode


ocorrer a renovação da interceptação telefônica
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o


prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova." (art. 5º). A interceptação telefônica não
pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual período, não havendo
restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua
necessidade. STF. 2ª Turma. HC 133148/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 21/2/2017 (Info 855).

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É cabível RESE contra decisão que revoga medida cautelar


diversa da prisão
Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STJ

As hipóteses de cabimento de recurso em sentido estrito trazidas pelo art. 581 do


CPP são: * exaustivas (taxativas); * admitem interpretação extensiva * não
admitem interpretação analógica. A decisão do juiz que revoga a medida cautelar
diversa da prisão de comparecimento periódico em juízo (art. 319, I, do CPP) pode
ser impugnada por meio de RESE? SIM, com base na intepretação extensiva do art.
581, V. O inciso V expressamente permite RESE contra a decisão do juiz que
revogar prisão preventiva. Esta decisão é similar ao ato de revogar medida cautelar
diversa da prisão. Logo, permite-se a interpretação extensiva neste caso. Em
suma: é cabível recurso em sentido estrito contra decisão que revoga medida
cautelar diversa da prisão. STJ. 6ª Turma. REsp 1628262/RS, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 13/12/2016 (Info 596).

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Competência para julgar crimes ambientais envolvendo
animais silvestres, em extinção, exóticos ou protegidos por
compromissos internacionais
Direito Processual Penal  Competência  Justiça Federal X Justiça Estadual

Origem: STF

Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter


transnacional que envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes
exóticas ou protegidas por compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
STF. Plenário. RE 835558/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9/2/2017 (repercussão
geral) (Info 853)

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Em regra, a busca em veículo é equiparada à busca pessoal e


não precisa de mandado judicial para a sua realização
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

A apreensão de documentos no interior de veículo automotor constitui uma


espécie de "busca pessoal" e, portanto, não necessita de autorização judicial
quando houver fundada suspeita de que em seu interior estão escondidos
elementos necessários à elucidação dos fatos investigados. Exceção: será
necessária autorização judicial quando o veículo é destinado à habitação do
indivíduo, como no caso de trailers, cabines de caminhão, barcos, entre outros,
quando, então, se inserem no conceito jurídico de domicílio. STF. 2ª Turma. RHC
117767/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/10/2016 (Info 843).

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Competência do juiz da execução para fixação do calendário


prévio de saídas temporárias
Direito Processual Penal  Execução penal  Saída temporária
Origem: STJ

Competência do juiz da execução para fixação do calendário prévio de saídas


temporárias O calendário prévio das saídas temporárias deverá ser fixado,
obrigatoriamente, pelo Juízo das Execuções, não se lhe permitindo delegar à
autoridade prisional a escolha das datas específicas nas quais o apenado irá
usufruir os benefícios. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

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Possibilidade de fixação de calendário anual de saídas


temporárias por ato judicial único
Direito Processual Penal  Execução penal  Saída temporária

Origem: STJ

Possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial


único É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja
precedida de decisão judicial motivada. Entretanto, se a apreciação individual do
pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir no direito
subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida,
excepcionalmente, a possibilidade de fixação de calendário anual de saídas
temporárias por ato judicial único, observadas as hipóteses de revogação
automática do art. 125 da LEP. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

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Prazo mínimo entre saídas temporárias


Direito Processual Penal  Execução penal  Saída temporária

Origem: STJ

Prazo mínimo entre saídas temporárias As autorizações de saída temporária para


visita à família e para participação em atividades que concorram para o retorno ao
convívio social, se limitadas a cinco vezes durante o ano, deverão observar o prazo
mínimo de 45 dias de intervalo entre uma e outra. Na hipótese de maior número de
saídas temporárias de curta duração, já intercaladas durante os doze meses do
ano e muitas vezes sem pernoite, não se exige o intervalo previsto no art. 124, § 3º,
da LEP. STJ. 3ª Seção. REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).

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Possibilidade de concessão de mais de cinco saídas


temporárias por ano
Direito Processual Penal  Execução penal  Saída temporária

Origem: STJ

Possibilidade de concessão de mais de cinco saídas temporárias por ano


Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, é cabível a
concessão de maior número de autorizações de curta duração. STJ. 3ª Seção.
REsp 1544036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso
repetitivo) (Info 590).

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É possível que o juiz fixe valor mínimo para indenização de


danos morais sofridos pela vítima de crime
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Valor mínimo para reparação dos danos (art.
387, IV, do CPP)

Origem: STJ

O juiz, ao proferir sentença penal condenatória, no momento de fixar o valor


mínimo para a reparação dos danos causados pela infração (art. 387, IV, do CPP),
pode, sentindo-se apto diante de um caso concreto, quantificar, ao menos o
mínimo, o valor do dano moral sofrido pela vítima, desde que fundamente essa
opção. Isso porque o art. 387, IV, não limita a indenização apenas aos danos
materiais e a legislação penal deve sempre priorizar o ressarcimento da vítima em
relação a todos os prejuízos sofridos. STJ. 6ª Turma. REsp 1585684-DF, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/8/2016 (Info 588).

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Inobservância do perímetro rastreado pelo monitoramento


eletrônico configura falta grave?
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Comete falta grave o apenado que viola a zona de monitoramento eletrônico


Apenado que está em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, e
viola o perímetro (zona) do monitoramento: esta conduta configura falta grave, nos
termos do art. 50, V, da LEP. STJ. 6ª Turma. HC 481.699/RS, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 12/03/2019. De acordo com o art. 50, VI, da LEP, comete
falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que inobservar as ordens
recebidas (art. 39, V, da LEP), como é a hipótese de violação da zona de
monitoramento. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1798047/RS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 14/05/2019. Julgado específico envolvendo saída
temporária Apenado está gozando o benefício da saída temporária e sendo
monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele descumpre o perímetro de inclusão
declarado para o período noturno, ou seja, não permanece no endereço que deveria
ficar durante a noite e o monitoramento eletrônico detecta essa inobservância: • a
conduta não configura falta grave porque não se amolda em nenhuma das
hipóteses do art. 50 da LEP, cujo rol é taxativo; • por outro lado, representa
descumprimento de condição obrigatória, que autoriza sanção disciplinar, nos
termos do art. 146-C, parágrafo único da LEP. STJ. 6ª Turma. REsp 1.519.802-SP,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 10/11/2016 (Info 595). Não
confundir: • Apenado que descumpre o perímetro (zona) estabelecido para
tornozeleira eletrônica: configura a prática de falta grave. • Apenado que, durante
saída temporária, descumpre o perímetro estabelecido para tornozeleira eletrônica:
não configura a prática de falta grave (há um julgado da 6ª Turma do STJ que
afirma que, neste caso, não há previsão no rol do art. 50 da LEP). • Apenado que
rompe a tornozeleira eletrônica ou mantém a bateria sem carga suficiente:
configura falta grave (art. 50, VI, da LEP).

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Condenado tem direito à progressão a partir da data em que
preenche requisitos legais
Direito Processual Penal  Execução penal  Progressão de regime

Origem: STF e STJ

A data-base para subsequente progressão de regime é aquela em que o


reeducando preencheu os requisitos do art. 112 da LEP e não aquela em que o
Juízo das Execuções deferiu o benefício. A decisão do Juízo das Execuções que
defere a progressão de regime é declaratória (e não constitutiva). Algumas vezes,
o reeducando preenche os requisitos em uma data, mas a decisão acaba
demorando meses para ser proferida. Não se pode desconsiderar, em prejuízo do
reeducando, o período em que permaneceu cumprindo pena enquanto o Judiciário
analisava seu requerimento de progressão. STF. 2ª Turma. HC 115254, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2015. STJ. 6ª Turma. HC 369774/RS, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/11/2016 (Info 595).

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Produção antecipada de provas e oitiva de testemunhas


policiais
Direito Processual Penal  Procedimento  Citação por edital

Origem: STF e STJ

Existe um argumento no sentido de que se as testemunhas forem policiais, deverá


haver autorizada a sua oitiva como prova antecipada, considerando que os
policiais lidam diariamente com inúmeras ocorrências e, se houvesse o decurso do
tempo, eles iriam esquecer dos fatos. Esse argumento é aceito pela
jurisprudência? A oitiva das testemunhas que são policiais é considerada como
prova urgente para os fins do art. 366 do CPP? Prevalece que SIM. É justificável a
antecipação da colheita da prova testemunhal com arrimo no art. 366 do CPP nas
hipóteses em que as testemunhas são policiais. O atuar constante no combate à
criminalidade expõe o agente da segurança pública a inúmeras situações
conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que as peculiaridades de
cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja pela frequência com que
ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos, sem que isso configure violação à
garantia da ampla defesa do acusado. STJ. 3ª Seção. RHC 64086-DF, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/11/2016
(Info 595). Veja precedente do STF no mesmo sentido: (...) Produção antecipada
de provas, ao fundamento de que haveria a possibilidade de “não serem mais
localizadas as testemunhas” e porque uma das testemunhas é “policial militar” e
pode se esquecer dos fatos. 4. Medida necessária, considerando a gravidade do
crime praticado e a possibilidade concreta de perecimento (testemunhas
esquecerem de detalhes importantes dos fatos em decorrência do decurso do
tempo). (...) STF. 2ª Turma. HC 135386, Rel. Min. Ricardo Lewandoski, Relator p/
Acórdão: Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016.

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Antecipação da prova testemunhal pela gravidade do crime e


possibilidade concreta de perecimento
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

A antecipação da prova testemunhal prevista no art. 366 do CPP pode ser


justificada como medida necessária pela gravidade do crime praticado e
possibilidade concreta de perecimento, haja vista que as testemunhas poderiam se
esquecer de detalhes importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo.
Além disso, a antecipação da oitiva das testemunhas não traz nenhum prejuízo às
garantias inerentes à defesa. Isso porque quando o processo retomar seu curso,
caso haja algum ponto novo a ser esclarecido em favor do réu, basta que seja feita
nova inquirição. STF. 2ª Turma. HC 135386/DF, rel. orig. Min. Ricardo
Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016 (Info 851).

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Possibilidade de concessão de indulto para pessoas


submetidas a medida de segurança
Direito Processual Penal  Execução penal  Indulto
Origem: STF

Indulto é um ato do Presidente da República (art. 84, XII, da CF/88), materializado


por meio de um Decreto, por meio do qual é extinto o efeito executório da
condenação imposta a alguém. Em outras palavras, mesmo havendo ainda pena a
ser cumprida, o Estado renuncia ao seu direito de punir, sendo uma causa de
extinção da punibilidade (art. 107, II, CP). Tradicionalmente, o indulto é concedido a
pessoas que receberam uma pena por terem sido condenadas pela prática de
infração penal. No entanto, é possível que o indulto seja concedido a pessoas que
receberam medida de segurança. Sobre o tema, o STF definiu a seguinte tese:
"Reveste-se de legitimidade jurídica a concessão, pelo Presidente da República, do
benefício constitucional do indulto (CF, art. 84, XII), que traduz expressão do poder
de graça do Estado, mesmo se se tratar de indulgência destinada a favorecer
pessoa que, em razão de sua inimputabilidade ou semi-imputabilidade, sofre
medida de segurança, ainda que de caráter pessoal e detentivo." STF. Plenário. RE
628658/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4 e 5/11/2015 (Info 806).

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Parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320


Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STF

a) A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do


condenado em regime prisional mais gravoso; b) Os juízes da execução penal
poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto,
para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis
estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial”
(regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime
aberto) (art. 33, §1º, alíneas “b” e “c”, do CP); c) Havendo déficit de vagas, deverá
determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas;
(ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai
antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o
cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que
progride ao regime aberto; d) Até que sejam estruturadas as medidas alternativas
propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. STF. Plenário.
RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016 (repercussão
geral) (Info 825).

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Falta de vagas nos regimes semiaberto e aberto e


cumprimento da pena (SV56)
Direito Processual Penal  Execução penal  Temas diversos

Origem: STF

Súmula vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a


manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se
observar, nesta hipótese, os parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE)
641320. Aprovada em 29/06/2016, DJe 08/08/2016. Importante.

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Análise dos requisitos subjetivos não pode ficar restrita aos


últimos 6 meses
Direito Processual Penal  Execução penal  Livramento condicional

Origem: STJ

Para a concessão de livramento condicional, a avaliação da satisfatoriedade do


comportamento do executado (requisito subjetivo do livramento) não pode ser
limitada a um período absoluto e curto de tempo (ex.: análise apenas dos últimos 6
meses do comportamento do preso). STJ. 6ª Turma. REsp 1325182-DF, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgamento em 20/2/2014 (Info 535).

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Resumo das consequências decorrentes da prática de falta
grave
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Consequências decorrentes da prática de falta grave: • Progressão: a prática de


falta grave interrompe o prazo para a progressão de regime, acarretando a
modificação da data-base e o início de nova contagem do lapso necessário para o
preenchimento do requisito objetivo. • Livramento condicional: a falta grave não
interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional (Súmula 441-STJ). •
Indulto e comutação de pena: o cometimento de falta grave não interrompe
automaticamente o prazo para o deferimento do indulto ou da comutação de pena.
A concessão desses benefícios deverá obedecer aos requisitos previstos no
decreto presidencial pelo qual foram instituídos. STJ. 3ª Seção. REsp 1364192-RS,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/2/2014 (recurso repetitivo) (Info
546).

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Falta grave e comutação de pena ou indulto


Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Súmula 535-STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de
comutação de pena ou indulto. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje
15/06/2015.

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Falta grave e interrupção do prazo para a progressão de


regime
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave
Origem: STJ

Súmula 534-STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a


progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do
cometimento dessa infração. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje
15/06/2015.

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Falta grave por crime doloso não exige trânsito em julgado da


sentença condenatória
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Súmula 526-STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de


fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito
em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para
apuração do fato. • Aprovada em 13/05/2015, DJe 18/05/2015. • Importante.

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É proibida a aplicação de sanções coletivas


Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Se, na execução penal, não foi possível identificar o autor da falta grave, não é
possível aplicar a punição a todos os detentos que estavam no local do fato. Isso
porque a LEP proíbe a aplicação de sanções coletivas (art. 45, § 3º) e a CF/88
determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado (art. 5º, XLV),
exigindo, portanto, a individualização da conduta. O princípio da culpabilidade
irradia-se pela execução penal, quando do reconhecimento da prática de falta
grave. STJ. 6ª Turma. HC 177293-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 24/4/2012.
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Aplicação de sanção disciplinar depende de processo


administrativo prévio?
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

Súmula 533-STJ: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito


da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo
pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser
realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. • Aprovada em
10/06/2015, DJe 15/06/2015. • Superada, em parte, ou, nas palavras do STJ, o
enunciado foi “relativizado”. Veja a tese fixada pelo STF: A oitiva do condenado
pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada na presença
do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento
Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou
insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta
grave durante o cumprimento da pena. Assim sendo, a apuração da prática de falta
grave perante o juízo da Execução Penal é compatível com os princípios do
contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da CF). STF. Plenário. RE 972598,
Rel. Roberto Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 941).
Diante disso, o próprio STJ tem se curvado ao entendimento do Supremo. Nesse
sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 581.854/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 04/08/2020.

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Mudança de endereço no curso do livramento condicional não


é falta grave
Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ
A mudança de endereço sem autorização judicial durante o curso do livramento
condicional, em descumprimento a uma das condições impostas na decisão que
concedeu o benefício, não configura, por si só, falta disciplinar de natureza grave.
STJ. 6ª Turma. HC 203015-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
26/11/2013 (Info 532).

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Posse de fone de ouvido configura falta grave


Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

A posse de fones de ouvido no interior do presídio configura falta grave, ou seja, é


conduta formal e materialmente típica, portanto, idônea para o reconhecimento da
falha e a aplicação dos consectários. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 522425/SP, Rel.
Min. Laurita Vaz, julgado em 10/09/2019.

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Posse de chip de celular caracteriza falta grave


Direito Processual Penal  Execução penal  Prática de falta grave

Origem: STJ

A posse de chip de telefone celular pelo preso, dentro de estabelecimento


prisional, configura falta disciplinar de natureza grave, ainda que ele não esteja
portando o aparelho. Para o STJ e o STF, configura falta grave não apenas a posse
de aparelho celular, mas também a de seus componentes essenciais, como é o
caso do carregador, do chip ou da placa eletrônica, considerados indispensáveis
ao funcionamento do aparelho. STJ. 5ª Turma. HC 260122-RS, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 21/3/2013 (Info 517). Não confundir com esse aqui: A
conduta de ingressar em estabelecimento prisional com chip de celular não se
subsome ao tipo penal previsto no art. 349-A do Código Penal. STJ. 5ª Turma. HC
619776/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/04/2021 (Info 693).
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Perda dos dias remidos em razão de cometimento de falta


grave
Direito Processual Penal  Execução penal  Remição

Origem: STJ

Reconhecida falta grave, a perda de até 1/3 do tempo remido (art. 127 da LEP)
pode alcançar dias de trabalho (ou de estudo) anteriores à infração disciplinar e
que ainda não tenham sido declarados pelo juízo da execução no cômputo da
remição. Por outro lado, a perda dos dias remidos não pode alcançar os dias
trabalhados (ou de estudo) após o cometimento da falta grave. STJ. 6ª Turma.
REsp 1517936-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 1º/10/2015
(Info 571).

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Remição de pena em razão de atividade laborativa extramuros


Direito Processual Penal  Execução penal  Remição

Origem: STJ

Súmula 562-STJ: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena


quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade
laborativa, ainda que extramuros.

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Remição deve ser efetuada pelos dias trabalhados pelo


condenado e não pelas horas
Direito Processual Penal  Execução penal  Remição
Origem: STJ

A LEP estabelece que o cálculo da remição da pena será efetuado pelos dias
trabalhados pelo condenado (art. 126, § 1º, II da Lei nº 7.210/84), não podendo o
Judiciário construir uma nova forma de cálculo com base nas horas trabalhadas.
STF. 2ª Turma. HC 114393/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/12/2013 (Info
731).

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Remição de pena por leitura e resenha de livros


Direito Processual Penal  Execução penal  Remição

Origem: STJ

O fato de o estabelecimento penal onde se encontra o detento assegurar acesso a


atividades laborais e à educação formal, não impede que ele obtenha também a
remição pela leitura, que é atividade complementar, mas não subsidiária, podendo
ocorrer concomitantemente, havendo compatibilidade de horários. STJ. 5ª Turma.
HC 353689-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/6/2016 (Info 587).

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Homologação da transação penal não faz coisa julgada


material (SV35)
Direito Processual Penal  Juizados especiais  Geral

Origem: STF

Súmula vinculante 35-STF: A homologação da transação penal prevista no artigo


76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a
continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou
requisição de inquérito policial. STF. Plenário. Aprovada em 16/10/2014.
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Nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em


julgado
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi
trazido antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do
trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade não suscitada no momento
oportuno é impassível de ser arguida através de habeas corpus, no afã de superar
a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo da revisão criminal.
STF. 1ª Turma. RHC 124041/GO, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 30/8/2016 (Info 837).

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HC não é meio processual adequado para se discutir direito de


visita a preso
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Não cabe habeas corpus contra decisão que negou direito de familiar de preso
internado em unidade prisional de com ele ter encontro direto, autorizando apenas
a visita por meio do parlatório. STF. 2ª Turma. HC 133305/SP, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 24/5/2016 (Info 827).

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Não cabe habeas corpus para obter autorização de visita


Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC
Origem: STF

O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter


autorização de visita de sua companheira no estabelecimento prisional. STF. 2ª
Turma. HC 127685/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/6/2015 (Info 792).

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Não cabe habeas corpus para excluir qualificadora que não era
manifestamente improcedente
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

A jurisprudência do STF é consolidada no sentido de que as qualificadoras


somente podem ser excluídas pela Corte quando se mostrarem manifestamente
improcedentes. Na hipótese em tela, a 1ª Turma do STF entendeu que a
qualificadora apontada não era manifestamente improcedente, de forma que
caberia ao conselho de sentença (júri popular) decidir se o paciente praticara o
ilícito motivado por ciúme, bem como analisar se esse sentimento, no caso
concreto, constituiria motivo fútil apto a qualificar o crime em comento. STF. 1ª
Turma. HC 107090/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/6/2013 (Info
711).

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Não cabe habeas corpus para rediscutir dosimetria


Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Como regra, o STJ e o STF não admitem habeas corpus para rediscutir a
dosimetria da pena aplicada na sentença. Excepcionalmente, é admitido o HC para
analisar a pena aplicada se: • houver ilegalidade manifesta e • desde que não seja
necessária a rediscussão de provas. STF. 1ª Turma. HC 110152/MS, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 8/5/2012.
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Não cabe habeas corpus para discutir tipificação dos fatos


Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Não é possível, na via do habeas corpus, discutir-se a correta tipificação dos fatos
imputados ao paciente na ação penal. STF. 1ª Turma. HC 111445/PE, rel. Min. Dias
Toffoli, 16/4/2013 (Info 702).

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Não cabe habeas corpus para reexame dos pressupostos de


admissibilidade dos recursos
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Situações em que não se admitiu HC

Origem: STF

Não é cabível habeas corpus para o reexame dos pressupostos de admissibilidade


dos recursos. STF. 1ª Turma. HC 114293/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/
o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 1º/12/2015 (Info 810). STF. 2ª Turma.
HC 129822 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 06/10/2015.

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(In)dispensabilidade de capacidade postulatória para recurso


ordinário em HC
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Noções gerais

Origem: STF
A pessoa, sem ter capacidade postulatória, impetra um HC e este é negado. Essa
mesma pessoa poderá ingressar com recurso contra a decisão? Para se interpor o
recurso contra a decisão denegatória do HC, a capacidade postulatória também é
dispensada? • 2ª Turma do STF: NÃO. Isso significa que, para interpor recurso
ordinário em HC, exige-se capacidade postulatória. • 1ª Turma do STF e STJ: SIM.
Se o HC foi impetrado por alguém que não tenha capacidade postulatória, o
recurso ordinário também não exigirá capacidade postulatória. STF. 2ª Turma. HC
141316 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 05/05/2017. STF. 1ª Turma. HC
122666, Rel. Dias Toffoli, julgado em 18/11/2014. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
508.632/SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/04/2020.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 522751/SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 19/05/2020. Desse modo, para a posição majoritária, NÃO se exige
capacidade postulatória para interpor recurso ordinário em habeas corpus.

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HC impetrado de próprio punho pelo paciente e ausência de


documentos
Direito Processual Penal  Habeas corpus e revisão criminal  Noções gerais

Origem: STF

Determinado réu preso impetrou, de próprio punho, sem assistência de advogado,


um habeas corpus no STJ, que não conheceu da ação pelo fato de que o pedido
não foi acompanhado de documentos ou informação processual sobre a situação
do paciente. O STF entendeu que o STJ deveria ter conhecido do habeas corpus lá
impetrado e solicitado informações ao juízo das execuções criminais, apontado
como autoridade coatora, a fim de esclarecer as alegações contidas na inicial do
writ. Com a adoção desta providência, o STJ supriria o fato do HC estar mal
instruído. Não é razoável que o tribunal se recuse a pedir informações à autoridade
impetrada e indefira liminarmente o HC ao entendimento de que este deveria estar
instruído de forma satisfatória, considerando que a CF/88 e o CPP não exigem que
o remédio heróico seja instruído com documentos. STF. 2ª Turma. RHC
113315/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/6/2013 (Info 711).

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A regra do art. 387, IV, do CPP não pode ser aplicado para
fatos ocorridos antes da Lei 11.719/2008
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Valor mínimo para reparação dos danos (art. 387,
IV, do CPP)

Origem: STF e STJ

A previsão da indenização contida no inciso IV do art. 387 surgiu com a Lei nº


11.719/2008. Se o crime ocorreu antes da Lei e foi sentenciado após a sua
vigência, pode ser aplicado o dispositivo e fixado o valor mínimo de reparação dos
danos? NÃO. A regra do art. 387, inciso IV, do CPP, que dispõe sobre a fixação, na
sentença condenatória, de valor mínimo para reparação civil dos danos causados
ao ofendido, é norma híbrida, de direito processual e material, razão pela que não
se aplica a delitos praticados antes da entrada em vigor da Lei n.º 11.719/2008,
que deu nova redação ao dispositivo. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1.206.643/RS,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/02/2015. STF. Plenário. RvC 5437/RO, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 17/12/2014 (Info 772).

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Impugnação do acordo de colaboração


Direito Processual Penal  Outros temas  Colaboração premiada

Origem: STF

Colaboração premiada é um instituto previsto na legislação por meio do qual um


investigado ou acusado da prática de infração penal decide confessar a prática do
delito e, além disso, aceita colaborar com a investigação ou com o processo
fornecendo informações que irão ajudar, de forma efetiva, na obtenção de provas
contra os demais autores dos delitos e contra a organização criminosa, na
prevenção de novos crimes, na recuperação do produto ou proveito dos crimes ou
na localização da vítima com integridade física preservada, recebendo o
colaborador, em contrapartida, determinados benefícios penais (ex: redução de
sua pena). "EMF", um dos réus na operação Lava-Jato impetrou no STF habeas
corpus contra ato do Min. Teori Zavascki, que homologou o acordo de delação
premiada de Alberto Youssef. No HC, a defesa do réu alegou, dentre outras teses,
que o colaborador não teria idoneidade para firmar o acordo e que, por isso, as
informações por ele repassadas não seriam confiáveis. Afirmou-se, ainda, que ele
já descumpriu um outro acordo de colaboração premiada, demonstrando, assim,
não ter compromisso com a verdade. Em razão disso, o acordo seria ilícito e todas
as provas obtidas a partir dele também seriam ilícitas por derivação, devendo ser
anuladas. O STF concordou com o HC? A ordem foi concedida? NÃO. O STF
indeferiu o habeas corpus. • A colaboração premiada é apenas meio de obtenção
de prova, ou seja, é um instrumento para colheita de documentos que, segundo o
resultado de sua obtenção, poderão formar meio de prova. A colaboração
premiada não se constitui em meio de prova propriamente dito. • O acordo de
colaboração não se confunde com os depoimentos prestados pelo colaborador
com o objetivo de fundamentar as imputações a terceiros. Uma coisa é o acordo,
outra é o depoimento prestado pelo colaborador e que será ainda valorado a partir
da análise das provas produzidas no processo. • Homologar o acordo não significa
dizer que o juiz admitiu como verídicas ou idôneas as informações prestadas pelo
colaborador. Quando o magistrado homologa o acordo, ele apenas afirma que este
cumpriu sua regularidade, legalidade e voluntariedade. • O STF entendeu que o
acordo não pode ser impugnado por terceiro, mesmo que seja uma pessoa citada
na delação. Isso porque o acordo é personalíssimo e, por si só, não vincula o
delatado nem afeta diretamente sua situação jurídica. O que poderá atingir
eventual corréu delatado são as imputações posteriores, constantes do
depoimento do colaborador. • A personalidade do colaborador ou o fato de ele já
ter descumprido um acordo anterior de colaboração premiada não têm o condão
de invalidar o acordo atual. Não importa a idoneidade do colaborador, mas sim a
idoneidade das informações que ele fornecer e isso ainda será apurado no
decorrer do processo. STF. Plenário. HC 127483/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 26 e 27/8/2015 (Info 796).

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Recusa do MP em oferecer a proposta de suspensão e postura


do magistrado (696STF)
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STF

Súmula 696-STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão


condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o
juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por
analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. • Aprovada em 24/09/2003, DJ
09/10/2003. • Importante.
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Termo inicial do prazo para recorrer supletivamente (448STF)


Direito Processual Penal  Outros temas  Assistente de acusação

Origem: STF

Súmula 448-STF: O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a


correr imediatamente após o transcurso do prazo do MP.

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Membro do MP que participou da investigação não é


impedido/suspeito de oferecer denúncia
Direito Processual Penal  Outros temas  Impedimento/suspeição do Juiz ou do MP

Origem: STF

A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória não


acarreta, por si só, seu impedimento ou sua suspeição para o oferecimento da
denúncia. STF. 1ª Turma. HC 85011, Relator p/ Acórdão Min. Teori Zavascki,
julgado em 26/05/2015.

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Inexistência de nulidade se o advogado constituído, mesmo


regularmente intimado, não apresenta contrarrazões
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STF

Não há que se falar em nulidade do julgamento da apelação interposta pelo


Ministério Público se a defesa, regularmente intimada para a apresentação de
contrarrazões, permanece inerte. Em outras palavras, a ausência de contrarrazões
à apelação do Ministério Público não é causa de nulidade por cerceamento de
defesa se o defensor constituído pelo réu foi devidamente intimado para
apresentá-las, mas não o fez. STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin julgado em 30/8/2016 (Info 837).

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MS para atribuição de efeito suspensivo a RESE


Direito Processual Penal  Recursos  Geral

Origem: STJ

Se o juiz rejeita a denúncia, o MP poderá interpor RESE, que é um recurso que não
tem, em regra, efeito suspensivo. Não é possível que o MP interponha MS pedindo
que seja concedida liminar no writ para se atribuir efeito suspensivo ativo a RESE,
sobretudo sem a prévia oitiva do réu. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de
que não cabe mandado de segurança para conferir efeito suspensivo a
determinado recurso que não o possui. STJ. 6ª Turma. HC 296848-SP, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/9/2014 (Info 547). Nesse sentido, após esse
julgado, foi editada a seguinte súmula do STJ: Súmula 604-STJ: O mandado de
segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal
interposto pelo Ministério Público. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 28/2/2018, DJe
5/3/2018.

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Deverá haver provas dos prejuízos sofridos para se aplicar o


art. 387, IV, do CPP
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Valor mínimo para reparação dos danos (art.
387, IV, do CPP)

Origem: STJ

O STJ já decidiu que o juiz somente poderá fixar este valor se existirem provas nos
autos que demonstrem os prejuízos sofridos pela vítima em decorrência do crime.
Dessa feita, é importante que o Ministério Público ou eventual assistente de
acusação junte comprovantes dos danos causados pela infração para que o
magistrado disponha de elementos para a fixação de que trata o art. 387, IV do
CPP. Vale ressaltar, ainda, que o réu tem direito de se manifestar sobre esses
documentos juntados e contraditar o valor pleiteado como indenização. STJ. 5ª
Turma. REsp 1236070/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
27/03/2012.

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Para que seja fixado o valor da reparação, deverá haver pedido


expresso e formal do MP ou do ofendido
Direito Processual Penal  Sentença e outras decisões  Valor mínimo para reparação dos danos (art.
387, IV, do CPP)

Origem: STJ

Para que seja fixado, na sentença, o valor mínimo para reparação dos danos
causados à vítima (art. 387, IV, do CP), é necessário que haja pedido expresso e
formal, feito pelo parquet ou pelo ofendido, a fim de que seja oportunizado ao réu o
contraditório e sob pena de violação ao princípio da ampla defesa. STJ. 5ª Turma.
HC 321279/PE, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Des. Conv. do TJ/PE),
julgado em 23/06/2015.

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Não é possível aplicar a suspensão condicional do processo


nos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se


aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. STJ. 3ª
Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.

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É possível impor ao acusado a obrigação de frequentar grupos
de alcoólicos anônimos e curso de reciclagem de motoristas
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

A prestação pecuniária ou de serviços à comunidade, ou a frequência a grupos


como alcoólicos anônimos e a realização de curso de reciclagem para motoristas,
constituem legítimas condições do sursis processual, nos termos do artigo 89, §
2º, da Lei 9.099/1995. STJ. 5ª Turma. RHC 47279/RS, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 17/11/2015.

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Revogação da suspensão condicional do processo mesmo


após o período de prova
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão


condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já
ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua
vigência. Exemplo: Rafael foi denunciado pela prática do crime de descaminho.
Como a pena mínima deste delito é igual a 1 ano, o MP, na denúncia, ofereceu
proposta de suspensão condicional do processo, que foi aceita pelo acusado em
05/05/2005 pelo período de prova de 2 anos (ou seja, até 05/05/2007). Em
05/02/2007, Rafael praticou lesão corporal e foi denunciado, em 05/04/2007. Em
05/06/2007, ou seja, após o período de prova, o juiz no momento em que ia proferir
a sentença extinguindo a punibilidade do réu, soube que ele foi processado por
outro delito. Tomando conhecimento do novo crime praticado por Rafael, o juiz
poderá revogar a suspensão concedida mesmo já tendo passado o período de
prova. STJ. 3ª Seção. REsp 1498034-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
25/11/2015 (recurso repetitivo) (Info 574).
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Imposição de obrigações equivalentes a sanções penais como


"outras condições" de que trata o art. 89, § 2º da Lei nº
9.099/95
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

Não há óbice a que se estabeleçam, no prudente uso da faculdade judicial disposta


no art. 89, § 2º, da Lei nº 9.099/95, obrigações equivalentes, do ponto de vista
prático, a sanções penais (tais como a prestação de serviços comunitários ou a
prestação pecuniária), mas que, para os fins do sursis processual, se apresentam
tão somente como condições para sua incidência. STJ. 3ª Seção. REsp 1498034-
RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/11/2015 (recurso repetitivo)
(Info 574).

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Réu processado durante o período de prova perde direito ao


benefício ainda que depois venha a ser absolvido
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

A suspensão condicional do processo é automaticamente revogada se, no período


de prova, o réu vem a ser processado pela prática de novo crime, em obediência ao
art. 89, § 3º, da Lei nº 9.099/95, ainda que posteriormente venha a ser absolvido,
de forma que deixa de ser merecedor do benefício, que é norma excepcional, para
ser normalmente processado com todas as garantias pertinentes. STJ. 5ª Turma.
AgRg no REsp 1470185/MG, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Des. Conv. do
TJ/PE), julgado em 18/08/2015.

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Recusa do MP deve ser fundamentada
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

O Ministério Público, ao não ofertar a suspensão condicional do processo, deve


fundamentar adequadamente a sua recusa. Se a recusa do MP foi concretamente
motivada não haverá ilegalidade sob o aspecto formal. STJ. 5ª Turma. AgRg no
RHC 91265/RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 27/02/2018.

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O acusado que responde a outro processo não tem direito ao


benefício, sendo essa previsão constitucional
Direito Processual Penal  Outros temas  Suspensão condicional do processo

Origem: STJ

De acordo com o art. 89 da Lei nº 9.099/95, a suspensão condicional do processo


é instituto de política criminal, benéfico ao acusado, que visa a evitar a sua
sujeição a um processo penal, cujos requisitos encontram-se expressamente
previstos na norma em questão. A existência de ações penais em curso contra o
denunciado impede a concessão do sursis processual por força do art. 89 da Lei
nº 9.099/95. A inconstitucionalidade deste dispositivo jamais foi declarada pelo
STF, que tem considerado legítimos os requisitos nele estabelecidos para a
proposta de suspensão condicional do processo em diversos julgados. STJ. 5ª
Turma. RHC 58082/PA, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Des. Conv. do
TJ/PE), julgado em 20/08/2015.

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Medida cautelar de afastamento do cargo


Direito Processual Penal  Outros temas  Incidentes e medidas cautelares
Origem: STJ

O Prefeito que estiver sendo investigado pela prática de crime pode ser afastado
cautelarmente de seu cargo mesmo antes do oferecimento da denúncia, com base
no art. 319, VI do CPP que revogou tacitamente o art. 2º, II, do DL 201/67. A lei não
prevê um prazo máximo de afastamento cautelar, mas o STJ possui julgados
sustentando que não deve ser superior a 180 dias, pois tal fato caracterizaria uma
verdadeira cassação indireta do mandato. STJ. 5ª Turma. HC 228023-SC, Rel. Min.
Adilson Vieira Macabu, julgado em 19/6/2012.

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Dispensa de procuração para atuar como representante do


assistente de acusação
Direito Processual Penal  Outros temas  Assistente de acusação

Origem: STJ

Em regra, o Defensor Público não precisa de mandato (procuração) para


representar a parte em processos administrativos ou judiciais. Isso está previsto
na LC 80/94. Exceção: será necessária procuração se o Defensor Público for
praticar algum dos atos para os quais a lei exige poderes especiais (exemplos:
transigir, desistir, renunciar — art. 105 do CPC/2015). Se a vítima (ou seus
sucessores) quiserem ingressar no processo criminal como assistente de
acusação, será necessário que outorguem uma procuração ao Defensor Público
para que este as represente em juízo? NÃO. Quando a Defensoria Pública atuar
como representante do assistente de acusação, é dispensável a juntada de
procuração com poderes especiais. O Defensor Público deve juntar procuração
judicial somente nas hipóteses em que a lei exigir poderes especiais. Atuar como
representante do assistente de acusação não é considerado um poder especial,
não se exigindo procuração especial. A participação da Defensoria Pública como
representante do assistente de acusação pode ser negada sob o argumento de
que a vítima ou seus sucessores não são hipossuficientes (“pobres”)? NÃO.
Compete à própria Defensoria o direito de apurar o estado de carência de seus
assistidos. STJ. 5ª Turma. HC 293.979-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
5/2/2015 (Info 555).

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Familiares da vítima poderão intervir no processo de porte de
arma de fogo mesmo tendo havido arquivamento quanto à
imputação de homicídio
Direito Processual Penal  Outros temas  Assistente de acusação

Origem: STJ

É possível a intervenção dos pais como assistentes da acusação na hipótese em


que o seu filho tenha sido morto, mas, em razão do reconhecimento de legítima
defesa, a denúncia tenha imputado ao réu apenas o crime de porte ilegal de arma
de fogo. STJ. 5ª Turma. RMS 43.227-PE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
3/11/2015 (Info 574).

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Impossibilidade de seguradora intervir como assistente da


acusação
Direito Processual Penal  Outros temas  Assistente de acusação

Origem: STJ

Segundo o art. 268 do CPP, poderá intervir, como assistente do Ministério Público,
o ofendido (pessoalmente ou por meio de seu representante legal, caso seja
incapaz). Caso a vítima tenha morrido, poderá intervir como assistente: a) o
cônjuge; b) o companheiro; c) o ascendente; d) o descendente; ou e) o irmão do
ofendido. Imagine que Maria fez um seguro de vida no qual foi previsto o
pagamento de indenização de R$ 500 mil a seu marido (João) caso ela morresse.
Alguns meses depois, Maria apareceu morta, envenenada. O inquérito policial
concluiu que havia suspeitas de que João foi o autor do crime, razão pela qual ele
foi denunciado por homicídio doloso. Uma das cláusulas do contrato prevê que, se
o beneficiário foi quem causou a morte da segurada, ele não terá direito à
indenização. A seguradora poderá intervir no processo criminal como assistente
da acusação para provar que João foi o autor do crime? NÃO. A seguradora não
tem direito líquido e certo de figurar como assistente do Ministério Público em
ação penal na qual o beneficiário do seguro de vida é acusado de ter praticado o
homicídio do segurado. O art. 268 prevê quem poderá intervir como assistente de
acusação e neste rol não se inclui a seguradora. O sujeito passivo do crime de
homicídio é o ser humano e o bem jurídico é a vida, de forma que, por mais que se
reconheça que a seguradora possui interesse patrimonial no resultado da causa,
isso não a torna vítima do homicídio. Vale ressaltar que, em alguns casos, a
legislação autoriza que certas pessoas ou entidades, mesmo não sendo vítimas do
crime, intervenham como assistentes de acusação. STJ. 6ª Turma. RMS 47.575-
SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 14/4/2015 (Info 560).

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Pedido de absolvição pelo MP e recurso do assistente de


acusação
Direito Processual Penal  Outros temas  Assistente de acusação

Origem: STJ

Durante os debates no Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça pediu a


absolvição do réu, tendo ele sido absolvido pelos jurados. O assistente de
acusação, que intervinha no processo, tem legitimidade para recorrer contra essa
decisão? SIM. O assistente de acusação possui legitimidade para interpor recurso
de apelação, em caráter supletivo, nos termos do art. 598 do CPP, ainda que o
Ministério Público tenha requerido a absolvição do réu. STJ. 6ª Turma. REsp
1.451.720-SP, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 28/4/2015 (Info 564).

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Membro do MP que participou da investigação não é


impedido/suspeito de oferecer denúncia (234STJ)
Direito Processual Penal  Outros temas  Impedimento/suspeição do Juiz ou do MP

Origem: STJ

Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase


investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia.
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Ausência do MP na audiência de instrução e possibilidade de o


juiz formular perguntas para as testemunhas arroladas pela
acusação
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STJ

Não gera nulidade do processo o fato de, em audiência de instrução, o magistrado,


após o registro da ausência do representante do MP (que, mesmo intimado, não
compareceu), complementar a inquirição das testemunhas realizada pela defesa,
sem que o defensor tenha se insurgido no momento oportuno nem demonstrado
efetivo prejuízo. STJ. 6ª Turma. REsp 1348978-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
Rel. para acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info 577). STJ. 5ª
Turma. HC 661506/MA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 22/06/2021.

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Nulidade em ação penal por falta de citação do réu ainda que


tenha havido participação de advogado que atuou no inquérito
Direito Processual Penal  Nulidades  Geral

Origem: STJ

Ainda que o réu tenha constituído advogado antes do oferecimento da denúncia —


na data da prisão em flagrante — e o patrono tenha atuado, por determinação do
Juiz, durante toda a instrução criminal, é nula a ação penal que tenha condenado o
réu sem a sua presença, o qual não foi citado nem compareceu pessoalmente a
qualquer ato do processo, inexistindo prova inequívoca de que tomou
conhecimento da denúncia. STJ. 6ª Turma. REsp 1580435-GO, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 17/3/2016 (Info 580). Neste julgado acima explicado da
6ª Turma do STJ, não houve citação por edital. Se tivesse havido, o cenário seria
diferente. Isso porque, se o juiz tivesse determinado a citação do denunciado por
edital, poderia aplicar o art. 366 do CPP e seguir com o processo por conta da
presença do advogado constituído. Veja o dispositivo legal: Art. 366. Se o acusado,
citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Veja trecho de julgado da 5ª Turma
no sentido da validade do processo caso tivesse havido a citação por edital: (...) 2.
A teor do art. 366 do CPP, a suspensão do processo penal e do prazo prescricional,
somente é possível quando o acusado, após citado por edital, não comparece e
não constitui advogado nos autos. 3. No caso, embora o paciente tenha sido citado
por edital, constituiu, desde a fase inquisitorial, advogado nos autos com amplos
poderes, o que demonstra que conhecia da imputação contra ele dirigida. (...) STJ.
5ª Turma. HC 338.540/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
14/09/2017.

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O assistente de acusação tem direito à réplica mesmo que o


MP não a exerça
Direito Processual Penal  Tribunal do júri  Plenário do Júri

Origem: STJ

O assistente da acusação tem direito à réplica, ainda que o MP tenha anuído à tese
de legítima defesa do réu e declinado do direito de replicar. STJ. 5ª Turma. REsp
1343402-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/8/2014 (Info 546).

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Interceptação do número do advogado do investigado e


consequências processuais
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

O simples fato de o advogado do investigado ter sido interceptado não é causa,


por si só, para gerar a anulação de todo o processo e da condenação que foi
imposta ao réu. Se o Tribunal constatar que houve indevida interceptação do
advogado do investigado e que, portanto, foram violadas as prerrogativas da
defesa, essa situação poderá gerar três consequências processuais: 1ª) Cassação
ou invalidação do ato judicial que determinou a interceptação; 2ª) Invalidação dos
atos processuais subsequentes ao ato atentatório e com ele relacionados; 3ª)
Afastamento do magistrado caso se demonstre que, ao assim agir, atuava de
forma parcial. Se o próprio juiz, ao perceber que o advogado do investigado foi
indevidamente "grampeado", anula as gravações envolvendo o profissional e, na
sentença, não utiliza nenhuma dessas conversas nem qualquer prova derivada
delas, não há motivo para se anular a condenação imposta. STF. 2ª Turma. HC
129706/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/6/2016 (Info 832).

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Prazo das interceptações e início da contagem


Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STJ

O prazo de 15 dias das interceptações telefônicas deve ser contado a partir da


efetiva implementação da medida, e não da respectiva decisão. STJ. 5ª Turma.
AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020. STJ. 6ª
Turma. HC 113477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
20/3/2012.

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Servidores do MP podem fazer a transcrição das


interceptações
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STJ

No exercício de investigação criminal, o membro do Ministério Público pode


requerer ao juízo a interceptação telefônica dos investigados. A eventual escuta e
posterior transcrição das interceptações pelos servidores do Ministério Público
não têm o condão de macular a mencionada prova, pois não passa de mera
divisão de tarefas dentro do próprio órgão, o que não retira do membro que conduz
a investigação a responsabilidade pela condução das diligências. STJ. 5ª Turma.
HC 244554-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 9/10/2012.

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Competência para decretar a interceptação e teoria do juízo


aparente
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STF

Determinado juiz decreta a interceptação telefônica dos investigados e,


posteriormente, chega-se à conclusão de que o juízo competente para a medida
era o Tribunal. Esta prova colhida é ilícita? Não necessariamente. A prova obtida
poderá ser ratificada se ficar demonstrado que a interceptação foi decretada pelo
juízo aparentemente competente. Não é ilícita a interceptação telefônica
autorizada por magistrado aparentemente competente ao tempo da decisão e que,
posteriormente, venha a ser declarado incompetente. Trata-se da aplicação da
chamada “teoria do juízo aparente”. STF. 2ª Turma. HC 110496/RJ, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 9/4/2013 (Info 701).

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Gravação realizada pela mãe da conversa telefônica do filho


menor com o autor do crime
Direito Processual Penal  Interceptação telefônica  Geral

Origem: STJ

Em processo que apure a suposta prática de crime sexual contra adolescente


absolutamente incapaz, é admissível a utilização de prova extraída de gravação
telefônica efetivada a pedido da genitora da vítima, em seu terminal telefônico,
mesmo que solicitado auxílio técnico de detetive particular para a captação das
conversas. STJ. 6ª Turma. REsp 1026605-ES, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 13/5/2014 (Info 543).

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Validade da utilização do RMF no processo penal


Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

Não é nula a condenação criminal lastreada em prova produzida no âmbito da


Receita Federal do Brasil por meio da obtenção de informações de instituições
financeiras sem prévia autorização judicial de quebra do sigilo bancário. Isso
porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que
permitem o acesso direto da Receita Federal à movimentação financeira dos
contribuintes. STF. 2ª Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
19/4/2016 (Info 822).

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Extração sem prévia autorização judicial de dados e de


conversas registradas no WhatsApp®
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio
da extração de dados e de conversas registradas no WhatsApp® presentes no
celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 6ª Turma. RHC 51531-RO,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).

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Validade do depoimento sem dano
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

O depoimento sem dano consiste na oitiva judicial de crianças e adolescentes que


foram supostamente vítimas de crimes contra a dignidade sexual por meio de um
procedimento especial, que consiste no seguinte: a criança ou o adolescente fica
em uma sala reservada, sendo o depoimento colhido por um técnico (psicólogo ou
assistente social), que faz as perguntas de forma indireta, por meio de uma
conversa em tom mais informal e gradual, à medida que vai se estabelecendo uma
relação de confiança entre ele e a vítima. O juiz, o Ministério Público, o réu e o
Advogado/Defensor Público acompanham, em tempo real, o depoimento em outra
sala por meio de um sistema audiovisual que está gravando a conversa do técnico
com a vítima. A Lei nº 13.431/2017 trouxe regras para a realização do depoimento
sem dano. No entanto, mesmo antes desta Lei, o STJ já entendia que era válida,
nos crimes sexuais contra criança e adolescente, a inquirição da vítima na
modalidade do “depoimento sem dano”, em respeito à sua condição especial de
pessoa em desenvolvimento, inclusive antes da deflagração da persecução penal,
mediante prova antecipada. Assim, mesmo antes da Lei nº 13.431/2017, não
configurava nulidade por cerceamento de defesa o fato de o defensor e o acusado
de crime sexual praticado contra criança ou adolescente não estarem presentes na
oitiva da vítima devido à utilização do método de inquirição denominado
“depoimento sem dano”. STJ. 5ª Turma. RHC 45.589-MT, Rel. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 24/2/2015 (Info 556).

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Não cabe reclamação por uso indevido de algemas se este


ocorreu por ordem de autoridade policial
Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STF

A apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais


não afronta o Enunciado 11 da Súmula Vinculante. A SV 11 refere-se apenas a
situações em que o emprego abusivo da algema decorre de decisão judicial, ou
seja, no âmbito de um ato processual. Não abrange hipóteses em que seu uso
decorreu de ato administrativo da autoridade policial. STF. 1ª Turma. Rcl 7116/PE,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/5/2016 (Info 827).

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Uso de algemas em ato processual


Direito Processual Penal  Provas  Geral

Origem: STJ

Não há nulidade processual na recusa do juiz em retirar as algemas do acusado


durante a audiência de instrução e julgamento, desde que devidamente justificada
a negativa. STJ. 6ª Turma. HC 140718-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
16/10/2012.

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Ausência de prazo diferenciado para o MP


Direito Processual Penal  Procedimento  Temas diversos

Origem: STJ

No processo PENAL, o MP e a Defensoria Pública possuem algum benefício de


prazo? MP: NÃO. Em matéria penal, o Ministério Público não goza da prerrogativa
da contagem dos prazos recursais em dobro. STJ. 3ª Seção. AgRg no EREsp
1.187.916-SP , Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 27/11/2013 (Info 533).
Defensoria Pública: SIM. Também em matéria penal, são contados em dobro todos
os prazos da Defensoria Pública (STJ. AgRg no AgRg no HC 146823 , julgado em
03/09/2013). No processo CIVIL, o MP e a Defensoria Pública possuem algum
benefício de prazo? Contam-se em dobro todos os seus prazos (arts. 180 e 186 do
CPC/2015).

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O MP não se manifesta sobre a resposta escrita
apresentada pela defesa
Direito Processual Penal  Procedimento  Resposta à acusação

Origem: STJ

No procedimento penal comum, após o réu apresentar resposta escrita à


acusação, não há previsão legal para que o MP se manifeste sobre esta peça
defensiva. No entanto, caso o juiz abra vista ao MP mesmo assim, não haverá
qualquer nulidade. STF. 1ª Turma. HC 105739/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª
Turma, julgado em 08/02/2012.

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Citação por hora certa é constitucional


Direito Processual Penal  Procedimento  Citação por edital

Origem: STF

É constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal. STF.


Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz
Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833).

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Manutenção da prisão cautelar mesmo o réu tendo sido


condenado a regime semiaberto
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Outros temas

Origem: STF

Réu respondeu o processo recolhido ao cárcere porque havia motivos para a


prisão preventiva. Na sentença, foi condenado a uma pena privativa de liberdade
em regime semiaberto ou aberto. Pelo fato de ter sido imposto regime mais brando
que o fechado, ele terá direito de recorrer em liberdade mesmo que ainda estejam
presentes os requisitos da prisão cautelar? • 1ª corrente: NÃO. Posição do STJ.
Não há incompatibilidade no fato de o juiz, na sentença, ter condenado o réu ao
regime inicial semiaberto e, ao mesmo tempo, ter mantido sua prisão cautelar. Se
ainda persistem os motivos que ensejaram a prisão cautelar (no caso, o risco de
fuga), o réu deverá ser mantido preso mesmo que já tenha sido condenado ao
regime inicial semiaberto. Deve ser adotada, no entanto, a seguinte providência: o
condenado permanecerá preso, porém, ficará recolhido e seguirá as regras do
regime prisional imposto na sentença (deverá ficar recolhido na unidade prisional
destinada aos presos provisórios e receberá o mesmo tratamento do que seria
devido caso já estivesse cumprindo pena no regime semiaberto). Em suma, o fato
de o réu ter sido condenado a cumprir pena em regime semiaberto não constitui
empecilho à decretação/manutenção da prisão preventiva, bastando que se tenha
o cuidado de não se colocá-lo em estabelecimento inadequado. Nesse sentido:
STJ. 5ª Turma. RHC 98.469/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado
em 02/10/2018. STJ. 6ª Turma. RHC 99.818/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 18/10/2018. • 2ª corrente: SIM. Posição do STF. Caso o réu seja
condenado a pena que deva ser cumprida em regime inicial diverso do fechado
(aberto ou semiaberto), não será admissível a decretação ou manutenção de
prisão preventiva na sentença condenatória, notadamente quando não há recurso
da acusação quanto a este ponto. Se fosse permitido que o réu aguardasse o
julgamento preso (regime fechado), mesmo tendo sido condenado a regime aberto
ou semiaberto, seria mais benéfico para ele renunciar ao direito de recorrer e
iniciar imediatamente o cumprimento da pena no regime estipulado do que exercer
seu direito de impugnar a decisão perante o segundo grau. Isso soa absurdo e
viola o princípio da proporcionalidade. A prisão cautelar não admite temperamento
para ajustar-se a regime imposto na sentença diverso do fechado. Nesse sentido:
STF. 1ª Turma. HC 130773, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/10/2015. STF.
2ª Turma. HC 138122, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09/05/2017.

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Fuga do distrito da culpa


Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STJ

A fuga do acusado do distrito da culpa é fundamentação suficiente para a


manutenção da custódia preventiva ordenada para garantir a aplicação da lei
penal. STJ. 5ª Turma. HC 239269-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
13/11/2012.
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O STJ não concede liberdade para o acusado preso


preventivamente sob o argumento de que, ao final, se
condenado, ele receberá regime diverso do fechado
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STJ

A alegação de desproporcionalidade da prisão preventiva somente poderá ser


aferível após a prolação de sentença, não cabendo, durante o curso do processo,
a antecipação da análise quanto a possibilidade de cumprimento de pena em
regime menos gravoso, caso seja prolatada sentença condenatória, sob pena de
exercício de adivinhação e futurologia, sem qualquer previsão legal. Assim, não há
que se falar em ofensa ao princípio da homogeneidade das medidas cautelares
porque não cabe ao STJ, em um exercício de futurologia, antecipar a provável
colocação da paciente em regime aberto/semiaberto ou a substituição da sua pena
de prisão por restritiva de direitos. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 559.434/SP, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 19/05/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg
no HC 539.502/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/05/2020.

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Atos infracionais pretéritos podem ser utilizados como


fundamento para decretação/manutenção da prisão
preventiva?
Direito Processual Penal  Prisão e liberdade  Prisão preventiva

Origem: STJ

João, 19 anos, está respondendo a processo criminal por roubo. Quando era
adolescente, cumpriu medida socioeducativa por homicídio. O juiz, ao decretar a
prisão preventiva do réu, poderá mencionar a prática desse ato infracional como
um dos fundamentos para a custódia cautelar? SIM. A prática de atos infracionais
anteriores serve para justificar a decretação ou manutenção da prisão preventiva
como garantia da ordem pública, considerando que indicam que a personalidade
do agente é voltada à criminalidade, havendo fundado receio de reiteração. Não é
qualquer ato infracional, em qualquer circunstância, que pode ser utilizado para
caracterizar a periculosidade e justificar a prisão antes da sentença. É necessário
que o magistrado examine três condições: a) a gravidade específica do ato
infracional cometido, independentemente de equivaler a crime considerado em
abstrato como grave; b) o tempo decorrido entre o ato infracional e o crime em
razão do qual é decretada a preventiva; e c) a comprovação efetiva da ocorrência
do ato infracional. STJ. 3ª Seção. RHC 63855-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel.
para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/5/2016 (Info 585).

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Vereadores e Vice-Prefeitos não possuem foro por


prerrogativa de função
Direito Processual Penal  Competência  Foro por prerrogativa de função

Origem: STJ

A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-
prefeitos. O foro por prerrogativa de função foi previsto apenas para os prefeitos
(art. 29, X, da CF/88). Diante disso, é inconstitucional norma de Constituição
Estadual que crie foro por prerrogativa de função para Vereadores ou Vice-
Prefeitos. A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para
as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que
os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de
função. STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
22/04/2021.

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Denúncia em crimes de autoria coletiva


Direito Processual Penal  Ação penal  Denúncia

Origem: STJ

Nos crimes de autoria coletiva, não é necessária a descrição MINUCIOSA e


INDIVIDUALIZADA da ação de cada acusado. Basta que o MP narre as condutas
delituosas e a suposta autoria, com elementos suficientes para garantir o direito à
ampla defesa e ao contraditório. Embora não seja necessária a descrição
PORMENORIZADA da conduta de cada denunciado, o Ministério Público deve
narrar qual é o vínculo entre o denunciado e o crime a ele imputado, sob pena de
ser a denúncia inepta. STJ. 5ª Turma. HC 214861-SC, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 28/2/2012.

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O princípio da indivisibilidade não se aplica à ação penal


pública
Direito Processual Penal  Ação penal  Princípios

Origem: STJ

Na ação penal pública não vigora o princípio da indivisibilidade. Assim, o MP não


está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se
podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi denunciado.
Isso porque o Parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as
pessoas que ele entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de
indícios de autoria e materialidade. STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014 (Info 540).

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Princípio da indivisibilidade da ação penal privada


Direito Processual Penal  Ação penal  Princípios

Origem: STF

Não oferecida a queixa-crime contra todos os supostos autores ou partícipes da


prática delituosa, há afronta ao princípio da indivisibilidade da ação penal, a
implicar renúncia tácita ao direito de querela, cuja eficácia extintiva da punibilidade
estende-se a todos quantos alegadamente hajam intervindo no cometimento da
infração penal. STF. 1ª Turma. Inq 3526/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 2/2/2016 (Info 813).

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Princípio da indivisibilidade da ação penal privada:
omissão voluntária e involuntária
Direito Processual Penal  Ação penal  Princípios

Origem: STJ

O princípio da indivisibilidade significa que a ação penal deve ser proposta contra
todos os autores e partícipes do delito. Segundo a posição da jurisprudência, o
princípio da indivisibilidade só se aplica para a ação pena privada (art. 48 do CPP).
O que acontece se a ação penal privada não for proposta contra todos? O que
ocorre se um dos autores ou partícipes, podendo ser processado pelo querelante,
ficar de fora? Qual é a consequência do desrespeito ao princípio da
indivisibilidade? • Se a omissão foi VOLUNTÁRIA (DELIBERADA): se o querelante
deixou, deliberadamente, de oferecer queixa contra um dos autores ou partícipes,
o juiz deverá rejeitar a queixa e declarar a extinção da punibilidade para todos
(arts. 104 e 107, V, do CP). Todos ficarão livres do processo. • Se a omissão foi
INVOLUNTÁRIA: o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele
faça o aditamento da queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que
ficaram de fora. Assim, conclui-se que a não inclusão de eventuais suspeitos na
queixa-crime não configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa. Para o
reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstração
de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se
deu de forma deliberada pelo querelante. STJ. 5ª Turma. RHC 55142-MG, Rel.
Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562).

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Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser


dirimido pelo CNMP
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STF

Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de


Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020.

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Inviabilidade de MS impetrado pela vítima para evitar o
arquivamento de IP
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STJ

Existe alguma providência processual que a vítima possa adotar para evitar o
arquivamento do IP? Ela pode, por exemplo, impetrar um mandado de segurança
com o objetivo de impedir que isso ocorra? NÃO. A vítima de crime de ação penal
pública não tem direito líquido e certo de impedir o arquivamento do inquérito ou
das peças de informação. Considerando que o processo penal rege-se pelo
princípio da obrigatoriedade, a propositura da ação penal pública constitui um
dever, e não uma faculdade, não sendo reservado ao Parquet um juízo
discricionário sobre a conveniência e oportunidade de seu ajuizamento. Por outro
lado, não verificando o Ministério Público que haja justa causa para a propositura
da ação penal, ele deverá requerer o arquivamento do IP. Esse pedido de
arquivamento passará pelo controle do Poder Judiciário, que poderá discordar,
remetendo o caso para o PGJ (no caso do MPE) ou para a CCR (se for MPF).
Existe, desse modo, um sistema de controle de legalidade muito técnico e rigoroso
em relação ao arquivamento de inquérito policial, inerente ao próprio sistema
acusatório. Nesse sistema, contudo, a vítima não tem o poder de, por si só,
impedir o arquivamento. Cumpre salientar, por oportuno, que, se a vítima ou
qualquer outra pessoa trouxer novas informações que justifiquem a reabertura do
inquérito, pode a autoridade policial proceder a novas investigações, nos termos
do citado art. 18 do CPP. STJ. Corte Especial. MS 21081-DF, Rel. Min. Raul
Araújo, julgado em 17/6/2015 (Info 565). Obs: o Pacote Anticrime (Lei nº
13.964/2019) promoveu profundas transformações no regime do arquivamento do
inquérito policial. Uma das mudanças consiste na possibilidade de a vítima que
não concordar com o arquivamento pedir a revisão da decisão no âmbito do
próprio Ministério Público. É como se fosse um “recurso administrativo". Veja a
nova redação do § 1º do art. 28 do CPP: Art. 28 (...) § 1º Se a vítima, ou seu
representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial,
poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a
matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser
a respectiva lei orgânica. Obs2: no dia 22/01/2020, o Ministro Luiz Fux vice-
presidente do STF proferiu decisão monocrática nas ADIs 6298, 6299, 6300 e
6305, suspendendo a eficácia de diversos dispositivos da Lei nº 13.964/2019
(Pacote Anticrime). A alteração promovida no art. 28 do CPP encontra-se
suspenso até que o Plenário do STF aprecie a decisão cautelar.
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(Im)possibilidade de reabertura de inquérito policial


arquivado por excludente de ilicitude
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STF e STJ

É possível a reabertura da investigação e o oferecimento de denúncia se o


inquérito policial havia sido arquivado com base em excludente de ilicitude? • STJ:
NÃO. Para o STJ, o arquivamento do inquérito policial com base na existência de
causa excludente da ilicitude faz coisa julgada material e impede a rediscussão do
caso penal. O mencionado art. 18 do CPP e a Súmula 524 do STF realmente
permitem o desarquivamento do inquérito caso surjam provas novas. No entanto,
essa possibilidade só existe na hipótese em que o arquivamento ocorreu por falta
de provas, ou seja, por falta de suporte probatório mínimo (inexistência de indícios
de autoria e certeza de materialidade). STJ. 6ª Turma. REsp 791.471/RJ , Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 25/11/2014 (Info 554). • STF: SIM. Para o STF, o
arquivamento de inquérito policial em razão do reconhecimento de excludente de
ilicitude não faz coisa julgada material. Logo, surgindo novas provas seria possível
reabrir o inquérito policial, com base no art. 18 do CPP e na Súmula 524 do STF.
STF. 1ª Turma. HC 95211, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/03/2009. STF.
2ª Turma. HC 125101/SP , rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min.
Dias Toffoli, julgado em 25/8/2015 (Info 796). O arquivamento de inquérito policial
por excludente de ilicitude realizado com base em provas fraudadas não faz coisa
julgada material. STF. Plenário. HC 87395/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 23/3/2017 (Info 858).

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Não é possível decretar interceptação telefônica com base


unicamente em “denúncia anônima”
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STJ
A Lei nº 9.296/96 exige, para que seja proferida decisão judicial autorizando
interceptação telefônica, que haja indícios razoáveis de autoria criminosa. Singela
delação não pode gerar, só por si, a quebra do sigilo das comunicações. STJ. 6ª
Turma. HC 204778/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/10/2012.

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Denúncia anônima
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STF

As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por si sós, a


propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o
emprego de métodos invasivos de investigação, como interceptação telefônica ou
busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de informação e de
provas que não podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder
Judiciário. Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso de
“denúncia anônima”: 1) Realizar investigações preliminares para confirmar a
credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui
aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o
inquérito, a autoridade policial deverá buscar outros meios de prova que não a
interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos contra
os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para provar o
crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado. STF. 1ª
Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819).

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Ministério Público pode realizar diretamente a investigação


de crimes
Direito Processual Penal  Investigação criminal  Geral

Origem: STF

O STF reconheceu a legitimidade do Ministério Público para promover, por


autoridade própria, investigações de natureza penal, mas ressaltou que essa
investigação deverá respeitar alguns parâmetros que podem ser a seguir listados:
1) Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados; 2)
Os atos investigatórios devem ser necessariamente documentados e praticados
por membros do MP; 3) Devem ser observadas as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição, ou seja, determinadas diligências somente podem ser
autorizadas pelo Poder Judiciário nos casos em que a CF/88 assim exigir (ex:
interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário etc.); 4) Devem ser respeitadas
as prerrogativas profissionais asseguradas por lei aos advogados; 5) Deve ser
assegurada a garantia prevista na Súmula vinculante 14 do STF (“É direito do
defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa”); 6) A investigação deve ser realizada dentro de prazo razoável; 7) Os atos
de investigação conduzidos pelo MP estão sujeitos ao permanente controle do
Poder Judiciário. A tese fixada em repercussão geral foi a seguinte: “O Ministério
Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo
razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e
garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob
investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de
reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de
que se acham investidos, em nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º,
notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade
— sempre presente no Estado democrático de Direito — do permanente controle
jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da Súmula
Vinculante), praticados pelos membros dessa Instituição.” STF. 1ª Turma. HC
85011/RS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado em 26/5/2015 (Info 787).
STF. Plenário. RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min.
Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2015 (repercussão geral) (Info 785).

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