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TEORIA GERAL DO PROCESSO – Exercícios

QUESTÃO 01

Paulo e Hélio, maiores de idade e capazes, não tendo entrado em acordo quanto ao
pagamento de dívida que o segundo contraíra com o primeiro, concluíram que seria
necessária a intervenção de terceiro, capaz de propor solução para o problema. Levaram,
então, o caso ao conhecimento de Lúcio, professor emérito da faculdade onde Paulo e
Hélio estudavam, que propôs que apenas dois terços da dívida fossem pagos no prazo de
trinta dias, o que foi aceito pelos interessados. Com base nessa situação hipotética,
assinale a opção correta.
a) Ao aceitarem a solução intermediária, os interessados realizaram autocomposição.
b) Configura-se, no caso, a autotutela, dada a inexistência de intervenção do Estado-juiz.
c) A figura do terceiro que conduz os interessados a solução independentemente de
intervenção judiciária indica a ocorrência de mediação.
d) Como a solução proposta se fundamenta na regra jurídica aplicável e tem
executividade própria, trata-se de verdadeira jurisdição.
e) Dada a ocorrência de solução por intervenção de terceiro, fica caracterizada a
arbitragem.

QUESTÃO 02

Um meio de resolução de controvérsias, referentes a direitos patrimoniais disponíveis, no


qual ocorre a intervenção de um terceiro independente e imparcial, que recebe poderes
de uma convenção para decidir por elas, sendo sua decisão equivalente a uma sentença
judicial é denominado de

a) Mediação.
b) Arbitragem.
c) Conciliação.
d) Audiência.
e) Avaliação.

1
QUESTÃO 03
"O Estado contemporâneo, como expressão do Estado Social, tem dentre os seus
embasamentos os princípios constitucionais de justiça e os direitos fundamentais. Nesse
contexto, aponte a alternativa INCORRETA:

a) Nenhuma lei processual pode contrariar os princípios constitucionais e os direitos


fundamentais, sob pena de inconstitucionalidade.
b) No caso de lei processual cuja aplicação conduz a um juízo de inconstitucionalidade, o
juiz de primeiro grau poderá declará-la ou, mediante a técnica da interpretação conforme
a Constituição, aplicar a técnica da declaração parcial de nulidade sem redução de texto.
c) As normas processuais, por sua natureza, submetem-se ao princípio da supremacia da
lei e à vontade do legislador, criador da norma geral e, portanto, do direito positivo no
Estado democrático de direito.
d) A lei processual deve ser compreendida e aplicada de acordo com a Constituição. Por
isso, havendo mais de uma solução, na interpretação da lei, a decisão deve optar por
aquela que outorgue maior efetividade à Constituição".

QUESTÃO 04

PROCESSUAL. ART. 155 DO CPC. CONSULTA DE AUTOS EM CARTÓRIO.


PREPOSTO. POSSIBILIDADE. [...]
É permitida a vista dos autos em Cartório por terceiro que tenha interesse
jurídico na causa, desde que o processo não tramite em segredo de justiça.

(REsp 656.070/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA


TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 15/10/2007)

QUESTÃO 05

PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO. FALTA GRAVE.


PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PRELIMINAR DE OFÍCIO.
CERCEAMENTO DE DEFESA. OITIVA DO SENTENCIADO. AUSÊNCIA DE
DEFESA TÉCNICA (ADVOGADO CONSTITUÍDO OU NOMEADO OU DEFENSOR
PÚBLICO). [...] . NULIDADE DO PAD.

1. Sentenciado cumprindo pena de reclusão em regime fechado que,


supostamente, cometeu falta grave no interior do presídio. Em sua oitiva no
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Inquérito Disciplinar instaurado pelo diretor do presídio, não foi acompanhado
por Defesa Técnica.

2. Em julgado recente a Terceira Seção do c. STJ pacificou o entendimento de


que, para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução
penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor
do presídio, assegurado o direito de defesa, a ser exercido por advogado
constituído ou defensor público nomeado, entendimento que culminou na edição
da recentíssima Súmula nº 533 daquela Corte.

3. Ressalte-se que, no caso em espécie, a presença de assistente jurídico da


penitenciária não garante a observância dos princípios constitucionais [...], pois
sem o devido acompanhamento de advogado ou de defensor público nomeado.
(Decisão monocrática, Relator Min. Dias Toffoli, proferida em 01/08/2011, AI
805.454/RS)
4. Agravo conhecido e provido.

(TJ-DF - Recurso de Agravo: RAG 20150020134610. Relator(a): CESAR


LABOISSIERE LOYOLA. Julgamento: 02/07/2015. Órgão Julgador: 2ª Turma
Criminal. Publicação: Publicado no DJE : 15/07/2015)

QUESTÃO 06

“SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE


COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA
E DO CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS
RELAÇÕES PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO.

I. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. As


violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações
entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas
físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais
assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes
públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos
poderes privados.

[...]

III. SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. ENTIDADE QUE INTEGRA


ESPAÇO PÚBLICO, AINDA QUE NÃO-ESTATAL. ATIVIDADE DE CARÁTER
PÚBLICO. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL.APLICAÇÃO DIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS [...]. As
associações privadas que exercem função predominante em determinado âmbito
econômico e/ou social, mantendo seus associados em relações de dependência
econômica e/ou social, integram o que se pode denominar de espaço público,
ainda que não-estatal. A União Brasileira de Compositores – UBC, sociedade
3
civil sem fins lucrativos, integra a estrutura do ECAD e, portanto, assume
posição privilegiada para determinar a extensão do gozo e fruição dos direitos
autorais de seus associados. A exclusão de sócio do quadro social da UBC, sem
qualquer garantia de [...], onera consideravelmente o recorrido, o qual fica
impossibilitado de perceber os direitos autorais relativos à execução de suas
obras. A vedação das garantias constitucionais do [...] acaba por restringir a
própria liberdade de exercício profissional do sócio. O caráter público da
atividade exercida pela sociedade e a dependência do vínculo associativo para o
exercício profissional de seus sócios legitimam, no caso concreto, a aplicação
direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao
contraditório e à ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF/88).

IV. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO.”

(STF, RE 201.819/RJ, Rel. p/ Acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 11/10/2005).

QUESTÃO 07

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.


CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO
DOS AUTOS. SÚMULA 279/STF. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO [...]

A resolução da controvérsia demandaria o reexame dos fatos e provas


constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da
Súmula 279/STF. Quanto à alegação de ofensa ao [...], o Plenário deste Tribunal
já assentou o entendimento de que as decisões judiciais não precisam ser
necessariamente analíticas, bastando que contenham fundamentos suficientes
para justificar suas conclusões. Agravo regimental a que se nega provimento.

(STF - AgR ARE 838322 RS - RIO GRANDE DO SUL. Relator: Ministro Roberto
Barroso. DJ: 03/03/2015. Publicação: DJEe-056 23/03/2015)

QUESTÃO 08

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE FAVORECIMENTO A


PROSTITUIÇÃO E ADVOCACIA ADMINISTRATIVA. PROMOTOR DE JUSTIÇA
DE ESTADO. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO EM TRIBUNAL
ESTADUAL. PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. DECRETAÇÃO DE
MEDIDA CAUTELAR DE OBTENÇÃO DE PROVA POR JUIZ DE DIREITO
CONVOCADO PELO TRIBUNAL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO [...]. HABEAS
CORPUS CONHECIDO. ORDEM DENEGADA.

1. Como cediço, o art. 118 da Lei Complementar 35/79, com redação conferida
pela Lei Complementar 54/86, permite a convocação de juízes de 1º grau de
4
jurisdição, em substituição, escolhidos pela maioria absoluta do Tribunal
respectivo ou, se houver, do Órgão Especial.

2. Para que essa convocação seja considerada válida, sem qualquer ofensa ao
[...], indispensável que a prefixação dos juízes a serem convocados, para a
escolha da maioria absoluta, atrele-se a critérios objetivos predeterminados, que
podem ser estipulados, inclusive, nos regimentos internos dos tribunais, desde
que seguidas as balizas normativas do art. 118 da LOMAN (ADI 1484/ES, Rel.
Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJe 04/06/2004).

3. Admitida como válida a convocação, é assente na jurisprudência desta Corte e


do STF que o juiz singular, enquanto convocado ao exercício do cargo de
Desembargador, não sofre limitações em sua atividade jurisdicional, exercendo
todas as competências e atribuições conferidas a um magistrado regularmente
investido perante um tribunal, podendo figurar como relator de qualquer processo
que lhe couber por distribuição, sem restrição. Outrossim, se não haveria falar
em violação [...], mesmo que o colegiado fosse integrado majoritariamente por
magistrados de primeiro grau convocados, a fortiori, não se poderia cogitar
nulidade no exercício da relatoria por um juiz de direito convocado. Precedentes.

4. A designação de juízes convocados para atuarem nos tribunais tem o escopo


de concretizar a garantia constitucional da duração razoável do processo para a
adequada prestação jurisdicional (CF, art. 5º, LXXVIII), ou, muitas vezes, até
viabilizá-la, haja vista que as turmas de tribunais são compostas somente por
três julgadores 5. Habeas corpus conhecido e, no mérito, denegada a ordem.

(STJ - HABEAS CORPUS : HC 332511 ES 2015/0194516-8. Relator: Ministro


Ribeiro Dantas. Data de Julgamento: 16/02/2016. Publicação: DJe 24/02/2016)

QUESTÃO 09

TJSP - 0005081-30.2006.8.26.0127 Apelação


Relator(a): Itamar Gaino
Comarca: Carapicuíba
Órgão julgador: 21ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 24/08/2011 / Data de registro: 07/09/2011

Ementa: Fornecimento de energia elétrica Fraude no medidor Corte de energia


Ônus da prova.
1. Na ação em que se discute a inexigibilidade de débito relativo à prestação de
serviço de energia elétrica é ônus da concessionária demonstrar a ocorrência de
fraude no medidor.
2. Não existindo qualquer demonstração de aumento de consumo após a troca
do medidor, é de rigor a declaração de inexistência do débito.
3. A interposição de apelação destituída de fundamentação razoável e com
intuito meramente protelatório configura (...). Recurso não provido, com
aplicação de multa e indenização por (...).
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QUESTÃO 10

TJSP - 0601324-65.2008.8.26.0011 Apelação


Relator(a): Gilberto dos Santos
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 11ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 17/01/2013 - Data de registro: 18/01/2013
Ementa: TÍTULOS DE CRÉDITO. Cheques. Ação declaratória de inexigibilidade.
Pedido que abrange a anulação de dois títulos. Apreciação de apenas um deles.
Sentença (...). Nulidade decretada.

QUESTÃO 11

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRINCÍPIO (...) INEXISTÊNCIA DE


NULIDADE. FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA. IMPOSSIBILIDADE DE
APLICAÇÃO DO REDUTOR PREVISTO NO ART. 33, § 4º, DA LEI
ANTIDROGAS.
1. Improcede a alegação de ofensa ao princípio (...), visto que a magistrada
sentenciante presidiu parte da instrução processual, ouvindo, inclusive, as
testemunhas de defesa.
2. Impende salientar que a Juíza a qual conduziu, de início, a instrução era
Substituta e, portanto, encontrava-se exercendo em caráter temporário o ofício
na 2ª Vara Criminal de Florianópolis, ao contrário da magistrada que a sucedeu,
que assumiu como Titular, cabendo-lhe, consoante destacou o acórdão, "a
prática dos atos inerentes ao seu mister, dentre os quais a entrega da prestação
jurisdicional nos feitos conclusos para sentença, situação que afasta a incidência
do aludido princípio".
3. Noutro giro, a sentença encontra-se exaustivamente fundamentada quanto à
materialidade e autoria do delito, invocando-se tanto a prova testemunhal como
outros elementos indiciários produzidos no feito criminal e submetidos ao crivo
do contraditório.
4. Na espécie, a prova emprestada, na qual também se amparou o título
condenatório, tem plena validade, pois corroborada por outros elementos, não se
olvidando que a defesa, regularmente intimada da sua juntada aos autos, teve a
oportunidade de refutá-las.
5. (...)
6. (...)
7. Ordem denegada. (HC 219482 / SC; Relator: Ministro OG FERNANDES; Órgão
Julgador: T6 - SEXTA TURMA; Data do Julgamento: 27/03/2012; Data da
Publicação/Fonte: DJe 11/04/2012)

QUESTÃO 12

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O PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. OFENSA
AO ART.535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. (...) JULGAMENTO ANTECIPADO DA
LIDE. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 7 DESTA CORTE SUPERIOR.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AGENTES POLÍTICOS. COMPATIBILIDADE
ENTRE REGIME ESPECIAL DE RESPONSABILIZAÇÃO POLÍTICA E A LEI DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELEMENTO SUBJETIVO DOLOSO.
CARACTERIZAÇÃO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO.
1. Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça
do Estado do Paraná que entendeu caracterizado ato de improbidade
administrativa por parte de ex-Prefeito (recorrente), consubstanciado na falta de
prestação de contas.
2. Nas razões recursais, sustenta a parte recorrente ter havido violação aos arts.
535 do Código de Processo Civil (CPC) – ao argumento de que o acórdão é
omisso – (...) não se pode indeferir produção de provas e depois julgar
procedente o pedido, de forma antecipada, por ausência de prova – (...)
3. Não viola o artigo 535 do CPC, tampouco nega prestação jurisdicional,
acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos
argumentos trazidos pelo vencido, adota fundamentação suficiente para decidir
de modo integral a controvérsia, conforme ocorreu no caso em exame.
4. É possível que o juiz entenda desnecessária a produção de certas provas a
teor do caderno probatório já formado nos autos (até porque os momentos
adequados para a produção de provas e para o pedido de produção de provas,
salvo em relação a fatos novos ou a fatos que se tornem controversos em
momento posterior, além de eventual necessidade de convencimento do próprio
juiz, são a inicial e a contestação) e da natureza eminentemente de direito das
questões suscitadas, levando, com isso, à promoção de julgamento antecipado
da lide sem que isto caracterize (...).
5. No caso dos autos, o juiz instrutor e sentenciante foi claro ao dizer que
nenhum dos fatos que o ora recorrente pretendia demonstrar com as provas cuja
produção foi indeferida eram bastantes para interferir no deslinde da matéria
controvertida.
6. (...)
7. (...)
8. (...)
9. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não provido.
(REsp 127744/PR; Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES; Órgão
Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA; Data do Julgamento: 07/02/2012; Data da
Publicação/Fonte: DJe 14/02/2012)

QUESTÃO 13

TJMG - Número do processo: 1.0313.02.043062-2/001(1)


Relator: Des. PEDRO BERNARDES
Data do Julgamento: 22/11/2011 - Data da Publicação: 09/01/2012
Ementa:

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Ação de cobrança de indenização securitária - Pontos controvertidos não
elucidados - Necessidade de realização de nova prova pericial - Determinação de
ofício. - Em casos excepcionais pode o Juiz ou o Tribunal, de ofício, determinar a
produção de provas. - O poder de iniciativa probatória do juiz, quando se sentir
em dúvida quanto à decisão a proferir, deve ser instrumento apenas para afastá-
lo da perplexidade diante das provas incompletas ou contraditórias.
Súmula: DE OFÍCIO, ANULARAM PARCIALMENTE O PROCESSO PARA
REALIZAÇÃO DE OUTRA PERÍCIA, PREJUDICADO O APELO.

QUESTÃO 14

TJMG - Agravo de Instrumento Cv 1.0024.08.040191-2/002     


Relator(a) Des.(a) Wanderley Paiva
Órgão Julgador / Câmaras Cíveis Isoladas / 11ª CÂMARA CÍVEL
Súmula: DAR PROVIMENTO AO RECURSO
Comarca de Origem Belo Horizonte
Data de Julgamento 31/10/2012
Data da publicação da súmula 08/11/2012
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - SUBSTABELECIMENTO SEM
RESERVA DE PODERES - AUSÊNCIA DE CADASTRAMENTO DO
PROCURADOR SUBSTABELECIDO - NULIDADE DOS ATOS POSTERIORES -
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
O não cadastramento dos novos procuradores da parte, tendo as intimações sido
publicadas somente em nome dos antigos patronos, impõe a nulidade de todos
os atos praticados a partir da juntada de referido instrumento.
A ausência de intimação da parte interessada referente aos atos processuais
praticados nos autos fere o princípio (...).

QUESTÃO 15

STJ - HC 240391 / PA
HABEAS CORPUS 2012/0082751-1
Relator(a) Ministro JORGE MUSSI (1138)
Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento 14/08/2012 / Data da Publicação/Fonte DJe 30/08/2012
Ementa
HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. NULIDADE. RITO ADOTADO
EM AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. SISTEMA ACUSATÓRIO.
EXEGESE DO ARTIGO 212 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, COM A
REDAÇÃO DADA PELA LEI N.º 11.690/08. EIVA RELATIVA. PRINCÍPIO (...).
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO CONCRETO À DEFESA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO.
1. A nova redação dada ao artigo 212 do Código de Processo Penal, em vigor a
partir de agosto de 2008, determina que as testemunhas sejam ouvidas direta e
primeiramente pelas partes, possibilitando ao magistrado complementar a
inquirição quando entender necessário quaisquer esclarecimentos.

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2. É cediço que no terreno das nulidades no âmbito do processo penal vige o
sistema da (...), no qual se protege o ato praticado em desacordo com o modelo
legal caso tenha atingido a sua finalidade, cuja invalidação é condicionada à
demonstração do prejuízo causado à parte, ficando a cargo do magistrado o
exercício do juízo de conveniência acerca da retirada da sua eficácia, de acordo
com as peculiaridades verificadas no caso concreto.
3. Na hipótese em apreço, o ato impugnado atingiu a sua finalidade, ou seja, a
prova requerida foi produzida, sendo oportunizada à defesa, ainda que em
momento posterior, a formulação de questões à testemunha ouvida, respeitando-
se (...) constitucionalmente garantidos, motivo pelo qual não houve qualquer
prejuízo efetivo ao paciente.
4. Eventual inobservância à ordem estabelecida no artigo 212 do Código de
Processo Penal caracteriza vício relativo, devendo ser arguido no momento
processual oportuno, com a demonstração da ocorrência do dano sofrido pela
parte, sob pena de preclusão, porquanto vige no cenário das nulidades o brocado
pas de nullité sans grief positivado na letra do artigo 563 do Código de Processo
Penal.

QUESTÃO 16

STJ - REsp 714228 / MA


RECURSO ESPECIAL 2004/0185078-0
Relator(a) Ministro RAUL ARAÚJO (1143)
Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA
Data do Julgamento 06/03/2012 / Data da Publicação/Fonte DJe 09/03/2012
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DEFERIMENTO DA PRODUÇÃO
DE PROVAS. FATOS CONTROVERSOS. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE.
(...). CONFIGURAÇÃO. NULIDADE. RECURSO PROVIDO.
1. Deferida a produção de prova, não pode o magistrado, em ato contínuo e
surpreendente, julgar antecipadamente a lide.
2. Embora seja incumbência do juiz da causa analisar o cabimento da produção
de provas, deferindo ou não a sua produção, consoante princípio (...), deve
possibilitar aos litigantes a produção de provas requeridas, quando o exija a
natureza das alegações postas em confronto pelos envolvidos, sob pena de (...)
(CPC, arts. 331 e 333).
3. Recurso especial provido.

QUESTÃO 17

Processo AgRg no AREsp 196345 / SP


AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2012/0133427-
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Relator(a) Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA
Data do Julgamento 17/12/2013
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Data da Publicação/Fonte DJe 04/02/2014
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EMENDA À PETIÇÃO INICIAL
APÓS A APRESENTAÇÃO DA CONTESTAÇÃO. POSSIBILIDADE.
OFERECIMENTO DE NOVO PRAZO AO RÉU. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS (...).
1. O fato de a emenda à inicial ter se dado após a contestação do feito não
inviabiliza, por si só, a adoção da diligência corretiva prevista no art. 284 do
CPC.
2. Em observância aos princípios (..), esta Corte vem admitindo a emenda da
petição inicial, ainda que já contestada a ação. Precedentes.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
Acórdão
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos
termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Antonio Carlos
Ferreira, Marco Buzzi, Luis Felipe Salomão e Raul Araújo (Presidente) votaram
com a Sra. Ministra Relatora.

QUESTÃO 18

TJMG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0024.07.442148-8/001


Relator(a) Des.(a) Sandra Fonseca
Órgão Julgador / Câmaras Cíveis Isoladas / 6ª CÂMARA CÍVEL
Súmula
EM REEXAME NECESSÁRIO, MANTIVERAM A SENTENÇA, PREJUDICADO O
RECURSO VOLUNTÁRIO
Comarca de Origem: Belo Horizonte
Data de Julgamento: 20/11/2012 - Data da publicação da súmula: 04/12/2012
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO - PEDIDO DE PENSÃO POR MORTE DE
EX-SERVIDOR ESTADUAL - FILHA MAIOR DE VINTE E UM ANOS -
VALORAÇÃO DAS PROVAS - FACULDADE DO MAGISTRADO - PROVA
PERICIAL RECONHECENDO A INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE -
INTERDIÇÃO DECLARADA - PROVA DA PREEXISTÊNCIA DA DOENÇA AO
ÓBITO DO GENITOR - EXISTÊNCIA - DEMONSTRAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS
ENSEJADORES DO DIREITO AO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO
JULGADO PROCEDENTE - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
1 - O princípio (...) confere ao magistrado a faculdade de apreciar os diversos
meios de prova, sopesando os elementos, de forma a atender às peculiaridades
do caso concreto, sendo permitido, adotando o modelo da (...), privilegiar a prova
técnica judicial e as provas documentais, em detrimento do laudo administrativo
realizado pelo instituto previdenciário.
2 - Comprovado nos autos a condição de definitivamente incapaz da filha do ex-
servidor, bem como que a moléstia que a acomete é preexistente ao óbito do pai,
pois desde o parto foi diagnosticada a anomalia cranioencefálica (microcefalia),
exsurge o direito de ser incluída como beneficiária de pensão por morte nos

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quadros do IPSEMG e, por conseguinte, de perceber o respectivo benefício
previdenciário, nos termos do art. 4º da Lei Complementar Estadual 64/02.
3 - Manutenção da sentença.

QUESTÃO 19

Apelação Cível 1.0024.03.885339-6/002
Relator Des.(a) Eduardo Mariné da Cunha
Órgão julgador
Câmaras Cíveis 17ª CÂMARA CÍVEL
Comarca de Origem Belo Horizonte
Data do julgamento 17/07/2014
Data da publicação da súmula 29/07/2014
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - ACIDENTE DE
TRÂNSITO - HONORÁRIOS PERICIAIS - REDUÇÃO - AGRAVO RETIDO
PROVIDO - PRELIMINAR DE JULGAMENTO (...) - ACOLHIMENTO - NULIDADE
DO LAUDO PERICIAL – NÃO INTIMAÇÃO SOBRE DATA E LOCAL DE INÍCIO
DOS TRABALHOS - AUSÊNCIA DE RESPOSTA AOS QUESITOS FORMULADOS
PELAS PARTES - PREJUÍZO DEMONSTRADO - OFENSA (...)   - SENTENÇA
CASSADA. 
Não obstante inexistir qualquer disposição legal a respeito da fixação de
honorários periciais, é cediço que a remuneração do expert deve atender
ao princípio da razoabilidade, sendo medida pelo grau de complexidade do
trabalho, o tempo necessário para a sua realização, o valor do bem objeto da
ação ou o proveito econômico que irá advir à parte.  
(...) os autores pugnaram pela condenação da ré ao pagamento de pensão
penal, no valor de R$216,41, e, não, R$2.109,06, devendo ser acolhida,
portanto, a preliminar de nulidade da sentença, por vício de julgamento
(...). 
O art. 431-A, do CPC exige que as partes sejam cientificadas da data e local
designados pelo juiz ou indicados pelo perito para a realização da prova. A
observância de tal norma é fundamental para que seja respeitado
o princípio do devido processo legal, do qual derivam os princípios (...),
garantindo a efetiva participação das partes na produção da prova técnica.  
Pela própria natureza da perícia a ser realizada e em virtude da
complexidade da matéria, a inobservância do preceito constante do art. 431-
A do CPC, acarretou notório prejuízo à requerida, impossibilitando a
apresentação de laudo pelo seu assistente técnico.  
Ao deixar de informar o local e a data em que seriam iniciados os trabalhos
periciais, o i. experto impediu que as partes participassem diretamente da
realização da prova técnica e que contribuíssem para a formação do livre
convencimento do julgador, o que, a toda evidência, acarreta ofensa aos
princípios (...). 
Agravo retido provido; preliminar de nulidade parcial da sentença, por vício
de julgamento (...); preliminar de (...) acolhida; sentença cassada. (30
pontos)

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QUESTÃO 20

Apelação Cível 1.0338.09.094075-4/001
Des.(a) Sandra Fonseca
Órgão julgador 6ª CÂMARA CÍVEL
Súmula
DERAM PROVIMENTO AO RECURSO
Comarca de origem Itaúna
Data de julgamento 09/09/2014
Data da publicação da súmula 19/09/2014
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO PAULIANA - INÉPCIA DA PETIÇÃO
INICIAL - ALEGAÇÃO DE FRAUDE AO INVENTÁRIO - DOAÇÃO DE BEM À
HERDEIRA - PLEITO DE ANULAÇÃO DO ATO DE DOAÇÃO REALIZADO -
INÉPCIA DA INICIAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE DEFESA DA
PARTE CONTRÁRIA - INOCORRÊNCIA - VÍCIOS DE DOCUMENTAÇÃO -
SANÁVEIS - PRINCÍPIO (...) - NECESSIDADE DE PROCESSAMENTO DO
FEITO - SENTENÇA ANULADA. 
1 - Se a peça inicial descreve a causa de pedir, assim como consigna
pedido certo e determinado, de forma inteligível, ainda eu não revestida da
melhor formalidade, esclarecendo que pretende a anulação do  ato de
doação realizada à herdeira que configura fraude ao inventário, é apto o
petitório, razão pela qual, uma vez possibilitado o adequado entendimento
do pleito vertido pela parte, deve-se prosseguir com a demanda, mormente
quando possibilita a defesa da parte contrária.  
2 - As formalidades processuais podem ser dispensadas, mormente quando
não previstas em lei, e quando for possível alcançar a finalidade
do ato processual a que se destinam, considerando os princípios da  (...). 
3 - A juntada de documentos pessoais das partes como certidão de nascimento e
documentos dos genitores são vícios sanáveis que podem ser requeridos pelo
magistrado, não sendo causa apta à extinção do feito.

QUESTÃO 21

Apelação Criminal 1.0625.13.008356-5/001   
Relator Des.(a) Sálvio Chaves
Órgão julgador 7ª CÂMARA CRIMINAL
Súmula
ACOLHERAM A PRELIMINAR ARGUIDA PELA DEFESA E ANULARAM A
SENTENÇA
Comarca de origem São João del-Rei
Data de julgamento 04/09/2014
Data da publicação da súmula 12/09/2014
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ESTELIONATO - PRELIMINAR DE OFENSA
AO PRINCÍPIO (...) SENTENÇA PROFERIDA POR JUIZ QUE SOMENTE
INICIOU A INSTRUÇÃO CRIMINAL - AUSÊNCIA DAS EXCEÇÕES PREVISTAS
NA LEI ANALÓGICA - NULIDADE CONFIGURADA. Entrando em vigor no
12
ordenamento pátrio o teor normativo da Lei 11.719/2008, o Código de Processo
Penal recepcionou também a aplicabilidade do princípio (...). A vinculação do
Julgador que instrui o processo à prolação da Sentença, tem por finalidade
preservar o julgamento do caso judicializado por aquele  Magistrado que colheu
as provas, tendo acesso direto à testemunha inquirida, ao réu interrogado,
possuindo melhores condições de visualizar os possíveis entraves ou
naturalidade do repasse das informações orais fornecidas na ocasião da
instrução. (...) o Juiz, titular ou substituto que concluir a audiência julgará a lide,
mostrando-se nula a Sentença proferida pelo  Juiz que somente iniciou a
instrução criminal, mas não conclui a referida colheita de provas e sequer
interrogou o Réu. Preliminar acolhida e sentença anulada.

QUESTÃO 22

Rec em Sentido Estrito 1.0231.12.003982-2/001


Des.(a) Nelson Missias de Morais
Órgão julgador 2ª CÂMARA CRIMINAL
Comarca de origem Ribeirão das Neves
Data de julgamento 11/06/2014
Data da publicação da súmula 30/06/2014
EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO.
RECURSO DEFENSIVO. PRELIMINAR. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL
DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E
JULGAMENTO. OFENSA À PRERROGATIVA E AO PRINCÍPIO (...). PREJUÍZO
DEMONSTRADO. NULIDADE DECLARADA APENAS EM RELAÇÃO AO
RECORRENTE JONATAN. PREJUDICADA A ANÁLISE DA PRIMEIRA
PRELIMINAR E A DO MÉRITO DO RECURSO. PRIMEIRO RECURSO.
ADMISSÃO DA QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE. VINGANÇA EM RAZÃO
DA MORTE DO IRMÃO DE UM DOS RÉUS. DESCABIMENTO. MOTIVAÇÃO
ORIGINÁRIA QUE, EMBORA REPROVÁVEL, NÃO PODE SER CONSIDERADA
REPUGNANTE. DECOTE MANTIDO. RECURSO NÃO PROVIDO. PRISÃO
CAUTELAR DO RECORRENTE JONATAN. PRESSUPOSTOS EXISTENTES.
MANUTENÇÃO. RECURSO PROVIDO EM PARTE. 
- Além de ofensa à prerrogativa institucional, aos princípios (...), gera
nulidade absoluta e efetivo prejuízo à parte a não  intimação pessoal da
Defensoria Pública para a audiência de instrução e julgamento e
acompanhamento do interrogatório do réu por ela defendido, devendo ser
declarada a nulidade do processo. 
- Prejudicados a análise da primeira preliminar e do mérito do recurso.  
- Não é toda vingança que, por si só, caracteriza o motivo torpe, sendo sempre
necessária a avaliação da causa que a originou.  
- Recurso ministerial desprovido. 
- Presentes os pressupostos que ensejaram a decretação da prisão preventiva
dos acusados, imperiosa a sua manutenção.

QUESTÃO 23
13
Apelação Cível 1.0702.08.520961-8/001     
Relator Des.(a) Mariza Porto
Órgão julgador 11ª CÂMARA CÍVEL
Súmula
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO
Comarca de Origem Uberlândia
Data de julgamento 30/04/2014
Data da publicação da súmula 12/05/2014
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - COBRANÇA DE CONTRATO DE SEGURO - ART.
47 DO CDC - INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR -
INVALIDEZ PERMANENTE - CONCEITO INTERDISCIPLINAR - COMPROVAÇÃO
- PROVA DOCUMENTAL - PROVAPERICIAL – (...) - AUSÊNCIA DE
HIERARQUIA ENTRE AS PROVAS – (...)- AUSÊNCIA DE VINCULAÇÃO DO JUIZ
À PROVA PERICIAL. SENTENÇA MANTIDA.
1. O artigo 47 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que as
cláusulas contratuais serão interpretadas sempre de maneira mais favorável ao
consumidor. 2. O conceito de invalidez permanente deve ser considerado de
modo interdisciplinar, levando em conta a idade da segurado, seu nível de
instrução, o local onde reside e a possibilidade de adequar-se a nova tarefa. 3.
Vigora em nosso sistema processual o princípio (...), em que o julgador (...).
4. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar sua convicção
com outros elementos ou fato provados nos autos. 5. O apelado está
incapacitado permanentemente e por essa razão faz jus ao recebimento do
seguro. Sentença mantida.

QUESTÃO 24

Apelação Cível 1.0024.08.285451-4/001  
Des.(a) Domingos Coelho
Órgão julgador 12ª CÂMARA CÍVEL
Súmula
NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO
Comarca de origem Belo Horizonte
Data de julgamento 04/09/2014
Data da publicação da súmula 12/09/2014
EMENTA: AÇÃO ORDINÁRIA. DANOS MORAIS. PEDIDO NÃO FORMULADO.
JULGAMENTO (...). DECOTE. CHEQUE PRESCRITO. PROTESTO INDEVIDO.
PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. INSUFICIÊNCIA DE
RECURSOS NÃO COMPROVADA. INDEFERIMENTO. RECURSO NÃO
PROVIDO
1. Conforme o princípio (...), é vedado ao juiz conferir ao autor decisão (...).
Assim, no caso, deve ser decotada a condenação de indenização pelos danos
morais, porquanto não requerida na peça inicial. 2. Expirado o prazo de
apresentação do cheque, o protesto lavrado afigura-se indevido. 3. É certo que,
na esteira de diversos precedentes do C. Superior Tribunal de Justiça, é
admissível a concessão de benefício da Assistência Judiciária Gratuita à pessoa
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jurídica, desde que demonstrada cabalmente a impossibilidade de suportar os
encargos do processo, visto não ser possível presumir tal alegação. Assim,
inexistindo nos autos prova acerca da alegada precariedade financeira, deve ser
indeferida a gratuidade judiciária. 4. Negar provimento ao recurso. (20 pontos)

QUESTÃO 25

APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0433.05.170168-1/001 - COMARCA DE MONTES


CLAROS - APELANTE(S): ALEXSANDRO SOARES DOS SANTOS -
APELADO(A)(S): ANA MARIA REZENDE VIEIRA - RELATOR: EXMO. SR. DES.
LUCIANO PINTO
ACÓRDÃO
Vistos etc., acorda, em Turma, a 17ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade
da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM
DAR PROVIMENTO AO RECURSO CASSANDO A SENTENÇA E
DETERMINANDO O REGULAR PROSSEGUIMENTO DO FEITO.
Belo Horizonte, 14 de junho de 2007.
DES. LUCIANO PINTO - Relator
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. LUCIANO PINTO:
VOTO
Alexsandro Soares dos Santos ajuizou ação de indenização em face de Ana
Maria Rezende Vieira.
Disse que em 23 de novembro de 2002 teve seu veículo atingido por veículo de
propriedade da ré, conduzido por seu motorista, que adentrou sem a menor
precaução na via preferencial em que seu veículo se encontrava, em total
desrespeito às normas de sinalização, colidindo com seu veículo .
Alegou terem advindo do evento danoso danos ao seu patrimônio moral e
patrimonial, e requereu indenização pelos danos morais, materiais e estéticos
sofridos.
Indeferido o pedido de justiça gratuita às fls. 31/32.
Contestação de fls. 46/62, alegando a ré, preliminarmente sua ilegitimidade
passiva ad causam, aduzindo ser terceiro de nome Sr.Hernandes Martins de
Freitas, que não é seu preposto, empregado ou filho, o condutor do veículo e
responsável pelo acidente, a prejudicial de prescrição, no mérito, aduzindo a
existência de culpa exclusiva do autor e a inexistência dos danos pleiteados,
afirmando que não houve a incapacidade laborativa do autor, que continua
normalmente a exercer sua função pública, requerendo a improcedência da
demanda.
Impugnação à contestação de fls. 82/84.
Instadas a especificar provas ( fls. 85), a ré pugnou por prova testemunhal,
depoimento pessoal do autor, documental e pericial ( fls. 87) e o autor requereu
prova documental, pericial, testemunhal e o depoimento pessoal da requerida
( fls. 88/89).
Audiência de conciliação de fls. 105, sem êxito.

15
Decisão de fls. 106/108, que saneou o feito, rejeitou a preliminar de ilegitimidade
passiva, a prejudicial de prescrição e determinou a realização de prova pericial,
deferindo a prova testemunhal e o depoimento pessoal das partes.
(…)
Petição de fls. 116, interposta pela ré, requerendo a anulação do processo, por
encontrar-se o advogado do autor, desde à época do ajuizamento da ação
suspenso pela OAB, o que acarreta, na forma da lei, a nulidade absoluta de
todos os atos por ele praticados no processo.
Decisão de fls. 132, determinando a expedição de ofício à OAB para informação
da situação do advogado do autor.
Resposta ao ofício de fls. 133, informando que o advogado encontra-se
suspenso.
Dada vistas às partes, o autor constituiu novo advogado e ratificou todos os atos
feitos no processo, requerendo o indeferimento do pedido de anulação do feito,
tendo a ré, às fls. 141/145, pleiteado a munutenção do pedido.
Sobreveio sentença, de fls. 147/148 que, julgou extinto o feito, sem resolução de
mérito, nos termos do artigo 267,IV, do CPC, condenando o autor nas custas e
honorários sucumbenciais, fixados em 10% sobre o valor da causa, ao
argumento de que nos termos da Lei 8.906/94, em seu artigo 4º, são nulos todos
os atos praticados por advogado impedido, suspenso, licenciado ou que exerça
atividade incompatível com a advocacia, declarando a nulidade da ação desde o
seu início.
Daí o presente recurso, insurgindo-se o apelante contra a sentença, requerendo
sua reforma, ao argumento de que não se justifica a nulidade do feito, diante da
inexistência de prejuízo (pas de nullité sans grief), (…).
Contra-razões de fls. 167/174, pelo improvimento do recurso.
É o relatório.
Conheço do recurso, presentes os pressupostos de sua admissibilidade.
Vejo que assiste razão ao apelante.
O apelante requer a reforma da sentença ao argumento de que não se justifica a
nulidade absoluta do feito, diante da inexistência de prejuízo para as partes (pas
de nullité sans grief), (…), não podendo ser penalizado por irregularidade
cometida por terceiro.
Estou em que não há que se falar em nulidade absoluta do presente feito pela
sua condução por advogado suspenso nos quadros da OAB, mormente porque
houve a constituição de novo procurador (fls. 137/139) que ratificou os atos
anteriormente praticados, (…).
A propósito, vejam-se os escólios de Theotônio Negrão e José Roberto F.
Gouveia, em seu Código de Processo Civil e legislação processual em vigor, 37ª
ed., São Paulo. editora : Saraiva, 2005.p.128:
" Não se decreta a nulidade dos atos praticados por advogado afastado do
exercício profissional, se forem ratificados por novo procurador constituído nos
autos e da irregularidade processual não adveio prejuízo a qualquer das partes" (
STJ-2T-Resp. 449/627- Rel. Min. Eliana Calmon)
(…)
Nos termos do art. 13 do CPC, verificando a incapacidade ou irregularidade de
representação das partes, o magistrado deve suspender o processo, intimar a
parte e marcar prazo razoável para ser sanado o defeito. De tal norma se infere
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que considera-se o defeito da representação mera irregularidade, isto é, um vício
sanável. Primeiro, porque não compromete o ordenamento jurídico; segundo,
porque não prejudica nenhum interesse público, nem o interesse da outra parte;
e, terceiro, porque o direito da parte representada não pode ser prejudicado por
esse tipo de falha do seu advogado. A nulidade só advirá se, cabendo à parte
reparar o defeito ou suprir a omissão, não o fizer no prazo marcado, o que não
ocorreu nesta seara.
(…)
Dessa feita, a extinção do processo, por incapacidade ou irregularidade de
representação das partes, sem a prévia intimação da parte, não condiz com a
função instrumental do processo, com a busca por sua efetividade.
(…)
Isso posto, dou provimento ao recurso, casso a sentença e determino o regular
prosseguimento do feito.
Custas ex lege.
É o meu voto.
A SRª. DESª. MÁRCIA DE PAOLI BALBINO:
VOTO
De acordo.
O SR. DES. LUCAS PEREIRA:
VOTO
De acordo.
SÚMULA: DERAM PROVIMENTO AO RECURSO CASSANDO A SENTENÇA E
DETERMINANDO O REGULAR PROSSEGUIMENTO DO FEITO.

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