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Agravo de Instrumento Nº 5059755-55.2022.8.24.

0000/SC

RELATOR: Desembargador GUILHERME NUNES BORN

AGRAVANTE: FRUTICULTURA MALKE LTDA AGRAVADO: ROMILDO FREIRE DA SILVA

RELATÓRIO

1.1) Do recurso

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por FRUTICULTURA MALKE LTDA em face de


ROMILDO FREIRE DA SILVA, com pedido de antecipação da tutela recursal contra a decisão
interlocutória proferida no incidente de desconsideração da personalidade jurídica n.º
5011164-13.2020.8.24.0039 que rejeitou o incidente.

Alega a parte agravante, em síntese, as seguintes teses: a) que a impugnação ao incidente


apresentada por ROMILDO FREIRE DA SILVA deve ser rechaçada, pois intempestiva; b) que
houve cerceamento de defesa em razão da não produção de prova; c) que inexistiu
julgamento sobre a impugnação ao pedido de justiça gratuita formulado por ROMILDO
FREIRE DA SILVA e; d) má-fé de ROMILDO FREIRE DA SILVA que enseja na reforma da
decisão para que o incidente seja acolhido.

Ao final, requereu a modificação da decisão agravada.

1.2) Da decisão agravada

Por decisão interlocutória (evento 93 - origem), proferida em 14/09/2022, o Juiz de Direito


Francisco Carlos Mambrini rejeitou o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica.

1.3) Da decisão monocrática

Não houve pedido de efeito suspensivo (evento 3).

1.4) Das contrarrazões

Ausente (evento 10).

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Após, ascenderam os autos a este Colegiado.

VOTO

2.1) Do objeto recursal

Versa a questão recursal sobre a rejeição do incidente de desconsideração da personalidade


jurídica.

2.2) Do juízo de admissibilidade

Conheço em parte do recurso porque presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos


admissibilidade, eis que ofertado a tempo e modo, recolhido o devido preparo e
evidenciados o objeto e a legitimação.

A parcela não conhecida diz respeito a tese sobre a ausência de decisão sobre a impugnação
ao pedido de justiça gratuita, pois o benefício sequer foi deferido as partes que pleitearam
na origem (art. 100, CPC), caracterizando a ausência de interesse recursal no ponto.

2.3) Do cerceamento de defesa

A parte agravante alegou a ocorrência de cerceamento de defesa em razão do julgamento


antecipado da lide, obstando a produção de prova oral.

Em que pese a alegação, verifica-se que os próprios elementos carreados aos autos são
suficientes para a solução da controvérsia instaurada. Permanecem unicamente questões
de direito que, com a juntada dos documentos, torna-se dispensável a produção de outras
provas.

Como o magistrado é o destinatário da prova, cabe a ele a decisão acerca da


imprescindibilidade da produção de outras, que não a documental, indeferindo aquelas
protelatórias ou inúteis ao processo, nos termos do art. 370, do Código de Processo Civil.

Nesse sentido, não destoa o entendimento deste Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE


E INSALUBRIDADE - PROVA PERICIAL E TESTEMUNHAL - CERCEAMENTO DE DEFESA
INEXISTENTE - ACERVO PROBATÓRIO SUFICIENTE. Cabe ao Juiz, na condição de presidente
do processo e destinatário da prova, decidir sobre a necessidade ou não da realização de
prova, não implicando cerceamento de defesa o julgamento com base nas provas existentes
nos autos, se a prova pericial e testemunhal que a parte pretendia produzir era
desnecessária ao deslinde da "quaestio". [...] (TJSC. Apelação Cível n. 2011.040673-2, de Rio

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do Sul, rel. Des. Jaime Ramos, 25/06/2012).

Na mesma senda, de minha relatoria:

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO SENTENÇA DE


IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DAS EMBARGANTES. PRELIMINAR. NULIDADE. CERCEAMENTO
DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. ADUZIDA A NECESSIDADE DE PROVA ORAL
E PERICIAL. MAGISTRADO QUE É O DESTINATÁRIO DA PROVA E DECIDIU PELA
DESNECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. JULGADO COM BASE NOS DOCUMENTOS
TRAZIDOS PELAS PARTES. [...] RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível
n. 0307430-71.2016.8.24.0018, de Chapecó, rel. Des. Guilherme Nunes Born, Primeira
Câmara de Direito Comercial, j. 09-08-2018).

Inclusive, restou devidamente justificado pelo magistrado singular na sentença (evento 93):

"Julgo antecipadamente a lide, na forma do art. 355, I, do CPC/2015, por se cuidar de


matéria essencialmente de direito, não sendo necessária a produção de outras provas além
da documental já carreada aos autos. É da jurisprudência: "O julgamento antecipado da lide
encontra amparo diante de matéria exclusivamente de direito ou que esteja pronto para
julgamento, nos termos do art. 330, inciso I, do CPC/73 (art. 355, I, do NCPC), mostrando-se
desnecessária a produção de provas inúteis ou meramente protelatórias (art. 130 do
CPC/73 ou art. 370 do NCPC). [...]". (TJSC, Apelação n. 0300055-55.2014.8.24.0061, de São
Francisco do Sul, rel. Des. João Batista Góes Ulysséa, j. 07-07-2016)."

Dessa forma, conforme entendimento já citado, os termos controvertidos apresentados


nestes autos não reclamam pela produção de provas, já que os documentos necessários à
lide se fazem presentes aos autos, razão pela qual a preliminar é afastada.

2.4) Do mérito

2.4.1) Da tempestividade da impugnação ao incidente

A parte agravante asseverou que o agravado ROMILDO FREIRE DA SILVA perdeu o prazo
para apresentar manifestação ao incidente na origem, devendo esta (evento 82 - origem)
ser reconhecida como intempestiva.

Ocorre que, em razão da citação/intimação de ROMILDO FREIRE DA SILVA ter ocorrido por
carta precatória, este respeitou os ditames dos artigos 231, VI e 232, do Código de Processo
Civil, motivo pelo qual não há falar em intempestividade da manifestação.

2.4.2) Do abuso de direito

Por fim, a parte agravante defende que o agravado está agindo em abuso de direito,
estando inserido no artigo 50 do Código Civil. Também destacou que o agravado não
cumpriu a regra do artigo 1.033, do Código Civil.

Em que pese o esforço jurídico, sem razão.

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Isso porque o feito está despido de provas, ônus este que era da parte agravante, então
exequente.

Observa-se que a única documentação que se localizou ao compulsar o feito se refere ao


quadro societário, o qual aponta figurar somente o nome do ora agravado (evento 1, Cpnj
3/4 - origem).

Ademais, com a entrada em vigor da Lei n. 13.874/2019, passou-se a admitir a existência de


sociedade limitada unipessoal, o que atingiu a regra de reconstituição da pluralidade de
sócios depois de vencido o prazo legal do art. 1.033, IV, do Código Civil, a qual foi revogada.

Logo, tal regra retroage beneficiando o sócio unipessoal.

Deste Tribunal:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITOU O


PEDIDO DE INCLUSÃO DO ÚNICO SÓCIO DA EMPRESA EXECUTADA NO POLO PASSIVO DA
DEMANDA RECURSO DA PARTE EXEQUENTE. PRETENDIDA INCLUSÃO DO SÓCIO
REMANESCENTE NO POLO PASSIVO DA EXECUÇÃO EM FACE DO DESCUMPRIMENTO DO
PRAZO PARA RESTABELECER A PLURALIDADE DE SÓCIOS NECESSÁRIA PARA NÃO HAVER
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE. TESE INACOLHIDA. EXISTÊNCIA DE SOCIEDADE COM UM
ÚNICO SÓCIO, SEM A DEVIDA REGULARIZAÇÃO NOS MOLDES PREVISTOS NO ART. 1.033,
INC. IV, DO CÓDIGO CIVIL, QUE NÃO SE FAZ MAIS NECESSÁRIA DIANTE DA ENTRADA EM
VIGOR DA LEI N. 13.874/2019, QUE PASSOU A ADMITIR A SOCIEDADE LIMITADA
UNIPESSOAL. IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO SOLIDÁRIA DA DÍVIDA AO SÓCIO UNITÁRIO.
DECISÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (AI n.
5055096-37.2021.8.24.0000, rel. Des. Tulio Pinheiro, j. 3-2-2022)

Colhe-se do corpo do acórdão:

"Defende a parte recorrente ser plenamente admissível a inclusão do sócio remanescente


no polo passivo da execução, uma vez que, diante da ausência de pluralidade de sócios
depois de vencido o prazo para reconstituição da sociedade previsto no art. 1.033, IV, do
Código Civil, este passa a responder de forma pessoal e ilimitada pelas obrigações da
empresa.

Ocorre, todavia, que, com a entrada em vigor da Lei n. 13.874/2019, modificando o art.
1.052 do Código Civil para admitir a existência de sociedade limitada unipessoal, a regra de
reconstituição da pluralidade de sócios depois de vencido o prazo legal para tanto,
conforme disciplinava o art. 1.033, inc. IV, do Código Civil, restou revogada.

Veja-se do atual regramento:

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de


suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

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§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.

§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que


couber, as disposições sobre o contrato social.

E, diante de o novo dispositivo afastar o caráter sancionatório que poderia gerar o


descumprimento da antiga norma (isto é, a responsabilidade pessoal e ilimitada do sócio
unitário remanescente, segundo, frisa-se, a jurisprudência), sendo, portanto, mais benéfica
ao réu, deve retroagir para que sua responsabilidade permaneça limitada ao patrimônio da
sociedade (mutantis mutandis, veja-se: TJSC, Apelação Cível n. 2012.036247-1, rel. Des.
Lédio Rosa de Andrade, j. em 18.9.2012).

Não fosse isso, não há razão para penalizar alguém por suposta penalidade se a nova lei visa
justamente a normalizar a atividade empresarial do sócio único remanescente, antes dita
como irregular - uma das premissas do legislador para sua aprovação -, sem levar em conta,
ainda, que antes não existia no ordenamento jurídico nada dizendo que a ausência de
pluralidade da sociedade limitada depois de escoado o prazo de 180 (cento e oitenta) dias
acarretaria na responsabilização do sócio unitário de forma pessoal e ilimitada, pois o art.
1.033, inc. IV, do Código Civil prescrevia unicamente que tal circunstância levaria à
dissolução da sociedade.

Aliás, dada a intenção do devedor, ao proceder a criação de uma sociedade limitada com
outra pessoa, é evidente que, com a manutenção da empresa de forma unipessoal, esta, à
época, passou a desempenhar suas funções como se fosse empresa individual de
responsabilidade limitada, em interpretação ao, então vigente, parágrafo único do art.
1.033 do aludido diploma, caindo, assim, por terra a alegação de que houve a ocorrência ato
jurídico perfeito acerca da transformação da sociedade em firma individual ilimitada.

Assim, mantém-se incólume a decisão desafiada, negando-se provimento ao recurso."

De minha relatoria:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. DECISÃO


QUE INDEFERIU O PLEITO. INSURGÊNCIA DA PARTE AUTORA, ENTÃO EXEQUENTE.
PRETENSÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO DO ÚNICO SÓCIO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RAZÃO
DO DESCUMPRIMENTO DA REGRA DO ART. 1.033, IV, DO CPC E DA INSTRUÇÃO NORMATIVA
N. 35/2017. NÃO ACOLHIMENTO. LEI N. 13.874/2019 QUE ALTEROU A NECESSIDADE DE
EXISTÊNCIA DE DOIS OU MAIS SÓCIOS. VIABILIDADE DE SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL.
IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO SOLIDÁRIA DA DÍVIDA AO SÓCIO UNITÁRIO. [...] (TJSC,
Agravo de Instrumento n. 5042940-80.2022.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina, rel. Guilherme Nunes Born, Primeira Câmara de Direito Comercial, j. 20-10-2022).

Além disso, eis a regra do art. 50, do Código Civil:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério

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Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo
abuso.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa


jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
natureza.

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os


patrimônios, caracterizada por:

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou


vice-versa;

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor


proporcionalmente insignificante; e

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das


obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica.

§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o
caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.

§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade


original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.

Logo, sedimentou-se que para a desconsideração da personalidade jurídica, mister a


configuração do abuso de autoridade, caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.

Tais pressupostos foram tomados como a teoria maior da desconsideração, na linha do


Código Tributário Nacional, ante a exigência de requisitos mais rígidos, ao contrário da
teoria menor, positivada na Lei de Defesa do Consumidor e na Lei de Crimes Ambientais.

A respeito, Maria Helena Diniz acentua:

A pessoa jurídica é uma realidade autônoma, capaz de direitos e obrigações,


independentemente de seus membros, pois efetua negócios sem qualquer ligação com a
vontade deles; além disso, se a pessoa jurídica não se confunde com as pessoas naturais
que a compõem, se o patrimônio da sociedade não se identifica com o dos sócios, fácil será
lesar credores, mediante abuso de direito, caracterizado por desvio de finalidade, tendo-se
em vista que os bens particulares dos sócios não podem ser executados antes dos bens
sociais, havendo dívida da sociedade. Por isso o Código Civil pretende que, quando a pessoa
jurídica se desviar dos fins determinantes de sua constituição, ou quando houver confusão

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patrimonial, em razão de abuso da personalidade jurídica, o órgão judicante, a
requerimento da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo,
esteja autorizado a desconsiderar, episodicamente, a personalidade jurídica, para coibir
fraudes de sócios que dela se valeram como escudo sem importar essa medida numa
dissolução da pessoa jurídica. Com isso subsiste o princípio da autonomia subjetiva da
pessoa coletiva, distinta da pessoa de seus sócios; tal distinção, no entanto, é afastada,
provisoriamente, para um dado caso concreto, estendendo a responsabilidade negocial aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica (Código Civil comentado.
Coordenadora Regina Beatriz Tavares da Silva. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 57-58).

Por seu turno, enfatiza Rizzatto Nunes:

A capacidade imaginativa do ser humano, muitas vezes utilizada para praticar o bem, de
outras é gasta na operação de todo tipo de fraude e enganação.

Com a criação da ficção da pessoa jurídica separaram-se rigidamente as pessoas dos sócios
da personalidade jurídica da pessoa jurídica. O direito formal, como devia sê-lo no caso,
sempre deixou patente a hirta separação existente, inclusive no que respeitava à assunção
de responsabilidades, a formação do patrimônio etc.

Acontece que o indivíduo, que não é inocente, passou a usar sua capacidade de criação para
acobertar sob o manto formal da pessoa jurídica toda sorte de práticas abusivas e ilícitas.

O direito não podia ficar à margem desse processo, observando a clara manipulação
praticada pelos detentores do poder nas pessoas jurídicas, que as estavam utilizando de
maneira desviada.

Por isso, aos poucos passou a aceitar que, em casos especiais, a figura da pessoa jurídica
fosse desconsiderada para que se pudesse alcançar a pessoa do sócio e seu patrimônio
(Comentários ao código de defesa do consumidor. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 377).

No caso, porém, não restou demonstrado qualquer abuso da personalidade jurídica, que se
caracterizaria pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

De forma concisa, deste Tribunal:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. REJEIÇÃO DO PEDIDO DE


DECRETAÇÃO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS LEGAIS
PARA A DECRETAÇÃO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NÃO
SATISFEITOS NO CASO CONCRETO. ARTIGO 50 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. DECISÃO
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (AI n. 5065873-81.2021.8.24.0000, rel. Des. Jânio
Machado, j. 18-8-2022)

Para complementar, de minha relatoria:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. DECISÃO


QUE INDEFERIU O PLEITO. INSURGÊNCIA DA PARTE AUTORA, ENTÃO EXEQUENTE. [...] POR

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FIM, AUSÊNCIA DE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS PARA A DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ART. 50 DO CÓDIGO CIVIL. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO
DE CONFUSÃO PATRIMONIAL OU DESVIO DE FINALIDADE. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 5042940-80.2022.8.24.0000, do Tribunal de
Justiça de Santa Catarina, rel. Guilherme Nunes Born, Primeira Câmara de Direito Comercial,
j. 20-10-2022).

Portanto, resta mantida a decisão agravada.

3.0) Conclusão

Voto por conhecer em parte do recurso para negar-lhe provimento.

Documento eletrônico assinado por GUILHERME NUNES BORN, Desembargador, na forma


do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da
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Agravo de Instrumento Nº 5059755-55.2022.8.24.0000/SC

RELATOR: Desembargador GUILHERME NUNES BORN

AGRAVANTE: FRUTICULTURA MALKE LTDA AGRAVADO: ROMILDO FREIRE DA SILVA

EMENTA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA


PERSONALIDADE JURÍDICA REJEITADO NA ORIGEM. INSURGÊNCIA DA PARTE EXEQUENTE.

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

AUSÊNCIA DE DECISÃO SOBRE A IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA.


AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. BENEFÍCIO REQUERIDO QUE SEQUER FOI DEFERIDO AS
PARTES. RECURSO NÃO CONHECIDO NO PONTO.

PRELIMINAR.

NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. MAGISTRADO


QUE É O DESTINATÁRIO DA PROVA E DECIDIU PELA DESNECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA. PLEITO NÃO ACOLHIDO.

MÉRITO.

SUSTENTADA A INTEMPESTIVIDADE DA MANIFESTAÇÃO AO INCIDENTE APRESENTADA PELA


SÓCIO. INSUBSISTÊNCIA. CITAÇÃO/INTIMAÇÃO OCORRIDA POR CARTA PRECATÓRIA.
EXEGESE DOS ARTIGOS 231, VI E 232 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

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PRETENSÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO DO ÚNICO SÓCIO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RAZÃO
DO DESCUMPRIMENTO DA REGRA DO ART. 1.033, IV, DO CPC. NÃO ACOLHIMENTO. LEI N.
13.874/2019 QUE ALTEROU A NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA DE DOIS OU MAIS SÓCIOS.
VIABILIDADE DE SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL. IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO
SOLIDÁRIA DA DÍVIDA AO SÓCIO UNITÁRIO.

POR FIM, AUSÊNCIA DE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS PARA A


DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ART. 50 DO CÓDIGO CIVIL. AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DE CONFUSÃO PATRIMONIAL OU DESVIO DE FINALIDADE.

RECURSO CONHECIDO EM PARTE E NÃO PROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 1ª Câmara de
Direito Comercial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina decidiu, por
unanimidade, conhecer em parte do recurso para negar-lhe provimento, nos termos do
relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente
julgado.

Florianópolis, 02 de fevereiro de 2023.

Documento eletrônico assinado por GUILHERME NUNES BORN, Desembargador, na forma


do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
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EXTRATO DE ATA DA SESSÃO VIRTUAL DE 02/02/2023

Agravo de Instrumento Nº 5059755-55.2022.8.24.0000/SC

RELATOR: Desembargador GUILHERME NUNES BORN

PRESIDENTE: Desembargador GUILHERME NUNES BORN

PROCURADOR(A): ALEXANDRE REYNALDO DE OLIVEIRA GRAZIOTIN

AGRAVANTE: FRUTICULTURA MALKE LTDA ADVOGADO: MIKCHAELL BASTOS POLICARPO DA


SILVA (OAB SC020108) AGRAVADO: ROMILDO FREIRE DA SILVA ADVOGADO: DERNILTON
LEITE NUNES (OAB BA011373)

Certifico que este processo foi incluído na Pauta da Sessão Virtual do dia 02/02/2023, na
sequência 332, disponibilizada no DJe de 16/01/2023.

Certifico que a 1ª Câmara de Direito Comercial, ao apreciar os autos do processo em


epígrafe, proferiu a seguinte decisão:A 1ª CÂMARA DE DIREITO COMERCIAL DECIDIU, POR
UNANIMIDADE, CONHECER EM PARTE DO RECURSO PARA NEGAR-LHE PROVIMENTO.

RELATOR DO ACÓRDÃO: Desembargador GUILHERME NUNES BORN

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Votante: Desembargador GUILHERME NUNES BORNVotante: Desembargador JOSÉ
MAURÍCIO LISBOAVotante: Desembargador MARIANO DO NASCIMENTO

PRISCILA DA ROCHASecretária

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