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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A)

PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE SÃO PAULO

CARLOS, brasileiro, casado, pedreiro, portador do RG nº 1.111.111 e CPF nº


222.222.222-22, residente na Alameda Casa Branca, nº 200, São Paulo/SP, vem, por seu
advogado, nos autos da Ação indenizatória em trâmite na 15ª Vara Cível do Foro Central de
São Paulo (Autos nº 0012545.58.2014.8.26.0100), que move em face de SEGURADORA
DE SAÚDE CUIDABEM, inscrita no CNPJ com nº 55.555.555/0001, com sede na Praça do
Patriarca, n. 35, São Paulo/SP , vem, perante Vossa Excelência, inconformado com a decisão
de fls. e com fundamento no art. 1.015 e seguintes do CPC-15, interpor recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO

COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA RECURSAL

Pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DO PREPARO

A parte agravante deixa de efetuar o preparo, porquanto já lhe foi concedido o


benefício da Justiça gratuita pelo juízo a quo, conforme decisão de fls. ... .

I – DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso de agravo de instrumento é tempestivo. Isso porque a
intimação da decisão recorrida ocorreu em ..., conforme certidão de fl. Tendo em vista o prazo
legal de 15 (quinze) dias úteis para a sua interposição, o prazo final se encerrará no dia ... .

III – NOME E ENDEREÇO COMPLETO DOS ADVOGADOS DAS PARTES

O único causídico que atua nos autos originários é o advogado da parte agravante,
tendo em vista que o agravado ainda não possui advogado constituído até o presente
momento.

Advogado do agravante: Nome, inscrito na OAB/XX, nº ..., com escritório


profissional estabelecido em …

IV – DA JUNTADA DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS

A parte agravante junta cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo seu
advogado, nos termos do art. 425, IV, do CPC-15. Entre elas, encontram-se as seguintes peças
obrigatórias:

a) Cópia da decisão agravada (fl. ...);

b) Cópia da certidão de intimação da decisão agravada (fl. ...);

c) Cópia da procuração outorgada aos advogados (fl. ...).

Diante disso, pleiteia o processamento do recurso, de modo a ser regularmente


distribuído (art. 1.016, caput, CPC) e, com urgência, submetido para análise do pedido de
tutela recursal (art. 1.019, I, CPC).

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO


Número de inscrição na OAB

RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Autos nº 0012545.58.2014.8.26.0100

Recorrente: CARLOS

Recorrido(a): SEGURADORA DE SAÚDE CUIDABEM

Origem: 15ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DE SÃO PAULO

EGRÉGIO TRIBUNAL,

ILUSTRE MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO,

EMÉRITOS JULGADORES,

I – SÍNTESE DOS AUTOS

O Agravante manejou ação indenizatória em face da empresa agravada,


requerendo a condenação da então ré ao pagamento de danos materiais e morais, sob o
argumento de cobrança indevida de uma dívida já satisfeita.

Na referida ação, o Agravante postulou os benefícios da justiça gratuita.


Entretanto, o juízo a quo indeferiu o pedido, alegando que a hipossuficiência econômica do
autor não estaria comprovada. Na circunstância, o magistrado procedeu com a determinação
do recolhimento das custas iniciais, em um prazo de 10 (dez) dias, sob pena de indeferimento
da petição inicial.

Cumpre ressaltar que, na ocasião da exordial, vários documentos comprobatórios


da sua carência de recursos foram juntados aos autos, tais como as certidões de nascimento de
seus 4 (quatro) filhos e cópia da carteira de trabalho e seus respectivos registros, evidenciando
a renda de R$ 600,00 (seiscentos reais) percebida mensalmente a título de remuneração pela
prestação de serviços como pedreiro.

Consoante ao exposto e conforme será demonstrado a seguir, a decisão recorrida


há de ser invalidada/reformada.

III – RAZÕES PARA A REFORMA/INVALIDAÇÃO DA DECISÃO

O pedido de gratuidade judiciária foi negado sob o argumento de que o Agravante


não se enquadra na definição de pessoa pobre. Entretanto, como será demonstrado, a decisão
não merece prosperar.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LXXIV, dispõe que o Estado
prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos. Portanto, tal benefício constitui-se em garantia constitucional.

Ainda, no mesmo, sentido, prevê o Código de Processo Civil:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de


recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

Em que pese o CPC não tenha estabelecido teto para a arguição da justiça
gratuita, é consolidado o entendimento de que é hipossuficiente a parte que comprovar que
não possui condições de arcar com as taxas e custas exigidas para a tramitação de um
processo judicial, sem prejuízo de seu próprio sustento. Dessa forma, não há limite exato de
renda para que a pessoa seja considerada hipossuficiente e, ainda que receba renda fixa, pode
a parte requerer ao juiz o reconhecimento dessa situação.

Inobstante isso, no caso em tela, não se vislumbra qualquer indício de boa


situação financeira do Agravante. Vê-se, com os documentos acostados, que a sua
remuneração mensal é, tão somente, R$600,00 (seiscentos reais).

O Agravante, como visto acima, demonstrou sua total carência econômica, de


modo que se encontra impedido de arcar as custas e despesas processuais.
De outro compasso, inarredável que a decisão atacada é carente de
fundamentação. Assim, far-se-ia necessária a indicação precisa da irrelevância dos
documentos afirmados como indicativos da hipossuficiência, como dispõe o art. 99, § 2º do
CPC:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
(...)
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
por pessoa natural.

Na mesma linha é o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA DEFERIDO. AFASTADA SÚMULA 7/STJ NO CASO
CONCRETO. AGRAVO INTERNO PROVIDO. RECURSO
ESPECIAL PROVIDO.
A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de que a simples
declaração de pobreza tem presunção juris tantum, bastando, a
princípio, o simples requerimento, sem nenhuma comprovação prévia,
para que lhe seja concedida a assistência judiciária gratuita.
Todavia, o benefício da assistência judiciária pode ser indeferido
quando o magistrado se convencer, com base nos elementos acostados
aos autos, de que não se trata de hipótese de miserabilidade jurídica.
Precedentes.
Não prevalece o indeferimento do pedido de justiça gratuita quando o
Tribunal de origem o fizer porque o autor não acostou, previamente,
provas documentais da necessidade do benefício.
Agravo interno provido para, reconsiderando a decisão agravada, dar
provimento ao recurso especial.1

1
AgInt no AREsp 1653878/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 18/05/2020,
DJe 01/06/2020
Por todo o exposto e, considerando os documentos apresentados que comprovam
os fatos acima narrados, resta incontroverso o direito do agravante ao benefício da justiça
gratuita.

IV – DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL

As questões destacadas no presente Agravo de Instrumento comprovam a


imperiosa necessidade da intervenção Estatal. Desse modo, reclama, sem sombra de dúvidas,
a concessão da tutela antecipada recursal (CPC, art. 1.019, inc. I).

O fumus boni juris, por sua vez, é evidente, dado que deve ser aplicado ao caso
em comento não somente o direito mas princípios constitucionais e o próprio art. 99, §2º do
Código de Processo Civil.

Da mesma maneira, é inarredável, venia concessa, que o magistrado de piso longe


passou de se ater à disciplina indicada no art. supracitado. Posto que é de se reconhecer que a
peça recursal em espécie traz à tona inúmeros documentos comprobatórios da
hipossuficiência financeira da Agravante.

Por outro lado, o pleito, semelhantemente, obedece ao requisito do periculum in


mora. A extinção da demanda, por falta do recolhimento das custas iniciais, por si só,
representa um evidente risco e, óbvio, de custosa reparação. E isso já foi anunciado na
decisão guerreada, vale ressaltar.

Dessa forma, demonstrado o preenchimento dos requisitos, requer o Agravante


que seja concedido, em liminar, efeito ativo ao presente Agravo de Instrumento, a fim de
suspender os efeitos da decisão interlocutória de primeiro grau, e conceder o benefício da
gratuidade judiciária, determinando ao Juízo a quo que proceda a análise do pedido
formulado na inicial e o prosseguimento do feito, nos termos da Lei.

V – CONCLUSÃO

Em face do exposto, requer:


a) o recebimento e processamento deste Agravo de Instrumento, determinando-se
a intimação do Agravado para, querendo, apresentar contraminuta;
b) o conhecimento e o provimento do recurso de agravo de instrumento, com a
consequente reforma da decisão agravada, de modo a conceder o efeito
suspensivo ao recurso, determinando a suspensão da exigibilidade das custas
processuais até o julgamento do mérito do presente recurso; e
c) análise do mérito recursal, reformando a decisão agravada e concedendo os
benefícios da justiça gratuita ao Agravante.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO.

Número de inscrição da OAB.

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