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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1 ª VARA DA VARA CÍVEL

DA COMARCA DE TERESINA.

PROCESSO: 0816070-54.2020.8.18.0140

LILÁSIA MOREIRA VASCONCELOS, já qualificada nos autos em epígrafe,


vem à presença de Vossa Excelência, em ação que move contra BANCO DO BRASIL
S.A, pessoa jurídica de direito privado, com filial na Rua Treze de Maio, nº 307 - Centro -
CEP: 64000-150 - Teresina/PI, CNPJ: 00.000.000/6187-56, por meio de sua representante
legal devidamente constituído, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO, diantes dos
fatos novos apresentados, nos termos que segue:

I - BREVE RELATO DOS FATOS

O Réu, ao responder a presente demanda, trouxe fundamentos que não merecem


prosperar. Apresenta-se a presente peça de réplica, no afã de rebater, um a um, os
argumentos trazidos pelo Banco do Brasil S/A, para que não pairem dúvidas acerca das
atividades ilícitas praticadas contra a parte Autora e demais funcionários públicos.

II – PRELIMINARMENTE

A) DA IMPUGNAÇÃO DE CONCESSÃO DA GRATUIDADE


JUDICIÁRIA

Preliminarmente, a Autora, na forma da Lei nº 1.060/50 e art. 98 do


NCPC, conforme declaração de hipossuficiência anexa pleiteia os benefícios da
Assistência Judiciária Gratuita, por não poder arcar com as despesas processuais e
honorários advocatícios de sucumbência, sem comprometer sua mantença e de sua
família. Ressalta a parte Autora que, os seus rendimentos líquidos já foram

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elencados em anexo e são suficientes para demonstrar a sua hipossuficiência. Ainda,
seus rendimentos são consumidos pelas suas despesas mensais como alimentação,
medicamentos, moradia, pois se trata de uma pessoa idosa que sobrevive apenas de sua
aposentadora a qual é de conhecimento geral ser um valor bem inferior ao recebido no
período trabalhado, dificultando assim a manutenção de suas necessidades e daqueles
que dele dependem, conforme clara redação do Código de Processo Civil de 2015:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.
§ 1º - Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância,
o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do
próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos
elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.
§ 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVA EM CONTRÁRIO.
1.O direito ao benefício da assistência judiciária gratuita não é apenas
para o miserável, e pode ser requerido por aquele que não tem
condições de pagar as custas processuais e honorários advocatícios
sem prejuízo de seu sustento e de sua família. Precedentes. 2.O escopo
da gratuidade de justiça é assegurar a todos o acesso ao Judiciário,
conferindo eficácia aos comandos constitucionais insculpidos nos

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incisos XXXV e LXXIV do art. 5º da Carta da Republica. 3. Ao
impugnante incumbe o ônus de provar cabalmente a inexistência dos
requisitos autorizadores à concessão do benefício da assistência
judiciária gratuita. 4.Inexistindo prova de que, a despeito da parte
impugnada atuar no ramo de paisagismo, aufira renda suficiente
para arcar com o pagamento das custas e despesas do processo
sem o comprometimento de seu próprio sustento, tem-se por
correta a rejeição da Impugnação à Assistência Judiciária.
5.Apelação Cível conhecida e não provida. (APC 20140111258250
Orgão Julgador1ª Turma Cível DJE : 23/02/2016 . Relator NÍDIA
CORRÊA LIMA)

A existência de patrimônio imobilizado, no qual vive a sua família não


pode ser parâmetro ao indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA -


JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária indeferida - Inexistência de
elementos nos autos a indicar que o impetrante tem condições de
suportar o pagamento das custas e despesas processuais sem
comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como
verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos
principais - Decisão reformada - Recurso provido. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro Central - Fazenda
Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento:
23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.
INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE
FUNDADAS RAZÕES PARA AFASTAR A BENESSE. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. CABIMENTO. Presunção relativa que milita em prol da autora
que alega pobreza. Benefício que não pode ser recusado de plano sem
fundadas razões. Ausência de indícios ou provas de que pode a parte
arcar com as custas e despesas sem prejuízo do próprio sustento e o de
sua família. Recurso provido. (TJ-SP 22234254820178260000 SP 2223425-
48.2017.8.26.0000, Relator: Gilberto Leme, Data de Julgamento: 17/01/2018,
35ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/01/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA.

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CONCESSÃO. Presunção de veracidade da alegação de insuficiência de
recursos, deduzida por pessoa natural, ante a inexistência de elementos
que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão da
gratuidade da justiça. Recurso provido. (TJ-SP 22259076620178260000 SP
2225907-66.2017.8.26.0000, Relator: Roberto Mac Cracken, 22ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 07/12/2017)

A assistência de advogado particular não pode ser parâmetro ao


indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE GRATUIDADE DE


JUSTIÇA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. HIPOSSUFICIÊNCIA.
COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE FINANCEIRA. REQUISITOS
PRESENTES. 1. Incumbe ao Magistrado aferir os elementos do caso
concreto para conceder o benefício da gratuidade de justiça aos cidadãos que
dele efetivamente necessitem para acessar o Poder Judiciário, observada a
presunção relativa da declaração de hipossuficiência. 2. Segundo o § 4º do
art. 99 do CPC, não há impedimento para a concessão do benefício de
gratuidade de Justiça o fato de as partes estarem sob a assistência de
advogado particular. 3. O pagamento inicial de valor relevante, relativo ao
contrato de compra e venda objeto da demanda, não é, por si só, suficiente
para comprovar que a parte possua remuneração elevada ou situação
financeira abastada. 4. No caso dos autos, extrai-se que há dados capazes de
demonstrar que o Agravante, não dispõe, no momento, de condições de arcar
com as despesas do processo sem desfalcar a sua própria subsistência. 4.
Recurso conhecido e provido. (TJ-DF 07139888520178070000 DF 0713988-
85.2017.8.07.0000, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 29/01/2018)

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas
processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se


fala em renda familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora do

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benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário de bens
imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos
mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que,
para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer
significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR.
Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª
ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal
e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.
Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade do
requerente, faz jus ao benefício, reiterando a manutenção do deferimento da justiça
gratuita conforme ID 11064627.

B) DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

No presente tópico, o Banco do Brasil se restringiu a afirmar que a parte autora


não apresentou os índices legais, e afirmou que provaria no decorrer da peça.

Porém, como pode facilmente se perceber, a parte autora utilizou os índices


corretos (conforme atualização monetária e índice de 3% ao ano). Já o Banco do Brasil,
além de não alegar especificamente se há erro, não trouxe nenhuma planilha de cálculo
ou valor controverso.

Nossos cálculos foram demonstrados oportunamente no protocolo da inicial


de acordo com o Indice de Atualização (INPC), já o Banco, perdeu a oportunidade
processual para tal, pois apenas apresentou contestação genérica sem sequer apresentar
seus cálculos, afinal, como mostraremos a seguir, é de entendimento jurisprudencial que
ao Banco do Brasil, é cabível a legitimidade passiva na causa em questão.

C) FALTA DE INTERESSE DE AGIR; DA ILEGITIMIDADE


PASSIVA “AD CAUSAM” DO BANCO DO BRASIL; CHAMAMENTO

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AO PROCESSO – UNIÃO FEDERAL; REMESSA DOS AUTOS À
COMPETÊNCIA FEDERAL.

Analisando os autos, pode se perceber que alegação do banco requerido se


restringe, principalmente, à discussão da ILEGITIMIDADE para figurar no polo
passivo da demanda e, portanto, se exime da responsabilização de reparar o dano.

O Réu alega que somente promove a custódia das quantias do PASEP, e que,
por esse motivo, não possui legitimidade passiva; e que a gestão do Fundo está sob a
responsabilidade de um Conselho Diretor, vinculado à Secretaria do Tesouro Nacional
do Ministério da Fazenda, como estabelece o Decreto nº 1.608, de 28 de agosto de
1995, e investido da representação ativa e passiva do Fundo, estando suas atribuições
definidas no Decreto nº 4.751/2003 não tendo o banco réu legitimidade para figurar na
presente ação.

O Réu se equivoca em sua tentativa de defesa, já que não se discute no


processo a GESTÃO dos repasses das cotas PASEP, nem índices de aplicação e
atualização, mas estamos discutindo VALORES QUE FORAM SUBTRAÍDOS E
APROPIADOS DA CONTA PASEP NA DATA DE 08/08/1988, que deveriam estar
devidamente custodiados pelo BANCO DO BRASIL.
O tema em questão foi amplamente discutido pelo Superior Tribunal de
Justiça e Tribunal Regional Federal em diversos julgados conforme se transcreve a
seguir:

PROCESSUAL CIVIL. PIS/PASEP. BANCO DO BRASIL.


SAQUES INDEVIDOS. CORREÇÃO E ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO
FEDERAL. RESPONSABILIDADE DO BANCO DO BRASIL.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.

Agravo de instrumento contra decisão que determinou a exclusão do


Banco do Brasil, em ação ordinária ajuizada em desfavor da União
e do Banco do Brasil S/A, na qual a demandante pretende a
condenação dos réus à restituição dos valores de sua conta
individual do PASEP devidamente atualizado, bem como ao
pagamento de indenização por danos morais. A agravante afirma
que o Banco do Brasil é parte legítima para figurar no polo passivo
da lide. Aduz que:
a) foi admitida no serviço público federal antes da Constituição

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Federal de 1988; b) dentre os benefícios atinentes aos servidores
federais passou a perceber o PASEP - Programa de Formação de
Patrimônio do Servidor Público; c) recentemente, decidiu exercer o
direito de levantar os valores pecuniários correspondentes ao seu
PASEP, que nunca havia sido sacado; e) ao solicitar o
levantamento do aludido montante, deparou-se com a irrisória
quantia; f) protocolou pedido junto ao banco demandado para emitir
um histórico de sua conta PASEP, no sentido de descobrir o
destino de todo seu benefício; em resposta, o banco forneceu
declaração simplista e incompleta, constando a inexistência de
saldo, sem qualquer menção aos valores remotos (anteriores ao ano
de 1999) e seus respectivos detalhes;
A incongruência do valor é evidente, mormente quando comparado
ao montante recebido por outros servidores em situação análoga à
do postulante. Ainda, assevera que a União e o Banco do Brasil
deixaram de aplicar corretamente a taxa de correção incidente sobre
o fundo do PASEP, conforme determina a Lei nº 9.365, de 16 de
dezembro de 1996, e que tais irregularidades cometidas impediram
que o autor resgatasse o valor devido de suas cotas de participação.
Sustenta que o fato, além de lesar o patrimônio do autor, está
gerando o enriquecimento ilícito da União e das instituições
bancárias envolvidas. Ressalta, por fim, que não há como averiguar
a veracidade dos valores inerentes aos repasses realizados tanto do
Poder Público para o Banco do Brasil quanto do Banco do Brasil
para o autor/agravante. O juízo de origem determinou a exclusão
do Banco do Brasil, reconhecendo a incompetência da Justiça
Federal para apreciação dos pleitos formulados em relação à
referida sociedade de economia mista, sob o fundamento de que
não é possível, em um único processo, cumular pedidos
independentes em face da União e da instituição financeira. Não se
observa a probabilidade do direito em favor da pretensão recursal,
visto que, a teor do que estabelece o art. 109, I, da Constituição
Federal, a Justiça Federal não tem competência para apreciar
os pedidos formulados em face do Banco do Brasil (Sociedade
de Economia Mista). Assim, correta a decisão de origem.
Agravo de instrumento improvido. (TRF-5 - AG:
08121559320184050000 Relator: Desembargador Federal
Leonardo Carvalho, Data de Julgamento: 18/02/2019, 2ª Turma)
DECISÃO UNANIME (grifo nosso).

PROCESSUAL CIVIL.AGRAVO DE INSTRUMENTO. PASEP.


INSUFICIÊNCIA DE DEPÓSITOS. INDENIZAÇÃO.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO FEDERAL.
RESPONSABILIDADE DO BANCO DO BRASIL.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.NÃO
PROVIMENTO. 1. Insurge-se o particular em face da decisão que,
nos autos da ação ordinária de origem, reconheceu a incompetência
da Justiça Federal para analisar pleito indenizatório, em relação às
contas individualizadas do PASEP junto ao Banco do Brasil S/A. 2.
Com efeito, não há que se falar em legitimidade da União, para
figurar na demanda, eis que, desde a promulgação da
Constituição Federal, deixou de depositar valores nas contas do
PASEP do trabalhador. A responsabilidade da União, assim como
a dos demais entes federados, resume-se, tão somente, a fazer o
recolhimento mensal ao Banco do Brasil, nos termos do art. 2º

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da LC nº 8/70. 3. [...]4. No mais, é oportuno registrar que, apesar
de as sociedades de economia mista, como é o caso do Banco do
Brasil, fazerem parte da administração pública indireta, a
competência para julgar as causas de seu interesse ficou reservada à
Justiça Comum Estadual, conforme a Súmula nº 42 do STJ. 5.
Destarte, "não é possível a acumulação da ação proposta contra a
União e contra o banco, num único processo, posto que os pedidos
são independentes, tendo causas de pedir própria e exclusiva e são
da competência de juízos distintos"(TRF5, Segunda Turma, AC
00098475920124058300, Relator: Desembargador Federal Paulo
Roberto de Oliveira Lima, DJE: 10/08/2016). 6. Agravo de
instrumento não provido. (TRF-5 - AG: 08153075220184050000,
Relator: Desembargador Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho,
Data de Julgamento: 17/05/2019,1ºTurma)-DECISÃO
UNANIME
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – Atribuição de caráter
infringente ao julgado – Razoabilidade, no caso – V. acórdão que
deixou de se manifestar acerca das questões levantadas pelo
autor/embargante de aplicação do Código de Defesa do Consumidor
e inversão do ônus da prova. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS –
PASEP (Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor
Público)– Ilegitimidade passiva ad causam não reconhecida –
Alegação do autor de ocorrência de desfalques indevidos praticados
pelo banco-réu com relação ao saldo existente na conta do PASEP -
Relação de consumo caracterizada, com inversão do ônus da prova
– Réu que não demonstrou a realização dos saques dos valores
depositados na conta vinculada ao PASEP – ônus da prova que não
se desincumbiu – Danos morais configurados - Embargos acolhidos
para, sanadas as omissões, julgar procedente aação. (TJ-SP
- EMBDECCV: 10030825120178260220 SP 1003082-
51.2017.8.26.0220, Relator: Lígia Araújo Bisogni, Data de
Julgamento: 08/05/2019, 14ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 10/05/2019).

D) DA INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA PROCESSAR E


JULGAR AS DEMANDAS ENVOLVENDO O PASEP:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 161.389 - TO (2018/0261804-


3) RELATOR: MINISTRO GURGEL DE FARIA SUSCITANTE :
JUÍZO DE DIREITO DA 1A VARA CÍVEL DE PARAÍSO DO
TOCANTINS - TO SUSCITADO : JUÍZO FEDERAL DA 2A VARA
DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS
INTERES. : GUIOMAR GOMES NOGUEIRA ADVOGADOS :
SÉRGIO BARROS DE SOUZA - TO000748 LUIZ ARMANDO
CARNEIRO VERAS - TO005057

INTERES. : UNIÃO INTERES. : BANCO DO BRASIL S/A


ADVOGADO: RAFAEL SGANZERLA DURAND - TO004925
DECISÃO Trata-se de conflito suscitado pelo juízo de direito da 1ª
Vara Cível da Comarca de Paraíso do Tocantins TO, em que se
discute a competência para processar e julgar ação indenizatória,

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por danos materiais e morais, ajuizada contra a União Federal e o
Bando do Brasil, cuja causa de pedir é pela responsabilidade objetiva
por desfalques na conta do Programa de Formacao do Patrimonio
do Servidor Público PASEP O juízo suscitante, invocando o
enunciado da Súmula 77 do STJ e precedentes pela ilegitimidade do
Banco do Brasil para as ações ajuizadas com o fim de obter correção
monetária da conta do PASEP, considera que a competência é do juízo
federal. O juízo suscitado, por sua vez, aduz que (e-STJ fls. 528/529):
a gestão da conta vinculada ao fundo do PIS/PASEP é feita pelo
Banco do Brasil, não tendo a União qualquer ingerência sobre a
mesma, motivo pelo qual a União é parte ilegítima para responder pela
presente ação, devendo ser excluída da relação processual. Excluída a
União da relação processual, remanesce nos polos da ação um
particular e uma empresa de economia mista (Banco do Brasil), que
não integra o elenco de pessoas sujeitas à competência da Justiça
Federal (CF, art. 109, I). Pelo critério residual, a competência para
processar e julgar o feito remanescente é da Justiça Estadual. O
Superior Tribunal de Justiça STJ, no julgamento do Conflito de
Competência n. 43.891/RS, declarou a competência da justiça
Estadual para processar as ações que objetivam a correção do
saldo da conta vinculada ao PASEP: O Ministério Público Federal
opina pela competência do juízo estadual. Passo a decidir. Nos
termos do art. 109, inciso I, da Constituição Federal, a competência da
justiça federal é definida em razão da pessoa: "Aos juízes federais
compete processar e julgar as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho". Nesse cenário, a decisão sobre a legitimidade das pessoas
descritas no inciso I do art. 109 da CF/1988 somente pode ser
proferida pela justiça federal, consoante entendimento pacificado na
Súmula 150 do STJ: "compete a justiça federal decidir sobre a
existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo,
da União, suas autarquias ou empresas publicas". Daí porque "a
decisão do juízo federal que exclui da relação processual ente federal
não pode ser reexaminada no juízo estadual" (Súmula 254 do STJ). De
outro lado, "excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o
Juiz Estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir
os autos e não suscitar conflito" (Súmula 224 do STF). A respeito:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL NO CONFLITO NEGATIVO DE
COMPETÊNCIA. JUÍZO FEDERAL E JUÍZO ESTADUAL.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE IMPACTO ECONÔMICO E SOCIAL
CUMULADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS. CONSTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICA.
MANIFESTAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL PELA FALTA DE
INTERESSE DA UNIÃO NO PRESENTE FEITO. ART. 109, I,
DA CF/88. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 150 E 254 DO STJ. 1.[...]
A decisão agravada reconheceu que o Juízo Federal, apreciando a
manifestação apresentada pela União nos autos, decidiu pela ausência
de interesse daquele Ente na ação, e, a fortiori, pela incompetência da
Justiça Federal. 2. Tendo o interesse jurídico da União sido afastado
pelo Juízo Federal, a quem incumbe sindicar a respeito deste particular,
nos termos do verbete da Súmula 150/STJ, segundo o qual "Compete a
Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que
justifique a presença da União, no processo, da União, suas Autarquias
ou Empresas Públicas", tem-se, também aplicável à espécie, o teor da
Súmula 254/STJ, in litteris: "A decisão do Juízo Federal que exclui da
relação processual ente federal não pode ser reexaminada no Juízo

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Estadual". 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no CC
107.692/TO, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 14/09/2011, DJe 20/09/2011). No
mesmo sentido: AgInt no CC 155.928/PR, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, Primeira Seção, julgado em 09/05/2018, DJe
21/05/2018; AgInt no CC 145.294/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, Segunda Seção, julgado em 11/10/2017, DJe
20/10/2017. Na hipótese dos autos, considerada a exclusão da União
do polo passivo da ação pelo juízo federal, os autos devem
permanecer no juízo estadual, pois as sociedades de economia mista
não estão elencadas no art. 109, I, da CF/1988, sendo certo que o
conflito de competência não é via adequada para eventual análise do
acerto dos fundamentos das decisões judiciais que lhe deram origem
(v.g.: AgRg no CC 131.891/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, Segunda Seção, julgado em 10/09/2014, DJe
12/09/2014). Ante o exposto, com base no art. 34, XXII, do RI-STJ,
CONHEÇO do conflito para DECLARAR a competência do juízo de
direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Paraíso do Tocantins/TO.
Comunique-se a decisão aos juízos em conflito. Publique-se. Intimem-
se. Brasília (DF), 22 de outubro de 2018. MINISTRO GURGEL DE
FARIA Relator (STJ – Par MPF no CC: 161389 TO 2018/0261804-
3, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data de Publicação:
DJ 26/10/2018) (grifo nosso)

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 157.738 - PE (2018/0082325-


5) RELATOR : MINISTRO MOURA RIBEIRO SUSCITANTE :
JUÍZO FEDERAL DA 7A VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE PERNAMBUCO SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO
DA 12A VARA CÍVEL DE RECIFE - PE INTERES. : MARIA
ANTUNES DE FRANCA ADVOGADOS : JORGE CORREIA
LIMA SANTIAGO - PE025278 MARIA EDUARDA VICTOR
MONTEZUMA - PE025853 CLAUDIA DIAS DE LUNA DE BRITO
PEREIRA - PE041973 INTERES. : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RENATA PATRÍCIA DE LIMA CRUZ - PE027554
RAFAEL SGANZERLA DURAND - PE001301A ANNE
CAROLINE DE ALBUQUERQUE LAZZARO - PE042149
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA.
PASEP. SAQUES INDEVIDOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ART. 109, I DA CF/88.
UNIÃO FEDERAL. ILEGITIMIDADE. DECLARAÇÃO POR
PARTE DA JUSTIÇA FEDERAL. SÚMULA Nº 150 DO STJ.
BANCO DO BRASIL . INSTITUIÇÃO GESTORA. SOCIEDADE
DE ECONOMIA MISTA. SÚMULA 42 DO STJ. PRECEDENTES.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. DECISÃO MARIA
ANTUNES DE FRANÇA (MARIA) ajuizou ação de indenização por
danos morais e materiais contra o BANCO DO BRASIL S/A (BB),
alegando a ocorrência de saques indevidos em sua conta do PASEP. O
Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da Capital - Recife/PE declinou de
sua competência, sustentando que o BB é mero depositário e se houve
saque indevido, a cobrança deverá ser dirigida para a UNIÃO. O Juízo
Federal da 7ª Vara da Seção Judiciária de Pernambuco/PE, por seu
turno, julgou a UNIÃO parte ilegítima por entender que a
responsabilidade dela se resume a fazer o recolhimento mensal para a
conta, incumbindo ao BB a administração dos valores. Na
oportunidade, suscitou o presente conflito de competência. Com vista
dos autos, o Ministério Público Federal deixou de se manifestar por
entender dispensável sua intervenção no feito (e-STJ, fls. 284/287).
Este, em síntese, o relatório. DECIDO. A controvérsia gira em torno
de se definir qual o Juízo competente para processar e julgar demanda

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na qual se postulou o recebimento de indenização por danos materiais
e morais. O art. 109, I, da CF/88 assim dispõe: Art. 109. Aos juízes
federais compete processar e jugar: I - as causas em que a União,
entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho; A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
é firme, no sentido de que compete à própria Justiça Federal decidir
sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no
processo, da União, suas autarquias ou empresas publicas. No caso
dos autos, o Juízo Federal suscitado já se posicionou no sentido de
afastar a UNIÃO do feito -, nos exatos termos da Súmula nº 150 do
STJ (Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse
jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas
autarquias ou empresas públicas), vindo à baila, assim, a competência
da Justiça comum para análise do feito. A propósito, confiram-se os
seguintes precedentes: AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO
DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL E ESTADUAL. AÇÃO
DE INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. SÚMULA 150 E 224/STJ. 1.
Cabe à Justiça Federal decidir sobre a existência, ou não, de
interesse de ente federal na lide. 2. ... 3 4. Agravo não provido. (AgRg
no CC 131.550/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Segunda
Seção, julgado em 13/8/2014, DJe 19/8/2014) AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SEGURO
HABITACIONAL. MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE JURÍDICO
DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA FEDERAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N.º 150, 224
E 254 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
(AgRg no REsp 1249751/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, Terceira Turma, julgado em 10/02/2015, DJe
18/02/2015) AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE
COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL E ESTADUAL. AÇÃO
DE INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. SÚMULA 150 E 224/STJ.
1. Cabe à Justiça Federal decidir sobre a existência, ou não, de
interesse de ente federal na lide. 2. Evidenciada a ausência de
interesse da CEF manifestada pelo Tribunal Regional Federal,
remanesce a competência da Justiça Estadual. 3. Excluído do feito
o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da
competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar
conflito. 4. Agravo não provido. (AgRg no CC 131.550/SP, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, Segunda Seção, julgado em
13/8/2014, DJe 19/8/2014) Assim sendo, remanesce como parte
demandada apenas o BB sendo que, em casos assim, já se decidiu
aqui nesta Corte o seguinte: CONFLITO DE COMPETÊNCIA.
ALVARÁ JUDICIAL. LEVANTAMENTO DO SALDO DA CONTA
VINCULADA DO PASEP. BANCO DO BRASIL. GESTOR DO
FUNDO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SÚMULA 42/STJ.
A expedição de alvará judicial, requerido pelo titular da conta, para o
levantamento de valores relativos ao PASEP é, a princípio,
procedimento de jurisdição voluntária, devendo ser ajuizado perante à
Justiça Comum Estadual. Sendo o Banco do Brasil
S.A. uma sociedade de economia mista, não se inclui da relação
prevista no art. 109, I, da CF/88, de modo a excluir a competência da
Justiça Federal. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo
de Direito de Goianésia - GO, o suscitado. (CC 48.376/GO,
Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJ de 20/6/2005)
Nessas condições, CONHEÇO do conflito para declarar
competente o JUÍZO DE DIREITO DA 12º VARA CÍVEL DA
CAPITAL - RECIFE/PE, o suscitado. Comunique-se. Publique-se.

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Brasília, 11 de maio de 2018. MINISTRO MOURA RIBEIRO
RELATOR (STJ - CC: 157738 PE 2018/0082325-5, Relator:
Ministro MOURA RIBEIRO, Data de Publicação: DJ
15/05/2018) (grifo nosso)

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 159.251 - PE (2018/0150650-


5) RELATOR : MINISTRO OG FERNANDES SUSCITANTE :
JUÍZO FEDERAL DA 7A VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
PERNAMBUCO SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 12A
VARA CÍVEL DE RECIFE - PE INTERES. : MARCELO VIEIRA
PAES ADVOGADOS : RODRIGO MENDONÇA PAES BARRETO
- PE023164 THIAGO MENDONÇA PAES BARRETO - PE030050
INTERES. : BANCO DO BRASIL S/A DECISÃO Vistos, etc. Trata-
se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da
7ª Vara da Seção Judiciária de Pernambuco em desfavor do Juízo de
Direito da 12ª Vara Cível de Recife - PE, nos autos de ordinária
movida por Marcelo Vieira Paes contra o Banco do Brasil S.A.,
objetivando restituição de valores sacados indevidamente em sua
conta do PASEP, acrescidos de danos morais.[...]. Da análise dos
autos, ficou evidenciado que é competente para processar e julgar
o feito o Juízo de Direito da 12ª Vara Cível de Recife - PE , o
suscitado. Dispõe o art. 109, I, da Constituição Federal: Art. 109. Aos
juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a
União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou opoentes,
exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça
eleitoral e à Justiça do Trabalho; (grifos acrescidos) [...]
Dessa forma, por ser o Banco do Brasil sociedade de economia
mista, não se inclui na relação prevista no artigo em epígrafe,
excluindo-se, assim, a competência da Justiça Federal. É pacífica a
jurisprudência do STJ a respeito, sendo esta a inteligência da
Súmula 42/STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e
julgar as causas cíveis em que parte sociedade de economia mista
e os crimes praticados em seu detrimento. Seguindo esta orientação,
os julgados: PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE
COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA AJUIZADA CONTRA O
BANCO DO BRASIL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. SÚMULA 42/STJ. 1.
[...] (CC 43.891/RS, DJ 6/6/2005, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO,
Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX grifos acrescidos)

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. FURTO DE


NUMERÁRIOS PERTENCENTES AO BANCO DO BRASIL.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. VERBETE 42 DA
SÚMULA DESTA CORTE. "Compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de
economia mista e os crimes praticados em seu detrimento." Conflito
conhecido para declarar a competência do Juízo da 3ª Vara Criminal
da Comarca de Belo Horizonte, suscitado. (CC 37.759/MG, DJ
23/3/2007, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
grifos acrescidos) Não obstante, como bem assentou o Parquet Federal
em seu parecer, a hipótese é de incidência da Súmula 150/STJ, que
orienta: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União,
suas autarquias ou empresas públicas. Ou seja, ainda que, em tese, a
União pudesse ter interesse na demanda por envolver saques de conta
do PASEP, esse interesse foi afastado pelo Juízo Federal, ao qual
competia tal análise, devendo o feito tramitar regularmente perante a

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Justiça estadual. Ante o exposto, conheço do conflito para declarar
competente o Juízo de Direito da 12ª Vara Cível de Recife - PE, ora
suscitado. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 06 de setembro de
2018. Ministro Og Fernandes Relator ( STJ CC: 159251 PE
2018/0150650-5, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de
Publicação: DJ 11/09/2018)

Perceba que são julgados recentes das maiores cortes do país e nenhum
desses casos foi considerado que a União Federal tivesse responsabilidade.

Dessa forma, é evidente que o Banco do Brasil S/A é o detentor da competência para
atualizar as contas vinculadas ao PASEP e, além disso, conforme a legislação compete também a
administração dos recursos do PASEP, de forma que não encerra interesse da União e sim do
BANCO DO BRASIL, já que a gestão da conta vinculada ao fundo do PIS/PASEP é feita pelo
Banco do Brasil, não tendo a União qualquer ingerência sobre a mesma, motivo pelo qual a
União é parte ilegítima para responder pela presente ação, devendo ser excluída da relação
processual.

Conforme os inúmeros julgados do STJ, excluída a União da relação processual,


remanesce nos polos da ação um particular e a empresa de economia mista (Banco do Brasil), que
não integra o elenco de pessoas sujeitas à competência da Justiça Federal (CF, art. 109, I) e pelo
critério residual, a competência para processar e julgar o feito remanescente é da Justiça Estadual.

Ao Banco do Brasil S/A, compete a ADMINISTRAÇÃO DO PASEP E A


MANUTENÇÃO DAS CONTAS INDIVIDUALIZADAS PARA CADA SERVIDOR,
MEDIANTE COBRANÇA DE COMISSÃO PELO SERVIÇO
CONFORME DISPÕE (art. 5º da LC nº 8.de 03.12.1970), como segue abaixo:

Art.5 O Banco do Brasil S.A, ao qual competirá a administração


do Programa, manterá contas individualizadas para cada servidor
e cobrará uma comissão de serviço, tudo na forma que for estipulada
pelo Conselho Monetário Nacional.” (grifei)

Além disso, é válido ressaltar que, a parte Autora não está questionando a forma como foi
administrado o PASEP, está questionando a não preservação do saldo existente na conta
PASEP a partir da nova destinação dada pela Constituição Federal de 1988, que era de
responsabilidade do Banco do Brasil a custódia, já que É FATO INCONTROVERSO,
PÚBLICO E NOTÓRIO QUE ATÉ OS DIAS ATUAIS O BANCO DO BRASIL É O

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RESPONSÁVEL PELA CUSTÓDIA DAS COTAS DO PASEP.

Dessa forma, a alegação de ilegitimidade do Banco do Brasil é frágil e inconsistente e


não encontra nenhum respaldo jurídico, haja vista que, a parte promovida conforme disposição
legal era quem mantinha gerência sobre as contas
individualizadas do PASEP, sendo-lhe aplicável a responsabilidade objetiva pelos desfalque das
cotas depositadas em favor dos beneficiários do programa PASEP, de forma que não resta dúvida
quanto a sua legitimidade passiva.

Portanto, conforme argumento já apresentados, bem como os lastreados na inicial, fica


claro que os polos processuais estão corretos, bem como o juízo da presente demanda, já que é da
JUSTIÇA ESTADUAL A COMPETÊNCIA para processar e julgar as ações na qual faça parte as
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, não sendo necessário emenda da inicial com
substituição do polo passivo, muito menos a distribuição para a Justiça Federal.

III - PREJUDICIAL DE MÉRITO: DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL;


PRESCRIÇÃO – CONTESTAÇÃO DE SAQUES DE DOCUMENTOS DE SAQUES DO
PASEP

Alega o Banco, em síntese, que a pretensão ao benefício seria, tão somente, relativa aos
cinco anos após o último depósito do saldo principal, ou seja, o prazo prescricional se iniciaria
em 1988 e teria seu fim em 1993, tendo em vista que o plenário do Supremo Tribunal Federal
declarou inconstitucionalidade do art. 23, § 5º, da lei 8.036/90, que previa a prescrição trintenária
para ação de cobrança dos valores não depositados no FGTS e requer sua aplicação com base no
princípio da simetria.

Ocorre que, o argumento do Banco, NÃO ENCONTRA NENHUMA SIMETRIA COM


O CASO EM QUESTÃO, uma vez que, na declaração de inconstitucionalidade do art. 23, § 5º,
da lei 8.036/90 os valores SEQUER FORAM DEPOSITADOS.

JÁ NA DEMANDA EM QUESTÃO, OS VALORES FORAM SIM DEPOSITADOS E


ESTAVAM SOBRE A GERÊNCIA DO BANCO DO BRASIL, TODAVIA NÃO HOUVE
REPASSE DO REAJUSTE DAS APLICAÇÕES BEM COMO FOI IDENTIFICADO SAQUES
INDEVIDOS NA CONTA VINCULADA DA PARTE AUTORA, OU SEJA O QUE SE
PLEITEIA É AÇÃO REVISIONAL CUMULADA COM REPARAÇÃO TENDO EM VISTA
OS DESFALQUES INDEVIDOS REALIZADOS NA CONTA DO SERVIDOR DE

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RESPONSABILIDADE DO BANCO DO BRASIL.

Assim, em se tratando de ação REVISIONAL indenizatória, e não meramente pedido de


depósitos não feitos, não há porque ser consumida pelo instituto da prescrição. Não há que se
falar em prescrição a ser computada, UMA VEZ QUE OS DESFALQUES FORAM
EFETUADOS E DESCONHECIDOS DA PARTE AUTORA DA PRESENTE AÇÃO.

O princípio que deve ser levado em consideração é O PRINCÍPIO DO ACTIO


NATA, no qual o prazo inicial NASCE A PARTIR DO CONHECIMENTO DA
VIOLAÇÃO DO DIREITO, O QUE, PELO QUE DEMONSTRADO NOS AUTOS,
QUANDO A PARTE AUTORA TOMOU CONHECIMENTO DOS EXTRATOS
MICROFILMADOS (DETALHADOS) DO PASEP QUE OCORREU NO DIA 30/05/2019.

In casu, NÃO EXISTIA OUTRO MEIO DA PARTE REQUERENTE DESCOBRIR QUE


HOUVE DESFALQUE NO SEU SALDO DO PASEP, UMA VEZ QUE, SÓ FOI

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POSSÍVEL DESCOBRIR O DESFALQUE QUANDO DO RECEBIMENTO DOS
EXTRATOS DETALHADOS.

É um ABSURDO afirmar que a autora teria ciência do desfalque em 1988. Os


documentos apresentados pelo banco são antigos e de difícil compreensão, além de demorar até 4
(quatro) a 5 (cinco) meses do pedido para obter tais documentos. Tamanha burocracia e falta de
clareza de informações torna impossível que um homem médio, tenha notado o desfalque.
No campo da responsabilidade civil, de acordo com o princípio da actio nata, podemos
dizer que o termo inicial do prazo prescricional para a ação de indenização ou reparação de danos
só se inicia quando o prejudicado TOMAR CONHECIMENTO DO FATO E/OU DE SUAS
CONSEQUÊNCIAS. Afinal, não se pode reclamar de um fato desconhecido ou do qual não se
tem ciência da consequência danosa que causou ou que eventualmente irá causar, ou seja, NÃO
TINHA COMO A PARTE AUTORA, 05 ANOS APÓS A CONSTITUIÇÃO PREVER QUE
30 ANOS DEPOIS, O BANCO DO BRASIL TERIA PROVOCADO ESSE PREJUIZO
MATERIAL E MORAL ao detentor dos fundos do PASEP.

CHEGA A SER UM ABSURDO ALEGAR QUE A PRESCRIÇÃO CONTA DO


ÚLTIMO DEPÓSITO PRINCIPAL SE O FATO GERADOR (RECEBIMENTO DOS
EXTRATOS MICROFILMADOS) DA AÇÃO REPARATÓRIA SEQUER HAVIA
OCORRIDO, OU SEJA, A PARTE AUTORA JAMAIS TEVE ACESSO AOS EXTRATOS
E MESMO QUE ESTEJA DISCRIMINADO EM SEUS SAQUES, OS VALORES, QUAL
O CONHECIMENTO TECNICO QUE O AUTOR TEM PARA ANALISAR TAL
SITUAÇÃO?

É evidente que o Banco Réu tenta levar V.Excelência ao erro. Mesmo após o depósito do
saldo principal, o banco continuou a atualizar anualmente os valores, gerindo o saldo até o
pagamento ao servidor. Os próprios documentos entregue à autora confirmam isso.

Dessa forma, a alegação do prazo prescricional de 05 anos após 1988 é totalmente


insubsistente e sem sentido não merecendo prosperar. No processo em epígrafe, não há
espaço para exercício de futurologia jurídica, como sugere a defesa do banco ao defender o
prazo prescricional de 05 anos, haja vista que somente 30 anos após a promulgação da
constituição é que foi possível realizar saque do saldo existente na conta PASEP e saber, através
do pedido dos extratos microfilmados, que houve desfalque dos fundos do PASEP.
Outro erro do Banco do Brasil é se manifestar requerendo a decretação da

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prescrição e que o prazo é de 05(cinco) anos, SE EQUIVOCANDO COMPLETAMENTE EM
FUNDAMENTO LEGAL. Ocorre que com na vigência do Código Civil, o prazo
PRESCRICIONAL É DE 10 (DEZ) ANOS com base no Código Civil e nas jurisprudências
colacionadas aos autos.

NÃO SE APLICA A ELA A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL DE QUE TRATA O


ART. 1º, DO DECRETO N. 20.910/32, pois a Fazenda Pública não figura no polo
passivo da demanda.

Desta feita, observando-se a regra supracitada, não há de se reconhecer a prescrição,


porque entre a data do descobrimento dos valores repassados a menor do PASEP e o ajuizamento
da ação não fora ultrapassado o prazo decenal, sendo notório que, consoante o Código Civil de
2002 aplica-se o prazo de 10 anos.

O prazo prescricional PARA AS AÇÕES REVISIONAIS É O REFERENTE ÀS


AÇÕES PESSOAIS, ou seja, a pretensão deverá ser exercida em 10 (dez) anos quando a
relação jurídica é constituída num prazo inferior a 10 (dez) anos da entrada EM VIGOR
DO CÓDIGO CIVIL DE 2002, OU JÁ NA VIGÊNCIA DO MESMO, O PRAZO
PRESCRICIONAL É DE 10 (DEZ) ANOS

Para se analisar a prescrição da ação de reparação por danos materiais e morais do


PASEP, em face do Banco do Brasil, faz-se necessário esclarecer a natureza da ação e a
legislação aplicável ao caso em comento.

Em primeiro lugar, que a ação de correção do PASEP, no caso, tem fundamento no


ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA, e que a SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA,
como é o BANCO DO BRASIL, por ter natureza jurídica de direito privado, SE SUBMETE ÀS
REGRAS DO CÓDIGO CIVIL, QUANTO À PRESCRIÇÃO, E NÃO AO DECRETO N.
20.910/32, que trata da prescrição das pretensões contra a Fazenda Pública, e que, portanto, não
há que se falar na prescrição de 05 anos.

A presente demanda é CONSIDERADA UMA AÇÃO PESSOAL e de acordo com as


disposições do Código Civil o prazo prescricional é de 10 anos.

Para as pretensões EM GERAL, TANTO DE DIREITO PESSOAL, quanto de direito


real, o Código Civil de 2002 (Lei n. 10.406/02), em vigor desde 12.01.2003 (cf. Nelson Nery
Júnior), reduziu o prazo de prescrição de 20 (vinte) PARA 10 (DEZ) ANOS, SEM
DISCRIMINAÇÃO.

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Diz o art. 205: "a prescrição ocorre em dez anos, quando
a lei não lhe haja fixado prazo menor".

O art. 2.028, do Código Civil de 2002, determinou que


"serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por
este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já
houver transcorrido mais da metade do tempo
estabelecido na lei revogada".

Aliás, sobre o assunto, o Superior Tribunal de Justiça sedimentou o posicionamento nos


seguintes termos:

[...] 1. A Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.113.403/RJ, de


relatoria do Min. Teori Albino Zavascki (DJe 15.9.2009), submetido
ao regime dos recursos repetitivos do art. 543-C do Código de
Processo Civil e da Resolução STJ 8/2008, firmou o entendimento
de que incide o prazo prescricional estabelecido pela regra geral
do Código Civil, ou seja, de 20 anos, previsto no art. 177 do
Código Civil de 1916, ou de 10 anos, nos termos do art. 205 do
Código Civil de 2002. Observar-se-á, na aplicação de um e de outro,
se for o caso, a regra de direito intertemporal estabelecida no art.
2.028 do Código Civil de 2002. Também se adota tal orientação em
relação à repetição de indébito por questão referente ao
enquadramento tarifário na prestação de serviço de energia elétrica.
[...] (STJ, AgRg no AREsp n. 531.264/RS, Rel. Ministro Herman
Benjamin, DJe 09.10.2014 grifouse).

Esta Corte de Justiça segue na mesma trilha:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO


DE INDÉBITO. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO.
CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA - CELESC.
PRELIMINAR. PRESCRIÇÃO. EXTINÇÃO PELA PRESCRIÇÃO
TRIENAL DO ART. 206, § 3º, IV, DO CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA
QUE SE IMPÕE CASSADA. APLICAÇÃO DA
PRESCRIÇÃO DECENAL.ART. 205 DO CC/2002,
OBSERVADA A REGRA DE TRANSIÇÃO DO ART. 2.028 DO
CC/2002. PRESCRIÇÃO CONSUMADA QUANTO ÀS FATURAS
ANTERIORES À 24-8-2002, EM RAZÃO DO AJUIZAMENTO DA
DEMANDA EM 24-8-2012. JULGAMENTO DO MÉRITO PELO
TRIBUNAL. APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DO ART. 515, § 3º,
DO CPC. TEORIA DA CAUSA MADURA. POSSIBILIDADE.
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS: SERRARIA COM
DESDOBRAMENTO DE MADEIRA. DEMANDA AJUIZADA
PELA CONSUMIDORA NA JUSTIÇA FEDERAL.
RECONHECIMENTO DA CLASSIFICAÇÃO DA AUTORA COMO
UNIDADE "RURAL". REPETIÇÃO DOS VALORES PAGOS A
MAIOR NO PERÍODO ENQUADRADO COMO TARIFA DO
GRUPO COMERCIAL, RESSALVADAS AS PARCELAS

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FULMINADAS PELA PRESCRIÇÃO, QUAIS SEJAM, AQUELAS
ANTERIORES A 24-8-2012. DEVOLUÇÃO SIMPLES. MÁFÉ DA
CONCESSIONÁRIA NÃO CONFIGURADA. ENCARGOS DE
MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA PELO INPC, A CONTAR DE
CADA DESEMBOLSO. INCIDÊNCIA UNICAMENTE DA TAXA
SELIC, A PARTIR DA CITAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS ÔNUS
SUCUMBENCIAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
ARBITRADOS EM R$ 1.500,00 (MIL E QUINHENTOS REAIS).
OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DISPOSTOS NAS ALÍNEAS DO
§ 3º E § 4º DO ART. 20 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
PROVIMENTO DO RECURSO, COM A CONSEQUENTE
CASSAÇÃO DA DECISÃO SINGULAR. PROCEDÊNCIA
PARCIAL DOS PEDIDOS. "A Primeira Seção, no
julgamento do REsp 1.113.403/RJ, de relatoria do Min. Teori Albino
Zavascki (DJe 15.9.2009), submetido ao regime dos recursos
repetitivos do art. 543-C do Código de Processo Civil e da Resolução
STJ 8/2008, anos, previsto no art. 177 do Código Civil de 1916 ou
de 10 anos, nos termos do art. 205 do Código Civil de 2002.
Observar-se-á, na aplicação de um e outro, se for o caso, a regra
de direito intertemporal estabelecida no art. 2.028 do Código
Civil de 2002. Também se adota tal orientação em relação à
repetição de indébito por questão relativa ao enquadramento
tarifário na prestação de serviço de energia elétrica.
[...] 3. Agravo Regimental não provido" (STJ, AgRg no Ag no REsp
n. 122.128/RS, rel. Min. Hermann Benjamin, j. 22-5-2012). "A
empresa que, segundo os critérios da Resolução 456/2000 da ANEEL,
exercer a atividade econômica própria de "indústria rural", faz jus à
tarifação especial, ainda quando esteja fisicamente localizada em área
urbana, e, por consequência, tem direito ao reembolso simples dos
valores pagos em excesso (AC n.° 2009.048243-6, de Blumenau.
Relator Des. Newton Janke. j. 18.5.2011)" (Ap. Cív. n. 2011.037855-
0, de Dionísio Cerqueira, rel. Des. Ricardo Roesler, j. 29-5-2012).
"Nas repetições de indébito, pelo fato de não serem devidos juros
moratórios antes da citação da ré, aplica-se o INPC para o cálculo da
correção monetária até a citação, quando, então, passa a incidir apenas
a Taxa Selic (Ap. Cív. n. 2012.092434-3, rel. Des. Luiz César
Medeiros, j. 24-9-2013). Neste caso, deverá incidir correção monetária
a partir do desembolso de cada valor pago indevidamente, de acordo
com os índices oficiais da Corregedoria de Justiça estipulados para cada
período a ser restituído, o que deverá vigorar até a citação válida,
quando passará a incidir somente a taxa Selic, por englobar os juros e
correção monetária, nos termos do art. 406 do CC" (Ap. Cív.
2010.074970-1, rel. Des. Carlos Adilson Silva, j. 26-11-2013)".
(TJSC, Apelação Cível n. 2013.061323-0, Rel. Des. Stanley da Silva
Braga, j. em 26.08.2014 grifou-se).
Apelação cível. Juízo de adequação. Ação de repetição de indébito.
Celesc. Prescrição decenal. Entendimento consolidado pelo Grupo de
Câmaras. Recurso desprovido. 'A Primeira Seção, no julgamento do
REsp 1.113.403/RJ, de relatoria do Min. Teori Albino Zavascki (DJe
15.9.2009), submetido ao regime dos recursos repetitivos do art. 543-
C do Código de Processo Civil e da Resolução STJ 8/2008, firmou o
entendimento de que se aplica o prazo prescricional estabelecido
pela regra geral do Código Civil, ou seja, de 20 anos, previsto no
art. 177 do Código Civil de 1916 ou de 10 anos, nos termos do art.
205 do Código Civil de 2002. Observar-se-á, na aplicação de um e
outro, se for o caso, a regra de direito intertemporal estabelecida no
art. 2.028 do Código Civil de 2002. Também se adota tal orientação
em relação à repetição de indébito por questão relativa ao

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enquadramento tarifário na prestação de serviço de energia elétrica.'
(STJ, AgRg no Ag no REsp n. 122.128/RS, rel. Min. Hermann
Benjamin, j. 22.5.2012)." (TJSC, Apelação Cível n. 2012.006668-9,
Rel. Des. Pedro Manoel Abreu, j. 17.11.2015 grifou-se).

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CUMPRIMENTO


DE SENTENÇA. PRESCRIÇÃO.
INOCORRÊNCIA.PRAZO DECENAL.

SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. LIQUIDAÇÃO DE


SENTENÇA. DESNECESSIDADE.CÁLCULO ARITMÉTICO.
O
prazo prescricional para o pleito revisional é aquele aplicável aos
direitos pessoais, ou seja, de dez anos , nos termos do art.205,
Código Civil. Não há prescrição a ser reconhecida se entre o trânsito
em julgado da decisão prolatada na ação revisional e o respectivo
requerimento da instauração da fase de liquidação, não restou
ultrapassado o prazo decenal. desconstituição da sentença. Não haverá
liquidação da sentença quando a definição do quantum debeatur
depender apenas de cálculo aritmético, podendo o credor intentar, de
plano, o cumprimento de sentença. determinada o retorno dos autos à
origem para regular prosseguimento da ação. APELAÇÃO
PROVIDA. (Apelação Cível nº70076716653, Décima Terceira
Câmara Cível, tribunal de Justiça do RS, relator: André Luiz Planella
Vilarinho, Julgado em 26/04/2018).

Ementa: PRAZO Prescrição Ação revisional cumulada com repetição


Natureza pessoal Prazo decenal previsto no art. 205 NCC, contado do
a partir da entrada em vigor do NCC Prescrição inocorrente Pedido não
acolhido. REPETIÇÃO DO INDÉBITO Contrato de financiamento
rural - Pretensão do autor à alteração do critério de correção monetária
Inadmissibilidade da variação e índice do preço mínimo do produto
financiado em contrato firmado antes da Lei 8880/94 Incidência do
critério requerido pelo autor - Restituição mantida desnecessidade de
prova do erro Ausência de pagamento voluntário Sentença mantida -
Recurso não provido.

CIVIL. PR Apelação APL 91683320098260318 SP 0009168-


33.2009.8.26.0318
(TJ-SP, Data de publicação: 16/02/2012)

OCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO.


AÇÃO PARA REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO E
RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO DECENAL. ART. 205 DO
CÓDIGO CIVIL. AGRAVO DESPROVIDO. I. As ações revisionais
de contrato bancário são fundadas em direito pessoal, cujo prazo
prescricional
é decenal, conforme o art. 205 do Código Civil. II. Agravo
regimental desprovido. (AgRg no Ag 1291146/MG, Rel. Ministro
ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em
18/11/2010, DJe 29/11/2010).

No caso em questão, devido ao principio da actio nata, o prazo prescricional tem

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início com O ACESSO AO EXTRATO e MICROFILMAGEM da conta do PASEP, que se
deu apenas em 30/05/2019 pela parte, pois esse é o momento em que se toma conhecimento
do valor aquém do esperado, conforme reconhecido pela Jurisprudência, em caso idêntico:

Inicialmente, tenho por afastar a preliminar de prescrição, tendo


em vista que o termo inicial para contagem do prazo prescricional
ocorreu em março /2008, quando o autor iniciou os procedimentos
voltados para sua aposentadoria. Aplicação do princípio Actio
nata". (AC n. 479760/PE, Desembargador federal Paulo Gadelha,
Segunda Turma, TRF5)

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PASEP.


LEVANTAMENTO.
QUESTIONAMENTO DO VALOR. PRESCRIÇÃO. TERMO
INICIAL. ENTREGA DE EXTRATO. SEM O CONHECIMENTO
DO FATO. NÃO HÁ FALAR EM
PRESCRIÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA.

1. Cuida-se de apelação interposta por Leda Porto Valença, Riléia


Montenegro dos Santos e Jandira Dantas Machado contra sentença
proferida pelo douto Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de
Pernambuco que, entendendo ser a aposentadoria das autoras marco
inicial do lustro prescricional por ser momento a partir do qual
poderiam ter realizado o saque, declarou a prescrição da pretensão
deduzida na inicial e extinguiu o feito, nos termo do art. 269, IV, do
CPC (identificador - 4058300.867176). 2. Aduzem, em síntese, que,
consoante a própria sentença, não é razoável exigir das autoras a
fiscalização dos depósitos que a União deveria ter efetuado o depósito.
Sustentam que o termo inicial seria com a ciência do ato
danoso, o que ainda não teria ocorrido, pois até então não tiveram
acesso aos extratos. Alegam, ainda, que os precedentes referidos na
sentença não se aplicam ao presente caso (identificador -
4058300.876658). RECURSO ESPECIAL Nº1.584.601 - PE
(2016/0057583-3)

No tocante à prescrição, entendo que no presente caso não há


que se falar em prescrição a ser computada a partir dos saques
efetuados, uma vez que DESCONHECIDOS do autor à
época de sua efetivação. “Deve-se aplicar o principio da actio
nata, segundo o qual a pretensão nasce a partir do
conhecimento da violação do direito, o que, pelo que
demonstrado nos autos, deu-se em março de 2008, quando o
autor iniciou os procedimentos voltados a sua aposentadoria.
Assim, não acolho a alegada prescrição" (Processo n.
2008.83.00.014830-0), Juiz federal Francisco de Barros e
Silva Neto, 21ª Vara Federal, JFPE).

Os precedentes colecionados pelo Banco do Brasil não trazem NENHUMA SIMETRIA


com relação a demanda discutida, tendo em vista que conforme a peça exordial, o que a parte
autora pleiteia é o CORRETO REPASSE DOS VALORES QUE FORAM

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DEPOSITADOS NAS CONTAS DO FUNDO PASEP e não uma ação de cobrança dos valores
não depositados, e, portanto, em nada tem de semelhante com a ação discutida.

Essa demanda tem como objetivo a RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DAQUELES


QUE TÊM A OBRIGAÇÃO LEGAL DE PREZAR PELA CONTA INDIVIDUAL DO
PASEP DOS SERVIDORES, REQUERENDO, ASSIM, A PERTINENTE INDENIZAÇÃO
E NÃO SE DISCUTE DIFERENÇAS DE CORREÇÕES MONETÁRIAS DE PLANOS
ECONÔMICOS. O OBJETO DA LIDE É NÃO PRESERVAÇÃO DO SALDO NA
CONTA VINCULADA DA PARTE AUTORA REFERENTE A DATA 08/08/1988.

No caso dos autos, entretanto, alega a parte autora que: ao buscar o Banco do Brasil para
efetuar o saque do PASEP, quando recebeu as microfilmagens, discriminando as movimentações
de seu fundo de aposentadoria, momento em que tomou conhecimento da insignificância do
valor depositado.

Surge como aplicável, pois, a teoria da actio nata, segundo a qual o prazo prescricional
começa a correr da possibilidade de ajuizamento da ação, o que depende da ciência do dano.
Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.584.600 PE (2016/0057583-3)


RELATORA: MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES
RECORRENTE:UNIÃO RECORRIDO: LEDA PORTO VALENCA
RECORRIDO :JANDIRA DANTAS MACHADO
RECORRIDO : RILEIA MONTENEGRO DOS SANTOS
ADVOGADO : JORGE CORREIA LIMA SANTIAGO E OUTRO (S)
- PE025278 DECISÃO Trata-se de Recurso Especial, interposto pela
UNIÃO, em 03/12/2015, com base nas alíneas a e c do permissivo
constitucional, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª
Região, assim ementado: "ADMINISTRATIVO.

SERVIDOR
PÚBLICO.PASEP.LEVANTAMENTO.QUESTIONAMENT O DO
VALOR. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. ENTREGA DE
EXTRATO. SEM O CONHECIMENTO DO FATO. NÃO HÁ
FALAR EM PRESCRIÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Cuida-se
de apelação interposta por Leda Porto Valença, Riléia Montenegro dos
Santos e Jandira Dantas Machado contra sentença proferida pelo
douto Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco
que, entendendo ser a aposentadoria das autoras marco inicial do
lustro prescricional por ser momento a partir do qual poderiam ter
realizado o saque, declarou a prescrição da pretensão deduzida na
inicial e extinguiu o feito, nos termo do art. 269, IV, do CPC
(identificador - 4058300.867176). 2. Aduzem, em síntese, que,
consoante a própria sentença, não é razoável exigir das autoras a
fiscalização dos depósitos que a União deveria ter efetuado o depósito.
Sustentam que o termo inicial seria com a ciência do ato danoso, o que
ainda não teria ocorrido, pois até então não tiveram acesso aos

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extratos. Alegam, ainda, que os precedentes referidos na sentença não
se aplicam ao presente caso (identificador - 4058300.876658). 3. O
cerne da controvérsia está em saber qual o termo inicial do lustro
prescricional para o direito pretendido na exordial, qual seja os valores
a que teriam direito a título do benefício do PASEP, no momento de
sua aposentadoria, e que deveriam estar depositados em conta própria
no Banco do Brasil. 4. Cumpre destacar que há diferença para
determinar o termo inicial do lustro prescricional. Quando o
questionamento é a forma de correção do saldo do PASEP, o termo
inicial é a data em que a correção do saldo não foi feita ou foi feita de
forma incorreta. Já quando se está diante da possibilidade de saque
indevido, o termo inicial para fruição do lustro prescricional deve
ser o momento em que se tem acesso ao extrato de movimentação.
5. Nos autos, questiona-se o saldo quando da realização do saque e, em
razão disso, foi solicitado ao Banco do Brasil o fornecimento de extrato
com os históricos de eventuais movimentações ocorridas na conta. 6.
Assim, enquanto não forem entregue os referidos extratos ou
restar comprovada a sua entrega, não há falar em prescrição. 7.
Apelação provida" (fls. 202/203e). Opostos Embargos de
Declaração, foram rejeitados, nos seguintes termos: "PROCESSUAL
CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRESSUPOSTOS. ART.
535, DO CPC.

INEXISTÊNCIA. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.


INADMISSIBILIDADE. 1. O inconformismo da recorrente não se
amolda aos contornos da via dos embargos de declaração, porquanto o
acórdão ora combatido não padece de vícios de omissão, contradição
ou obscuridade, não se prestando o manejo de tal recurso para o fim
de rediscutir os aspectos fático-jurídicos anteriormente debatidos. 2.
Ressalte-se que está consignado no julgado embargado (item 4 do
voto e da ementa) que o questionamento dos autos é quanto ao
movimentação indevida do saldo do PASEP das autoras e não quanto
aos critérios de correção. Há, inclusive, questionamento sobre a
existência de saque indevido. Assim, não havendo prova nos autos de
que as autoras tiveram acesso a referida movimentação do saldo do
PASEP, não é possível determinar o termo inicial do lustro
prescricional para o caso dos autos. 3. Embargos declaratórios não
providos" (fl. 237e). Alega-se, nas razões do Recurso Especial, além
do dissídio jurisprudencial, a ofensa aos arts. 269, IV e 535, II, do
CPC/73, assim como ao art. 1º do Decreto 20.910/32. Para tanto,
sustenta a parte recorrente que (a) "a União cuidou de apontar, nos
embargos de declaração, omissão no decisum, tendo em vista que o
pedido é referente a depósitos de PASEP QUE deveriam ter sido
levantados pelas autoras NO ANO DE 1983, QUANDO FORAM
APOSENTADAS, PORTANTO TERIAM SIDO
DEPOSITADOS ANTES DE 1983, é inquestionável a ocorrência
da prescrição, seja ela quinquenal ou decenal relativa a todas as
parcelas, uma vez que a ação somente foi ajuizada em 2013" (fl.
251e); (b) "DESDE 1988 deixaram de existir os depósitos nas
contas individuais, mantendo-se apenas o saldo daqueles
participantes que por ventura não tenham movimentado sua conta"
(fl. 253e). Requer, ao final, "o conhecimento e provimento do
presente Recurso Especial, para que seja anulado o acórdão
recorrido (...) ou, alternativamente, seja reformado, acolhendo a
prejudicial de PRESCRIÇÃO / DECADÊNCIA de fundo de in
totum direito, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910/32,
RESTABELECENDO-SE a sentença do Primeiro Grau que
extinguiu o feito em razão da prescrição do direito de correção de

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reputados créditos relativos ao PIS/PASEP" (fls. 260e). Foram
apresentadas contrarrazões (fls. 273/276e). O Recurso Especial foi
admitido pelo Tribunal de origem (fl. 279e). Sem razão a parte
recorrente. Cinge-se a controvérsia acerca do termo inicial da
contagem do prazo prescricional em demanda objetivando a
restituição de valores a que teriam direito a título de benefício do
PASEP. Com efeito, verifica-se que na análise do termo inicial do
prazo prescricional a Corte de origem consignou expressamente
que, "quando o questionamento é a forma de correção do saldo do
PASEP, o termo inicial é a data em que a correção do saldo não foi
feita ou foi feita de forma incorreta. Já quando se está diante da
possibilidade de saque indevido, o termo inicial para fruição do
lustro prescricional deve ser o momento em que se tem acesso ao
extrato de movimentação" ,considerando que, "compulsando os
autos, percebo que as autoras questionam o saldo quando foram
efetuar o saque e, em razão disso, solicitaram ao Banco do Brasil o
fornecimento de extrato com os históricos de eventuais movimentações
ocorridas na conta" (fl. 201e). No julgamento dos Embargos de
Declaração, esclareceu-se que "o questionamento dos autos é quanto ao
movimentação indevida do saldo do PASEP das autoras e não quanto
aos critérios de correção. Há, inclusive, questionamento sobre a
existência de saque indevido. Assim, não havendo prova nos autos de
que as autoras tiveram acesso a referida movimentação do saldo do
PASEP, não é possível determinar o termo inicial do lustro
prescricional para o caso dos autos" (fl. 232e). Como se vê dos trechos
transcritos, em relação ao art. 535 do CPC/73, deve- se ressaltar que os
votos condutores dos acórdãos recorridos, julgados sob a égide do
anterior Código de Processo Civil, não incorreram em omissão, uma
vez que apreciaram, fundamentadamente, todas as questões necessárias
à solução da controvérsia, dando-lhes, contudo, solução jurídica diversa
da pretendida pela parte recorrente. Vale destacar, ainda, que não se
pode confundir decisão contrária ao interesse da parte com ausência de
fundamentação ou negativa de prestação jurisdicional. Nesse sentido:
STJ, REsp 1.129.367/PR, Rel. Ministra DIVA MALERBI
(Desembargadora Federal Convocada/TRF 3ª Região), SEGUNDA
TURMA, DJe de 17/06/2016; REsp 1.078.082/SP, Rel. Ministro
SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 02/06/2016;
AgRg no REsp 1.579.573/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 09/05/2016; REsp
1.583.522/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, DJe de 22/04/2016. No mérito, para prevalecer a pretensão
em sentido contrário à conclusão do Tribunal de origem que afastou
a prescrição, ao fundamento de que, apenas a partir do acesso aos
extrato de movimentações da conta do PASEP, conta-se o prazo
prescricional para o ajuizamento de demanda em que questiona o
saque indevido, mister se faz a revisão do conjunto fático-probatório
dos autos, o que, como ressaltado na decisão ora agravada, encontra
óbice na Súmula 7 desta Corte. Assinale-se, também, o não cabimento
do Recurso Especial com base no dissídio jurisprudencial, pois as
mesmas razões que inviabilizaram o conhecimento do apelo, pela
alínea a, servem de justificativa quanto à alínea c do permissivo
constitucional. [...]. Nesse sentido: STJ, AgRg no Resp 1.452.622/PR,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de
15/08/2014; STJ, AgRg no REsp 1.421.570/RS, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de
19/05/2014; STJ, AgRg nos EREsp 1.238.415/MG, Rel. Ministro
ARNALDO ESTEVES LIMA, CORTE ESPECIAL, DJe de
16/08/2012. Ante o exposto, com fundamento no art. 255, § 4º, II, do

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RISTJ, nego provimento ao Recurso Especial. I. Brasília (DF), 24 de
março de 2017. MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES Relatora
(STJ - REsp: 1584601 PE 2016/0057583- 3, Relator: Ministra
ASSUSETE MAGALHÃES, Data de Publicação: DJ 28/03/2017)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. MOMENTO DA
CONSTATAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS LESIVAS
DECORRENTES DO EVENTO DANOSO. PRINCÍPIO DA
ACTIO NATA. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO. Na hipótese dos autos, o recorrente sustenta a prescrição

desta ação ao asseverar que o prazo prescricional deve ser contado a


partir do momento do evento danoso, independentemente da
ciência dos efeitos das lesões. Segundo a orientação jurisprudencial
do Superior Tribunal de Justiça, o termo inicial do prazo prescricional
das ações indenizatórias, em observância ao princípio da actio nata, é
a data em que a lesão e os seus efeitos são constatados. Incidente,
portanto, o óbice da Súmula 83/STJ. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1248981/RN, Rel. Ministro MAURO


CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/09/2012, DJe 14/09/2012) (grifo nosso)

Em se iniciando o prazo na data do saque do valor depositado na conta, o ajuizamento da


ação respeita o prazo prescricional, não havendo que se falar em inércia do demandante.

Por fim somente com a análise minuciosa das microfilmagens anteriores a 1999 é possível
perceber e confirmar o desfalque gerado pelo Banco do Brasil. Além disso, tais microfilmagens
não são apresentadas àqueles que recebem seus benefícios, que devem requerer junto à gerência
do Banco e levam de 4 a 5 meses para serem entregues!

Assim é que, resumindo, NÃO FOI ATINGIDA PELA PRESCRIÇÃO DECENÁRIA


a pretensão de correção de valores do PASEP do período de fevereiro de 1988 até a data do
saque, tendo em vista que, somente 30 anos depois foi possível a retirada do saldo do PASEP e
somente no dia 30/05/2019, a parte autora teve acesso aos extratos; portanto, afasta-se a
prejudicial da prescrição, pois sem o conhecimento do ato ilícito, não há que se falar em
prescrição.

IV - ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS;

O PASEP até 05 de outubro de 1988 tinha uma função diferente do que é hoje.
Antigamente o trabalhador tinha uma conta gerenciada pelo Banco do Brasil na qual eram

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depositadas as COTAS DE CONTRIBUIÇÕES DO PASEP.

Em sua peça de defesa o Banco Réu fez a diferença entre o Saldo Principal e
Rendimentos, porém o Banco manipula as informações para induzir V. Ex a erro, não
apresentando o devido respaldo legal e, se o traz, traz de forma incompleta e sem simetria com o
caso em questão.

O Banco do Brasil Afirma que o autor retirava anualmente valores de sua conta principal
e, portanto, os cálculos apresentam erros grosseiros.

Tal entendimento está totalmente EQUIVOCADO, pois anualmente ao invés de sacar um


abono ou receber essas cotas era permitido, somente, ao beneficiário sacar os JUROS DESSE
DINHEIRO, MAS, O VALOR PRINCIPAL PERMANECIA LÁ, para gerar os juros para o
próximo ano.

Vamos conferir o que diz a Lei complementar nº 26 de setembro de 1975 em seu


artigo 4º,§ 2º e o art.239, §2º da Constituição Federal:

Art. 4º - As importâncias creditadas nas contas individuais dos


participantes do PIS-PASEP são inalienáveis, impenhoráveis e,
ressalvado o disposto nos parágrafos deste artigo, indisponíveis por
seus titulares. § 2º - Será facultada, no final de cada exercício
financeiro posterior da abertura da conta individual, a retirada das
parcelas correspondentes aos créditos de que tratam as alíneas b e c
do art. 3º §3º - Aos participantes cadastrados há pelo menos 5 (cinco)
anos e que percebam salário mensal igual ou inferior a 5 (cinco) vezes
o respectivo salário mínimo regional, será facultado, ao final de cada
exercício financeiro, retirada complementar que permita perfazer valor
igual ao do salário mínimo regional mensal vigente, respeitadas as
disponibilidades de suas contas individuais. (conhecido como
Abono salarial)

Art.239 [...]

§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de


Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de
saque nas situações previstas nas leis específicas, com exceção da
retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da
arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas
contas individuais dos participantes.

[...]

É permitido ao servidor sacar as costas do PASEP fora das hipóteses previstas em


Lei no art.4º, §1º?

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NÃO. As hipóteses de saque do saldo principal estão de forma explicita e enumeradas,
não existindo outro meio de liberação desse valor senão por meio de autorização em lei.
Mas então, o que seriam esses valores sacados anualmente pelos servidores? Seriam
esses valores, parcelas do valor principal que estavam em uma conta no BANCO DO BRASIL?
NÃO. Esses valores sacados anualmente pelos servidores não são compensações do
SALDO PRINCIPAL. Essas quantias retiradas todos os anos correspondem aos JUROS e
RENDIMENTOS que poderiam ser sacados ao final de cada exercício, nos termos da
legislação do PASEP, confira:

Art.4º [...]

§2º - Será facultada, no final de cada exercício financeiro posterior


da abertura da conta individual, a retirada das parcelas correspondentes
aos créditos de que tratam as alíneas b e c do art. 3º.

Os créditos que tratam as alíneas “b” e “c” correspondem aos


seguintes valores, conforme LC 26/1975:

Art. 3º - Após a unificação determinada no art. 1º, as contas


individuais dos participantes passarão a ser creditadas:

a) pela correção monetária anual do saldo credor, obedecidos os


índices aplicáveis às Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional
(ORTN);

b) pelos juros mínimos de 3% (três por cento) calculados


anualmente sobre o saldo credor corrigido;

c) pelo resultado líquido adicional das operações realizadas


com recursos do PIS-PASEP, deduzidas as despesas
administrativas e as provisões de reserva cuja constituição seja
indispensável.

Perceba excelência, que era FACULTADO ao final de cada exercício financeiro a


retirada dos JUROS e RENDIMENTOS, no entanto o valor principal deveria ser mantido e
preservado até o preenchimento dos requisitos elencados no §1ºart.4º, quando seria possível
a retirada do valor total de todos os depósitos acumulados até 05 de outubro de 1988, ou seja, o
saque do saldo principal acumulado na maioria dos casos, ocorre após 20, 30 40 anos de
serviço.

Com a edição da medida provisória convertida em lei nº 13.677 de 2018, a contar de 18


de junho de 2018 até o dia 28 de setembro de 2018, foi liberado a retirada do VALOR
PRINCIPAL DO PASEP PARA A TODAS AS IDADES, conforme cronograma de pagamento do
Banco do Brasil, nos termos da lei 13.677/18, confira:

Art.4º [...]

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§ 6º Até 28 de setembro de 2018, a disponibilização dos saldos
das contas individuais de que trata o § 5º deste artigo será efetuada
conforme cronograma de atendimento, critério e forma estabelecidos
pela Caixa Econômica Federal, quanto ao PIS, e pelo Banco do Brasil
S.A., quanto ao Pasep. (Redação dada pela Lei nº 13.677, de 2018)
O CRONOGRAMA(QUANDO SACAR): O saque das cotas
para quem tem menos de 60 anos começa na próxima segunda-
feira (18) e vai até 28 de setembro. Veja o calendário para sacar
o dinheiro do fundo: 18 de junho: pode sacar quem tem 57 anos
ou mais (não recebem rendimento anual*) 30 de junho a 7 de
agosto: saque interrompido para cálculo dos rendimentos anuais
das cotas 8 de agosto: liberação de saque para cotistas de todas
as idades que possuem contas na Caixa (PIS) e no Banco do
Brasil (Pasep). Cotistas a partir de 57 anos continuam podendo
sacar, agora com o rendimento anual. 14 de agosto: saque
liberado para cotistas de qualquer idade que tenham conta em
outros bancos 29 de setembro: pagamento volta a ser feito
apenas aos cotistas que atendem aos critérios habituais de saque.

Pois bem, esses créditos aos quais o Banco se refere são os créditos previstos no art.4º,
§2º da lei complementar nº26 de 1975, quais sejam, juros e rendimentos, parcelas estas que
são FACULTADAS sua retirada conforme previsão em lei e em nada tem a haver com saque do

SALDO PRINCIPAL. Em outras palavras, existe uma enorme diferença entre saque de
saldo principal e saque dos juros e rendimentos. O saque dos juros e rendimentos é
permitido por lei, já o saque do saldo principal, só é permitido NAS HIPÓTESES
TAMBÉM ENUMERADAS PELA LEI, no entanto a sua retirada só vem ocorrer,
normalmente após 25, 30, 40 anos de serviço.

Ou seja, NÃO EXISTE OUTRA POSSIBILIDADE DE RETIRADA DESSE


NUMERÁRIO DO SALDO PRINCIPAL, senão nas hipóteses permissivas da lei,
que só vem a ocorrer muitos anos depois.

O QUE O BANCO FAZ EM SUA DEFESA, É TENTAR CONFUNDIR


VOSSA EXCELÊNCIA COMO SE OS PAGAMENTOS DOS JUROS E
RENDIMENTOS fossem a mesma coisa que SACAR OS VALORES EXISTENTE no saldo
principal.

Dessa forma, os prepostos do Banco agem de má-fé e em NADA MENCIONA


SOBRE OS SAQUES INDEVIDOS OCORRIDO NA CONTA DA PARTE AUTORA.
INSISTEM EM FALAR SOBRE ESSES CRÉDITOS COMO SE A PARTE AUTORA
ESTIVESSE INSURGINDO CONTRA OS CRÉDITOS.

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Com uma contestação “padrão” a parte ré nem se ateve às provas apresentadas, na qual é
DISCRIMINADO ANUALMENTE OS VALORES JÁ PAGOS!

LEMBRANDO QUE O OBJETO DA DEMANDA SÃO OS SAQUES


INDEVIDOS OCORRIDOS NA CONTA PASEP DO AUTOR, E A REVISÃO
DESSES VALORES QUE DEVERIA SER CORRETAMENTE CRÉDITOS EM
SUA CONTA.

Perceba excelência, que o pagamento do SALDO principal acumulado em até


05/10/1988 NUNCA ocorreu como deveria, mesmo depois de 32 anos!! A devida
correção foi apresentada pela parte autora, e confesso pelo Banco do Brasil na peça
Contestatória.

V - DA REALIDADE DOS FATOS – DO VALOR INDICADO NA


INICIAL
A) DA ALEGAÇÃO DE SALDO IRRISÓRIO APÓS ANOS DE TRABALHO
– FALSA EXPECTATIVA DA PARTE AUTORA
B) DA CONTA INDIVIDUAL PASEP – EQUÍVOCO NA
INTERPRETAÇÃO PELA PARTE AUTORA
Analisando detidamente os autos, perceba Excelência, que a parte autora tinha
um saldo na conta PASEP na data de 08/08/1988 na quantia de Cz$ 40.135,00 (
Quarenta mil cento e trinta e cinco cruzados), conforme extrato anexado nos autos
pela sigla SATU (Saldo Atualizado), print abaixo:

Em 16 de janeiro de 1989 moeda mudou de Cruzado para Cruzado


Novo, e quando convertemos o valor acima identificado para Cruzado Novo,
percebemos que Cz$ 40.135,00 ( Quarenta mil cento e trinta e cinco cruzados),
equivale a NCz176.878,79 ( Cento e setenta e seis mil oitocentos e setenta e oito

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cruzados novos e setenta e nove centavos. Valor que não foi creditado na conta
da autora, como se observa na conversão feita pela calculadora do cidadão
(instrumento oficial para conversão de moedas):

Perceba que no extrato de 1989 não existe qualquer crédito do saldo do ano anterior no
valor de NCz$ 176.878,7979 havendo uma discrepância nas contas da autora por parte do Banco do
Brasil, QUE NÃO SABE JUSTIFICAR PARA ONDE FOI O SALDO EXISTENTE EM
08/08/1988.

O BANCO DO BRASIL PRECISA DAR UMA EXPLICAÇÃO PARA ONDE FOI O


DINHEIRO DA AUTORA QUE TINHA EM 08/08/1988, POIS O DINHEIRO QUE ESTAVA
SOB A CUSTODIA DO BANCO DO BRASIL, MISTERIOSAMENTE DESAPARECEU.
ABSURDO!!

COMO EXPLICAR, ENTÃO, O FATO DE QUE VÁRIOS SERVIDORES


PÚBLICOS INGRESSARAM EM DATAS PRÓXIMAS, EXERCERAM O MESMO CARGO,
SE APOSENTARAM NA MESMA DATA E TIVERAM VALORES DEPOSITADOS
DIFERENTES?

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Ainda, como explicar que a média do valor sacado de contas PASEP pode ser de, no
máximo, dois salários mínimo, MESMO DEPOIS DE VALORES FICAREM EM
RESPONSABILIDADE DO BANCO DO BRASIL POR MAIS DE 35 (TRINTA E CINCO)
ANOS?

A falta e veracidade das alegações do Banco se comprovam também pelo fato de que
É MATEMATICAMENTE IMPOSSÍVEL questionar o valor apresentado pelo Autor com

base apenas na planilha contendo os juros a correção monetária das contas Pasep. Tanto é que a
notícia veiculada no próprio site do SENADO FEDERAL, publicou em matéria de 1999, que:

Relatório da Encol culpa diretores do BB


Relator da CPI dos Bancos acusa cúpula do BB de abuso de poder e
desvio de dinheiro nos empréstimos à construtora Denise Rothenburg
Da equipe do Correio

Nada de punir funcionário subalterno e eximir os diretores de qualquer


responsabilidade. Sub-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) dos Bancos e responsável pela análise dos empréstimos do
Banco do Brasil (BB) à construtora Encol, o senador Carlos Bezerra
(PMDB-MT) propõe punições para os diretores do Banco. O relatório
do senador foi distribuído aos integrantes da CPI há uma semana.
Nele, Bezerra pede que a Diretoria do Banco à época das operações
seja responsabilizada por abuso de poder, omissão e uma série de
irregularidades relacionadas às operações com a Encol. Quanto aos
funcionários punidos com base numa auditoria interna do Banco,
Bezerra vai propor que sejam revistas. O documento elaborado pelo
senador com a ajuda da assessoria técnica da Casa responsabiliza
indiretamente o Banco do Brasil pelo prejuízo dos mutuários. Ele diz
que foram as ações do Banco do Brasil que permitiram uma sobrevida
à Encol e isso resultou em vendas de imóveis na planta que não seriam
construídos porque todo o dinheiro da empresa seria canalizado no
futuro para o pagamento de dívidas. O relatório acusa ainda a então
diretoria do BB de desviar recursos do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em maio de 1995,
a Encol pleiteou um empréstimo de R$ 48,6 milhões para
implantação de 16 Núcleos Industriais de Componentes da
construção civil (Nucens) em diversos estados brasileiros. A
operação foi discutida numa reunião com os credores federais da
Encol Banco do Brasil , Caixa Econômica e BNDES segundo
memória técnica em poder da CPI. ''A memória técnica
demonstra explicitamente a intenção de desviar recursos do
BNDES, que tem origem no Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT), e PIS/PASEP, para amortizar endividamento junto ao
Banco do Brasil, ao invés de destinados a investimentos
produtivos''. Bezerra é incisivo em relação a este empréstimo:
''Enquanto a diretoria do Banco do Brasil provava a operação, a do
BNDES destacava que, caso os recursos fossem aplicados fora da
finalidade prevista, o Banco do Brasil deveria comunicar o fato ao
Ministério Público, tendo em vista que seu desvio era crime previsto
na lei do colarinho branco''. Em abril de 1997, foram liberados R$ 4,3
milhões usados para pagar dívidas da empresa junto ao Banco do
Brasil, ''o que caracteriza desvio de recursos do FAT e do PIS/PASEP''.

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Nessa época, a Encol não tinha recursos próprios para aplicar no
contrato com o BNDES, era presidida por um representante do comitê
de bancos credores, Jorge Washington Queiroz, que buscava recursos
para evitar a paralisação das atividades da empresa. ''Sempre rigorosa
no trato com pequenos clientes, a diretoria de 1995 do Banco do Brasil
concedeu à Encol um tratamento privilegiado, renovando créditos e
substituindo garantias consistentes por outras podres, ao arrepio das
normas internas e foi isentada de culpa'', diz o relatório.

(http://www.senado.gov.br/noticias/opiniaopublica/inc/senamidia/hist
o rico/1999/11/zn11114.htm).

O Banco do Brasil insiste em NÃO APRESENTAR OS EXTRATOS CLAROS E


LEGÍVEIS DA CONTA INDIVIDUAL DA AUTORA BEM COMO NÃO TEM O VALOR
SOBRE O QUAL APLICA TAIS JUROS E CORREÇÕES MONETÁRIAS. É como se
calcular 10% de um valor desconhecido.

Os valores, impugnados na Contestação com os códigos 8006, 1009 e 8007 são


movimentações referente aos créditos do saldo principal, seja ele distribuição de reservas,
valorização das cotas ou pagamento na folha de pagamento, créditos que já lhe eram direito, em
nada tendo haver com o saldo principal existente em 18/08/1988, por isso, não há que se falar em
compensação do dano.
Quando acessamos o conversor de moedas do Banco Central (instrumento oficial para
conversão de moedas), a conversão simples do valor do saldo em 1988 até o dia do saque, sem
presente os índices de valorização, distribuição de reserva e juros anuais, encontraremos um valor
de R$1.518,34(dois mil novecentos e vinte e cinco reais e oitenta centavos). Vejamos:

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Como pode ser visto, o cálculo acima do Banco Central, não justifica o levantamento
do valor junto ao Banco do Brasil no valor de R$ 570,40 ( Quinhentos e setenta reais e
quarenta centavos) valor pago pela instituição no recebimento do benefício.

Excelência, nem mesmo se tais créditos tivessem ficado depositados em caderneta


de poupança sem qualquer outra remuneração, sofreriam tamanha desvalorização em mais
de 30 (trinta) anos de rendimentos, isto porque a correção monetária se presta exatamente
para evitar a perda do poder de compra gerada pelo processo inflacionário.

O que podemos concluir facilmente é que os servidores estão sendo lesados, tendo o
seu patrimônio dilapidado, enquanto a instituição financeira enriquece ilicitamente.

Excelência, a simples conversão do valor existente na conta individual da autora


em 1988 (quando cessaram os depósitos), até a presente data, já COMPROVA que o valor
que o Banco do Brasil está repassando ao autor possui alguma irregularidade e está
desfalcado.
Com base nos cálculos anexados aos autos, percebe-se que o valor devido à parte autora
equivale à R$ 40.135,00(Quarenta mil e cento e trinta e cinco reais), já deduzido o que foi
recebido, conforme memória de cálculos em anexo, até 2020, quantia que ainda deve ser
atualizada e corrigida até a data do efetivo pagamento.

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Portanto, estando demonstrada a prática de ato ilícito através dos cálculos acima
mencionados, a parte autora faz jus ao recebimento do valor em questão, devidamente
convertido, atualizado e corrigido e com a incidência de juros de mora desde o evento
danoso, nos termos do Art. 398 do Código Civil e Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça,
conforme memória de cálculo que instrui o processo.

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-


se o devedor em mora, desde que o praticou. (Vide Lei nº
13.105, de 2015) (Vigência) SUMULA 54 do STJ: OS JUROS
MORATORIOS FLUEM A PARTIR DO EVENTO DANOSO,
EM CASO DE RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL.

O artigo 341, caput do NCPC trouxe o princípio do ônus da impugnação específica, “Art.
341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas...”
Se o réu não pode deixar de contestar um fato e, ao mesmo tempo, tem o dever de não
expor defesa ciente de que é destituída de fundamento, aprimora-se o dever de lealdade das
partes (artigo 77 e 80, NCPC) – oriundo do princípio da boa-fé processual (artigo 5º, NCPC).
Em outros termos, diante do dever de lealdade estabelece-se o ônus da impugnação
especificada. Considerando-se a importância do dever de boa-fé, verdadeiro Norte para o
comportamento de todos os participantes do processo, estabelecendo-se que se presumem
verdadeiros os fatos não impugnados e confessos os que estão em concordância com os alegados
pela parte autora.
Portanto, estando demonstrada a prática de ato ilícito através dos cálculos acima
mencionados, o autor faz jus ao recebimento do valor em questão, devidamente convertido,
atualizado e corrigido e com a incidência de juros de mora, nos termos do Art. 398 do
Código Civil e Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça, conforme memória de cálculo em
anexo.
Ressalte-se, Excelência, que a memória de cálculo em anexo, traz apenas a conversão
correta do valor desde 1988 até a data atual, bem como, a aplicação dos juros de mora
desde o saque do benefício, último momento em que o Banco do Brasil poderia rever seus
atos e pagar o benefício devido, sem fraudes, desvio, ou enriquecimento ilícito.
Ressaltamos, ainda que anexamos aos presentes autos várias sentenças proferidas em
Comarcas distintas, onde o Banco do Brasil foi condenado por danos materiais e morais
decorrentes da subtração e/ou não repasse dos valores pertencentes aos servidores e que
ficaram sob a guarda e responsabilidade do citado banco, desde a mudança na destinação

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do PASEP, ocorrida em 1988 até a presente data.
Resta provado no caso sub judice que o Banco do Brasil não é capaz de demonstrar com
CLAREZA o DETALHAMENTO das movimentações efetuadas nas contas PASEP, tampouco
a lisura dos cálculos que utilizou para chegar ao valor creditado na conta do autor, AINDA
QUE OBJETIVA A RESSPONSABILIDADE PARA TAL!
Há dispensa de prova na espécie. De outro, proibir a contestação por negativa geral,
que está vedada no direito brasileiro, salvo nas hipóteses previstas no art. 341, parágrafo único,
CPC.
No caso tela conforme pode-se extrair da contestação ID nº o Banco afirma apenas que o
valor é muito superior à média registrada no Relatório de Gestão do fundo PIS-PASEP, fazendo
apenas uma negativa geral sem contudo atentar aos valores mantidos pelo Banco do Brasil
até 18/08/1988, que é que está sendo discutido na presente demanda e quando o faz apenas
corrobora com o que já foi dito pela parte autora, os mesmos índices utilizados (alegando ainda
erro grosseiro!), além de peticionar uma contestação de 50 laudas com pura falácia.
Dessa forma, a impugnação genérica por parte do Banco, desacompanhada de
qualquer prova, equivale a falta de impugnação, conforme o julgado a seguir:

E M E N T A - APELAÇÃO CÍVEL – RECURSO QUE NÃO


ATACA OS VERDADEIROS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA
– FALTA DE ATENDIMENTO AO PRINCÍPIO DA
DIALETICIDADE – OFENSA AO ARTIGO 1016, INC. III, DO
CPC/2015. RECURSO NÃO CONHECIDO. - Se a parte recorre
sob argumentos desconexos com o conteúdo que levou ao
resultado da sentença, não se conhece do recurso por ofensa
ao princípio da dialeticidade, que impõe ao recorrente o dever
de motivar o recurso contra os fundamentos da decisão
combatida - Recurso não conhecido.(TJ-MS - APL:
08360716220178120001 MS 0836071-62.2017.8.12.0001,
Relator: Des. Dorival Renato Pavan, Data de Julgamento:
25/04/2019, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação:
29/04/2019)

DECISÃO: Acordam os Excelentíssimos Desembargadores


integrantes da 13ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná, à unanimidade de votos, em não conhecer do
agravo retido, conhecer parcialmente o recurso de apelação cível e, na
parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto relator.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. PRESTAÇÃO DE CONTAS.
SEGUNDA FASE.SENTENÇA QUE JULGOU BOAS AS CONTAS
DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.AGRAVO RETIDO. NÃO
CONHECIMENTO. DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO
ART. 523, § 1º DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.APELAÇÃO
CÍVEL DO AUTOR. ALEGAÇÕES ACERCA DA NATUREZA
CONSUMERISTA DA RELAÇÃO E DO ÔNUS DA
PROVA.AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. SENTENÇA QUE
JULGOU BOAS AS CONTAS DO BANCO, ANTE A

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CONCORDÂNCIA TÁCITA E AUSÊNCIA DE PONTOS
CONTROVERTIDOS DECORRENTE DA IMPUGNAÇÃO
GENÉRICA QUE SE EQUIPARA A AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO. AUSÊNCIA DE ARGUMENTOS QUE
ENFRENTEM SEUS FUNDAMENTOS. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRETENSÃO DE REDUÇÃO.
VALOR CONDIZENTE COM A NATUREZA DA CAUSA.
SENTENÇA MANTIDA.RECURSO PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NA PARTE CONHECIDA, NÃO PROVIDO.
(TJPR - 13ª C.Cível - AC - 1333018-0 - Curitiba - Rel.: Rosana
Andriguetto de Carvalho - Unânime - - J. 10.06.2015)(TJ-PR - APL:
13330180 PR 1333018-0 (Acórdão), Relator: Rosana Andriguetto de
Carvalho, Data de Julgamento: 10/06/2015, 13ª Câmara Cível, Data de
Publicação: DJ: 1593 26/06/2015)

Culto Julgador, o Réu impugnou os cálculos apresentados pela parte autora de forma
genérica, afirmando apenas que a metodologia e as conclusões de tais memoriais contem “erro
grosseiro”, “Planos econômicos” ou mudança de moeda diversa, não demonstrando,
especificamente qual foi o erro e quando o faz é pra reafirmar os índices já ultilizados.

Segue explicação de como fora desenvolvido a presente memória de


cálculo:

I – Teve como base o SALDO ATUAL (SATU DE 08/08/1988).

II – Fora adotado indexadores e tacas na forma disciplinada pelo artigo 3º da Lei


Complementar nº 26, que determina a correção pela ORT/OTN e juros de 3% ao ano calculados,
anualmente, sobre o saldo credor corrigido. Entretanto, considerando a extinção deste indexador
em janeiro/1989, temos a seguinte situação:
a) CORREÇÃO MONETÁRIA: Com a extinção da OTN, pela natureza tributária
do PASEP a partir da CF/1988, a correção monetária dá-se pelos índices aplicados aos indébitos
tributários, conforme orienta O Conselho da Justiça Federal, através do Manual de Cálculos,
capítulo 4, item 4.4.1, que indica a metodologia para cálculo de Indébito Tributário, ultilizando, a
partir da extinção da OTN, a série IPC/BTN/IPC/INPC/IPCA-E/UFIR e SELIC, como indicação
específica do período e outros fatos no quadro de fls. 42, item 4.4.1.1 do manual vigente

b) JUROS: São devidos a bae de 3% ao ano, na forma do art 3º da Lei


Complementar 26/1975. Após o pagamento do benefício são devidos juros na base de 1% ao mês
devido à mora no pagamento do benefício.
c) OUTROS ACRÉSCIMOS: A partir de julho/1999, acrescentamos no saldo os
valores creditados e informados pelo próprio banco a título de “VALORIZAÇÃO DE

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COTAS” e “DISTRIBUIÇÃO DE RESERVAS”
III – DEDUÇÕES – foram deduzidos do saldo corrigido, na forma indicada na planilha,
todos os pagamentos creditados pelo banco conforme documentação fornecida pelo BANCO DO
BRASIL.
Ocorre excelência, que em relação aos valores questionados como indevidos, NÃO FOI
APRESENTADO OUTRO VALOR QUE ENTENDE DEVIDO, RESTANDO
INCONTROVERSO OS VALORES APURADOS PELO AUTOR, em homenagem ao
princípio do ônus da impugnação específica.
A memória de cálculo apresentada comprova o ilícito cometido pelo Banco por ação
ou omissão do Réu, demonstrando os desfalques indevidos das COTAS DO PASEP
recebidas pelo autor antes da Constituição Federal de 1988, desaparecidas de sua conta
individual ao longo do tempo, pois observando atentamente os extratos microfilmados ou na
própria peça contestatória não há qualquer indício ou explicação que demonstre de forma clara
onde estão os valores existentes antes da Constituição Federal de 1988.

5.3) DA FALTA DE RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO


FINANCEIRA; 5.4) A PRÁTICA DE ATOS POR TERCEIROS –
EXCLUDENTE DE ILICITUDE

Sem mais delongas é desnecessário uma extensa fundamentação para este


tópico depois de tudo que foi dito.
É evidente a responsabilidade do Banco do Brasil, já que foi é aquela que
administra as finanças e, por isso, deve arcar com a ausência do dinheiro na conta do
servidor. Não se discute o repasse do fundo à instituição e sim a administração,
portanto, o Banco do Brasil não pode alegar que terceiros praticaram o ilícito.
Toda essa questão já foi levantada e discutida nos tópicos anteriores e,
portanto não é necessário um novo debate. É evidente o dano e a culpa do Banco do
Brasil S.A

5.5) DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA


PROVA

O Banco do Brasil sustenta que, o pedido de inversão do ônus resta totalmente


contestado, tendo em vista que o Autor é quem deve provar os fatos constitutivos do
seu direito. Pois bem, esquece o Réu que, justamente por se tratar de questão de
ordem pública, a inversão do ônus da prova pode ser concedida, inclusive, pelo
julgador ex officio, caso este verifique a presença dos requisitos caracterizadores da
relação de consumo.

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A Doutrina e a Jurisprudência não deixam quaisquer dúvidas sobre a
possibilidade de deferimento ex officio da inversão do ônus da prova:

A inversão poderá ser determinada tanto a requerimento da


parte, como de ofício: tratando-se de um dos "direitos básicos do
consumidor", e sendo o diploma composto de normas de ordem
pública (art. 1º), deve-se entender que a medida independe da
iniciativa do interessado em requerê-la. Aliás, a interpretação em
sentido oposto levaria ao absurdo de fazer crer que o Código, inovador
em tantos passos, pela outorga de novos e expressivos poderes ao Juiz,
teria, no particular, andado em marcha-ré... (MOREIRA, Carlos
Roberto Barbosa e outros.
Direito Civil e Processo - Estudos em homenagem
ao
Professor Arruda Alvim. 1 ed., São Paulo - SP: Revista dos
Tribunais, 2008)

"Convém lembrar que não há necessidade de ser requerida a


inversão no pedido inicial, pois é matéria de ordem pública a qual
compete ao Juiz declarar de ofício, quando atendidos os
pressupostos legais". (AMATO, Alessandra. Momento processual
da inversão do ônus da prova no código de defesa do consumidor.
[1])

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - Lei nº 8.078 , de


11.9.90

- Empréstimo bancário - Aplicabilidade - Inversão do ónus da


prova determinada, ex officio -Possibilidade - O tomador de
empréstimo é consumidor para os efeitos do Código de Defesa do
Consumidor - Súmula nº 297 do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA - Como corolário, cumpre ao Agravante juntar cópia do
contrato bancário,sob as penas do artigo 359 do Código de Processo
Civil - Recurso não provido. (TJ-SP - Agravo de Instrumento AI
97938020118260000 SP 0009793-80.2011.8.26.0000 - Data de
publicação: 27/06/2011)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL.


CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - Lei nº 8.078 , de
11.9.90. Prestadora de serviços de telefonia. Aplicabilidade. Inversão
do ônus da prova determinada, ex officio Possibilidade. O usuário
do telefone fixo é consumidor para os efeitos do Código de Defesa do
Consumidor (TJ-RS - Agravo de Instrumento AI 70042316661 RS -
Data de publicação: 17/08/2011)

E como foi demonstrado na exordial, estão presentes os requisitos da inversão, quais


sejam, a hipossuficiência do autor frente ao réu e a verossimilhança das alegações, através nas
inúmeras provas nos autos. Logo, a implicação necessária é a inversão do ônus da prova:

Art. 6°. [...]

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão


do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
Juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência.

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E como o Banco do Brasil não se desincumbiu desse ônus, deve ser condenada a
indenizar o Autor, tendo em vista que o Banco Réu detêm os extratos e devidas demonstrações
financeiras. As provas aqui colecionadas foram cedidas pelo próprio réu.

DOS EXPURGOS INFLACIONÁRIOS

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE nº 226.855/RS,


consolidou jurisprudência reconhecendo como devidos os índices de 42,72% (Plano
Verão - janeiro/89) e de 44,80% (Plano Collor I - abril/90).
No mesmo sentido, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao
julgar o REsp nº 1.111.201- PE, firmou orientação no sentido de que a correção dos
saldos das contas deve ser de 10,14% em fevereiro/89 (IPC), 9,61% em junho/90
(BTN), 10,79% em julho/90 (BTN), 13,69% em janeiro/91 (IPC) e 8,5% em março/91
(TR) (REsp nº 1.111.201-PE).
Já em relação à incidência do INPC como índice de correção monetária
relativa ao mês de fevereiro de 1989, a jurisprudência do próprio STJ (REsp. nº
995839/SP) reconheceu como devido o percentual de 10,14%, compensando-se,
todavia, com o percentual creditado no respectivo mês.
Nesse sentido, considerando os cálculos em anexo, que demonstram a não
aplicação dos referidos índices no período devido, deve o Réu ser obrigado a aplicar os
índices acima referidos, acrescido de correção monetária e aplicação da taxa SELIC
como juros de mora, a partir da citação, nos termos do art. 406 do Código Civil:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL- APELAÇÃO- AÇÃO DE COBRANÇA-


EXPURGOS INFLACIONÁRIOS EM CADERNETA DE POUPANÇA E
EM CONTA VINCULADA AO PASEP- PLANOS BRESSER, VERÃO,
COLLOR I E II- LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DEPOSITÁRIO-
VERIFICAÇÃO PARCIAL- PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA- NÃO
CONFIGURAÇÃO- PROVA DA EXISTÊNCIA DAS CONTAS
BANCÁRIAS E DE SALDO NO PERÍODO QUESTIONADO-
EXISTÊNCIA PARCIAL- PAGAMENTO DA DIFERENÇA-
CABIMENTO EM PARTE- PEDIDO JULGADO PARCIALMENTE
PROCEDENTE- REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA- RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. -Quem deve figurar no

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polo passivo de ação em que se pede diferenças de correção monetária em
caderneta de poupança, em razão de expurgos inflacionários, é a instituição
bancária depositária. -A instituição financeira que operacionalisa o PASEP,
gerido pelo Conselho Diretor, não tem autonomia para a escolha e aplicação
de índice de correção monetária sobre as contas do PASEP, sendo, na
realidade, mero prestador de serviços ao gestor daquele programa
governamental, razão pela qual é parte ilegítima para responder pela
pretensão de recebimento de diferença decorrente de expurgos inflacionários
inaplicados à conta vinculada ao PASEP. -Nas ações em que são impugnados
os critérios de remuneração de cadernetas de poupança e são postuladas as
respectivas diferenças, a prescrição é vintenária, já que se discute o próprio
crédito e não os seus acessórios. -Nas contas com data de aniversário na 1ª
quinzena de junho/1987 e de janeiro/1989, se aplicam os índices de
correção monetária expurgados dos planos Bresser e Verão, cuja
diferença é de 8,04% (IPC de 26,06%) e de 20,36% (IPC de 42,72%),
respectivamente. -Somente o poupador que tinha saldo em conta, com
aniversário na 1ª quinzena de março/1990, faz jus à diferença de 43,04%
referente ao IPC daquele mês, de 84,32%. -As diferenças decorrentes dos
índices de correção expurgados pelo plano Collor I nos saldos de poupança
não bloqueados pelo Banco Central, são de 44,80% (IPC de abril/1990 -
44,80%) e 2,49% (...) (TJ-MG 106930706284920011 MG 1.0693.07.062849-
2/001(1), Relator: MÁRCIA DE PAOLI BALBINO, Data de Julgamento:
05/11/2009, Data de Publicação: 02/12/2009)

Assim sendo, não resta dúvida sobre a necessária revisão dos expurgos
inflacionários devidos.

DA ATUALIZAÇÃO FINANCEIRA DEVIDA

O PIS/PASEP unificado pela Lei Complementar nº 26/75, são destinadas ao


mesmo Fundo, cuja FINALIDADE é a complementação de renda pelo governo, in
verbis:
É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa de Integração Social,
destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento
das empresas. (Art. 1º Lei Complementar 07/1970)

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A teor do Art. 239 da CF, o saldo do fundo é utilizado pela União para
financiar o seguro-desemprego e ao abono. No entanto, referidos valores permanecem
de titularidade do cidadão, que pode sacá-los nas hipóteses legais.
Embora legalmente autorizados o uso e proveito do dinheiro de propriedade
da Autora enquanto depositado em posse da Réu, os valores permanecem sendo do
cidadão, com previsão expressa de atualização, devendo ter o seu valor resguardado.
Ao contrário, tais valores estão sendo totalmente corroídos pela inflação e
perdendo totalmente o seu valor pelo decurso do tempo em proveito exclusivo da
Instituição Financeira Ré, Os índices de correção monetária e percentual de juros
aplicáveis às contas do PASEP são os previstos na Lei n° 9.365/1996, que estabelecem
a correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo, em substituição à Taxa Referencial, a
partir de 1994. Possuindo o PIS/PASEP natureza estatutária, e não contratual, é
indevida qualquer forma de atualização das contas não prevista em lei, sendo que a
parte autora não logrou êxito em provar que as atualizações monetárias aplicadas ao
saldo da conta individual vinculada ao PASEP ao longo dos anos deixou de seguir
estritamente o definido na legislação.
O baixo valor sacado quando da inatividade, por si só, não tem o condão de
levar à conclusão de que há erro na atualização do saldo depositado ou prática de ato
ilícito pela parte demandada, objetiva-se unicamente resguardar o valor daquilo que
pertence ao Autor, em especial quando tais valores refletem em ganhos vultosos em
favor da Instituição Financeira que utiliza exatamente destes valores como fonte de
rendimento e financiam obrigações por parte da União.
O STJ ao analisar situações semelhantes destaca sobre a importância da
devida correção monetária sobre os valores pertencentes ao contribuinte:

"a correção monetária não representa qualquer acréscimo, mas simples


recomposição do valor da moeda corroído pelo processo inflacionário."
(STJ, REsp nº 1.191.868, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e
p. 22/06/2010).

Sobre o tema, insta consignar relevante precedente que contempla adequada

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compreensão sobre o tema:

O PASEP foi instituído pela Lei Complementar no , de de de embro de


1970, visando proporcionar aos servidores p blicos a participação nas
receitas das entidades e órgãos da Administração P blica. ... A análise dos
dispositivos acima demonstra que, ainda que alterada a destinação dos
recursos - ora dirigidos ao seguro-desemprego e ao abono -, os valores
anteriores permaneceriam de titularidade do servidor, que poderia sacá-los
nas hipóteses legais, entre elas a transfer ncia para a reserva remunerada. ...
O Banco do Brasil emitiu extrato (fls. 26/28), afirmando que quando do
saque - - o valor atuali ado na conta do PIS-PASEP era de
R , . á a parte autora entende como devido o montante de
R$ 80.760,63 (fls. 44/48). Neste ponto o Banco do Brasil e parte autora
divergem. ... Ademais não pre iso maiores esfor os para se verifi ar
que quase seis anos de re o himento do PASEP a - f.
somados a quase vinte anos de rendimento na men ionada onta
outu ro a mar o não podem ter omo sa do a quantia
irris ria de R . (...) Portanto, o pedido deve ser julgado procedente
para condenar o Banco do Brasil ao pagamento R$ 80.760,63." (Processo nº:
0015070-40.2018.4.02.5107 - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO
2ª VARA FEDERAL DE ITABORAÍ - JUIZADO ESPECIAL. Julgado em
23/05/18)

À título de ilustração, ao analisar as ADI 4425 e 4357, o Supremo Tribunal


Federal, ao disciplinar sobre a necessária atualização monetária sobre os valores em
posse da Administração Pública, destaca:

Daí por que os índices criados especialmente para captar o fenômeno


inflacionário são sempre definidos em momentos posteriores ao período
analisado, como ocorre com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV). A razão disso é clara: a inflação é sempre
constatada em apuração ex post, de sorte que todo índice definido ex ante é
incapaz de refletir a efetiva variação de preços que caracteriza a inflação. É
o que ocorre na hipótese dos autos. A prevalecer o critério adotado

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pela EC nº 62/09, os créditos inscritos em precatórios seriam atualizados por
índices pré-fixados e independentes da real flutuação de preços apurada no
período de referência. Assim, o índice oficial de remuneração da caderneta
de poupança não é critério adequado para refletir o fenômeno
inflacionário.
[...] Em suma: há manifesta discrepância entre o índice oficial de
remuneração da caderneta de poupança e o fenômeno inflacionário, de
modo que o primeiro não se presta a capturar o segundo. O meio escolhido
pelo legislador constituinte (remuneração da caderneta de poupança) é,
portanto, inidôneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflação do
período).

Ou seja, enquanto em posse da Administração Pública, o dinheiro do


contribuinte não pode ser CORROÍDO PELO TEMPO, uma vez que a própria
Administração Pública utiliza deste dinheiro para financiar suas obrigações.

Ou seja, por menores que sejam os rendimentos das aplicações realizadas, o


montante auferido ao longo de 33 anos jamais poderia alcançar somente o valor de
R$ 1030,02 (Mil e trinta reais e dois centavos).

Em sua relatoria, o Min. Luiz Fux no RE 870947, elucida a matéria:"A


finalidade básica da correção monetária é preservar o poder aquisitivo da
moeda diante da sua desvalorização nominal provocada pela inflação.
Enquanto instrumento de troca, a moeda fiduciária que conhecemos hoje só
tem valor na medida em que capaz de ser transformada em bens e serviços.
Ocorre que a inflação, por representar o aumento persistente e generalizado
do nível de preços, distorce, no tempo, a correspondência entre valores real
e nominal (...). Esse estreito nexo entre correção monetária e inflação exige,
por imperativo de adequação lógica, que os instrumentos destinados a
realizar a primeira sejam capazes de capturar a segunda. Em outras
palavras, índices de correção monetária devem ser, ao menos em tese, aptos
a refletir a variação de preços de caracteriza o fenômeno inflacionário, o
que somente será possível se consubstanciarem autênticos índices de
preços."

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E conclui sobre os efeitos nefastos da não atualização devida, os quais
devem ser atualizados por índices capazes de corrigir a variação inflacionária da moeda.

"A diferença supera os 30% (trinta por cento) e revela os


incentivos perversos gerados pelo art. 1º-F da Lei nº 9.494/97:
quanto mais tempo a Fazenda Pública postergar a quitação de
seus débitos, menor será, em termos reais, o valor da sua
dívida, corroída que estará pela inflação. Nesse contexto, é
nítido o estímulo ao uso especulativo do Poder Judiciário. (...)
Ora, se o Estado não utiliza a caderneta de poupança como
índice de correção quando tem o objetivo de passar
credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, é porque
tem consciência de que o aludido índice não é adequado a
medir a variação de preços na economia. Por isso, beira a
iniquidade permitir utilizá-lo quando em questão condenações
judiciais."

Por tais razões que a todos os valores em posse da Administração Pública,


em especial os depósitos do PIS/PASEP, devem ser devidamente remunerados pelos
índices de atualização devidos, bem como pela incidência de juros, do resultado líquido
adicional das operações realizadas e de qualquer outro benefício aplicável ao
referido fundo.

Por todo o exposto fica perfeitamente demonstrado que para fundamentar


seus argumentos não trouxeram qualquer prova ou elemento suficiente para
desconstituir o direito da Autora, razão pela qual não merecem acolhimento.

É EVIDENTE A LEGITIMIDADE DO BANCO DO BRASIL S.A PARA FIGURAR


NO POLO PASSIVO, E, CONSEQUENTEMENTE, QUE A PRESENTE AÇÃO SEJA
JULGADA NA JUSTIÇA ESTADUAL, por ser o responsável pela gerência. Com relação aos
danos materiais COMPROVADAMENTE OCORRIDOS, NÃO PODE PROSPERAR A
ARGUMENTAÇÃO DO BANCO DO BRASIL QUE ALEGA

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IRRESPONSABILIDADE acerca das subtrações na conta do autor. Inequivocamente a sua
responsabilidade pela gerência das contas do PASEP é do BANCO, e devidos valores líquidos
estão presentes tanto na exordial quanto na réplica, comprovado o dano, deve responder a ré.

Desta forma, ocorrido o dano material, bem como o dano moral (este não fora impugnado
em sede de contestação, aplicando a revelia quanto a esse ponto específico), configurado
enquanto correntista do Banco do Brasil, o servidor estabelece um laço com aqueles que são
aptos a gerenciar os valores do PASEP, de forma que, mais uma vez, não há dúvidas acerca da
argumentação inerente aos danos morais em questão. Acerca doa impugnação dos cálculos, os
índices que foram usados os índices oficiais de correção, não podendo se falar em erro. Com
relação a documentação juntada aos autos pela ré em nada acrescenta a presente discussão, sendo
vários documentos soltos, e já anexos na exordial, alem de não estabelecer nenhuma relação com
o processo. Finalmente, não se manifestando acerca da vasta documentação juntada pelo autor,
inexiste outra compreensão se não a de que a ré assente com a veracidade dos fatos imputados.

QUANTO AO MÉRITO, CUMPRE RESSALTAR QUE, EM NENHUM


MOMENTO, HOUVE NEGATIVA DO BANCO DO BRASIL QUANTO AOS
ACONTECIMENTOS LEVANTADOS PELO AUTOR, AO CONTRÁRIO, EM
VERDADE, O BANCO RÉU CONFIRMOU OS PROBLEMAS ASSEVERADOS PELO
AUTOR. CONTUDO, SEM JUNTAR AOS AUTOS QUALQUER DOCUMENTO DE
COMPROVAÇÃO, O BANCO DO BRASIL RESUMIU SUA DEFESA AFIRMANDO
QUE A CULPA DAS ILICITUDES DECORRERAM DE UM ERRO DE REPASSE DA
UNIÃO FEDERAL, FATO QUE, PORTANTO, EXCLUI A RESPONSABILIDADE POR
ILICITUDES OU CONDENAÇÕES EM DANOS MORAIS DO PRIMEIRO.

PRECEDENTES FORMULADOS POR ESTE JUÍZO.

Por fim, cumpre ressaltar que recentemente, em 2019 fora julgado na 10ª Vara Cível da
Comarca de Teresina uma sentença PROCEDENTE nos mesmos termos da presente ação. Nesse
sentido a parte autora vem juntar em anexo exemplos, ou precedentes, que foram processados e
julgados perante a Justiça Federal e Justiça Estadual. Portanto, o autor requer que sua demanda
seja julgada nos moldes apresentados pelos paradigmas suscitados.

CONCLUSÃO

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Diante do que fora estabelecido, REQUER-SE pelo reconhecimento da preclusão
consumativa em relação ao Banco do Brasil, e a consequente PROCEDÊNCIA integral da
presente demanda.

Requer-se também pelo não acolhimento da preliminar elencada pelo Réu, bem como
sejam refutadas as questões de mérito suscitadas em sede de defesa, ao tempo em que renova
todos os pedidos registrados na peça inaugural.

Termos em que pede deferimento.

Teresina-PI, 04 de dezembro de 2020.

ANDRESSA MELO MACHADO


OAB/ PI 16.928

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