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DA COMARCA DE TERESINA.
PROCESSO: 0816070-54.2020.8.18.0140
II – PRELIMINARMENTE
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal
e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.
Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade do
requerente, faz jus ao benefício, reiterando a manutenção do deferimento da justiça
gratuita conforme ID 11064627.
O Réu alega que somente promove a custódia das quantias do PASEP, e que,
por esse motivo, não possui legitimidade passiva; e que a gestão do Fundo está sob a
responsabilidade de um Conselho Diretor, vinculado à Secretaria do Tesouro Nacional
do Ministério da Fazenda, como estabelece o Decreto nº 1.608, de 28 de agosto de
1995, e investido da representação ativa e passiva do Fundo, estando suas atribuições
definidas no Decreto nº 4.751/2003 não tendo o banco réu legitimidade para figurar na
presente ação.
Perceba que são julgados recentes das maiores cortes do país e nenhum
desses casos foi considerado que a União Federal tivesse responsabilidade.
Dessa forma, é evidente que o Banco do Brasil S/A é o detentor da competência para
atualizar as contas vinculadas ao PASEP e, além disso, conforme a legislação compete também a
administração dos recursos do PASEP, de forma que não encerra interesse da União e sim do
BANCO DO BRASIL, já que a gestão da conta vinculada ao fundo do PIS/PASEP é feita pelo
Banco do Brasil, não tendo a União qualquer ingerência sobre a mesma, motivo pelo qual a
União é parte ilegítima para responder pela presente ação, devendo ser excluída da relação
processual.
Além disso, é válido ressaltar que, a parte Autora não está questionando a forma como foi
administrado o PASEP, está questionando a não preservação do saldo existente na conta
PASEP a partir da nova destinação dada pela Constituição Federal de 1988, que era de
responsabilidade do Banco do Brasil a custódia, já que É FATO INCONTROVERSO,
PÚBLICO E NOTÓRIO QUE ATÉ OS DIAS ATUAIS O BANCO DO BRASIL É O
Alega o Banco, em síntese, que a pretensão ao benefício seria, tão somente, relativa aos
cinco anos após o último depósito do saldo principal, ou seja, o prazo prescricional se iniciaria
em 1988 e teria seu fim em 1993, tendo em vista que o plenário do Supremo Tribunal Federal
declarou inconstitucionalidade do art. 23, § 5º, da lei 8.036/90, que previa a prescrição trintenária
para ação de cobrança dos valores não depositados no FGTS e requer sua aplicação com base no
princípio da simetria.
É evidente que o Banco Réu tenta levar V.Excelência ao erro. Mesmo após o depósito do
saldo principal, o banco continuou a atualizar anualmente os valores, gerindo o saldo até o
pagamento ao servidor. Os próprios documentos entregue à autora confirmam isso.
Nesse sentido:
No caso dos autos, entretanto, alega a parte autora que: ao buscar o Banco do Brasil para
efetuar o saque do PASEP, quando recebeu as microfilmagens, discriminando as movimentações
de seu fundo de aposentadoria, momento em que tomou conhecimento da insignificância do
valor depositado.
Surge como aplicável, pois, a teoria da actio nata, segundo a qual o prazo prescricional
começa a correr da possibilidade de ajuizamento da ação, o que depende da ciência do dano.
Nesse sentido:
SERVIDOR
PÚBLICO.PASEP.LEVANTAMENTO.QUESTIONAMENT O DO
VALOR. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. ENTREGA DE
EXTRATO. SEM O CONHECIMENTO DO FATO. NÃO HÁ
FALAR EM PRESCRIÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Cuida-se
de apelação interposta por Leda Porto Valença, Riléia Montenegro dos
Santos e Jandira Dantas Machado contra sentença proferida pelo
douto Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco
que, entendendo ser a aposentadoria das autoras marco inicial do
lustro prescricional por ser momento a partir do qual poderiam ter
realizado o saque, declarou a prescrição da pretensão deduzida na
inicial e extinguiu o feito, nos termo do art. 269, IV, do CPC
(identificador - 4058300.867176). 2. Aduzem, em síntese, que,
consoante a própria sentença, não é razoável exigir das autoras a
fiscalização dos depósitos que a União deveria ter efetuado o depósito.
Sustentam que o termo inicial seria com a ciência do ato danoso, o que
ainda não teria ocorrido, pois até então não tiveram acesso aos
Por fim somente com a análise minuciosa das microfilmagens anteriores a 1999 é possível
perceber e confirmar o desfalque gerado pelo Banco do Brasil. Além disso, tais microfilmagens
não são apresentadas àqueles que recebem seus benefícios, que devem requerer junto à gerência
do Banco e levam de 4 a 5 meses para serem entregues!
IV - ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS;
O PASEP até 05 de outubro de 1988 tinha uma função diferente do que é hoje.
Antigamente o trabalhador tinha uma conta gerenciada pelo Banco do Brasil na qual eram
Em sua peça de defesa o Banco Réu fez a diferença entre o Saldo Principal e
Rendimentos, porém o Banco manipula as informações para induzir V. Ex a erro, não
apresentando o devido respaldo legal e, se o traz, traz de forma incompleta e sem simetria com o
caso em questão.
O Banco do Brasil Afirma que o autor retirava anualmente valores de sua conta principal
e, portanto, os cálculos apresentam erros grosseiros.
Art.239 [...]
[...]
Art.4º [...]
Art.4º [...]
Pois bem, esses créditos aos quais o Banco se refere são os créditos previstos no art.4º,
§2º da lei complementar nº26 de 1975, quais sejam, juros e rendimentos, parcelas estas que
são FACULTADAS sua retirada conforme previsão em lei e em nada tem a haver com saque do
SALDO PRINCIPAL. Em outras palavras, existe uma enorme diferença entre saque de
saldo principal e saque dos juros e rendimentos. O saque dos juros e rendimentos é
permitido por lei, já o saque do saldo principal, só é permitido NAS HIPÓTESES
TAMBÉM ENUMERADAS PELA LEI, no entanto a sua retirada só vem ocorrer,
normalmente após 25, 30, 40 anos de serviço.
Perceba que no extrato de 1989 não existe qualquer crédito do saldo do ano anterior no
valor de NCz$ 176.878,7979 havendo uma discrepância nas contas da autora por parte do Banco do
Brasil, QUE NÃO SABE JUSTIFICAR PARA ONDE FOI O SALDO EXISTENTE EM
08/08/1988.
A falta e veracidade das alegações do Banco se comprovam também pelo fato de que
É MATEMATICAMENTE IMPOSSÍVEL questionar o valor apresentado pelo Autor com
base apenas na planilha contendo os juros a correção monetária das contas Pasep. Tanto é que a
notícia veiculada no próprio site do SENADO FEDERAL, publicou em matéria de 1999, que:
(http://www.senado.gov.br/noticias/opiniaopublica/inc/senamidia/hist
o rico/1999/11/zn11114.htm).
O que podemos concluir facilmente é que os servidores estão sendo lesados, tendo o
seu patrimônio dilapidado, enquanto a instituição financeira enriquece ilicitamente.
O artigo 341, caput do NCPC trouxe o princípio do ônus da impugnação específica, “Art.
341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas...”
Se o réu não pode deixar de contestar um fato e, ao mesmo tempo, tem o dever de não
expor defesa ciente de que é destituída de fundamento, aprimora-se o dever de lealdade das
partes (artigo 77 e 80, NCPC) – oriundo do princípio da boa-fé processual (artigo 5º, NCPC).
Em outros termos, diante do dever de lealdade estabelece-se o ônus da impugnação
especificada. Considerando-se a importância do dever de boa-fé, verdadeiro Norte para o
comportamento de todos os participantes do processo, estabelecendo-se que se presumem
verdadeiros os fatos não impugnados e confessos os que estão em concordância com os alegados
pela parte autora.
Portanto, estando demonstrada a prática de ato ilícito através dos cálculos acima
mencionados, o autor faz jus ao recebimento do valor em questão, devidamente convertido,
atualizado e corrigido e com a incidência de juros de mora, nos termos do Art. 398 do
Código Civil e Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça, conforme memória de cálculo em
anexo.
Ressalte-se, Excelência, que a memória de cálculo em anexo, traz apenas a conversão
correta do valor desde 1988 até a data atual, bem como, a aplicação dos juros de mora
desde o saque do benefício, último momento em que o Banco do Brasil poderia rever seus
atos e pagar o benefício devido, sem fraudes, desvio, ou enriquecimento ilícito.
Ressaltamos, ainda que anexamos aos presentes autos várias sentenças proferidas em
Comarcas distintas, onde o Banco do Brasil foi condenado por danos materiais e morais
decorrentes da subtração e/ou não repasse dos valores pertencentes aos servidores e que
ficaram sob a guarda e responsabilidade do citado banco, desde a mudança na destinação
Culto Julgador, o Réu impugnou os cálculos apresentados pela parte autora de forma
genérica, afirmando apenas que a metodologia e as conclusões de tais memoriais contem “erro
grosseiro”, “Planos econômicos” ou mudança de moeda diversa, não demonstrando,
especificamente qual foi o erro e quando o faz é pra reafirmar os índices já ultilizados.
Assim sendo, não resta dúvida sobre a necessária revisão dos expurgos
inflacionários devidos.
Desta forma, ocorrido o dano material, bem como o dano moral (este não fora impugnado
em sede de contestação, aplicando a revelia quanto a esse ponto específico), configurado
enquanto correntista do Banco do Brasil, o servidor estabelece um laço com aqueles que são
aptos a gerenciar os valores do PASEP, de forma que, mais uma vez, não há dúvidas acerca da
argumentação inerente aos danos morais em questão. Acerca doa impugnação dos cálculos, os
índices que foram usados os índices oficiais de correção, não podendo se falar em erro. Com
relação a documentação juntada aos autos pela ré em nada acrescenta a presente discussão, sendo
vários documentos soltos, e já anexos na exordial, alem de não estabelecer nenhuma relação com
o processo. Finalmente, não se manifestando acerca da vasta documentação juntada pelo autor,
inexiste outra compreensão se não a de que a ré assente com a veracidade dos fatos imputados.
Por fim, cumpre ressaltar que recentemente, em 2019 fora julgado na 10ª Vara Cível da
Comarca de Teresina uma sentença PROCEDENTE nos mesmos termos da presente ação. Nesse
sentido a parte autora vem juntar em anexo exemplos, ou precedentes, que foram processados e
julgados perante a Justiça Federal e Justiça Estadual. Portanto, o autor requer que sua demanda
seja julgada nos moldes apresentados pelos paradigmas suscitados.
CONCLUSÃO
Requer-se também pelo não acolhimento da preliminar elencada pelo Réu, bem como
sejam refutadas as questões de mérito suscitadas em sede de defesa, ao tempo em que renova
todos os pedidos registrados na peça inaugural.