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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA

MOACIR VIEIRA, data de nascimento: 21/01/1949, brasileiro, casado,


devidamente inscrito no CPF sob o nº 415.495.469-53, portador da cédula de
identidade RG 932.942-0, residente e domiciliada na Rua Olavo Bilac, nº 842,
Bairro Jardim Itália, Cocal do Sul/SC, CEP: 88845-000, Tel.: (48) 3644.4867 /
9.9602-4399, email: marcelolo152@gmail.com, comparece(m), através de seu
procurador infra firmado, para interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO COM
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA RECURSAL, com fulcro no artigo
1.015, inciso II c/c art. 1.019, inc. I e 101 todos do CPC/2015, pertinente a
decisão interlocutória de fl. 260 complementada pela decisão de fl. 8-10,
prolatadas pelo MM. Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de
Criciúma/SC, nos autos da ação ordinária nº 0303055-50.2018.8.24.0020 e
Embargos de Declaração nº 0004630-69.2018.8.24.0020, proposta contra
CAIXA SEGURADORA S/A, pessoa jurídica de direito privado, na pessoa de
seu representante legal, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº.
34.020.354/0001-10, com sua sede localizada a Avenida Prefeito Osmar
Cunha, nº. 183, Bloco C, sala 402, Centro, Florianópolis/SC, Cep: 88.015-100,
também oportunamente qualificado nos autos do processo originário, conforme
minuta em anexo, requerendo o seu recebimento e seu regular processamento.
Acompanham o presente agravo, todas as peças exigidas no art. 1.017,
do CPC/2015, salientado que a agravante fica isenta do pagamento de
quaisquer custas e de verbas relativas à sucumbência, até que seja julgado o
presente recurso, dispensando-se ainda a comprovação do pagamento do
preparo e das custas de porte e remessa, quando devidos, na forma do artigo
101 §1º CPC/2015.
Requer-se que seja deferida, em antecipação de tutela, total ou
parcialmente, a pretensão recursal, na forma do art. 1.019, inc. I, do CPC/2015,
no sentido de conceder a benesse da Justiça Gratuita, por ser medida da mais
inteira justiça.
Contra-minutado, ou não, requer-se o seu total provimento, cassando-se
em definitivo a r. decisão agravada, concedendo-lhe o benefício da Justiça
Gratuita na forma do artigo 98 § 1º, CPC/2015.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Nesta cidade, 28 de fevereiro de 2024.

DANIEL DE LUCA GONÇALVES


OAB/SC 22.677
MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTE: MOACIR VIEIRA


AGRAVADO: CAIXA SEGURADORA S/A

EMÉRITOS JULGADORES:

DO PREPARO E PORTE E REMESSA

Conforma consta dos autos, a parte recorrente é beneficiária da justiça


gratuita, o que lhe isento do recolhimento das custas judiciais, entre elas o
preparo e o porte e remessa.
A Constituição dispõe que “o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos” (artigo 5º, LXXIV,
CRFB/88). Trata-se de cláusula pétrea da nossa Constituição, não se podendo
incrementar o texto normativo para nele inserir outras exigências.
Em consonância aos ditames Constitucionais e art. 99, caput e § 7º, do
CPC/2015, prevê que “O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado
na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no
processo ou em recurso.” e "requerida a concessão de gratuidade da justiça
em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do
preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se
indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento."
Ainda, quanto ao Enunciado 38 do FONAJEF, o STJ tem jurisprudência
dominante de que o critério adotado como parâmetro para o deferimento do
benefício vindicado deve ser aquele previsto na Lei.
Nesse sentido do STJ:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. CONCESSÃO. PRESUNÇÃO
RELATIVA. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
1. A declaração de pobreza, com o intuito de obtenção dos
benefícios da justiça gratuita, goza de presunção relativa, em
que se admite prova em contrário. Pode o magistrado, se tiver
fundadas razões, exigir que o declarante faça prova da
hipossuficiência ou, ainda, solicitar que a parte contrária
demonstre a inexistência do estado de miserabilidade.
2. O acórdão recorrido entendeu pela concessão do benefício
da assistência judiciária pretendido, pois não vislumbrou motivo
capaz de infirmar a declaração de miserabilidade do ora
agravado.
3. A revisão do aresto no sentido de exigir mais provas do
declarante acerca das suas condições de miserabilidade
demanda exame do acervo fático-probatório dos autos, o que
inviabiliza a realização de tal procedimento, pelo STJ, no
recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ.
4. A agravante traz, como único argumento para afastar a
presunção de hipossuficiência questionada, o fato de que
o recorrido estaria fora da faixa de isenção do imposto de
renda. Esse aspecto, entretanto, não é suficiente para
afastar, por si só, o benefício da assistência judiciária
gratuita. Precedentes.
5. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 231.788/RS, Rel. Ministro CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/02/2013, DJe
27/02/2013)

Todavia, desde já a parte recorrente reitera o pedido de justiça gratuita a


corte superior, isentando-a do pagamento das às taxas judiciárias, dos
emolumentos e às custas, na forma da Lei.
Assim sendo, requer-se a extensão da benesse para esta instância
recursal.

DA TEMPESTIVIDADE

A decisão agravada foi proferida em 08/05/2018 e 22/05/2018.


Sendo intimada a agravante da decisão agravada em 17/05/2018 e
05/06/2018 (certidões de fls. 262 e 13), quando obteve vista dos autos para
manifestação tendo como início do prazo 27/03/2018.
Segundo enunciado administrativo n. 3, do STJ:

“Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015


(relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de
2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade
recursal na forma do novo CPC.”

Assim sendo, o prazo a ser observado é o previsto no art. 1.003, § 5º c/c


219 do CPC/2015.
Logo, o recurso é tempestivo.

DA DECISÃO AGRAVADA

A decisão agravada assim estabeleceu:

Vistos,
1. Colhe-se da peça vestibular que pretende a parte
demandante a concessão do benefício da gratuidade da
justiça, sob a alegação de possuir insuficiência de recursos
para custear as despesas processuais.
Dispõe o art. 98 do CPC que "a pessoa natural ou jurídica,
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da
lei".
Por sua vez, reza o § 2º do art. 99 do CPC que "o juiz poderá
indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão
de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar
à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos".
No caso em tela, não obstante o autor tenha sido intimado para
demonstrar sua hipossuficiência, extrai-se dos autos que pela
prestação jurisdicional almejada, aliado ao valor de seus
rendimentos e ao fato de não ter cumprido o despacho de fls.
256, deixando de apresentar certidões de
existência/inexistência de bens móveis e imóveis, que o autor
não preenche os pressupostos necessários para a concessão
do benefício pleiteado.
Colhe-se da jurisprudência pátria:
"Se o julgador tem elementos de convicção que destroem
a declaração apresentada pelo requerente, deve negar o
benefício, independentemente de impugnação da outra
parte." (JTJ 259/334)
2. Pelo exposto, INDEFIRO o pedido de gratuidade da justiça,
devendo a parte demandante, no prazo de 15 dias,
providenciar o recolhimento das custas iniciais, sob pena de
indeferimento da exordial (CPC, art. 321).
3. Intime-se.
Criciúma (SC), 08 de maio de 2018.
Ricardo Machado de Andrade
Juiz de Direito

DOS FATOS

Trata-se de ação em que o agravante postula a cobrança de seguro


vinculado a contrato habitacional.
O processo encontra-se em fase inicial.
Segundo o art. 1.015, inciso II, do CPC/2015, cabe agravo de
instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre mérito do
processo.
A decisão agravada indeferiu o pedido de justiça gratuita e determinou
que a parte agravante procedesse o pagamento das custas processuais,
alegando não existir nos autos, prova da hipossuficiência alegada na peça
exordial.
Entretanto, com a devida vênia, conforme dos autos, há prova da
hipossuficiência.
Às fl. 13 está declaração firmada pela parte agravante, nos termos
da Lei, que não tem condições de arcar com as custas judiciais.
Já fl. 14 está demonstrado que o agravante possui idade avançada,
ou seja, superior a 65 anos.
Por sua vez, às fl. 15 demonstrou-se que tem gastos com consumo
de agua no valor de R$ 29,50, gatos esse equivalente a consumo de baixa
renda.
Já às fls. 17-21 o agravante demonstrou sua declaração de renda
que demonstra ausência de bens vultuosos, bem como sua única renda
decorrente de aposentadoria do INSS.
Consta também dos autos, que o imóvel em discussão é daqueles
financiados a pessoas com baixa renda mensal.
Logo, a agravante não pode apresentar certidões de inexistência de
bens imóveis.
Quanto a bens móveis, conforme demonstrado às fl. 5 dos
embargos de declaração o agravante possui automóvel FUSCA 1300.
Assim, o agravante não possui condições de arcar com as despesas
processuais, requerendo se digne Vossa Excelência, a concede-lhe a benesse
da Justiça Gratuita, por ser medida da mais sublime justiça e igualdade, o qual
nosso sistema jurídico tanto preza: tratando igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.
Cabe destacar que às fl. 259 foi pedido prazo para apresentar
documentos, que por sua vez foram anexados em sede de embargos de
declaração, não deixando de cumprir a decisão agravada.
Sobre tema citamos decisão do TJSC:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO


DA JUSTIÇA GRATUITA. PEDIDO IMPROCEDENTE.
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA EM
CONFORMIDADE COM A DOCUMENTAÇÃO CONSTANTE
DOS AUTOS. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO QUE NÃO
EXIGE SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE
ELEMENTOS DE CONVICÇÃO A ENSEJAR A REVOGAÇÃO
DA BENESSE PROCESSUAL. EXEGESE DOS ARTIGOS
LXXIV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 98 E 99, § 3º, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. Existindo nos autos elementos suficientes
a comprovar que a parte não tem condições de arcar com
as custas e despesas do processo, sem prejuízo do
sustento próprio e da família, deve ser mantida a decisão
que deferiu o benefício da justiça gratuita. (TJSC,
Apelação Cível n. 0001556-30.2016.8.24.0035, de
Ituporanga, rel. Des. Jaime Ramos, Terceira Câmara de
Direito Público, j. 27-03-2018).

A título de exemplo, no Estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual 3.350


de 29/12/1999, que dispõe sobre custas judiciais e emolumentos, estabelece
em seu art. 17 e 43, que:

Art. 17 – São isentos do pagamento de custas judiciais:


X – os maiores de 60 (sessenta) anos que recebam até 10
salários mínimos.

Art. 43 - São gratuitos:

IX – Os atos Notariais e/ou Registrais efetivados em favor


de maiores de 60 (sessenta) anos que recebam até 10 (dez)
salários mínimos.

DO GRAVAME DA DECISÃO

Conforme já dito o Nobre Julgador decidiu por indeferir a justiça gratuita,


mesmo estando a parte autora enquadrada no conceito de hipossuficiente,
como pode ser observado no comprovante de rendimento.
Ainda, há de se enfatizar que a Lei estabeleceu, como único requisito
para o aproveitamento do benefício, a simples afirmação da necessidade na
petição inicial. Veja-se o artigo 99 § 3 o “Presume-se verdadeira a alegação
de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.”
Sendo assim, à pessoa natural basta a mera alegação de insuficiência
de recursos, sendo desnecessária a produção de provas da hipossuficiência
financeira.
Nessa linha de raciono manifestou-se esse Tribunal no Agravo de
Instrumento n. 0004574-15.2016.4.02.0000 (TRF2 2016.00.00.004574-2),
Órgão julgador: 7ª TURMA ESPECIALIZADA, Data de decisão: 30/03/2017,
Data de disponibilização 03/04/2017, Relator LUIZ PAULO DA SILVA ARAUJO
FILHO cuja ementa citamos:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DE


JUSTIÇA. 1. Para a concessão do benefício de gratuidade
de justiça, previsto no art. 98 do CPC e assegurado pelo
art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, basta que a parte
alegue insuficiência de recursos, podendo ser indeferido o
pedido caso existam nos autos elementos que comprovem
a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo o juiz, antes de indeferir o pedido,
determinar que a parte comprove o preenchimento dos
referidos pressupostos (art. 99, § 2º, do CPC). 2. Não há
nos autos elementos objetivos que evidenciem que a
agravante possui aporte econômico suficiente para o
pagamento de custas sem prejuízo do sustento próprio e
de sua família. 3. Recurso provido.

Também registra-se o entendimento que "para o deferimento da


gratuidade de justiça, não pode o juiz se balizar apenas na remuneração
auferida, no patrimônio imobiliário, na contratação de advogado particular
pelo reque-rente (gratuidade de justiça difere de assistência judiciária),
ou seja, apenas nas suas receitas.", manifestou-se esse Tribunal no Agravo
de Instrumento n. 0005561-17.2017.4.02.0000, Órgão julgador: 2ª TURMA
ESPECIALIZADA, Data de decisão: 31/08/2017, Data de disponibilização
14/09/2017, Relator MESSOD AZULAY NETO, cuja ementa citamos:

EMENTA PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.


AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLEITO DE
GRATUIDADE DE JUSTIÇA. MERA DECLARAÇÃO DO
INTERESSADO. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ART.
99, §3º, DO CPC. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS
CAPAZES DE ELIDIR A PRESUNÇÃO DE
VERACIDADE DA ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE
RECURSOS DEDUZIDA. - Quanto à análise do pedido
de gratuidade, comungo do entendimento,
predominante no E. STJ, de que, "Para o deferimento
da gratuidade de justiça, não pode o juiz se balizar
apenas na remuneração auferida, no patrimônio
imobiliário, na contratação de advogado particular
pelo requerente (gratuidade de justiça difere de
assistência judiciária), ou seja, apenas nas suas
receitas. Imprescindível fazer o cotejo das condições
econômico-financeiras com as despesas correntes
utilizadas para preservar o sustento próprio e o da
família." (AGARESP 201202426544, Rel. HERMAN
BENJAMIN - 2ª Turma, DJE: 15/02/2013). - A decisão
agravada fundamenta-se, apenas, nas informações
trazidas pelo INSS à fl. 96/97 dos autos originários,
demonstrando que o Autor/Agravante recebia
aposentadoria no valor de R$2.628,93 que, na
competência de agosto/2016, correspondia a pouco
mais de três salários mínimos, o que não elide a
presunção de hipossuficiência declarada pela parte
autora, mormente considerando o valor conferido à
causa, nesse caso - R$222.316,71 (duzentos e vinte e
dois mil, trezentos e dezesseis reais e setenta e um
centavos). - Recurso provido.

Ainda, quanto ao Enunciado 38 do FONAJEF, o STJ tem


jurisprudência dominante de que o critério adotado como parâmetro para
o deferimento do benefício vindicado deve ser aquele previsto na Lei
1.060/1950.
Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. CONCESSÃO. PRESUNÇÃO
RELATIVA. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
1. A declaração de pobreza, com o intuito de obtenção dos
benefícios da justiça gratuita, goza de presunção relativa, em
que se admite prova em contrário. Pode o magistrado, se tiver
fundadas razões, exigir que o declarante faça prova da
hipossuficiência ou, ainda, solicitar que a parte contrária
demonstre a inexistência do estado de miserabilidade.
2. O acórdão recorrido entendeu pela concessão do benefício
da assistência judiciária pretendido, pois não vislumbrou motivo
capaz de infirmar a declaração de miserabilidade do ora
agravado.
3. A revisão do aresto no sentido de exigir mais provas do
declarante acerca das suas condições de miserabilidade
demanda exame do acervo fático-probatório dos autos, o que
inviabiliza a realização de tal procedimento, pelo STJ, no
recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ.
4. A agravante traz, como único argumento para afastar a
presunção de hipossuficiência questionada, o fato de que
o recorrido estaria fora da faixa de isenção do imposto de
renda. Esse aspecto, entretanto, não é suficiente para
afastar, por si só, o benefício da assistência judiciária
gratuita. Precedentes.
5. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 231.788/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 21/02/2013, DJe 27/02/2013)

Destarte, indeferir tal pedido é contrariar o que estabelece a Lei, pois,


deixa-se um evidente sinal de que não foram valorizadas as alegações feitas
pela parte agravante, O QUE SE PODE INTERPRETAR COMO UMA TOTAL
NEGAÇÃO DO PRINCÍPIO JURIS TANTUM.
A jurisprudência já decidiu que não é necessário o estado de
miserabilidade da pessoa que pleiteia o benefício, mas sim a comprovação de
que não possui condições de arcar com as despesas do processo, sem
prejuízo de seu sustento.
Nesse sentindo, o cidadão não pode ficar ao desamparo, tampouco
pode ser submetido às arbitrariedades cometidas em seu desfavor. O acesso à
justiça é máxima expressão de reivindicação que o cidadão possui em prol dos
seus direitos, a fim de que sejam resolvidos seus conflitos com base na ordem
jurídica, amparada na democracia da justiça social!
Cumpre salientar que, não há na legislação pátria nenhum parâmetro
que possa medir o nível de pobreza do cidadão, e que determine quem deve
receber o benefício e a quem deve ser este negado.
Assim, está claro que a parte autora não possui condições financeiras
para arcar com as despesas processuais e, por tal motivo, deve ser concedido
o benefício da justiça gratuita a ela.
Ora, segundo o que dita o artigo 5º da Lei 1.060/50, o juiz, se não tiver
fundadas razões para indeferir o pedido de assistência, deve deferir, motivando
ou não sua decisão. Na verdade, o artigo 5º quer dizer que o julgador,
ressalvadas fortes razões, deve julgar o pedido de plano no sentido do
deferimento;

DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL

Mediante análise dos fatos narrados acima e comprovados


documentalmente, verifica-se claramente que a tutela deva ser antecipada, de
modo a conceder os benefícios da Justiça Gratuita à parte autora, por ser
direito do autor, bem como, expressão da mais lídima Justiça.
Vejamos o que determina o art. 1.019, inc. I, do CPC:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e


distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do
art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em


antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão
recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

Segundo o art. 311, do CPC, in verbis:

A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil
do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o


manifesto propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova


documental adequada do contrato de depósito, caso em que
será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental


suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu
não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá


decidir liminarmente.

Comprovou-se a urgência e a viabilidade do pleito, como ocorre no caso


em exame.
É cediço que para concessão de tutela de evidencia, necessária à
existência de prova inequívoca da alegação formulada pela agravante, a fim de
conduzir o magistrado a um juízo de verossimilhança, somada à presença de
farta prova documental, embasada pelo contraditório, capaz de demonstrar a
alegações da agravante.
Os argumentos sobejamente comprovados através de prova documental
já produzida em grande escala nos autos são o fundamento para deferimento
da tutela recursal antecipada.
Ademais, a prova inequívoca da verossimilhança da alegação, equivale
ao fumus boni iuris e ao periculum in mora.
Logo, percebe-se que há evidente desproporcionalidade da decisão
agravada, requerendo-se desde já, a antecipação dos efeitos da tutela recursal
para reformar a decisão concedendo ao autor, a benesse da Justiça Gratuita,
por não possuir este, condições de arcar com as custas, sem o seu prejuízo e
de sua família.

NOME E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS

Atento ao disposto no art. 1.016, inciso IV, do CPC, informa o nome e


endereço dos advogados do processo:
Advogado da agravante: Dr. Daniel De Luca Gonçalves, OAB/SC
22.677, com endereço profissional na Avenida Getúlio Vargas, nº 372 - Sala 65
- Ed. Milano, no bairro Centro, na cidade de Criciúma/SC, CEP: 88.801-500,
Tel: (48) 3438-2018 / 99954-9852 / 3434-4620, e-mail:
daniel.advsc@gmail.com, onde recebe notificações e intimações.
Advogado do agravado: não houve citação. CAIXA SEGURADORA
S/A, pessoa jurídica de direito privado, na pessoa de seu representante legal,
devidamente inscrita no CNPJ sob o nº. 34.020.354/0001-10, com sua sede
localizada a Avenida Prefeito Osmar Cunha, nº. 183, Bloco C, sala 402, Centro,
Florianópolis/SC, Cep: 88.015-100.

CERTIDÃO DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA

Está anexada ao presente recurso à certidão da intimação da decisão


agravada (fl. 260), conforme disciplina o inciso I, do art. 1.017, do CPC.

REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer-se:

a) estando a agravante em vias de sofrer irreparável lesão em seus


direitos, caso não haja medida cabível para prevenir tal dano, requer-se
conhecimento e provimento do presente para:
b) deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a
pretensão recursal, no sentido de concedendo ao autor, os benefícios da
Justiça Gratuita, por não possuir este, condições de arcar com as despesas
processuais sem o seu prejuízo e de sua família.
c) a intimação do agravado para, querendo, no prazo legal, apresentar
contrarrazões.
d) por fim, que o presente Agravo de Instrumento seja recebido em seus
ambos efeitos, e no mérito, requer-se o seu total provimento, cassando-se em
definitivo a r. decisão agravada, no sentido de conceder ao agravante a
benesse da Justiça Gratuita, bem como, o prosseguimento do processo nos
seus trâmites regulares.
DECLARAMOS, para os devidos fins, serem autênticas todas as cópias
extraídas do processo indicado, visando o embasamento do presente agravo,
as quais são as seguintes e foram extraídas dos autos autuados e seus
incidente:

Processo: 0303055-50.2018.8.24.0020:

Petição Inicial - fls. 1-10


Procuração do Agravante - fl. 11
Declaração de hipossuficiência - fl. 13
Documento de identificação - fl. 14
Comprovante pagamento de consumo de água - fl. 15
Renda mensal do agravante - fl. 17-21
Contestação - fl. ainda não houve citação
Petição em ensejou a decisão agravada - fls.1-10 e 259
Decisão agravada - fls. 260
Procuração do Agravado - fl. ainda não houve citação
Certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade - fl. 262

Processo: 0004630-69.2018.8.24.0020:

Embargos de Declaração - fls. 1-4


Certificado de registro e licenciamento de veículos - fl. 5
Renda mensal do agravante - fl. 6-7
Petição em ensejou a decisão agravada - fls.1-4
Decisão agravada - fls. 8-10
Certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade - fl. 13
Nestes termos,
Pede deferimento.

Nesta cidade, 28 de fevereiro de 2024.

DANIEL DE LUCA GONÇALVES


OAB/SC 22.677

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