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EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

JUIZ FEDERAL DA 34ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DE PERNAMBUCO.

Processo: 0502310-98.2021.4.05.8312
Recorrente: UNIÃO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL E OUTROS
Recorrido: CARLOS ROBERTO DOS SANTOS

A parte autora/recorrida, devidamente qualificada nos autos em epígrafe, por


intermédio de seu advogado infra-firmado, em resposta ao despacho retro, para
apresentar CONTRARRAZÕES DE RECURSO, nos seguintes termos:
De maneira sucinta e objetiva, será tratada esta questão, face sua singeleza.
Ocorre que a Turma Recursal deste TRF já firmou orientação que de derruba
a tese da recorrente, as exemplo das seguintes decisões:

(...)
Do Decreto 7.133/2010:
O decreto 7.133 publicado em 22.03.2010 estipulou os critérios e
procedimentos gerais a serem observados para a realização das
avaliações de desempenho individual e institucional da gratificação
em apreço. Entretanto, o art. 7º-A da Lei instituidora da GDPGPE,
estabelece em seu parágrafo 7º. A concessão de 80% do seu valor
máximo até que sejam processados os resultados da primeira
avaliação individual e institucional.
De acordo com o Decreto, o direito à paridade deve perdurar até
que seja efetivada pela União a aplicação das avaliações e
processados os seus resultados. Portanto, não assiste razão à
União.
(...)1 grifo nosso
“(...)
Por fim, o Decreto nº. 7.133/10 estipulou os critérios e procedimentos
gerais a serem observados para a realização das avaliações de
desempenho individual e institucional da gratificação em
apreço.Entretanto, o art. 7º-A da Lei instituidora da GDPGPE,
estabelece em seu parágrafo 7º. a concessão de80% do seu valor
máximo até que sejam processados os resultados da primeira
avaliação individual e institucional.
Nesse sentido, o direito à paridade deve perdurar até que seja
comprovada pela União a efetiva aplicação das avaliações e
seus resultados.(...)”2 grifo nosso

E mais:

1
Recurso Inominado 2010.72.50.006025-3
2
Recurso Inominada 2010.72.50.006025-3, rel. Zenildo Bodnar
Como o parágrafo 7º do artigo 7º-A, incluído pela Lei nº 11.784/08, conferiu a
todos os servidores o direito a 80% (oitenta por cento) de seu valor máximo até que
seja regulamentada a nova contribuição e processados os resultados da primeira
avaliação individual e institucional, a meu sentir, da mesma forma que a GDATA e a
GDPGTAS, a GDPGPE assumiu caráter de gratificação de natureza geral, devendo
ser, portanto, estendida aos servidores inativos, do mesmo modo que aos ativos,
desde que o seu benefício de aposentadoria ou pensão tenha sido instituído até a
EC 41/2003.
Neste sentido, apontam os seguintes julgados:

ADMINISTRATIVO – SERVIDOR PÚBLICO – GRATIFICAÇÃO DE


DESEMPENHO DE ATIVIDADE TÉCNICO-ADMINISTRATIVA -
GDATA – LEIS Nº 10.404/2002 E Nº 10.971/2004 - GRATIFICAÇÃO
DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE TÉCNICO-ADMINISTRATIVA E
DE SUPORTE - GDPGPE – LEI Nº 11.784/2008 - EXTENSÃO AOS
INATIVOS E PENSIONISTAS – POSSIBILIDADE. I – “Gratificação
de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA -
instituída pela Lei 10.404/2002: extensão a inativos: pontuação
variável conforme a sucessão de leis regentes da vantagem. RE
conhecido e provido, em parte, para que a GDATA seja deferida aos
inativos nos valores correspondentes a 37,5 (trinta e sete vírgula
cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e nos termos
do art. 5º, parágrafo único, da Lei 10.404/2002, para o período de
junho de 2002 até a conclusão dos efeitos do último ciclo de
avaliação a que se refere o art. 1º da MPv. 198/2004, a partir da qual
passa a ser de 60 (sessenta) pontos.” (STF-Pleno, RE nº
476.279/DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU 15/06/2007.) II – A
regra de transição instituída pelo § 7º do art. 7º-A da Lei
11.784/2008, que criou a GDPGPE - Gratificação de Desempenho do
Plano Geral de Cargos do Poder Executivo, ao garantir aos
servidores em atividade sem avaliação de desempenho percentual
(80%) superior ao conferido aos inativos e pensionistas (50 pontos),
criou disparidade entre servidores que se encontravam em iguais
circunstâncias, ou seja, sem a avaliação de desempenho legalmente
prevista. Exatamente nesse sentido é a atual orientação do Supremo
Tribunal Federal, que, no julgamento do RE nº 476.279/DF, acima
transcrito, examinou a regra de transição da GDATA (art. 6º da Lei nº
10.404/2002), análoga à da gratificação objeto dos presentes autos,
estendendo sua aplicação a todos os servidores ativos e inativos. III
– Apelação e remessa necessária parcialmente providas. (TRF2R,
processo 200751020046587, Rel. Des. Federal Castro Aguiar, DJU
05.08.2009)

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DO PLANO
GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO - GDPGPE.
SERVIDORES PÚBLICOS APOSENTADOS. PERCEPÇÃO EM
PARIDADE COM OS SERVIDORES ATIVOS NÃO AVALIADOS.
IMPROVIMENTO DO RECURSO. - Até que se estabeleçam os
critérios de avaliação para fins de recebimento da GDPGPE, devem
os servidores inativos recebê-la no patamar de 80%, já que foi esse o
percentual previsto para ser oferecido aos servidores da ativa "até
que se 2 Recurso Inominado 2010.72.50.006025-3, rel. Zenildo
Bodnar efetivem as avaliações que considerem as condições
específicas de exercício profissional" (art. 7ºA, parágrafo 9º, da Lei nº
11.784/2008). - Precedentes desta Corte. - Agravo de instrumento
improvido. (TRF5R, processo 200905000562421, Rel. Des. Federal
Rubens de Mendonça Cauto, DJE 19.11.2009)

Assim, a GDPGPE deve ser integralmente estendida aos inativos alcançados


pelo art. 7º da EC 41/2003 até a realização efetiva da avaliação de desempenho.
Entretanto, no caso dos autos, a sentença recorrida confere o direito ao
pagamento da GDPGPE aos aposentados e pensionistas sob 80 pontos, em
paridade com os servidores públicos da ativa, desde 01.01.2009 (data estabelecida
na lei que criou a referida gratificação) até a data de publicação do Decreto nº 7.133,
de 2010, sob o fundamento de que nesse período a gratificação tinha caráter
genérico, o qual foi perdido com a edição do referido decreto, que regulamenta a
forma de avaliação de desempenho e, por isso mesmo, atribui à gratificação caráter
propter laborem, permitindo, a partir de então, o pagamento diferenciado entre
servidores ativos e inativos.
Os cálculos do valor da condenação, por sua vez, incluem valores da
gratificação devidos no período compreendido entre janeiro de 2009 e março de
2010, sem divisão pro rata da gratificação neste último mês (80 pontos do dia 1º ao
dia 22 e 50 pontos do dia 23 ao dia 31 de março).
Esta Turma Recursal tem adotado o entendimento de que a simples edição
do Decreto nº 7.133, de 2010, sem a efetiva demonstração de que as avaliações de
desempenho estão efetivamente sendo realizadas para o cálculo da GDPGPE, não
é suficiente para afastar a paridade. Com efeito, extrai-se dos dispositivos do
referido decreto que ele não é auto-aplicável, dependendo da publicação de
regulamentação inferior específica, bem como das metas globais de avaliação de
desempenho individual e institucional, sem os quais a gratificação continua a ser
paga em 80 pontos. É o que dispõem os seguintes artigos do referido decreto:

Art. 5º (...)
§ 2o As metas globais referentes à avaliação de desempenho
institucional serão fixadas anualmente, em ato do dirigente máximo
do órgão ou entidade de lotação ou do Ministro de Estado ao qual o
órgão ou entidade esteja vinculado, conforme disposto nas leis que
instituíram as gratificações de desempenho de que trata este
Decreto, podendo ser revistas, a qualquer tempo, na hipótese de
superveniência de fatores que influenciem significativa e diretamente
a sua consecução, desde que o órgão ou entidade não tenha dado
causa a tais fatores.
Art. 7º Os critérios e procedimentos específicos de avaliação de
desempenho individual e institucional e de atribuição das
gratificações de desempenho regulamentadas por este Decreto
serão estabelecidos em ato do dirigente máximo do órgão ou
entidade ou do Ministro de Estado ao qual o órgão ou entidade esteja
vinculado, observada a legislação específica de cada gratificação de
desempenho referida no art. 1o.
Parágrafo único. O ato a que se refere o caput deverá conter:
I - os critérios, as normas, os procedimentos, os mecanismos de
avaliação e os controles necessários à implementação da
gratificação;
II - a identificação do responsável pela observância dos critérios e
procedimentos gerais e específicos de avaliação de desempenho em
cada unidade de avaliação;
III - a data de início e término do ciclo de avaliação, o prazo para
processamento das avaliações e a data a partir da qual os resultados
da avaliação gerarão efeitos financeiros;
IV - os fatores a serem aferidos na avaliação de desempenho
individual;
V - o peso relativo do cumprimento de metas e de cada fator,
referidos no art. 4o, e de cada conceito, referido nos §§ 3o e 4o do
art. 4o, na composição do resultado final da avaliação de
desempenho individual;
VI - os indicadores de desempenho institucional;
VII - a metodologia de avaliação a ser utilizada, abrangendo os
procedimentos que irão compor o processo de avaliação, a
seqüência em que serão desenvolvidos e os responsáveis pela sua
execução;
VIII - os procedimentos relativos ao encaminhamento de recursos por
parte do servidor avaliado;
IX - as unidades da estrutura organizacional do órgão ou entidade
qualificadas como unidades de avaliação; e
X - a sistemática de estabelecimento das metas, da sua
quantificação e revisão a cada ano.
Art. 10. As avaliações de desempenho individual e institucional serão
apuradas anualmente e produzirão efeitos financeiros mensais por
igual período.
(...)
§ 4o Até que sejam processados os resultados do primeiro ciclo
de avaliação de desempenho, as gratificações de desempenho
serão pagas no valor correspondente a oitenta pontos,
observados os respectivos níveis, classes e padrões, exceto
nos casos em que a legislação específica da gratificação
dispuser de forma diversa.
§ 5o O primeiro ciclo de avaliação terá início trinta dias após a data
de publicação das metas de desempenho, a que se refere o § 1o do
art. 5o, exceto nos casos em que a legislação específica da
gratificação dispuser de forma diversa.
§ 6o O resultado da primeira avaliação de desempenho processada
de acordo com o disposto neste ato gerará efeitos financeiros a partir
da publicação do ato a que se refere o § 2o do art. 5o, ou na data
estabelecida na lei específica de cada gratificação de desempenho.
É evidente, assim, que a simples publicação do Decreto nº 7.133,
de 2010, não transformou o caráter geral da gratificação.(...)”3
GRIFO NOSSO

Por fim, traz à luz recente decisão, onde de maneira brilhante restou
apreciada a questão relativa ao Dec. 7.133/2010, in verbis:

3
Recurso Inominado 2010.72.50.006023-0, Rel. Juíza Luísa Hickel Gamba
“Recurso contra Sentença
Relator : Zenildo Bodnar
VOTO
Trata-se de recursos interpostos pela parte autora e pela União
contra sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de
pagamento, aos servidores inativos, de gratificação(ões) de
desempenho nos mesmos patamares concedidos aos servidores em
atividade.
A sentença merece reforma, uma vez que está em desacordo com a
jurisprudência e com a documentação juntada ao processo, e
também com os precedentes desta Turma, tão-somente no que diz
respeito à insurgência do recurso da parte autora.
Critérios de julgamento adotados por este colegiado e que
expressam a síntese dos entendimentos nas matérias comumente
versadas nos pleitos relativos ao pagamento, aos servidores inativos,
de gratificação(ões) de desempenho nos mesmos patamares
concedidos aos servidores em atividade:
1. Extinção do processo com base na Súmula Vinculante do STF
Quanto à extinção sem resolução do mérito, a rigor, de fato, não há
interesse de agir.
Todavia, nos autos do processo nº. 2009.72.64.003644-0 este Juízo
intimou a União para prestar esclarecimentos acerca da posição
oficial e institucional no que tange ao completo e integral respeito ao
entendimento fixado na Súmula Vinculante do STF.
Em resposta, a União esclareceu a orientação dada aos Advogados
da União no que diz respeito à atuação processual envolvendo esta
matéria, no sentido de não interpor mais recursos, assim como a
desistência dos já interpostos. Entretanto, não demonstrou
conclusivamente que está espontaneamente aplicando o que já
sumulou administrativamente e nem o que agora foi imposto pelo
STF, uma vez que não há notícias de que se está concedendo
corretamente as diferenças/gratificações a todos os servidores,
inclusive inativos; bem como, se a aplicação da Súmula pela
administração contempla a totalidade e a amplitude dos pleitos
deduzidos na inicial.
Por esses motivos, excepcionalmente, e ao menos até que a União
comprove a integral satisfação administrativa do que foi sumulado,
entendo que está justificado o interesse processual da parte autora.
2. Data de concessão do benefício
No que diz respeito à data de concessão do benefício, conforme
julgamento do RE 476.279, a EC 41/2003 “eliminou do texto
constitucional a garantia de paridade entre vencimentos e proventos”
e é inviável estender majorações salariais tão-só com fundamento na
razoabilidade ou na isonomia (Súmula 339 do STF).
Logo, não há como acolher a pretensão à equiparação dos
aposentados e pensionistas cujos benefícios foram concedidos
posteriormente à entrada em vigor da EC 41/2003, ocorrida em
janeiro de 2004.
No caso dos autos, a parte autora comprova que se aposentou ou
tinha direito à aposentadoria antes da entrada em vigor da emenda
constitucional 41/2003.
3. Aposentadoria concedida com base na regra prevista no
artigo 3º da EC 47/05
A EC 41/03 atribuiu nova redação ao § 8º do artigo 40 da CRFB,
abolindo a equiparação de ajuste e extensão de quaisquer benefícios
ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em
atividade aos pensionistas, constante na redação original do
dispositivo em apreço.
Nesse sentido, está consolidado o entendimento de que não há
direito à extensão equivalente das gratificações, ainda que em
caráter geral, dos servidores ativos aos servidores inativos cuja
aposentadoria/pensão foi instituída posteriormente a EC 41/03 e,
portanto, não abrangidos pela regra de transição.
Ao assim dispor, é evidente que a extensão da equivalência de
gratificações está limitando aos servidores abrangidos pela regra de
transição.
Cabe colacionar a redação do artigo 3º. da EC 41/03:
Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de
aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão aos seus
dependentes, que, até a data de publicação desta Emenda, tenham
cumprido todos os requisitos para obtenção desses benefícios, com
base nos critérios da legislação então vigente.
Infere-se, do presente dispositivo, que somente os que já eram
inativos na data da publicação da EC 41/03 ou que já haviam
incrementado todos os requisitos para sua concessão gozam da
equivalência de revisão de rendimentos do art. 7º, do mesmo
diploma, que assim dispõe:
Art. 7º Observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal,
os proventos de aposentadoria dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo e as pensões dos seus dependentes pagos pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, em fruição na data de publicação desta Emenda, bem
como os proventos de aposentadoria dos servidores e as pensões
dos dependentes abrangidos pelo art. 3º desta Emenda, serão
revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se
modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo
também estendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma
da lei.
Assim, somente cabe a extensão de reajustes naquelas duas
situações descritas.
Passando-se a análise do artigo 3º. da EC 47/05, tem-se a seguinte
redação:
Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas
estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras
estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de
2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha
ingressado no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá
aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha,
cumulativamente, as seguintes condições:
I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de
contribuição, se mulher;
II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze
anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a
aposentadoria;
III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do
art. 40, § 1º, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano
de idade para cada ano de contribuição que exceder a condição
prevista no inciso I do caput deste artigo.
Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias
concedidas com base neste artigo o disposto no art. 7º da Emenda
Constitucional nº 41, de 2003, observando-se igual critério de revisão
às pensões derivadas dos proventos de servidores falecidos que
tenham se aposentado em conformidade com este artigo.
Assim, observa-se que o parágrafo único do artigo 3º. da EC 47/05
condiciona também à observância dos critérios estabelecidos na EC
41/03, uma vez que faz referência a artigos deste diploma. Isto
implica, por sua vez, na revisão igualitária aos servidores que já
tinham instituídos a aposentadoria/pensão ou que já haviam
incrementado todos os requisitos para sua concessão na data da
publicação da EC 41/03.
4. Incompetência dos JEF’s
Não há falar-se em incompetência absoluta dos JEF’s para processar
e julgar o feito, uma vez que, conforme consta do cálculo prévio de
liquidação elaborado pela Contadoria do Juizado de origem, o valor
da causa não extrapola o limite de laçada deste Juizado Especial.
De toda sorte, para fixação do valor da causa deve-se observar a
Súmula nº. 12 desta Turma Recursal:
Nas demandas em que se postulam prestações vencidas e
vincendas, fixa-se o valor da causa com base apenas no montante
atualizado das parcelas vencidas até a data do ajuizamento da ação.
5. Impossibilidade jurídica do pedido
Não há falar-se em impossibilidade jurídica do pedido porquanto o
objeto dalide versa sobre extensão a servidor inativo de vantagem
pecuniária prevista em lei, o que não se confunde com o pedido de
aumento salarial por meio de ato jurisdicional. Dessa forma, não há
vedação legal à pretensão da parte autora, sendo passível de análise
pelo Judiciário.
6. Prejudicial de mérito - Prescrição
Em relação à prescrição, de acordo com o disposto no art. 1º do
Decreto nº. 20.910/32, encontram-se prescritas as importâncias
relativas ao qüinqüênio que antecede ao ajuizamento desta ação.
A prescrição bienal e/ou trienal, regulada pelo art. 206 do Código
Civil, não se aplica ao presente caso, uma vez que se está a tratar de
atos da Administração, de forma que as regras do Código Civil
aplicar-se-iam apenas de forma subsidiária. Como existe norma
especial que disciplina a prescrição em face da Administração
Pública, não se aplicam as regras contidas no Código Civil, em
obediência ao princípio da especialidade da norma.
7. Decadência
Não há decadência. Ocorrendo a supressão de vantagem, é nesse
momento que surge a pretensão do autor. Ademais, no caso, por se
tratar de prestação de trato sucessivo, o prazo decadencial renova-
se mês a mês.
8. Mérito
Pretende o autor, servidor aposentado ou pensionista deste, a
percepção de gratificação(ões) com a mesma pontuação paga aos
servidores públicos ativos.
As gratificações de desempenho, tais como, a Gratificação de
Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa – GDATA (Lei nº
10.971/2004 – art. 1º), de Atividade Previdenciária – GDAP (Lei
10.355/2001 - artigo 9º), de Atividade do Seguro Social – GDASS
(Lei 10.855/2004, artigo 11, § 11), de Atividade da Seguridade Social
e do Trabalho – GDASST (Lei 10.483/2002, artigo 13), de Carreira da
Previdência, da Saúde e do Trabalho – GDPST (Lei 11.355/2006,
artigo 5º -B, § 5º), pela Qualidade do Desempenho no Inmetro –
GQDI (Lei 11.355/2006, artigo 61 – C, § 2º), de Atividade Técnico
Operacional em Tecnologia Militar – GDATEM (Lei 11.355/2006,
artigo 122), de Atividade Técnico Administrativa e de Suporte –
GDPGTAS (Lei 11.357/2006, artigo 7º, § 7º), de Efetivo Desempenho
em Regulação – GEDR (Lei 11.357/2006, artigo 36-A, § 2º), de
Atividade de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde
Pública – GDACTSP (Lei 11.355/2006, artigo 37-A, § 2º), de
Atividade em Pesquisa, Produção e Análise, Gesta e Infra-Estrutura
de Informações Geográficas e Estatísticas – GDIBGE (11.355/2006,
artigo 81-C, § 2º), de Atividade na Área de Propriedade Industrial –
GDAPI (Lei 11.355/2006, artigo 100–E, § 2º), de Atividades de
Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais –
GDAFE (Lei 11.357/2006, artigo 48-G), de Atividade do Plano
Especial de Cargos do FNDE – GDPFNDE (Lei 11.357/2006, artigo
48-G), de Atividades Especializadas e Técnicas de Informações e
Avaliações Educacionais – GDIAE (11.357/2006 que o artigo 62- B, §
2º), de Atividades de Estudos, Pesquisas e Avaliações Educacionais
– GDINEP (11.357/2006 que o artigo 62-B, § 2º), de Atividade de
Ciência e Tecnologia – GDACT (Lei 11.907/2009, artigo 52), do
Plano Geral de Cargos do Poder Executivo – GDPGPE (Lei
11.357/2006, artigo 7º -A, § 7º), de Atividade Técnico-Executiva e de
Suporte do Meio Ambiente – GTEMA (Lei 11.357/2006, artigo 17 –F),
dos Planos Especiais de Cargos das Agências Reguladoras –
GDPCAR (Lei 11.357/2006, artigo 31–I, § 2º), de Atividades de
Chancelaria – GDACHAN (Lei 11.907/2009, artigo 11, § 2º), de
Atividade de Controle e Segurança de Tráfego Aéreo – GDASA (Lei
11.907/2009, artigo 27), de Atividade de Perícia Médica
Previdenciária – GDAPMP (Lei 11.907/2009, artigo 45), de Atividade
de Infra- Estrutura de Transportes – GDAIT (Lei 11.907/2009, artigo
64), de Atividades Administrativas do Dnit GDADNIT (Lei
11.907/2009, artigo 64), de Atividade de Transportes e Atividades
Administrativas do Plano Especial de Cargos do Dnit – GDAPEC (Lei
11.907/2009, artigo 64), da Suframa – GDSUFRAMA (Lei
11.907/2009, artigo 73), da Embratur - GDATUR (11.907/2009, artigo
77), de Atividade de Especialista Ambiental – GDAEM (Lei
11.907/2009, artigo 92), de Atividade Técnico-Administrativa do Meio
Ambiente – GDAMB (Lei 11.156/2005, artigo 14), de Atividade do
Tribunal Marítimo- GDATM (Lei 11.907/2009, artigo 107), de
Atividade Indigenista - GDAIM (Lei 11.907/2009, artigo 113), de
Atividade de Assistência Especializada e Técnico-Administrativa do
Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça –
GDAPEN (Lei 11.907/2009, artigo 129), de Atividade de Agente
Penitenciário Federal - GDAPEF (Lei 11.907/2009, artigo 129), de
Atividades Administrativas do DNPM - GDADNPM, de Atividades de
Recursos Minerais – GDARM (Lei 11.907/2009, artigo 164), de
Atividades de Produção Mineral – GDAPM (Lei 11.907/2009, artigo
164), de Atividades Administrativas do DNPM – GDADNPM (Lei
11.907/2009, artigo 164), de Pesquisa e Investigação Biomédica em
Saúde Publica - GDAPIB (Lei 11.907/2009, artigo 197, § 2º), de
Atividade de Apoio Técnico-Administrativo na AGU - GDAA (Lei
11.907/2009, artigo 214), de Atividade dos Fiscais Federais
Agropecuários – GDFFA (Lei 11.907/2009, artigo 218), de Atividade
Técnica de Fiscalização Agropecuária – GDAFTA (Lei 11.907/2009,
artigo 221), de Atividade de Perito Federal Agrário – GDAPA (Lei
11.907/2009, artigo 224), de Atividade de Reforma Agrária – GDARA
(Lei 11.907/2009, artigo 226), de Atividade Fazendária - GDAFAZ
(Lei 11.907/2009, artigo 242), de Atividade Técnico-Administrativa
em Regulação – GDAR (Lei 11.907/2009, artigo 271) e de Atividade
de Recursos Hídricos - GDRH (Lei 11.907/2009, artigo 275), bem
assim novas gratificações de desempenho com idêntica natureza,
estrutura e finalidade, embora detenham natureza pro labore
faciendo, se transmudam em gratificações de natureza genérica,
extensíveis aos servidores inativos em igualdade de condições com
os ativos pela falta de regulamentação e de efetiva aplicação das
necessárias avaliações de desempenho.
Por fim, acerca da matéria ressalto que o STF editou a Súmula
Vinculante n° 20, de 29/10/2009, com a seguinte redação:
A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa -
GDATA, instituída pela Lei nº 10.404/2002, deve ser deferida aos
inativos nos valores correspondentes a 37,5 (trinta e sete vírgula
cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e, nos termos
do artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 10.404/2002, no período de
junho de 2002 até a conclusão dos efeitos do último ciclo de
avaliação a que se refere o artigo 1º da Medida Provisória no
198/2004, a partir da qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos.
9. Jurisprudência
Acerca da matéria abordada, mutatis mudandis, vejam-se as
seguintes
ementas:
ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE
ATIVIDADES PREVIDENCIÁRIAS – GDAP. PREVISÃO LEGAL DE
PERCEPÇÃO LINEAR E GERAL. EXTENSÃO AOS INATIVOS.
POSSIBILIDADE. 1. Segundo o Pretório Excelso, a análise da
natureza jurídica de gratificação concedida aos servidores públicos,
por força de previsão legal, realizada com o fito de identificar a
extensão, ou não, da verba remuneratória aos inativos e
pensionistas, não refoge à competência desta Corte Superior de
Justiça. 2. Havendo previsão legal – linear e geral – no tocante à
Gratificação de Desempenho de Atividades Previdenciárias – GDAP
e, tendo os inativos exercido o mesmo cargo ou função quando da
aposentadoria, não há como ser afastada a extensão daquela aos
seus proventos, sempre que houver modificação na remuneração
dos servidores ativos. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido.
(AGRESP 200900645949, LAURITA VAZ, STJ - QUINTA TURMA,
02/08/2010)
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO.
GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE
FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA – GDAFA. EXTENSÃO AOS
INATIVOS. POSSIBILIDADE. 1. A natureza jurídica da Gratificação
de Desempenho de Fiscalização Agropecuária – GDAFA, instituída
nos termos do art. 30 da Medida Provisória n.º 2.229-43/2001, é de
caráter linear e geral. Precedentes. 2. Havendo previsão legal –
linear e geral – no tocante à vantagem pecuniária e, tendo os inativos
exercido o mesmo cargo ou função quando da aposentadoria, não há
como ser afastada a extensão daquela aos seus proventos, sempre
que houver modificação na remuneração dos servidores ativos. 3.
Agravo regimental desprovido. (AGA 201000395050, LAURITA VAZ,
STJ - QUINTA TURMA, 07/06/2010)
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO
ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE
ATIVIDADE DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA. EXTENSÃO
AOS APOSENTADOS. POSSIBILIDADE. 1. "Os proventos de
aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em
atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria,
na forma da lei." (artigo 40, parágrafo 4º, da Constituição da
República - Redação anterior à Emenda Constitucional nº 20, de 15
de dezembro de 1998). 2. É direito dos inativos a extensão da
Gratificação de Desempenho de Atividade de Fiscalização
Agropecuária - GDAFA, concedida de forma geral a todos os
servidores ativos ocupantes de cargos efetivos da Carreira de Fiscal
Federal Agropecuário, sem exigência de qualquer requisito
específico ou especial. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido.
(AGRESP 200602657550, HAMILTON CARVALHIDO, STJ - SEXTA
TURMA, 07/04/2008)
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO.
GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE TÉCNICO-
OPERACIONAL EM TECNOLOGIA MILITAR (GDATEM).
EXTENSÃO AOS INATIVOS. POSSIBILIDADE. CONSECTÁRIOS.
SUCUMBÊNCIA. . Enquanto não forem regulamentados os critérios
para a concessão da GDATEM com base nas avaliações de
desempenho dos servidores da ativa, a gratificação deve ser
estendida, nos mesmos percentuais, aos inativos, em observância ao
princípio constitucional da paridade salarial. Omissis . Apelação
parcialmente provida. (AC 200871020025819, CARLOS EDUARDO
THOMPSON FLORES LENZ, TRF4 – TERCEIRA TURMA,
18/11/2009)
10. Decreto nº. 7.133/10
O Decreto nº. 7.133/10 estipulou os critérios e procedimentos gerais
a serem observados para a realização das avaliações de
desempenho individual e institucional da gratificação em apreço.
Entretanto, a lei instituidora estabelece o valor máximo até que sejam
processados os resultados da primeira avaliação individual e
institucional.
Veja-se, ainda, que o Decreto recentemente editado e que
regulamenta a avaliação de desempenho, exige a satisfação de uma
série de requisitos e procedimentos cuja observância não restou
conclusivamente demonstrada pela parte ré neste caso.
Nesse sentido, o direito à paridade deve perdurar até que seja
comprovada pela União a efetiva aplicação das avaliações e seus
resultados.
Assim, a gratificação é devida à parte autora nos mesmos moldes
que os servidores ativos até que sejam aferidos os resultados da
primeira avaliação individual e institucional.
Em conclusão, a gratificação pretendida deve ser concedida sem
limitação temporal.
11. Vácuo legislativo em relação à GDPST
O entendimento desta Turma é de que, no período de vácuo
legislativo – 1º/3/2008 a 28/8/2008 – não é devida a GDPST por
ausência de previsão legal de pontuação a ser percebida.
Nesse sentido, só seria devida a pontuação pleiteada nesse período
se a posterior regulamentação determinasse a retroação dos efeitos
financeiros, pois limitada à observância do princípio da legalidade.
Entretanto, não há tal comando nem na MP nº. 431/08, nem na Lei
nº. 11.355/06, com redação dada pela Lei nº. 11.784/08, motivo pelo
qual são indevidas as montas pleiteadas neste interregno.
12. Regulamentação da avaliação de desempenho em relação à
GDAMB e GTEMA
Em que pese as alegações do IBAMA quanto ao estabelecimento
dos critérios de avaliação de desempenho individual e institucional
fixados com a edição das Portarias 392/05 e 219/06 aos servidores
da ativa, não ficou demonstrado que efetivamente tais critérios de
avaliação tenham sido aplicados, passando referida gratificação a ser
paga com base em avaliações de desempenho individual destes
servidores.
Veja-se, ainda, que os Decretos editados, e que regulamentam a
avaliação de desempenho, exigem a satisfação de uma série de
requisitos e procedimentos cuja observância não restou
conclusivamente demonstrada pelo IBAMA neste caso.
Nesse sentido, o direito à paridade deve perdurar até que seja
comprovada a efetiva aplicação das avaliações e seus resultados.
13. Pagamento do complemento positivo por RPV
A requisição da expedição de complemento positivo não se
contrapõe às normas constitucionais, uma vez que possui natureza
mandamental, não se sujeitando ao art. 100 da Constituição Federal.
Acerca da matéria, veja-se o que prescreve a Súmula nº. 13 das
Turmas Recursais de Santa Catarina:
As parcelas vencidas a partir da sentença constituem obrigação de
fazer, sendo devido o pagamento diretamente pela administração,
dispensada a requisição de pequeno valor ou precatório.
14. Retenção da contribuição previdenciária
Quanto à retenção da contribuição previdenciária – e objetivando
uniformizar o entendimento entre as turmas - altero o posicionamento
anteriormente adotado, por considerar que este tema não é objeto
específico desta lide nos termos em que a mesma foi delimitada na
inicial e respectiva defesa. Nesta questão, o magistrado atua apenas
na condição de autoridade administrativa sujeita aos estritos limites
da lei tributária, não sendo correta nem adequada eventual prestação
jurisdicional em desconformidade com os estritos limites da lide. Pelo
exposto, deve ser afastada da sentença eventual decisão relativa a
este tema ou não conhecido o recurso da União neste particular caso
esta matéria não tenha sido objeto de pronunciamento jurisdicional.
15. Implantação em folha
A insurgência contra a determinação na sentença para implantação
da gratificação em folha de pagamento não deve prosperar.
Isso porque a determinação para implantação da(s) referida(s)
gratificação(ões) em folha de pagamento decorre do próprio pedido
de pagamento a diferença dos valores relacionados à gratificação.
16. Compensação de valores pagos
Ressalvo a possibilidade de a União efetuar a compensação dos
valores que eventualmente já tenham sido pagos pela Administração.
17. Multa
A imposição de multa por descumprimento de ordem judicial
configura instrumento de efetividade da prestação jurisdicional.
Ressalte-se que não há falar em inaplicabilidade de multa diária,
inexistindo qualquer vedação no que se refere à cominação de
astreinte contra a Fazenda Pública.
Em conclusão: a sentença deve ser reformada em parte, tão-
somente em relação à insurgência recursal da parte autora, uma vez
que dissonante dos critérios adotados por esta Turma.
Considero prequestionados os dispositivos enumerados pelas partes
nas razões e contrarrazões recursais, declarando que a decisão
encontra amparo nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 e
na legislação infraconstitucional, aos quais inexiste violação. O juízo
não está obrigado a analisar todos os argumentos e dispositivos
indicados pelas partes em suas alegações, desde que tenha
argumentos suficientes para expressar sua convicção.
Sem condenação em honorários advocatícios à parte autora em
razão do provimento do recurso.
Condeno a União no pagamento de honorários advocatícios os quais
arbitro em 10% do valor da condenação ou, não havendo
condenação, sobre o valor atualizado da causa. A condenação em
honorários não pode ser inferior ao salário mínimo, salvo se o valor
devido à parte autora o for, hipótese em que os honorários devem
corresponder à condenação. Caso o valor dos honorários tenha
como base de cálculo o valor da causa este deverá ser corrigido pelo
IPCA-E da data do ajuizamento até 30.06.2009. Após esta data
(30.06.2009), deve-se aplicar exclusivamente o critério
exclusivamente o critério de correção previsto no artigo 5º da Lei
11.960/2009.
Ante o exposto, voto por DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA
PARTE AUTORA e NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA
UNIÃO.
Sala de Sessões das Turmas Recursais.
(documento assinado eletronicamente)
Zenildo Bodnar
Juiz Federal Relator “

Nada mais certo!


Sem embargo, a edição do Dec. 7.133, por si só não dá azo à extinção do
direito à paridade garantida no julgado, vez que não há prova efetiva do
cumprimento da regra esculpida no dispositivo legal em comento. E a documentação
anexa demonstra que a ré não cumpriu ainda o que determina o dispositivo legal em
comento.
Assim, enquanto a odiosa discriminação se perpetuar os autores terão direito
a receber a correspondente gratificação em patamar igual aos servidores em
atividade.
Destarte, não merece provimento o recurso da ré, determinando a ré que
prove nos autos que efetivamente cumpriu o estabelecido no Dec. 7.133/2010,
tornando incontroverso, assim, a data limite da condenação da obrigação de fazer.
Pelo improvimento do recurso, por ser medida de direito e justiça!
Nestes termos,
Pede deferimento.

Nesta cidade, 7 de dezembro de 2023.

Evandro José Lago


OAB/PE 1.253-A

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