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EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(ÍZA) FEDERAL

MARIA LUCIA DE SOUZA STEIN, brasileiro(a), servidor(a) público(a)


federal aposentado(a) ou pensionista de servidor(a) público(a) federal, inscrito(a)
no CPF sob o nº 305.678.909-53, devidamente qualificado (a) na procuração e no
sistema e-proc, dirige-se a Vossa Excelência, por seus advogados legalmente
constituídos, para propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA

Em face da UNIÃO FEDERAL, representada pela Advocacia-Geral da


União em Santa Catarina, com endereço na Servidão Nossa Senhora de Lourdes,
nº 110, Agronômica, Florianópolis (SC), pelas razões de fato e de direito que
passam a expor.

DA LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.


O presente feito visa proteger interesses dos servidores públicos
federais aposentados e pensionistas, todos vinculados a diversos órgãos
(Ministérios e outros) da administração federal direta em Santa Catarina (União
Federal), os quais vêm tendo/tiveram de forma ilegal a proporcionalização da
gratificação de desempenho recebida quando do ato de inativação por ter sido
esta proporcional.
Assim, na medida em que a parte autora encontra-se vinculada
funcionalmente à União Federal, e considerando que compete ao referido órgão
público a administração da folha de pagamento através da qual a parte autora
percebe sua respectiva remuneração, proventos ou pensões, é dela a inequívoca
legitimidade passiva ad causam.

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS.


A parte autora é servidora pública federal estatutária, ou, pensionista
de ex-servidor, que logrou a aposentadoria proporcional ao tempo de serviço ou
pagamento da respectiva pensão nessa mesma condição, e em razão disto vem

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recebendo também de modo proporcionalizado as gratificações de desempenho
que compõe suas respectivas estruturas remuneratórias.
Citam-se, a título exemplificativo, algumas das gratificações
recebidas pelos servidores públicos federais por manterem vínculo funcional com
a ré vinculados a diversos órgãos (Ministérios e outros) da administração federal
direta em Santa Catarina (União Federal): Gratificação de Desempenho do Plano
Geral de Cargos do Poder Executivo – GDPGPE, prevista na Lei nº 11.357 de 19
de outubro de 2006, a Gratificação de Desempenho de Atividade de Apoio
Técnico-Administrativo na AGU-GDAA, prevista na Lei nº 11.907 de 2 de fevereiro
de 2009, a Gratificação de Desempenho de Atividade Fazendária – GDAFAZ,
também prevista na Lei nº11.907 de 2 de fevereiro de 2009, entre outras da
mesma natureza.
Não obstante a inexistência de dispositivos legais que autorizem a ré a
pagar as gratificações de desempenho de modo proporcionalizado, esta prática
vem sendo perpetrada há anos com apoio no acórdão 2.030/2007-TCU-2ª
Câmara e na Orientação Normativa MP/SRH 06/2007, editada pelo Secretário de
Recursos Humanos do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão e
publicada no DOU em 21 de novembro de 2007, que, por sua vez, dispõe o
seguinte:

Art. 1º Para efeito de proporcionalidade de proventos, serão


desconsideradas do cálculo as seguintes parcelas:
I - adicional por tempo de serviço;
II - vantagem pessoal decorrente dos "quintos";
III - vantagem prevista no art. 193 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
de 1990; e
IV - vantagem do art. 180 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952.
Art. 2º As Gratificações não calculadas sobre o vencimento básico
de servidores como a Gratificação de Desempenho de Atividade
Técnico-Administrativa-GDATA, a Gratificação de Desempenho de
Atividade Técnico-Administrativa e de Suporte-GDPGTAS, a
Gratificação de Estímulo à Docência-GED e a Gratificação de
Desempenho de Atividades Previdenciárias, entre outras, devem ser
proporcionalizadas, sendo indevido o seu pagamento integral
quando os proventos forem calculados de forma proporcional.

Como se sabe orientações da Administração para os órgãos do


Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal – SIPEC – não são dotadas
de força normativa autônoma, muito menos podem contrariar disposição expressa
de lei.

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Exatamente por essa razão, o Poder Judiciário têm fartos precedentes
a indicar que incorreição/ilegalidade do procedimento que vem sendo praticado
pela Administração Pública, sendo pacífico nas duas turmas do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região que "gratificações de desempenho devem ser pagas em sua
integralidade aos servidores inativos, mesmo em relação àqueles beneficiários
de aposentadoria proporcional, tendo em vista não haver relação entre o seu
valor e o tempo de serviço dos servidores em atividade.
Nesse sentido vejamos:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNIÃO. SERVIDOR


PÍBLICO. GRATIFICAÇÕES DE DESEMPENHO. BENEFICIÁRIOS.
APOSENTADORIA. - Conforme entendimento consolidado no
âmbito desta Turma, as gratificações de desempenho devem ser
pagas em sua integralidade aos servidores inativos, mesmo em
relação àqueles beneficiários de aposentadoria proporcional, tendo
em vista não haver relação entre o seu valor e o tempo de serviço
dos servidores em atividade. (TRF4, AG 5038298-60.2019.4.04.0000,
QUARTA TURMA, Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA,
juntado aos autos em 13/03/2020)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO


DE SENTENÇA. GRATIFICAÇÃO POR DESEMPENHO DE
ATIVIDADE MÉDICO-PERICIAL - GDAMP. SERVIDORES INATIVOS.
DIREITO À PERCEPÇÃO DO VALOR INTEGRAL. A gratificação de
desempenho deve ser paga em sua integralidade, por inexistir relação
entre o seu valor e o tempo de serviço dos servidores em atividade
(ou determinação de que a vantagem fosse individualizada de
acordo com as circunstâncias específicas do servidor),
descabendo tal distinção entre os aposentados. (TRF4, AG
5051065-33.2019.4.04.0000, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN
JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, juntado aos autos em 20/02/2020)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. GRATIFICAÇÃO DE
DESEMPENHO. GDATA, GDPGTAS E GDPGPE. APLICAÇÃO DO
CRITÉRIO DA INTEGRALIDADE EM TODO O PERÍODO
CALCULADO, INDEPENDENTEMENTE DE A APOSENTADORIA TER
SIDO PROPORCIONAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.
(TRF4, AG 5038186-28.2018.4.04.0000, QUARTA TURMA, Relator
MARCOS JOSEGREI DA SILVA, juntado aos autos em 06/02/2020)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI N°
11.960/09. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 810 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. TR. IPCA-E. GRATIFICAÇÃO. APOSENTADOS.
PROPORCIONALIDADE. DESCABIMENTO. 1. Concluído o julgamento
do RE nº 870.947 (Tema 810), em regime de repercussão geral, definiu
o STF que o artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei
11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração
oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor

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restrição desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII),
uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a
variação de preços da economia, sendo inidôneo a promover os fins a
que se destina, devendo incidir o IPCA-E, considerado mais adequado
para recompor a perda do poder de compra. 2. O Pleno do Supremo
Tribunal Federal, por maioria, rejeitou todos os embargos de declaração
opostos no RE 870.947/SE, representativo do Tema 810 da
Repercussão Geral, e não modulou os efeitos da decisão anteriormente
proferida. 3. A gratificação de desempenho é devida pelo seu valor
integral aos servidores aposentados, independentemente de a
aposentadoria ter sido proporcional. 4. Portanto, a
proporcionalidade dos proventos não deve refletir no pagamento
de gratificação pro labore faciendo, mesmo que incorporada, tendo
em vista que a Constituição Federal e a lei instituidora da vantagem
não autorizam distinção alguma entre os servidores aposentados
com proventos integrais e proporcionais. (TRF4, AG 5027150-
86.2018.4.04.0000, TERCEIRA TURMA, Relatora VÂNIA HACK DE
ALMEIDA, juntado aos autos em 09/03/2020)

Os precedentes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região seguem


fielmente a jurisprudência formada pelo Superior Tribunal de Justiça,
demonstrando uma vez mais que a procedência da ação é medida que se impõe.
Digno de nota que o Ministro Relator Napoleão Nunes Maia Filho, em
decisão monocrática, datada de 6 de março de 2019, proferida nos autos do
recurso especial 1.582.594, originário do Rio Grande do Sul, concluiu, em caso
similar, que a Lei não traz qualquer restrição ao pagamento da gratificação de
desempenho, que deverá ser adimplida nos estritos termos legais, afastando a
incidência da proporção do tempo de contribuição dobre o valor da vantagem:

6. Ao manifestar-se sobre a aplicabilidade do pagamento proporcional à


gratificação em casos de aposentadoria proporcional, o Tribunal de
origem concluiu que:
Debate-se, na demanda, sobre a proporcionalização das parcelas
referentes a Gratificação específica do Magistério Superior - GEMAS e
a Retribuição por Titulação, em razão de aposentadoria proporcional.
A contar de 1º de fevereiro de 2009, nos termos do art. 20 e seguintes
da Lei 11.784/2008, a remuneração dos integrantes da Carreira do
Magistério Superior, restou assim composta, in verbis:
Art. 20. A partir de 1º de fevereiro de 2009, a estrutura remuneratória dos
cargos integrantes da Carreira do Magistério Superior de que trata a Lei
7.596, de 10 de abril de 1987, será composta de:
I - Vencimento Básico;
II - Retribuição por Titulação - RT; e
III - Gratificação Específica do Magistério Superior - GEMAS.
(...).
Art. 22. A Lei 11.344, de 8 de setembro de 2006, passa a vigorar
acrescida dos seguintes artigos:
Art. 6º-A. Os valores de vencimento básico da Carreira do Magistério
Superior passam a ser os constantes do Anexo IV-A desta Lei,
produzindo efeitos financeiros a partir de 1º de fevereiro de 2009.

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Art. 7º-A. A partir de 1º de fevereiro de 2009, fica instituída a Retribuição
por Titulação - RT, devida ao docente integrante da Carreira do
Magistério Superior em conformidade com a classe, nível e titulação
comprovada, nos termos do Anexo V-A desta Lei.
§ 1º A RT será considerada no cálculo dos proventos e das pensões,
desde que o certificado ou o título tenha sido obtido anteriormente à data
da inativação.
§ 2º Os valores referentes à RT não serão percebidos cumulativamente.
Art. 11-A. Fica instituída a Gratificação Específica do Magistério Superior
– GEMAS devida ao docente integrante da Carreira do Magistério
Superior, nos valores previstos no Anexo V-B desta Lei.
Parágrafo único. A gratificação a que se refere o caput deste artigo
integrará os proventos da aposentadoria e as pensões, observada a
legislação vigente. (destaquei)
Analisando a novel legislação, não verifico disposição no sentido de que
a apuração das gratificações e da retribuição por titulação vincula-se à
forma de concessão dos proventos de aposentadoria, se proporcional ou
integral.
(...).
Desse modo, é de ser reconhecido o direito pleiteado para que a
gratificação e a retribuição de titulação não sejam pagas de forma
proporcional, independentemente da aposentadoria ser ou não integral,
bem como deve ser restituídos os valores que porventura deixaram de
ser pagos (fls. 277/279).
7. O entendimento do acórdão recorrido encontra-se em
consonância com o adotado por esta Corte de que a Lei 11.784/2008
não faz qualquer diferenciação à forma de pagamento das
gratificações nos casos de aposentadoria proporcional e integral. A
esse propósito, o seguinte julgado:
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO.
GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DOS FISCAIS
FEDERAIS AGROPECUÁRIOS (GDFFA). EXTENSÃO AOS INATIVOS.
ADOÇÃO DOS MESMOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA OS
SERVIDORES DA ATIVA. APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR
TEMPO DE SERVIÇO. VALOR INTEGRAL DA GRATIFICAÇÃO.
VINCULAÇÃO AOS PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
1. A lei que instituiu a Gratificação de Desempenho de Atividade dos
Fiscais Federais Agropecuários (Lei 11.784/2008) não fez qualquer
diferenciação à forma de pagamento da gratificação nos casos de
aposentadoria proporcional e integral. Logo, diante da inexistência de
previsão legal, não prospera a redução da vantagem pretendida pela
União. Precedente: AgRg no REsp. 1.542.252/RS, Rel. Min.
HUMBERTO MARTINS, DJe 16.9.2015.
2. Agravo Interno da União desprovido (AgInt no REsp. 1.544.877/RS,
Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 22.9.2016).
8. Ante o exposto, nega-se provimento ao Recurso Especial da UFSM.
(Grifo da parte autora)

Vem a calhar decisão de 15 de fevereiro de 2019, prolatada nos autos


do agravo de instrumento no agravo em recurso especial 287.512, oriundo do
Ceará, da lavra do Ministro Relator Napoleão Nunes Maia Filho, que examinou
exatamente a legalidade de “proporcionalização” da GDASS, de mesma natureza
das oras debatidas, em que o Ministro decidiu “afastar a determinação de

5
observância da proporcionalidade de proventos no pagamento da GDASS“. Lê-se
na decisão:

12. Entretanto, é firme a jurisprudência desta Corte de que a legislação


que instituiu a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade
Social - GDASS, Leis 10.404/2002 e 11.357/2006, não fez qualquer
diferenciação quanto à forma de pagamento da gratificação nos casos
de aposentadoria proporcional e integral. Logo, diante da inexistência de
previsão legal, é indevida a redução da vantagem pretendida pelo INSS.
A propósito, citam-se os seguintes julgados:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OFENSA AO ART. 1.022
DO CPC/1973. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF.
SERVIDOR PÚBLICO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. GDASS.
APOSENTADORIA PROPORCIONAL E INTEGRAL. DISTINÇÃO.
AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. PRECEDENTES DO STJ.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO EM RECURSO ESPECIAL.
EXORBITÂNCIA E IRRISORIEDADE NÃO VERIFICÁVEIS DE PLANO.
MAJORAÇÃO DO QUANTUM. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
RECURSO ESPECIAL DA UNIÃO
1. A parte sustenta que o art. 1.022 do CPC/2015 foi violado, mas deixa
de apontar, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão
impugnado. Assim, é inviável o conhecimento do Recurso Especial
nesse ponto, ante o óbice da Súmula 284/STF.
2. As Leis 10.404/2002 e 11.357/2006, ao estabelecerem a forma em
que a Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social
(GDASS) passaria a integrar os proventos dos servidores inativos, não
fizeram qualquer distinção entre os que se aposentaram integral ou
proporcionalmente ao tempo de contribuição. Logo, diante da
inexistência de previsão legal, não prospera a redução da vantagem
pretendida pelo INSS. Precedentes do STJ: AgInt no REsp
1.544.877/RS, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira
Turma, DJe 22.9.2016; AgRg no REsp 1542252/RS, Rel. Ministro
Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 16.9.2015.
RECURSO ESPECIAL DE JOSE RAMOS DA SILVA E EDVAN
CARNEIRO DA SILVA ADVOGADOS ASSOCIADOS - ME
3. A Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do REsp
1.155.125/MG (em 10.3.2010, DJe 6.4.2010), relatoria do Ministro
Castro Meira, submetido ao regime dos recursos repetitivos, reafirmou a
orientação no sentido de que, "vencida a Fazenda Pública, a fixação dos
honorários não está adstrita aos limites percentuais de 10% e 20%,
podendo ser adotado como base de cálculo o valor dado à causa ou à
condenação, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC, ou mesmo um valor
fixo, segundo o critério de equidade".
4. Hipótese em que a Corte de origem consignou:
"Considerando se tratar de causa simples, que não demandou grande
esforço nem tempo do advogado, razoável figura-se a quantia fixada de
R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais)".
5. Rever o entendimento da Corte regional, relativamente ao quantum
da verba honorária, demanda revolvimento do conjunto fático-probatório,
visto que a instância a quo utilizou elementos contidos nos autos para
alcançar tal entendimento. Incide, no ponto, o óbice da Súmula 7/STJ.
CONCLUSÃO
6. Recursos Especial não providos (REsp. 1.695.279/PB, Rel. Min.
HERMAN BENJAMIN, DJe 19.12.2017).
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL
NO RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA. GRATIFICAÇÕES GESS E GDAS.

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PROPORCIONALIZAÇÃO POR ATO DO TCU AOS
INATIVOS/PENSIONISTAS QUE SE APOSENTARAM
PROPORCIONALMENTE AO TEMPO DE SERVIÇO. INEXISTÊNCIA
DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE,
CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, DIREITO ADQUIRIDO E
SEGURANÇA JURÍDICA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 16, 17-A E 18 DA LEI
10.855/2004. AUSÊNCIA DE COMANDO NORMATIVO CAPAZ DE
ALTERAR OS FUNDAMENTOS DO VOTO CONDUTOR. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 284/STF.
1. In casu, o Tribunal de Contas da União, dentro de sua competência,
ao analisar os registros de aposentadorias de alguns servidores inativos,
constatou que alguns deles estavam recebendo os valores da
gratificação de desempenho de atividade do seguro social (GDASS) e
da gratificação específica do seguro social e do trabalho (GESS) de
forma integral. Diante disso, prolatou acórdãos nos 2.030/2007 e
2.768/2007, determinando que o pagamento das verbas de forma
condizente com a proporcionalidade dos proventos ao tempo de serviço.
2. No que se refere à alínea "a", III, 105, da CF, ou seja, quanto aos arts.
16 e 17 da Lei 10.855/2004, o recorrente não fundamenta de modo
particularizado as supostas violações ao dispositivo que enumera,
limitando-se a citá-los genericamente. Não há precisa explanação sobre
as apontadas ofensas. Incide, na espécie, a Súmula 284/STF. Sob essa
ótica, verifica-se também que os dispositivos trazidos não têm o condão
de acarretar a nulidade do acórdão recorrido, considerando que a lei não
disciplina a forma de aplicação aos aposentados/pensionistas que
recebem proventos proporcionais ao tempo de serviço.
3. Agravo regimental não provido (AgRg no REsp. 1.216.478/PR, Rel.
Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 4.9.2013).
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO.
GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DOS FISCAIS
FEDERAIS AGROPECUÁRIOS (GDFFA). EXTENSÃO AOS INATIVOS.
ADOÇÃO DOS MESMOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA OS
SERVIDORES DA ATIVA. APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR
TEMPO DE SERVIÇO. VALOR INTEGRAL DA GRATIFICAÇÃO.
VINCULAÇÃO AOS PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
1. A lei que instituiu a Gratificação de Desempenho de Atividade dos
Fiscais Federais Agropecuários (Lei 11.784/2008) não fez qualquer
diferenciação à forma de pagamento da gratificação nos casos de
aposentadoria proporcional e integral. Logo, diante da inexistência de
previsão legal, não prospera a redução da vantagem pretendida pela
União.
Precedente: AgRg no REsp. 1.542.252/RS, Rel. Min. HUMBERTO
MARTINS, DJe 16.9.2015.
2. Agravo Interno da União desprovido (AgInt no REsp. 1.544.877/RS,
Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 22.9.2016).
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. GRATIFICAÇÃO DE
ESTÍMULO À DOCÊNCIA. GED. APOSENTADORIA PROPORCIONAL
POR TEMPO DE SERVIÇO. VALOR INTEGRAL DA GRATIFICAÇÃO.
VINCULAÇÃO AOS PROVENTOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. DEBATE DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
COMPETÊNCIA DO STF.
1. A questão central do presente recurso especial diz respeito ao pleito
de pagamento da Gratificação de Estímulo à Docência - GED, em sua
integralidade, a professores aposentados com proventos proporcionais.
2. A Gratificação de Estímulo à Docência no Magistério Superior - GED
foi instituída pela Lei 9.678/98, visando a recompensar os professores
do 3o Grau por seu aperfeiçoamento e produção no exercício das
atividades de docência, pesquisa e extensão.

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3. A Lei 9.678/98 não estabeleceu diferenciação entre o valor da
gratificação a ser percebida pelos servidores aposentados com
proventos integrais dos que percebem proporcionais, determinando para
os servidores inativos e beneficiários de pensão um valor fixo,
correspondendo, atualmente, a 115 pontos.
4. Como princípio de hermenêutica, não compete ao intérprete distinguir
onde o legislador, podendo, não o fez, sob pena de violação do
postulado da separação dos poderes.
5. Por outro lado, o argumento da Fundação Universidade Federal do
Rio Grande de que a Lei 9.678/98 gera tratamento anti-isonômico entre
os professores, ao tratar os desiguais de modo igual, forçoso reconhecer
que essa questão não pode ser analisada perante o STJ, por tratar-se
de matéria constitucional reservada ao Pretório Excelso em sede de
controle de constitucionalidade.
6. A análise de matéria eminentemente constitucional não compete ao
STJ, sob pena de usurpação da competência da Suprema Corte.
Agravo regimental improvido (AgRg no REsp. 1.542.252/RS, Rel. Min.
HUMBERTO MARTINS, DJe 16.9.2015).
13. Ante o exposto, reconsiderando a decisão de fls. 1.164/1.166,
conhece-se do Agravo do SINDICATO DOS TRABALHADORES
FEDERAIS EM SAÚDE E PREVIDÊNCIA SOCIAL DO ESTADO DO
CEARÁ SINPRECE, para dar provimento ao Recurso Especial, a fim
de afastar a determinação de observância da proporcionalidade de
proventos no pagamento da GDASS.

14. Publique-se. Intimações necessárias. (Negrito da parte autora)

Destaca-se ainda que a tese de repercussão geral fixada no Tema


1.082, cuja redação segue:

As gratificações de natureza pro labore faciendo são incorporadas


à aposentadoria conforme as normas de regência de cada uma
delas, não caracterizando ofensa ao direito à integralidade a
incorporação em valor inferior ao da última remuneração recebida em
atividade por servidor que se aposentou nos termos do art. 3º da Emenda
Constitucional nº 47/2005.

Ora Excelências, se a norma de regência das gratificações aqui


debatidas determinam a forma de pagamento das gratificações de desempenho
para os aposentados e pensionistas sem limitar essa soma à proporção do tempo
de contribuição não há qualquer regra que autorize a Administração a reduzir o
pagamento como faz atualmente, pois está sujeita ao princípio da legalidade
(Constituição Federal, art. 37, caput), que lhe impõe agir no estrito limite da lei.
Ora, se não há lei determinando que o pagamento da gratificação seja limitado
pela proporção do tempo de contribuição dos aposentados ou dos instituidores
das pensões, ela não pode assim atuar, sob pena de desrespeitar a Constituição
e a Lei.

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Ademais, o pagamento da gratificação aos aposentados nada tem a
ver com o tempo em que eles prestaram serviço à Administração. A Lei estipulou
que, como os aposentados e pensionistas não podem ser submetidos à avaliação
de desempenho, receberiam as gratificações de desempenho em foco na
importância fixada em lei e não trouxe qualquer determinação de que a vantagem
sofresse limitação proporcional ao tempo de contribuição do aposentado ou do
instituidor da pensão.
Vê-se claramente que o fato de os proventos de aposentadoria e as
pensões serem entregues segundo a proporção do tempo de contribuição do
aposentado ou do instituidor da pensão não implica o adimplemento da
gratificação de desempenho nessa mesma proporção. Isso porque a gratificação
de desempenho não guarda relação com o tempo de contribuição prestado para
a Administração e tampouco a Lei de regência impõe qualquer restrição desse
tipo aos beneficiados pela vantagem.
Destarte, por não se conformarem os substituídos com a ilegalidade
cometida pela parte ré vêm eles pleitear que seja reconhecido o direito à
percepção das gratificações de desempenho nos seus proventos de
aposentadoria e pensões nos expressos termos da Lei de regência, sem que tais
valores sofram redução correspondente à fração de tempo de contribuição; bem
como que seja condenada a parte ré a comandar o pagamento dos substituídos
nesses moldes, e, por conseguinte lhes pagar as diferenças não sujeitas à
prescrição quinquenal que deixaram de ser adimplidas no momento devido.

DA JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL AO CASO


A Turma Nacional de Uniformização – TNU, ratificando a melhor
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, sobre a matéria, firmou em
30/06/2020 tese no Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei nº 5001572-
81.2011.4.04.7109/RS, cujo acórdão restou assim ementado:

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. ADMINISTRATIVO.


SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO.
APOSENTADORIA PROPORCIONAL. GRATIFICAÇÃO INTEGRAL.
INCIDENTE AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO COM
DETERMINAÇÃO DE RESTABELECIMENTO DO ACÓRDÃO
ANTERIORMENTE PROFERIDO. FIXAÇÃO DA TESE SEGUNDO A
QUAL: "É DEVIDA AOS APOSENTADOS COM PROVENTOS

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PROPORCIONAIS A GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO COM O
MESMO PERCENTUAL PERCEBIDO PELOS TITULARES DE
APOSENTADORIA INTEGRAL". (Grifo nosso)

O voto registra a modificação do entendimento daquele órgão


colegiado:

Melhor analisando os autos após os bem lançados fundamentos do


voto do eminente Juiz Federal Luis Eduardo Bianchi Cerqueira,
evoluí em minha compreensão sobre o tema para reconhecer como
correta a conclusão levada a efeito pelo nobre colega.

Sendo assim, mantendo o fundamento do voto proferido na


sessão virtual realizada de 18/05/2020 a 01/06/2020, altero seu
dispositivo para que conste o seguinte: "voto por conhecer e
negar provimento ao incidente nacional de uniformização,
para restabelecer o V. Acórdão do Evento 91, tornar sem
efeito a determinação anterior de adequação à
jurisprudência desta Turma Nacional, para fixar a tese,
segundo a qual "é devida aos aposentados com
proventos proporcionais a gratificação de desempenho
com o mesmo percentual percebido pelos titulares de
aposentadoria integral". (Grifo nosso)

Confirmando a nova tese, a TNU no julgamento do Pedido de


Uniformização de Interpretação de Lei nº 5026622-67.2019.4.04.7000/PR em
10/10/2020, decidiu o seguinte:

Chamo o feito à ordem.

Na hipótese em exame, o cerne da controvérsia trazida se resume a


saber se a gratificação de desempenho pleiteada é devida ou não aos
aposentados com proventos proporcionais no mesmo patamar
percebido pelos titulares de aposentadoria integral.

A jurisprudência desta Turma Nacional havia se firmado no sentido de


que, nos casos de aposentadoria proporcional, o pagamento de eventual
gratificação por desempenho deveria guardar a mesma
proporcionalidade.

Com base no citado entendimento, inadmitiu-se o pedido de


uniformização interposto pela parte ora requerente, o que motivou
a impetração do mandado de segurança n. 0000031-76.2020.4.90.0000,
ainda pendente de julgamento, junto ao Colegiado desta TNU.

Em recente sessão de julgamento, nos autos do


PEDILEF 5001572-81.2011.4.04.7109, o Plenário desta
TNU, alinhando-se a mais recente jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, alterou a sua orientação

10
sobre a matéria, com a fixação da seguinte tese: "é
devida aos aposentados com proventos proporcionais a
gratificação de desempenho com o mesmo percentual
percebido pelos titulares de aposentadoria integral".
Confira-se a ementa:

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. ADMINISTRATIVO.


SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO.
APOSENTADORIA PROPORCIONAL. GRATIFICAÇÃO INTEGRAL.
INCIDENTE AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO COM
DETERMINAÇÃO DE RESTABELECIMENTO DO ACÓRDÃO
ANTERIORMENTE PROFERIDO. FIXAÇÃO DA TESE SEGUNDO A
QUAL: "É DEVIDA AOS APOSENTADOS COM PROVENTOS
PROPORCIONAIS A GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO COM O
MESMO PERCENTUAL PERCEBIDO PELOS TITULARES DE
APOSENTADORIA INTEGRAL".
(PEDILEF 5001572-81.2011.4.04.7109, Rel. JUÍZA FEDERAL
ISADORA SEGALLA AFANASIEFF, julgado em 26/6/2020)

Em tal cenário, considerando a alteração de entendimento e a


impetração do supracitado mandado de segurança, reconsidero a
decisão que inadmitiu o pedido de uniformização interposto no
presente caso, tornando sem efeito a decisão indicada e todos os
atos posteriores desta Presidência, e determino a restituição
do feito à origem para adequação do julgado à referida tese com
fundamento no art. 15, IV, do RITNU.

Intimem-se. (Grifo nosso)

Os Ministros da 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça – STJ, em 06


de novembro de 2018 (data do julgamento), sob a relatoria do Ministro Napoleão
Nunes Maia Filho, no Agravo Interno no Recurso Especial nº 1.685.778,
concluíram no acórdão que a Lei não traz qualquer restrição ao pagamento da
gratificação de desempenho, que deverá ser adimplida nos estritos termos legais,
afastando a incidência da proporção do tempo de contribuição sobre o valor da
vantagem:

Ementa:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO
RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA (GED). PAGAMENTO
PROPORCIONAL AOS APOSENTADOS COM PROVENTOS
PROPORCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE CRITÉRIO
LEGAL. AGRAVO INTERNO DA UNIÃO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.
1. O entendimento firmado pela Corte de origem, de que não há
diferenciação entre os beneficiários com proventos integrais e aqueles
com proventos proporcionais para fins de extensão da Gratificação de
Estímulo à Docência - GED, em face da ausência de critério legal a
definir tal discrepância, encontra amparo na jurisprudência deste

11
Superior Tribunal de Justiça. Precedentes: AgInt no REsp.
1.609.787/RS, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJe 10.11.2017; REsp.
1.714.383/RS, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 2.8.2018; AgRg no
REsp. 1.542.252/RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 16.9.2015;
AgInt no REsp. 1.544.877/RS, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, DJe 22.9.2016.
2. Agravo Interno da UNIÃO a que se nega provimento.

No nosso Regional a jurisprudência segue na mesma direção!

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. GRATIFICAÇÃO DE
DESEMPENHO. GDATA, GDPGTAS E GDPGPE. APLICAÇÃO
DO CRITÉRIO DA INTEGRALIDADE EM TODO O PERÍODO
CALCULADO, INDEPENDENTEMENTE DE A APOSENTADORIA
TER SIDO PROPORCIONAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROVIDO. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5038186-
28.2018.4.04.0000/SC, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL
CÂNDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, 4ª TURMA, DATA DA
DECISÃO 05/02/2020) (Grifo nosso)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO


DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. GDASST.
PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS APOSENTADOS COM
PROVENTOS PROPORCIONAIS. NEGADO PROVIMENTO AO
AGRAVO. 1. A proporcionalidade dos proventos de aposentadoria
não deve refletir no pagamento da Gratificação de Desempenho de
Atividade da Seguridade Social e do Trabalho - GDASST, uma vez
que tanto o título judicial como a lei não autorizam distinção entre
os servidores aposentados com proventos integrais e
proporcionais. 2. Negado provimento ao agravo de instrumento. (TRF4,
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5033233-21.2018.4.04.0000, 3ª
Turma, Desembargadora Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, POR
UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 13/11/2019). (Grifo nosso)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR


PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO. PROPORCIONALIDADE. EXTENSÃO
AOS INATIVOS. PROVENTOS. APOSENTADORIA PROPORCIONAL.
Esta Corte adotou a orientação de que a gratificação de
desempenho deve ser paga em sua integralidade, por inexistir
relação entre o seu valor e o tempo de serviço dos servidores em
atividade (ou determinação de que a vantagem fosse
individualizada de acordo com as circunstâncias específicas do
servidor), descabendo tal distinção entre os aposentados. (TRF4,
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5043669-05.2019.4.04.0000/RS,
RELATORA: DESEMBARGADORA FEDERAL VIVIAN JOSETE
PANTALEÃO CAMINHA, 4ª TURMA, DATA DA DECISÃO 18/12/2019)
(Grifo nosso)

Logo, verifica-se que as decisões acerca do direito debatido no


presente caso concreto dão azo à pretensão autoral, motivo pelo qual esta
demanda merece ter a mesma sorte, em observância aos deveres de estabilidade,

12
integridade e coerência, insculpidos no caput do art. 926 do Código de Processo
Civil.

DOS PEDIDOS:
Em face do exposto, a parte autora requer a Vossa Excelência o
seguinte:
a) A citação da parte ré, no endereço indicado, para contestar a ação;
b) Sejam julgados totalmente procedentes os pedidos formulados
para:
b.1) Declarar o direito ao recebimento da gratificação de desempenho
à parte autora (aposentado ou pensionista que logrou obter aposentadoria ou
pensão proporcional ao tempo de contribuição), sem lhe aplicar a redução
proporcional ao tempo de contribuição, uma vez que a Constituição da República
e a legislação ordinária não autorizam a distinção do pagamento da vantagem em
relação aos parâmetros utilizados para o adimplemento desta para os
aposentados e pensionistas com proventos e pensões integrais.
b.2) Condenar a parte ré na obrigação de fazer composta na
implementação dos valores corretos a título de gratificação de desempenho no
contracheque da parte autora, sem lhes aplicar a redução proporcional ao tempo
de contribuição;
b.3) Condenar a parte ré a pagar à parte autora (aposentado ou
pensionista que logrou obter aposentadoria ou pensão proporcional ao tempo de
contribuição) os atrasados relativos à gratificação de desempenho nos estritos
termos da legislação de regência, sem lhe aplicar a redução proporcional ao
tempo de contribuição, considerando o período de novembro de 2016 até que
o pagamento da vantagem pela parte ré seja feito nos patamares requeridos,
incidindo sobre a soma correção monetária e juros de mora, em importâncias a
serem apuradas em liquidação de sentença.
c) Requer a condenação da parte ré em honorários sucumbenciais a
serem fixados na forma do art. 85 do Código de Processo Civil.
d) Destaque o pagamento dos honorários de sucumbência em favor da
sociedade de advogados Silva, Locks Filho, Palanowski e Goulart Advogados
Associados, CNPJ nº 01.899.778/0001-47 nos termos do contrato anexo.

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e) Defira a produção de todos os meios de prova em Direito admitidos.
f) Seja condenada a parte ré ao ressarcimento das custas processuais
eventualmente adiantadas pela parte autora.
Informa que não possui interesse na realização de audiência de
conciliação, atendendo o disposto no Código de Processo Civil, art. 334, § 5º.
Pede deferimento.
Dá à causa o valor de R$ 7.324,44.
Florianópolis, 29 de outubro de 2021.

TAÍS HELENA DE O. GALLIANI SILVA THIAGO LEMOS LOCKS


OAB/SC 26.425 OAB/SC 29.380

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