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Estudo de Caso
Parecer
1
SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito Tributário. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1.
1469p.
profissões” (IIP), inicialmente estadual (a partir da Proclamação da República)
e, após a Constituição Federal de 1946, um imposto municipal. Trata-se de
“vinho velho em pipa nova”.
O atual art. 156, III, da Carta Magna de 1988 estabelece ser de
competência dos municípios a instituição do ISS.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos
sobre:
(...) III – serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar (...).
Na mesma esteira, segundo Hugo de Brito Machado Segundo 2, a
referência ao art. 155, II, significa que o ISS incide sobre todos os serviços que
venham a ser definidos em lei complementar, excepcionados aqueles serviços
já tributados pelo ICMS, que são os de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicações.
Excetuados esses, todos os demais, desde que definidos em lista
constante de lei complementar federal, podem ser tributados pelos Municípios.
Atualmente, essa lista está anexa à LC nº 116/2003, e a jurisprudência
considera que um serviço que não esteja nela previsto não pode ser tributado
pelos Municípios (a lista é taxativa)
Assim sendo, caberá aos Municípios, mediante a edição de uma lei
ordinária, a instituição do ISS, porém sua estrutura normativa está disciplinada
em legislação complementar federal de âmbito nacional, a atual LC n.
116/2003, o que nos faz concluir que a competência tributária para a sua
instituição é “limitada”3
A base de cálculo do ISS é, em regra, o valor do serviço e
ordinariamente o ISS é submetido a lançamento por homologação. O próprio
sujeito passivo apura e paga o montante considerado devido, aguardando
posteriormente pela homologação da autoridade competente.
O contribuinte do imposto é o prestador do serviço (LC nº 116/2003, art.
5º). Para evitar conflitos de competência entre Municípios, a LC nº 116/2003
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MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de Direito Tributário. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
v. 1. 443p.
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SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito Tributário. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1.
1469p.
dispõe que o fato gerador do ISS se considera ocorrido no local onde o
prestador do serviço possui estabelecimento, ou, na falta deste, onde possui
seu domicílio (art. 3º).
Hugo de Brito Machado4 explica ainda que:
O art. 4º da LC nº 116/2003 dispõe que se deve
considerar estabelecimento prestador o local onde o
contribuinte desenvolva a atividade de prestar
serviços, de modo permanente ou temporário, e que
configure unidade econômica ou profissional, sendo
irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de
sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal,
escritório de representação ou contrato ou
quaisquer outras que venham a ser utilizadas. Em
outros termos, não importa em qual Município está,
“no papel”, localizada a sede da empresa: relevante
será a localização da unidade econômica – seja que
nome tiver – à qual se pode imputar a realização do
serviço. Será ao Município onde essa “unidade
profissional ou econômica” estiver situada que o ISS
será devido.
Neste sentido o Superior Tribunal de Justiça, por meio do julgamento do
RESP n.º 1.439.753-PE, já fixou o entendimento, a saber:
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS.
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS. COLETA DE
MATERIAL. UNIDADES DIVERSAS. LOCAL DO
ESTABELECIMENTO PRESTADOR. RECURSO
ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. Discussão
a respeito da definição do sujeito ativo do ISS quando a
coleta do material biológico dá-se em unidade do
laboratório estabelecida em município distinto daquele
onde ocorre a efetiva análise clínica. (...) 4. O ISS recai
sobre a prestação de serviços de qualquer natureza
4
MACHADO SEGUNDO, Hugo de brito. Manual de Direito Tributário. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
v. 1. 445p.
realizada de forma onerosa a terceiros. Se o
contribuinte colhe material do cliente em unidade
situada em determinado município e realiza a análise
clínica em outro, o ISS é devido ao primeiro
município, em que estabelecida a relação jurídico-
tributária, e incide sobre a totalidade do preço do
serviço pago, não havendo falar em fracionamento, à
míngua da impossibilidade técnica de se dividir ou
decompor o fato imponível. 5. A remessa do material
biológico entre unidades do mesmo contribuinte não
constitui fato gerador do tributo, à míngua de relação
jurídicotributária com terceiros ou onerosidade. A hipótese
se assemelha, no que lhe for cabível, ao enunciado da
Súmula 166/STJ, verbis: "Não constitui fato gerador do
ICMS o simples deslocamento de mercadoria de uma
para outro estabelecimento do mesmo contribuinte"
(REsp 1.439.753-PE, rel. min. Arnaldo Esteves Lima, rel.
para acórdão min. Benedito Gonçalves, julgado em
6/11/2014, DJe 12/12/2014).
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ÁVILA, Márcio Ladeira. O direito ao desenvolvimento e as convenções brasileiras contra a dupla
tributação celebradas com países desenvolvidos. Biblioteca Digital Revista Fórum de Direito Tributário –
RFDT, Belo Horizonte, ano 9, n. 49, jan./fev. 2011, p. 5 e 6 Disponível em:
<http://www.bidforum.com.br/bid/PDI0006.aspx?pdiCntd=71908>. Acesso em: 10 jun 2023.
conseguinte, pela adequação dos sistemas tributários internacionais, a fim de
eliminar os efeitos danosos da bitributação internacional.
Considerações
Referências: