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Seminário VII

IMPOSTO SOBRE A RENDA


PESSOA JURÍDICA

Questões

1. Pode-se depreender o conceito de renda diretamente da Constituição Federal?


Caso isso não seja possível, poderia então a lei complementar fixar um conceito
livre de renda ou atribuir ao legislador ordinário a sua fixação? (Vide anexo I).

Resposta: Analisando-se o artigo 153, III da CF, que atribui competência da


União para instituição de imposto sobre a renda, chega-se à conclusão de que não
é possível depreender diretamente o conceito de renda do texto constitucional,
pois fica nítida que o legislador da Carta deixa à cargo do legislador
infraconstitucional (lei complementar e ordinária) a definição das especificidades
do tributo. Por óbvio, a atuação do legislador infraconstitucional não é ilimitada e
irrestrita, uma vez que os princípios e regras gerais deste tributo (capacidade
contributiva legalidade, etc), como de qualquer outro presente na própria CF
nortearão a atuação do legislador. As bases do conceito legal de renda estão
estabelecidas nos artigos 43 e 44 do CTN.

2. A Lei Complementar n. 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo


43 do CTN, dispondo “que na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do
exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua
disponibilidade, para fins de incidência do imposto...” .
Indaga-se: o regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas
e coligadas no exterior nos moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014 está de
acordo com o ordenamento jurídico? Considerar em sua resposta a manifestação
do STF a respeito do tema. (Vide anexos II e III).

Resposta: Não está de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, uma vez
que, a equiparação do critério material para a incidência do imposto relativo às
sucursais e filiais com o critério material das coligadas e controladas no exterior
afronta diretamente o ordenamento jurídico, pois inovou-se uma previsão legal
de critério material que não se realizou.
Explicitando: Em relação às filiais e sucursais, domiciliadas no exterior, por se
tratarem de uma mesma pessoa jurídica (ficção jurídica) em relação à matriz
brasileira, a legislação estabelecia que há a disponibilidade da renda (ocorrência
do critério material) na data do balanço em que o lucro foi apurado no exterior.
Nesse contexto não haveria a necessidade de entrega física.
Em relação às controladas e coligadas, a crítica na adoção dessa sistemática para
a caracterização da disponibilização da renda reside justamente no fato de que, ao
contrário das filiais e sucursais, tais empresas são absolutamente distintas da
empresa brasileira, e estabelecer como disponibilização da renda a data do
balanço em que o lucro foi apurado no exterior seria criar uma hipótese legal de
critério material que não se realizou. Isso porque nesse caso, só haveria que se
falar em disponibilidade de renda quando essas coligadas ou controladas no

exterior efetivamente
pois somente a partirdispusessem
desta data seus
é quelucros
seria para essas considera-las
possível empresas brasileiras,
em seu
balanço.

3. Quais as formas de apuração e de recolhimento do IRPJ determinados pelo


legislador ordinário? Diferencie-as.

Resposta: As formas de apuração e de recolhimento do IRPJ são:


1 – Lucro Real;
1.1 – Estimado (anual): nesta forma de apuração o contribuinte é obrigado ao
recolhimento mensal do tributo, com observância na base de cálculo estimada
1.2 - Trimestral: nesta forma de apuração o lucro é apurado trimestralmente
sendo dispensado qualquer ajuste final do exercício, uma vez que a tributação
é definitiva em cada período (trimestre)
2 – Lucro Presumido: trata-se de uma forma simplificada de tributação que
favorece as pessoas jurídicas que não estão obrigadas ao regime do lucro real.
Tem-se nesse regime a presunção da base de cálculo sobre a qual é aplicada uma
alíquota fazendo, ou seja, presume-se que para determinada atividade o lucro
seria de X por cento (base de cálculo) e a partir disso aplica-se a alíquota prevista
para o imposto.

4. A determinação do registro contábil de negócios segundo a primazia da


substância econômica sobre a forma jurídica, realizada segundo as regras do
IFRS (Lei n. 11.638/2007) tem implicações relevantes na apuração do IRPJ? O
advento da Lei n. 12.973/14, a qual extinguiu o RTT (Regime Tributário de
Transição), implica a alteração da base de cálculo do IRPJ, para que esta seja
tomada a partir dos valores registrados contabilmente e consideradas as
alterações em tais lançamentos determinadas pela Lei n. 11.638/2007?

Resposta: Não. As regras de registro contábil não interferem na determinação da


natureza jurídica do negócio. O que interessa, para fins de tributação, é o fato
jurídico efetivamente praticado, ou seja, aquele em que se tenha consciência
entre forma e substância, demonstrados mediante a linguagem das provas.

5. Existe diferença entre a contagem do prazo decadencial para o lançamento de

um valor
anual? E de imposto
como se dádearenda apurado
contagem pelo lucropara
decadencial real lançamento
trimestral e pelo lucro real
de valores de
IRRF?

Resposta:
6. Que significa a expressão “preços de transferência” e qual sua função? O que
é o princípio “arm’s lenght” aplicado pelo fisco no Brasil? Foi positivado no
Brasil pela Lei 9.430/96 e alterações posteriores? Comente sobre a possibilidade
de aplicação coercitiva deste conceito. (Vide anexo IV).

Resposta: Trata-se
sobre a renda, de previsão
decorrente hipotética de
de operações adições àentre
realizadas base partes
de cálculo do imposto
vinculadas, em
razão de descompassos entre preços ou juros por ela pactuados e aqueles que
seriam praticados entre partes não vinculadas.

7. A legislação do imposto de renda prescreve que a compensação dos prejuízos


fiscais apurados são limitados à denominada trava de 30%. Por outro lado, regula
ainda a forma com que o direito à compensação subsiste, especialmente em face
de eventos de cisão, incorporação ou fusão de sociedades. Indaga-se: é cabível a
denominada “incorporação reversa” ou “incorporação às avessas”, isto é, a
operação em que figura como incorporadora a sociedade detentora de prejuízos
fiscais, realizada justamente para que estes não se percam? Dito de outra forma,
essa espécie de planejamento é lícita? (Vide anexos V e VI).

Resposta:

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