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Seminário VI - IPTU, ITR e IPVA

Orlando Ribeiro Serra

Professor: Gervásio

Turma: Terça

Questões

1. Construa as regras-matrizes de incidência do IPTU, ITR e IPVA.

IPTU

Critério Material: a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza ou por
acessão física.
Critério Espacial: localizado na zona urbana do Município
Critério Temporal: 1º de janeiro de cada ano.
Critério Pessoal
- Sujeito Ativo: Município.
- Sujeito Passivo: Pessoa que detenha a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por
natureza ou por acessão física, localizado na zona urbana do Município.
Critério Quantitativo
- Base de Cálculo: valor venal do imóvel.
- Alíquota: variável dentro do estabelecido na legislação municipal.

ITR

Critério Material: a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza.


Critério Espacial: área fora da zona urbana do município, em que o imóvel se encontra.
Critério Temporal: 1º de janeiro de cada ano.
Critério Pessoal
- Sujeito Ativo: União.
- Sujeito Passivo: Pessoa que detenha a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel fora
da zona urbana.
Critério Quantitativo
- Base de Cálculo: valor da terra nua tributável.
- Alíquota: variável de acordo com a área, em hectares, e com o grau de utilização do imóvel

IPVA

Critério Material: A propriedade de veículo automotor de qualquer espécie;


Critério Espacial: Estado em que o veículo deve ser registrado, inscrito ou matriculado.
Critério Temporal: Anual.
Critério Pessoal
- Sujeito Ativo: Estado Federativo onde o veículo foi registrado, inscrito ou matriculado. -
Sujeito Passivo: A pessoa que possua propriedade de veículo automotor de qualquer espécie
Critério Quantitativo
- Base de Cálculo: Valor venal do veículo.
- Alíquota: Competência do Senado Federal para determinar a alíquota mínima do Imposto,
além de prever a possibilidade de fixação de alíquotas diferenciadas em função do tipo de
utilização do veículo.

2.Diferençar os conceitos de propriedade, domínio útil e posse do art. 1º da Lei n.


9.393/96, correlacionando-os com o de propriedade do art. 153, VI, da CF. Há
competência da União para instituir como critério material do ITR o domínio útil e a
posse (vide anexos I, II e III)?

A Propriedade é a junção dos direitos de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha, devendo ser exercido de
acordo com as finalidades econômicas e sociais.

Já a Posse, se trata de um estado de fato que confere poderes que são inerentes a
propriedade.

O Domínio útil pode ser conceituado como o direito de usufruir do imóvel da forma mais
ampla possível, podendo, ainda, transmiti-lo a terceiro, a titulo oneroso ou gratuito.

Há competência da União para instituir como critério material do ITR o domínio útil e a posse,
desde que localizados fora da zona urbana do município, sendo, portanto, por exclusão.

3. A quem compete definir as zonas urbana e rural? Qual o veículo legislativo


adequado para tanto? Os imóveis industriais, comerciais e prestadores de serviços
situados fora dos núcleos urbanos municipais estão sujeitos à incidência do IPTU?
(vide anexo IV). E os de exploração vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial,
quando situados dentro dos núcleos urbanos municipais? (vide anexos V, VI e VII).

Quem compete definir a zona urbana é a lei municipal. Neste sentido, a identificação do tipo
de imóvel, se urbano ou rural, deve ser feita de acordo com os ditames do art.32,§1º do CTN,
que, ao estabelecer os critérios jurídicos para a caracterização da zona urbana, com a listagem
de requisitos mínimos necessários, acaba, por exclusão, definindo o conceito de zona rural,
que será toda aquela área considerada como não urbana.

O imóveis industriais, comerciais e prestadores de serviços situados fora dos núcleos urbanos
municipais não estão sujeitos à IPTU, pois não está localizado na zona urbana, portanto,
devendo incidir ITR.

Já os imóveis de exploração vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, quando situados


dentro dos núcleos urbanos municipais, incide ITR, tendo em vista que levam em conta a
destinação do imóvel nos termos do art. 15 do DL 57/1966. Portanto, nesses casos, ocorre a
incidência do ITR e não do IPTU, ainda que o imóvel esteja localizado em área considerada
urbana por legislação municipal.

4. A modificação da planta genérica, que determina a base de cálculo do IPTU,


deve ser veiculada por lei, ou pode ser por meio de decreto? Há necessidade de
publicação no diário oficial? (vide anexo VIII).

A modificação da planta genérica que determina a base de cálculo do IPTU deve ser veiculada
por lei em sentido formal, para fins de atualização do valor venal de imóveis, havendo a
necessidade de publicação no diário oficial.

5. Considerando o consequente tributário, especialmente o critério quantitativo no


que tange às alíquotas do IPTU, discorra sobre a possibilidade ou não de se aplicar
alíquotas diferenciadas para imóveis sem uso, imóveis fechados, com condição de
habitabilidade ou pela localização dos mesmos. Desenvolva sua justificativa e
explique se esta providência interfere na estrutura da norma tributária em sentido
estrito ou se apenas surge em momento pré-legislativo, na construção da norma.

As alíquotas devem ser estabelecidas na legislação municipal, e seus valores devem obedecer
aos parâmetros determinados na Constituição Federal, dentre eles a vedação ao confisco. As
alíquotas não podem atingir valores tais que representem a destruição do patrimônio do
contribuinte.

Acredito ser possível aplicar alíquotas diferenciadas para imóveis sem uso, imóveis fechado,
com condição de habitualidade ou pela localização dos mesmo, haja vista que existem
inúmeras famílias sem teto, esse seria um meio para se cumprir a função social do imóvel, do
mesmo modo em que a Lex Mater autoriza o ITR ter alíquota progressiva, mas claro que não
seja tão alto a ponto de destruir o patrimônio do contribuinte.

6. . Quanto ao ITR pergunta-se:

a) O art. 11 da Lei n. 9.393/96 fixou as alíquotas do ITR em percentuais que


variam de 0,03% a 20%, conforme a área total do imóvel e o grau de utilização. No
seu entender, referida progressividade atende ao disposto no art. 153, § 4º, da
Constituição Federal? A alíquota de 20%, neste caso é confiscatória? Em caso
negativo quando ter-se-ia caracterizado o efeito confiscatório? Justificar.

Ao meu entender a referida progressividade atendo ao disposto no art.153,§4º da CF/88,


tendo em vista a variação de 0,03% a 20%. Não vejo a alíquota de 20% confiscatória, tendo em
vista que é um imposto extrafiscal e se está buscando incentivar um comportamento, que
seria manter as terras produtivas. Ao meu ver a alíquota seria confiscatória se fosse de 50%.

b) A que tipo de lançamento está sujeito o ITR? A exclusão da base de cálculo


do ITR da área de reserva legal depende de sua averbação na matrícula? Pressupõe o
protocolo de Ato Declaratório Ambiental (ADA) do IBAMA, ou do Cadastro
Ambiental Rural (CAR - Lei nº 12.651/12)? (vide anexos IX, X e XI).

O tipo de lançamento que está sujeito o ITR é o lançamento por homologação.

Segundo o STJ é inexigível a apresentação de ato declaratório do IBAMA ou da averbação


dessa condição à margem do registro do imóvel para efeito de isenção do ITR. Dessa forma, a
Área de Reserva Legal não está condicionado à sua prévia averbação no Registro de Imóveis,
logo a exigência do Ato Declaratório Ambiental é obrigação acessória que não agride o art.
113, § 2º, do CTN.

c) Caso o contribuinte não declare o imposto, de que forma deve o Fisco fazer o
lançamento? A partir de quais elementos? Nessa hipótese estará autorizado, ipso
facto, o lançamento com a exclusão total das áreas ambientais e, em consequência,
pelas alíquotas mais gravosas?

Caso o contribuinte não declare o imposto, o fisco fará o lançamento de ofício com base no
valor da terra nua estipulado pelo Sistema de Preços de Terras (SIPT) da Receita Federal. Dessa
forma, esse elementos serão genéricos que muitas vezes fogem da realidade.

d) No desenvolvimento das suas atividades fiscalizatórias pode o Fisco exigir do


contribuinte, depois de declarado e pago o tributo por ele, a apresentação de laudos
de avaliação para comprovar os valores das terras? E a apresentação de laudos de
profissionais da área ambiental para comprovação da reserva legal, de cada área de
preservação permanente e das áreas impróprias à atividade produtiva, seguindo as
normas previstas na ABNT, como vem acontecendo hoje em dia com diversos
produtores? As normas da ABNT podem ser utilizadas para fins tributários? Afinal, o
ITR é mesmo um lançamento “por homologação”? Quais os limites dos
esclarecimentos a serem prestados nesses casos?

Não pode o Fisco exigir do contribuinte depois de declarado e pago o tributo por ele, a
apresentação de laudos de avaliação para comprovar os valores das terras, pois já foi efetuado
o lançamento por meio do SIPT, mas poderá o contribuinte fazer a correção.

e) Hoje em dia vem ganhando força a adoção de formas alternativas de geração de


energia. Diante desse quadro, indaga-se: como apurar o ITR no caso de instalação de
parques eólicos ou de parques solares em imóveis rurais? Essas áreas serão
consideradas improdutivas para fins de ITR? Caso não sejam consideradas
improdutivas, como enquadrá-las no art. 10 da Lei nº 9.393/96?

No caso de formas alternativas de geração de energia, o ITR vai ser apurado considerando
essas áreas como áreas de proteção ambiental e não como terra nua tributável, logo não
sendo consideradas improdutivas para fins de ITR.
7. Com relação ao IPVA pergunta-se:

a) Que é “veículo automotor”? Embarcações e aeronaves enquadram-se no


conceito de “veículo automotor”, sujeitando-se à incidência do IPVA?

O conceito de veículo automotor se extrai do Código de Trânsito Brasileiro que diz que: é todo
veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente
para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para
o transporte de pessoas e coisas.

Embarcações e Aeronaves não se enquadram nesse conceito, pois já tem definição própria o
que difere de veículo automotor. Aeronave é definida no Código Brasileiro de Aeronáutica, e
Embarcação é definida na lei do Tribunal Marítimo, portanto não incide IPVA.

b) A Constituição Federal definiu o critério espacial da regra matriz de


incidência tributária do IPVA? Caso a pessoa (física ou jurídica) tenha domicílios em
diferentes Estados, nos termos dos arts. 71 e §1º do art. 75, do Código Civil
Brasileiro, qual será o Estado competente para cobrança do IPVA? E se o veículo for
registrado em um Estado, mas utilizado em outros? (vide anexos XII e XIII)

A CF não definiu o critério espacial da regra matriz de incidência tributária do IPVA. Neste
sentido, caso a pessoa tenha domicílios em diferentes Estados, o Estado competente para
cobrança do IPVA será o Estado onde o veículo é registrado, inscrito ou matriculado perante as
autoridades competente, não importando onde este veículo é utilizado.

c) É possível a exigência do imposto em relação ao domínio útil ou posse do


veículo? Identificar, justificando sua resposta, quem pode integrar a relação jurídica
tributária do IPVA, na qualidade de sujeito passivo, caso o veículo seja objeto das
operações de: i) locação; ii) arrendamento mercantil (leasing); iii) alienação fiduciária
(XIV, XV e XVI).

O contribuinte do imposto é o proprietário do veículo, podendo ser consideradas responsáveis


outras pessoas, tais como adquirente, o titular do domínio útil ou possuidor, além das demais
previsões de responsabilidade tributária elencadas na legislação estadual específica.

i) o Locatário.

ii) o Locatário

iii) alienação finduciária seria Municipio, logo teria imunidade recíproca. Isso porque o devedor
fiduciário responde solidariamente com o proprietário, pelo pagamento do IPVA e dos
acréscimos legais, em relação a veículo objeto de alienação fiduciária, revela que os veículos
automotores adquiridos pelo Município em alienação fiduciária, por estarem sob sua posse
direta, incorporados ao seu patrimônio e com destinação pública, estão amparados pela
imunidade intergovernamental recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição da
República
d) Qual o critério temporal do imposto no caso de (i) veículo novo; e (ii)
veículo usado? Pode um Estado cobrar o imposto já pago em outra unidade federada
no caso de transferência do veículo usado durante o exercício? Sendo o veículo
objeto de roubo, furto ou perda total durante o exercício, pode o contribuinte pedir
a restituição proporcional do valor já pago a título de IPVA?

O critério temporal do IPVA é anual, portanto, todo ano de acordo com a lei Estadual terá um
dia que será cobrado o IPVA. No caso do veículo novo será no dia que sair da concessionária e
o usado será todo ano estipulado na lei Estadual, devendo ser pago parcialmente contado da
data da compra do veículo.

Não poderá um Estado cobrar imposto já pago em outra unidade federada no caso de
transferência do veículo usado durante o exercício.

Se o veículo objeto de roubo, furto ou perda total durante o exercício, pode o contribuinte
pedir a restituição proporcional do valor já pago a título de IPVA. Neste sentido, caso tenha
parcelado, não se faz necessário o pagamento das parcelas que restam.

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