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QUESTÕES DE PLENÁRIO
c) No que consiste o “uso impróprio” dos tratados? É necessária previsão expressa de cláusulas
antielisivas específicas? Um planejamento tributário internacional que está formal e
substancialmente em conformidade com as legislações tributárias dos Estados envolvidos, mas
que implique uma situação de (dupla) não tributação, pode ser juridicamente proibido?
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
SEMINÁRIO DE CASA
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulo III,
item 4 (Instrumentos introdutórios de normas tributárias no direito brasileiro).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Tratados internacionais destinados a evitar dupla tributação e
incidência de imposto sobre a renda no Brasil: análise do regime jurídico tributário das atividades de
navegação marítima envolvendo Brasil e Itália. Revista Tributária das Américas, n. 1. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010.
Leitura complementar
• SEHN, Solon. Imposto de importação. São Paulo: Noeses. Itens 3.1 a 3.1.2.3.
• HILU NETO, Miguel. Imposto sobre importações e imposto sobre exportações. São Paulo: Quartier
Latin. Capítulos 2, 4 e 5.
• SILVA, Felipe Ferreira. Tratados internacionais – procedimento de produção, recepção por direito
interno e questões correlatas”, In: SANTI, Eurico Marcos Diniz. Curso de especialização em direito
tributário: Estudos analíticos em homenagem a Paulo de Barros Carvalho. Rio de Janeiro: Forense,
2005.
• PINCELLI, Eduardo Pugliese. Sobre a relação entre os tratados internacionais em matéria tributária e
o sistema jurídico brasileiro: novas proposições a respeito de um velho problema. In: CONGRESSO
NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 2, 2005, São Paulo. Segurança jurídica na tributação e
estado de direito. São Paulo: Noeses.
• BIFANO, Elidie Palma. O uso impróprio de tratados. In: X CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS
TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses.
• BIANCO, João Francisco; SANTOS, Ramon Tomazela. A mudança de paradigma: o artigo 7º dos
acordos de bitributação e a superação da dicotomia fonte versus residência. In: ROCHA, Sergio
André; TORRES, Heleno. Direito tributário internacional: homenagem ao Professor Alberto Xavier. São
Paulo: Quartier Latin, 2015.
• BARRETO, Paulo Ayres; TAKANO, Caio Augusto. Os desafios do planejamento tributário
internacional na Era Pós-BEPS. In: CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 12, 2017,
São Paulo. 50 Anos do Código Tributário Nacional. São Paulo: Noeses.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. II. São Paulo: Noeses.
Tema XIV (Preços de transferência no direito tributário brasileiro).
• BARRETO, Paulo Ayres. O imposto sobre a renda e os preços de transferência. São Paulo: Dialética.
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Capítulo IV.
Questões
1. Construa a RMIT dos Impostos de Importação e de Exportação. Qual o conceito de
produto para fins de incidência destes tributos?
R. Com relação ao II, tem-se que: o critério material é importar produtos estrangeiros; o critério
espacial se dá em todo o território nacional; o critério temporal tem incidência na entrada
dos produtos oriundos do estrangeiro no território pátrio; o sujeito ativo é a União; o sujeito
passivo será o importador; e por fim o critério quantitativo, que se dividirá em base de
cálculo e alíquota, sendo aquele o preço do produto, e este o que estiver previsto em lei.
Em se tratando de IE, tem-se que: o critério material é exportar produtos nacionais ou
nacionalizados para o exterior; o critério espacial também será dentro do território nacional;
o critério temporal será na saída de produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior; o
sujeito ativo será a União; o sujeito passivo será o exportador; e o critério quantitativo será
com base de cálculo (preço do produto) e alíquota (prevista em lei).
O produto é simplesmente algo que foi extraído de outro objeto ou utilidade.
2. A empresa “X” firmou contrato de fornecimento, formalizando a aquisição de bem do
exterior, datado de 10/05/2017. Os produtos transpuseram a fronteira brasileira, por
via marítima em 15/06/2017, chegaram ao porto de Santos em 18/06/2017, em
25/06/2017 a empresa registrou a operação junto ao SISCOMEX e os produtos foram
desembaraçados em 02/07/2017. No momento da realização do contrato a alíquota do
referido imposto era de 10%. No entanto, em 01/06/2017 o Governo Federal publicou
decreto que aumentou a alíquota aplicável à importação do referido bem para 20%, em
16/06/2017 houve outro aumento de alíquota para 30%, em 22/06/2017 para 35% e
em 01/07/2017 para 38%. Pergunta-se: qual é a alíquota aplicável à operação de
importação em análise? Fundamente. (Vide anexo I e II)
R. Tendo em vista que o fato gerador se deu na data de 25/06 (data essa em que houve a
declaração do II, sendo a operação junto ao SISCOMEX), a alíquota que deverá ser aplicada é a
de 35%. Com fundamento no art.23 do DC/Lei 37/1966 sua disposição apenas fixa um
parâmetro jurídico para que a entrada do produto no território brasileiro seja vertida em
linguagem competente.
3. A reimportação de mercadoria exportada em caráter definitivo se equipara à importação, ou
seja, a mercadoria exportada perde a condição de nacional, devendo se submeter ao Imposto de
Importação ao ser reimportada? (Vide anexo III)
R. Pelo fato da importação e da reimportação serem duas atividades apartadas, não caberia a
equiparação neste caso. Há ainda o fato já previamente tratado, que o critério material do II
será a entrada de produto estrangeiro no país, logo, a reimportação não estaria abarcada nesse
caso.
4. O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema monista ou dualista? Em face da resposta
ao item anterior, defina os critérios para solução de conflitos entre tratados e lei interna, no
Direito Tributário Brasileiro. Há hierarquia entre tratados e lei interna?
O ordenamento pátrio adota o sistema monista nacionalista, defendendo a supremacia do direito
interno. O direito internacional, neste caso, teria sua aplicação condicionada ao bel prazer de
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cada Estado Nacional. Tal condição fará com que um possível conflito entre essas normas tenha
sua resolução condicionada à recepção ou não do tratado na forma de Emenda Constitucional
(equiparando-se à preceitos constitucionais), dependendo assim de critérios como a
especialidade e a cronologia para sua resolução. Enquanto em um embate com normas
inferiores, prevaleceriam os tratados por hierarquia.
Com relação aos tratados não recepcionados, a norma constitucional irá, naturalmente, prevalecer.
5. Sobre os tratados, responda:
a) Defina o conceito de “tratado internacional”, descrevendo como se dá seu ingresso no
ordenamento jurídico, seu momento de vigência no direito interno e sua posição hierárquica
no sistema jurídico (vide §2º do art. 5º da Constituição e o art. 98 do Código Tributário
Nacional e o entendimento exposto pelo STF anexo IV).
O tratado internacional seria uma espécie de acordo entre dois ou mais entes de direito
internacional público, pactuando direitos e deveres entre os signatários, que refletiram em
seus ordenamentos internos, podendo, inclusive, produzir efeitos a nível internacional.
No Brasil, o único ente capaz de celebrar um tratado é a União, representada pelo Presidente da
República, devendo os tratados serem apreciados pelo Congresso Nacional numa análise de
viabilidade minuciosa, e produzirá seus efeitos após o referendo da Casa.
b) Pode a União, visando a regular a política tarifária, versar sobre a isenção de tributo de
competência estadual?
A União não possui competência para praticar tal ato.
d) Os tratados podem revogar ou suspender a eficácia das normas tributárias inseridas no
ordenamento jurídico brasileiro pelos Estados e Municípios? Haveria violação ao princípio
federativo e ao princípio da autonomia dos Municípios consagrados na CF/88? (Vide
anexos V e VI)
Sim, os tratados têm tal poder, levando-se em conta de que são recepcionados com status de
norma constitucional, bloqueando a violação do princípio federativo e o da autonomia dos
Municípios, por pertencerem à uma hierarquia superior.
e) No que consiste o “uso impróprio” dos tratados? É necessária previsão expressa de cláusulas
antielisivas específicas? Um planejamento tributário internacional que está formal e
substancialmente em conformidade com as legislações tributárias dos Estados envolvidos,
mas que implique uma situação de (dupla) não tributação, pode ser juridicamente proibido?
Fundamente, estabelecendo uma análise crítica entre os conceitos de “responsabilidade
social corporativa”, “parcela justa de tributos” e “livre concorrência entre empresas
multinacionais e nacionais” (vide artigo 31 da Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados e anexo VII)
O “uso impróprio” seria o desvio de finalidade do tratado, caraterizado por sua utilização em entes
ou setores não abarcados pelo que foi assinado entre os Estados. A previsão de tais cláusulas se
faz sim necessária, tendo em vista que estas envolvem e protegem a utilização com boa-fé dos
tratados, garantindo seu perfeito uso. Tal planejamento não será juridicamente proibido, pois
seria uma situação que implicaria em negociações bilaterais, sem ferir nenhum dos lados da
situação.
6. A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN,
dispondo “que na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as
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condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto...”.
Indaga-se: o regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas e coligadas
no exterior nos moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014 está de acordo com o
ordenamento jurídico? Considerar em sua resposta a manifestação do STF a respeito do tema.
(Vide anexos VIII e IX)
R. Tal regime de tributação se coaduna perfeitamente com o ordenamento pátrio, já que estipula
que os lucros auferidos tanto por controlada, quanto por coligadas, serão disponibilizadas
paras as controladoras e coligadas no Brasil, na data do balanço que for apurado, assim como os
lucros da controlada ou coligada no exterior até a data de 31/12/2001, sendo considerados
como disponibilizados em 31/12/2002, a não ser que ocorra alguma hipótese de
disponibilização prevista em Lei.
7. Que significa a expressão “preços de transferência” e qual sua função? O que é o princípio
“arm’s lenght” aplicado pelo fisco no Brasil? Foi positivado no Brasil pela Lei n. 9.430/96 e
alterações posteriores? Comente sobre a possibilidade de aplicação coercitiva deste conceito.
(Vide anexo X).
Tal expressão serve para detectar os controles a que as operações comerciais ou financeiras
concluídas por pessoas vinculadas estão sujeitas. Pessoas essas que estejam sediadas em
jurisdições diferentes, ou que um dos entes se encontre em um país com regime fiscal
privilegiado. Sua função é impedir que haja evasão de tributos (IR e CSLL), por meio de
operações fraudulentas, organizadas por empresas brasileiras e empresas do exterior com
algum contato com estas.
Tal princípio tem o fito de controlar preços, para que não sejam cobrados valores exorbitantes nas
operações comerciais, fornecendo assim uma “paridade de armas”, visando a contratação de
maneira justa e feita com base no melhor interesse. Tal princípio, apesar de não ser positivado
no ordenamento brasileiro, encontra-se de maneira implícita neste, inviabilizando assim a sua
aplicação coercitiva.
8. Sobre troca de informações fiscais, baseada em tratados internacionais, pergunta-se:
a) Que meios estão legalmente disponíveis para a obtenção de informações fiscais? Quais
proteções aos contribuintes estabelecidas pelo art. 26 da convenção-modelo da OCDE1? É
possível haver a transferência de informações recebidas por um determinado país para um
terceiro país, com quem o Estado receptor da informação tenha celebrado acordo de troca
automática de informações para fins fiscais?
Para que haja a obtenção de informações fiscais, faz-se necessário um pacto internacional. Depois
dessa etapa, a utilização de dados entre os signatários será possível, sendo inviável a entrega de
informações para um terceiro que não esteja relacionado com os envolvidos, visando a
proteção dos envolvidos, devendo haver interação apenas entre os encarregados da liquidação
e cobrança de impostos.
b) Caso o Brasil receba um pedido de troca de informações de um Estado com quem tenha
celebrado tratado para evitar a dupla tributação, cuja redação do art. 26 seja idêntica àquela da
convenção-modelo da OCDE, ele pode se recusar a fornecer a informação, em virtude de aquela
informação ser sigilosa? (vide art. 5º, inc. X e XII da CF/88, e anexo XI)
1. Considerar que o Brasil assinou a convenção multilateral para assistência administrativa mútua para fins fiscais
Conferir: http://www.oecd.org/ctp/exchange-of-tax-information/convention-on-mutual-administrative-assistance-in-tax-
matters.htm
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Neste caso o Brasil poderá recusar-se a fornecer tais informações, caso não sejam relevantes e
imprevisíveis, devendo haver uma verificação da possibilidade do recebimento de tais
informações pela outra parte, pois, desde que não ultrapasse o limite do ordenamento interno
do Estado, é necessária a utilização de todos os meios necessários para sua consecução.
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brasileiro: novas proposições a respeito de um velho problema”, de Eduardo Pugliese Pincelli. In:
CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 2, 2005, São Paulo. Segurança jurídica na
tributação e estado de direito. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Problema de qualificação na aplicação das convenções contra a bitributação internacional”
de Gerd Willi Rothmann. Revista Dialética de Direito Tributário, n.76, São Paulo: Dialética, 2002.
• Artigo: “Tratado internacional, em matéria tributária, pode exonerar tributos estaduais?” de Estevão
Horvath e Nelson F. de Carvalho. Revista de direito tributário, São Paulo, n. 64, p. 262-268, 1996.
• Tratados internacionais em matéria tributária e ordem interna, de Betina Treiger Grupenmacher. São
Paulo: Dialética.
• A relação entre a ordem jurídica interna e os tratados internacionais, de Felipe Ferreira Silva.
Curitiba: Juruá.
• Artigo: “A prevenção de abusos dos tratados internacionais que visam evitar a dupla tributação no plano
de ação do projeto BEPS: perspectiva brasileira” de Paulo Ayres Barreto e Caio Augusto Takano. In:
Direito tributário internacional: homenagem ao Professor Alberto Xavier. São Paulo: Quartier Latin,
2015.
• Estabelecimentos permanentes em direito tributário internacional de Paulo Caliendo. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2005.
• Artigo: “O conceito de planejamento tributário agressivo e os novos standards tributários
internacionais do Projeto BEPS” de Caio Augusto Takano, Revista Direito Tributário Internacional
Atual, v.2, São Paulo: IBDT, 2017.
• Capítulos IV e VI do livro Troca internacional de informações para fins fiscais de Sérgio André Rocha.
São Paulo: Quartier Latin, 2015.
• Artigo: “Sobre a tributação dos lucros disponibilizados do exterior”, de Luís Eduardo Schoueri e
Miguel Hilu Neto, in ROCHA, Valdir de Oliveira (Coord.). Imposto de Renda – Alterações
fundamentais.
• Artigo: “Imposto sobre a renda – Resultados auferidos no exterior por filiais, sucursais, controladas e
coligadas, de José Artur Lima Gonçalves”, Revista Dialética de Direito Tributário n. 74.
• Artigo: “Distribuição de lucros de coligadas no exterior”, de Elidie Palma Bifano. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “A lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014, em matéria de lucros no exterior: objetivos e
características essenciais”, de Alberto Xavier, in Grandes questões atuais do direito tributário, 18º vol.,
Valdir de Oliveira Rocha (Coord.). São Paulo: Dialética.
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Anexo I
RE n. 225.602/CE
DJ 06/04/2001
Anexo II
REsp n. 1.220.979/RJ
DJ 15/04/2011
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPATIBILIDADE DO ART. 23 DO DECRETO-LEI N. 37/66 COM O
ART. 19 DO CTN. FATO GERADOR. DATA DO REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO.
PRECEDENTES.
1. Não há incompatibilidade entre o art. 19 do Código Tributário Nacional e o art. 23 do
Decreto-Lei n. 37/66, porquanto o desembaraço aduaneiro completa a importação e,
consequentemente, representa, para efeitos fiscais, a entrada de mercadoria no território
nacional.
2. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, no caso de importação de mercadoria
despachada para consumo, o fato gerador do imposto de importação ocorre na data do registro
da declaração de importação. Desse modo, deve ser aplicada para o cálculo do imposto a alíquota
vigente nessa data.
3. Precedentes: EDcl no RESP 1.000.829/ES, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe
17.6.2010; AgRg no Ag 1.155.843/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe 30.9.2009;
RESP 1.046.361/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 5.3.2009; RESP 139.658/PR,
Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Primeira Turma, DJ 28.5.2001.
Recurso especial provido.
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Anexo III
REsp n. 662.882/RJ
DJ 13/02/2006
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6. É insindicável pelo E. STJ (Súmula 07) a premissa fática da configuração da
violação da lei, firmada pelo tribunal local. In casu, restou inequívoca do aresto
recorrido, a conclusão de que: "Importa ressaltar que, conforme reconhece a própria
Fazenda Nacional, a situação fática não configura hipótese de incidência de tributo a
reimportação de fitas de vídeo exportadas para fins de dublagem pelo regime de
exportação temporária, nos termos dos artigos 369, do Regulamento Aduaneiro, e 92, do
Decreto-lei 37/66, respectivamente.
Ademais, a multa é imposta em razão da equivocada infração administrativa ao
controle das importações, que consiste na ausência ou não da apresentação de guia de
importação, para o desembaraço aduaneiro.
(...) Por outro tanto, a cobrança da multa advém da aplicação da legislação
aplicável à importação de mercadorias, hipótese distinta da reimportação, onde não se
exige a emissão de guias de importação, por se revestir de operação singular de
reimportação de bens nacionais (no caso fitas de videotape de gravação de novelas
produzidas pela Rede Globo, no território nacional).
Merece ressalvar o fato de exigência mencionada pela Fazenda somente ser capaz
de fazer sentido ao tempo em que outra era a sistemática do imposto de importação,
onde era previsto como fato gerador da exação a importação de quaisquer mercadorias,
inclusive as produzidas no Brasil, desde que de procedência estrangeira.
No caso em exame não há qualquer previsão legal para a apresentação de guia de
importação, nas hipóteses de reimportação e, assim sendo, é incabível a sua exigência
com base na legislação atinente à importação, porquanto configura ofensa ao princípio
da legalidade." 7. Forçoso concluir , à semelhança do julgado atacado que in casu, o que
houve foi a reimportação de mercadorias, sob o regime de exportação temporária, não
incidindo a obrigação de apresentação de guia de importação na hipótese, prevista nos
artigos 432 c/c 526, II do Regulamento Aduaneiro, por se tratar de fato distinto do
previsto na lei, restando vedada qualquer interpretação extensiva por força do artigo
111 do CTN.
8. Recurso especial improvido. (REsp 662.882/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/12/2005, DJ 13/02/2006, p. 672).
Anexo IV
ADIN n. 1.480-3/DF (Medida Liminar)
DJ 18/05/2001
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – CONVENÇÃO N. 158/OIT – PROTEÇÃO DO
TRABALHADOR CONTRA A DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA – ARGUIÇÃO DE
ILEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DOS ATOS QUE INCORPORARAM ESSA CONVENÇÃO
INTERNACIONAL AO DIREITO POSITIVO INTERNO DO BRASIL (DECRETO LEGISLATIVO N.
68/92 E DECRETO N. 1.855/96) – POSSIBILIDADE DE CONTROLE ABSTRATO DE
CONSTITUCIONALIDADE DE TRATADOS OU CONVENÇÕES INTERNACIONAIS EM FACE DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – ALEGADA TRANSGRESSÃO AO ART. 7º, I, DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA E AO ART. 10, I DO ADCT/88 – REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA DA PROTEÇÃO
CONTRA A DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA, POSTA SOB RESERVA
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CONSTITUCIONAL DE LEI COMPLEMENTAR – CONSEQUENTE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE
TRATADO OU CONVENÇÃO INTERNACIONAL ATUAR COMO SUCEDÂNEO DA LEI
COMPLEMENTAR EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO (CF, ART. 7º, I) – CONSAGRAÇÃO
CONSTITUCIONAL DA GARANTIA DE INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA COMO EXPRESSÃO DA
REAÇÃO ESTATAL À DEMISSÃO ARBITRÁRIA DO TRABALHADOR (CF, ART. 7º, I, C/C O ART. 10,
I DO ADCT/88) – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA CONVENÇÃO N. 158/OIT, CUJA
APLICABILIDADE DEPENDE DA AÇÃO NORMATIVA DO LEGISLADOR INTERNO DE CADA PAÍS –
POSSIBILIDADE DE ADEQUAÇÃO DAS DIRETRIZES CONSTANTES DA CONVENÇÃO N. 158/OIT
ÀS EXIGÊNCIAS FORMAIS E MATERIAIS DO ESTATUTO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO –
PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR DEFERIDO, EM PARTE, MEDIANTE INTERPRETAÇÃO
CONFORME À CONSTITUIÇÃO. PROCEDIMENTO CONSTITUCIONAL DE INCORPORAÇÃO DOS
TRATADOS OU CONVENÇÕES INTERNACIONAIS.
É na Constituição da República – e não na controvérsia doutrinária que antagoniza
monistas e dualistas – que se deve buscar a solução normativa para a questão da incorporação
dos atos internacionais ao sistema de direito positivo interno brasileiro.
O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados
internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo
Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades
homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto
legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da
República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII),
também dispõe – enquanto Chefe de Estado que é – da competência para promulgá-los mediante
decreto.
O iter procedimental de incorporação dos tratados internacionais – superadas as fases
prévias da celebração da convenção internacional, de sua aprovação congressional e da
ratificação pelo Chefe de Estado – conclui-se com a expedição, pelo Presidente da República, de
decreto, de cuja edição derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes: (a) a promulgação do
tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu texto; e (c) a executoriedade do ato
internacional, que passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no plano do direito
positivo interno. Precedentes.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE TRATADOS INTERNACIONAIS NO
SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
– O Poder Judiciário – fundado na supremacia da Constituição da República – dispõe de
competência, para, quer em sede de fiscalização abstrata, quer no âmbito do controle difuso,
efetuar o exame de constitucionalidade dos tratados ou convenções internacionais já
incorporados ao sistema de direito positivo interno. Doutrina e Jurisprudência.
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reintegração no emprego. Pelo contrário, a Convenção n. 158/OIT expressamente permite a cada
Estado-Parte (Artigo 10), que, em função de seu próprio ordenamento positivo interno, opte
pela solução normativa que se revelar mais consentânea e compatível com a legislação e a
prática nacionais, adotando, em consequência, sempre com estrita observância do estatuto
fundamental de cada País (a Constituição brasileira, no caso), a fórmula da reintegração no
emprego e/ou da indenização compensatória. Análise de cada um dos artigos impugnados da
Convenção n. 158/OIT (Artigos 4º a 10).
Anexo V
RE n. 627.280/RJ - RG
DJ 23/02/2012
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. BACALHAU (PEIXE SECO E SALGADO).
TRATAMENTO. ALCANCE DE ACORDO INTERNACIONAL. GENERAL AGREEMENT ON TRADE
AND TARIFFS. DECRETO LEGISLATIVO 30/1994 E DECRETO 301.355/1994. PROPOSTA PELO
RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA. Tem repercussão geral a discussão
sobre a incidência do IPI sobre operações com bacalhau (peixe seco e salgado), à luz do GATT,
dos princípios da isonomia, da seletividade e da extrafiscalidade e do conceito de
industrialização.
Anexo VI
AI n. 764.951 AgRg/BA
DJ 13/03/2013
Anexo VII
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
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SEÇÃO 3
Interpretação de Tratados
Artigo 31
Regra Geral de Interpretação
1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos termos
do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade.
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção
das partes.
Anexo VIII
RE n. 611.586/PR - RG
Julgamento: 05/04/2011
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disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das
hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor.
Anexo IX
ADI n. 2588/DF
DJ 10/02/2014
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Anexo X
TRF 3ª Região - Apelação n. 0028594-62.2005.4.03.6100
DJ 11/11/2014
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internacionais, pois o acórdão embargado enfatizou que “A adoção, na técnica legal, do critério
do valor agregado objetivou conferir adequada eficácia ao modelo de controle de preços de
transferência, em cumprimento às obrigações internacionais assumidas pelo Brasil na
Convenção Modelo da OCDE, evitando distorções e, particularmente, redução da carga fiscal
diante da insuficiência das normas originariamente contidas na Lei 9.430/1996 e refletidas na
IN/SRF 32/2001” (f. 279). A Turma aderiu ao entendimento de que a nova disciplina aprimorou
os mecanismos de inibição da transferência de lucro com redução indevida da base de cálculo da
tributação interna, através da prática de preços manipulados entre empresas associadas, sem
violar, pois, os tratados e convenções internacionais.
7. Como se observa, não houve qualquer omissão no julgamento impugnado, revelando, na
realidade, a articulação de verdadeira imputação de erro no julgamento, e contrariedade da
embargante com a solução dada pela Turma, o que, por certo e evidente, não é compatível com a
via dos embargos de declaração. Assim, se o acórdão violou os artigos 97, II e 98 do CTN; 5º, II,
LXIX e §2º, 37, 150, I e II da CF como mencionado, caso seria de discutir a matéria em via própria
e não em embargos declaratórios.
8. Em suma, para corrigir suposto error in judicando, o remédio cabível não é, por evidente,
o dos embargos de declaração, cuja impropriedade é manifesta, de forma que a sua utilização
para mero reexame do feito, motivado por inconformismo com a interpretação e solução
adotadas, revela-se imprópria à configuração de vício sanável na via eleita.
9. Embargos de declaração rejeitados.
Anexo XI
RE 601.314/SP (Repercussão Geral)
DJ 16/09/2016
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para a requisição de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras, assim como
manteve o sigilo dos dados a respeito das transações financeiras do contribuinte, observando-se um
translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal. 5. A alteração na ordem jurídica promovida
pela Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, uma vez que
aquela se encerra na atribuição de competência administrativa à Secretaria da Receita Federal, o que
evidencia o caráter instrumental da norma em questão. Aplica-se, portanto, o artigo 144, §1º, do Código
Tributário Nacional. 6. Fixação de tese em relação ao item “a” do Tema 225 da sistemática da repercussão
geral: “O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a
igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece
requisitos objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 7. Fixação de tese em
relação ao item “b” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 não atrai a
aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da
norma, nos termos do artigo 144, §1º, do CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
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