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SEMINÁRIO DE CASA

SEMINÁRIO VI – IPTU, ITR e IPVA


ALUNO: PEDRO PAULO LULA XAVIER GARCIA

Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulo VIII,
item 7 (A regra-matriz de incidência – sua estrutura lógica – hipótese e consequência).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. II. 2 Ed. São Paulo:
Noeses, 2017. Tema XXI (Tributação sobre a propriedade de bem imóvel: algumas considerações sobre as
regras-matrizes do IPTU e do ITR).

Leitura complementar
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol II. São Paulo: Noeses.
Tema XIX (IPVA e alienação fiduciária: análise da sujeição passiva do imposto em contratos de alienação
fiduciária).
• CARNEIRO, Luísa Cristina Miranda. IPVA – teoria, prática e questões polêmicas. São Paulo: Noeses.
Capítulo 3.
• LOUBET, Leonardo Furtado. Tributação Federal no Agronegócio. São Paulo: Noeses. Capitulo IV.
• MARTINS, Rogério Lindenmeyer Vidal da Silva. O perfil do imposto sobre a propriedade de veículos
automotores – IPVA. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de direito tributário. São Paulo:
Saraiva.
• OLIVEIRA, Cássia Valéria. Considerações acerca do Ato Declaratório Ambiental exigido pela Receita
Federal para não incidência do ITR sobre as áreas de preservação permanente e reserva legal. Revista de
Direito Tributário, São Paulo, n. 105, p. 197-206, 2009.
• BARRETO, Aires Fernandino. IPTU – progressividade e diferenciação. Revista Dialética de Direito
Tributário, n. 76.
• FERNANDES, Cíntia Estefania. IPTU: texto e contexto. São Paulo: Quartier Latin. Capítulo 5.
• VIEIRA, Maria Leonor Leite. Imposto territorial rural: hipótese de incidência e base de cálculo –
provocações. In: SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Curso de especialização em direito tributário –
homenagem a Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Forense, 2005. Livro IV, Capítulos IX (Apontamentos
sobre o ITR e a sua progressividade).
• MOURA, Frederico Araújo Seabra de. IPTU, Capacidade Contributiva e Corresponsabilização do
Promitente Vendedor no Contexto dos Contratos de Promessa de Compra e Venda: Reflexões Sobre os
Precedentes Veiculados nos Recursos Especiais nº 1.111.202/SP e as Práticas administrativas Municipais.
In: XIII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses.

Questões
1. Construa as regras-matrizes de incidência do IPTU, ITR e IPVA.
R. IPTU – Critério Material (ser proprietário, detentor do domínio útil ou da posse de bem

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
imóvel urbano) Critério Espacial (zona urbana do município) Critério Temporal (1º de janeiro)
ITR – Critério Material (ser proprietário, titular de domínio útil, ou possuidor, a qualquer
título, de bem imóvel rural) Critério Espacial (zona rural do Município) Critério Temoral (1º de
janeiro)
IPVA – Critério Material (ser proprietário de veículo automotor) Critério Espacial (território do
Estado onde o veículo foi registrado) Critério Temporal (1º de janeiro / data da aquisição (veículos
novos) / data do desembarace aduaneiro (veículos importados).
2. Diferençar os conceitos de propriedade, domínio útil e posse do art. 1º da Lei n. 9.393/96,
correlacionando-os com o de propriedade do art. 153, VI, da CF. Há competência da União para
instituir como critério material do ITR o domínio útil e a posse (vide anexos I, II e III)?
R. Segundo o professor Eduardo Sabbag, a propriedade é o gozo jurídico pleno de uso, fruição e
disposição de bem móvel; enquanto o domínio útil é apenas um dos elementos de gozo jurídico da
propriedade; e por fim, a posse também trata-se de um dos elementos da propriedade. O conceito
de propriedade do artigo supracitado não se coaduna com o conceito advindo do direito civil,
conceito esse que foi adotado pela Lei 9.393/96. O conceito da CF diz respeito a imóveis rurais.
3. A quem compete definir as zonas urbana e rural? Qual o veículo legislativo adequado para tanto?
Os imóveis industriais, comerciais e prestadores de serviços situados fora dos núcleos urbanos
municipais estão sujeitos à incidência do IPTU? (vide anexo IV). E os de exploração vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial, quando situados dentro dos núcleos urbanos municipais? (vide
anexos V, VI e VII).
R. Tal competência é dos Municípios, definindo as zonas rurais e urbanas de seus respectivos
territórios por meio de lei ordinária. Os imóveis industriais, comerciais e prestadores de serviços
que estão fora da zona urbana, estarão sujeitos à incidência do IPTU, pois as atividades
econômicas desempenhadas são típicas da zona urbana. Já os imóveis de exploração vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial, mesmo em zonas urbanas, terão incidência do ITR.
4. A modificação da planta genérica, que determina a base de cálculo do IPTU, deve ser veiculada por
lei, ou pode ser por meio de decreto? Há necessidade de publicação no diário oficial? (vide anexo
VIII).
R. A modificação da planta genérica deverá ser veiculada por lei ordinária, sendo necessária a
publicação no diário oficial em respeito ao princípio da anterioridade.
5. Considerando o consequente tributário, especialmente o critério quantitativo no que tange às
alíquotas do IPTU, discorra sobre a possibilidade ou não de se aplicar alíquotas diferenciadas para
imóveis sem uso, imóveis fechados, com condição de habitabilidade ou pela localização dos
mesmos. Desenvolva sua justificativa e explique se esta providência interfere na estrutura da norma
tributária em sentido estrito ou se apenas surge em momento pré-legislativo, na construção da
norma.
R.
6. .Quanto ao ITR pergunta-se:
a) O art. 11 da Lei n. 9.393/96 fixou as alíquotas do ITR em percentuais que variam de 0,03% a
20%, conforme a área total do imóvel e o grau de utilização. No seu entender, referida
progressividade atende ao disposto no art. 153, § 4º, da Constituição Federal? A alíquota de 20%,
neste caso é confiscatória? Em caso negativo quando ter-se-ia caracterizado o efeito confiscatório?
Justificar.

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R. Apesar de necessário seguir o disposto no referido artigo, a Lei 9.393/96 não atende a
progressividade da CF, tendo em vista o grande espaço entre as alíquotas, descredibilizando o
critério. A Alíquota de 20% é confiscatória, pois o contribuinte em 5 anos irá pagar o valor do
imóvel, sendo uma porcentagem desarrazoada.
b) A que tipo de lançamento está sujeito o ITR? A exclusão da base de cálculo do ITR da área de
reserva legal depende de sua averbação na matrícula? Pressupõe o protocolo de Ato Declaratório
Ambiental (ADA) do IBAMA, ou do Cadastro Ambiental Rural (CAR - Lei nº 12.651/12)? (vide
anexos IX, X e XI).
R. Ao lançamento por homologação. Para exclusão de área de preservação permanente da base de
cálculo do ITR, não será necessário o Protocolo, pois o inciso II do § 1º do art.10 da Lei 9.393/96,
exclui, alínea “a”, a região que diz respeito à preservação permanente.
a) Caso o contribuinte não declare o imposto, de que forma deve o Fisco fazer o lançamento? A
partir de quais elementos? Nessa hipótese estará autorizado, ipso facto, o lançamento com a
exclusão total das áreas ambientais e, em consequência, pelas alíquotas mais gravosas?
R. Deverá ser feito de ofício, a fim de não lesar o erário público, não estando autorizado o
lançamento com a exclusão total das áreas ambientais e, em consequência, pelas alíquotas mais
gravosas.
d) No desenvolvimento das suas atividades fiscalizatórias pode o Fisco exigir do contribuinte,
depois de declarado e pago o tributo por ele, a apresentação de laudos de avaliação para comprovar
os valores das terras? E a apresentação de laudos de profissionais da área ambiental para
comprovação da reserva legal, de cada área de preservação permanente e das áreas impróprias à
atividade produtiva, seguindo as normas previstas na ABNT, como vem acontecendo hoje em dia
com diversos produtores? As normas da ABNT podem ser utilizadas para fins tributários? Afinal, o
ITR é mesmo um lançamento “por homologação”? Quais os limites dos esclarecimentos a serem
prestados nesses casos?
R. O Fisco não pode exigir, tendo em vista que o lançamento já fora efetuado através do SIPT,
podendo o contribuinte fazer as devidas correções.
e) Hoje em dia vem ganhando força a adoção de formas alternativas de geração de energia. Diante
desse quadro, indaga-se: como apurar o ITR no caso de instalação de parques eólicos ou de parques
solares em imóveis rurais? Essas áreas serão consideradas improdutivas para fins de ITR? Caso não
sejam consideradas improdutivas, como enquadrá-las no art. 10 da Lei nº 9.393/96?
R. Nas formas alternativas, o ITR, deverá ser considerando como se fossem áres de proteção
ambiental, sendo assim improdutivas.
7. Com relação ao IPVA pergunta-se:
a) Que é “veículo automotor”? Embarcações e aeronaves enquadram-se no conceito de “veículo
automotor”, sujeitando-se à incidência do IPVA?
R. Aeronaves e embarcações não se enquadram, pois o Código Brasileiro de Aeronáutica enumera os
requisitos necessários, e exclui a propulsão por meio de motor. Seria necessária uma lei
complementar para adicionar ao IPVA (vale também para as embarcações).
b) A Constituição Federal definiu o critério espacial da regra matriz de incidência tributária do
IPVA? Caso a pessoa (física ou jurídica) tenha domicílios em diferentes Estados, nos termos dos
arts. 71 e §1º do art. 75, do Código Civil Brasileiro, qual será o Estado competente para cobrança
do IPVA? E se o veículo for registrado em um Estado, mas utilizado em outros? (vide anexos XII e

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XIII)
R. A Constituição não definiu critério espacial na incidência do IPVA. Sendo assim, o Estado
competente para cobranças em casos onde o contribuinte tenha diversos domicílios, deverá ser
onde o veículo for registrado.
c) É possível a exigência do imposto em relação ao domínio útil ou posse do veículo? Identificar,
justificando sua resposta, quem pode integrar a relação jurídica tributária do IPVA, na qualidade de
sujeito passivo, caso o veículo seja objeto das operações de: i) locação; ii) arrendamento mercantil
(leasing); iii) alienação fiduciária (XIV, XV e XVI).
d) Qual o critério temporal do imposto no caso de (i) veículo novo; e (ii) veículo usado? Pode um
Estado cobrar o imposto já pago em outra unidade federada no caso de transferência do veículo
usado durante o exercício? Sendo o veículo objeto de roubo, furto ou perda total durante o
exercício, pode o contribuinte pedir a restituição proporcional do valor já pago a título de IPVA?

Sugestão para pesquisa suplementar


• Do Imposto Territorial Rural – ITR, de Geilson Salomão Leite. São Paulo: Max Limonad.
• IPTU – aspectos jurídicos relevantes, coord. Marcelo Magalhães Peixoto. São Paulo: Quartier Latin.
• IPTU e progressividade: igualdade e capacidade contributiva, de Elizabeth Nazar Carrazza. Curitiba:
Juruá.
• IPTU, de Valéria Furlan. São Paulo: Malheiros.
• Artigo: IPVA: “O Direito Tributário deve continuar a avançar: o IPVA, esse (ainda) ilustre desconhecido”.
Revista de direito tributário contemporâneo – de Leonardo Loubet in RDTC nº 02. coord. Paulo de Barros
Carvalho. Ano 01. set/out 2016. São Paulo: Thomson Reuters.
• Artigo: “Imposto predial e territorial urbano”, de Aires Fernandino Barreto, in Curso de direito tributário,
coord. Ives Grandra da Silva Martins. Belém: CEJUP.
• Artigo: “Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU e Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis –
ITBI”, de Aires F. Barreto, in Curso de direito tributário, coord. Ives Gandra da Silva Martins. São Paulo:
Saraiva.
• Artigo: “O imposto sobre a propriedade territorial rural”, de José Antonio Francisco e Marcello Jorge
Pellegrina, in Curso de direito tributário, coord. Ives Grandra da Silva Martins. São Paulo: Saraiva
• Artigo: “IPTU, ITBI e capacidade contributiva: diversidade de bases de cálculo e critérios para a
progressividade”, de Betina Treiger Grupenmacher, in X Congresso Nacional de Estudos Tributários do
IBET. São Paulo: Noeses.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo I
AgRg no AG. em REsp Nº 691.946/RJ

DJe 16/06/2015

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO.


IPTU. CONTRATO DE CONCESSÃO DE BEM PÚBLICO. AUSÊNCIA DE ANIMUS DOMINI. TRIBUTO
INDEVIDO. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. O artigo 34
do CTN define como contribuinte do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu
possuidor a qualquer título. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a posse apta a gerar a obrigação
tributária é aquela qualificada pelo animus domini, ou seja, a que efetivamente esteja em vias de ser transformada
em propriedade, seja por meio da promessa de compra e venda, seja pela posse ad usucapionem . Assim, a
incidência do tributo deve ser afastada nos casos em que a posse é exercida precariamente, bem como nas demais
situações em que, embora envolvam direitos reais, não estejam diretamente correlacionadas com a aquisição da
propriedade. 2. O cessionário do direito de uso não é contribuinte do IPTU, haja vista que é possuidor por relação
de direito pessoal, não exercendo animus domini, sendo possuidor do imóvel como simples detentor de coisa
alheia. Precedentes. Incidência do óbice da Súmula 83/STJ. 3. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o
seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos
termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros
Humberto Martins, Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento
o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques. Brasília (DF), 09 de junho de 2015. MINISTRO MAURO CAMPBELL
MARQUES , Relator

Anexo II
REsp n. 1.110.551/SP

DJe 18/06/2009

RECURSO ESPECIAL Nº 1.110.551 - SP (2008/0269892-3) RELATOR : MINISTRO MAURO


CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
PROCURADOR : LUCYMAR BARBOZA DE SOUZA PEREIRA E OUTRO(S) RECORRIDO :
GETÚLIO BARELLA ADVOGADO : SÉRGIO BARELLA EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO
FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL.
LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO
PROPRIETÁRIO (PROMITENTE VENDEDOR). 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a
qualquer título. 2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente
comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele
que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo
pagamento do IPTU. Precedentes: RESP n.º 979.970/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de
18.6.2008; AgRg no REsp 1022614 / SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ de
17.4.2008; REsp 712.998/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJ 8.2.2008 ; REsp
759.279/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 11.9.2007; REsp 868.826/RJ,
Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 1º.8.2007; REsp 793073/RS, Rel. Min. Castro Meira,
Segunda Turma, DJ 20.2.2006. 3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo,
contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o
proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa
optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação" (REsp 475.078/SP, Rel.
Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004). 4. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do
art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em
que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal
de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, dar provimento ao
recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves,
Eliana Calmon, Francisco Falcão, Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins e Herman Benjamin
votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Presidiu o
julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavasck. Brasília (DF), 10 de junho de 2009. MINISTRO
MAURO CAMPBELL MARQUES , Relator.

Anexo III
REsp n. 1.111.202/SP

DJe 18/06/2009

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE


IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO
PROPRIETÁRIO (PROMITENTE VENDEDOR). 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do
IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 2. A
jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer
título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no
Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. Precedentes: RESP n.º 979.970/SP,
Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 18.6.2008; AgRg no REsp 1022614 / SP, Rel. Min. Humberto
Martins, Segunda Turma, DJ de 17.4.2008; REsp 712.998/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJ
8.2.2008 ; REsp 759.279/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 11.9.2007; REsp
868.826/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 1º.8.2007; REsp 793073/RS, Rel. Min. Castro Meira,
Segunda Turma, DJ 20.2.2006. 3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo,

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular
do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro
visando a facilitar o procedimento de arrecadação" (REsp 475.078/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ
27.9.2004). 4. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ
08/08. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Eliana Calmon, Francisco Falcão, Castro Meira, Denise Arruda, Humberto
Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz
Fux. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavasck. Brasília (DF), 10 de junho de 2009. MINISTRO
MAURO CAMPBELL MARQUES , Relator.

Anexo IV
RE n. 93.850-8/MG

DJ 20/05/1982

IMPOSTO PREDIAL. CRITÉRIO PARA A CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL COMO RURAL


OU URBANO.
A fixação desse critério, para fins tributários, é princípio geral de direito tributário, e, portanto,
só pode ser estabelecido por lei complementar. O CTN, segundo a jurisprudência do STF, é lei
complementar.
Inconstitucionalidade do artigo 6º, e seu parágrafo único da Lei Federal 5.868, de 12 de
dezembro de 1972, uma vez que, não sendo lei complementar, não poderia ter estabelecido critério,
para fins tributários, de caracterização de imóvel como rural ou urbano diverso do fixado nos artigos
29 e 32 do CTN.
Recurso extraordinário conhecido e provido, declarando a inconstitucionalidade do artigo 6º e
seu parágrafo único da Lei Federal 5.868, de 12 de dezembro de 1972.

Anexo V
REsp n. 1.112.646/SP

DJ 28/08/2009

IMÓVEL NA ÁREA URBANA. DESTINAÇÃO RURAL. IPTU. NÃO-INCIDÊNCIA. ART. 15 DO


DL 57/1966. RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.
1. Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que
comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art.
15 do DL 57/1966).
2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução
8/2008 do STJ.

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Anexo VI
AgRg no REsp n. 783.794/SP

DJ 08/02/2010

IPTU. MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO. SÍTIO RECREIO. INCIDÊNCIA. IMÓVEL SITUADO


EM ÁREA URBANA DESPROVIDA DE MELHORAMENTOS. DESNECESSIDADE. (...) 2. A
jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que é legal a cobrança do IPTU dos sítios de
recreio, localizados em zona de expansão urbana definida por legislação municipal, nos termos do arts.
32, § 1º, do CTN c/c arts. 14 do Decreto-lei n. 57/66 e 29 da Lei 5.172/66, mesmo que não contenha os
melhoramentos previstos no art. 31, § 1º, do CTN.

Anexo VII
REsp n. 1.128.981/SP

DJ 18/03/2010

IPTU. LOTEAMENTO. INCIDÊNCIA SOBRE ÁREA DE IMÓVEL URBANO DENOMINADA


ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. LEGALIDADE. RESTRIÇÃO À UTILIZAÇÃO DE
PARTE DO IMÓVEL QUE NÃO DESNATURA A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR DO
TRIBUTO. PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DE NATUREZA RELATIVA. AUSÊNCIA DE LEI
ISENTIVA.
1. Hipótese em que se questiona a violação do artigo 32, I e II, do CTN, e dos artigos 5º, I, II,
XXII, 156, § 1º, II, da Constituição Federal, ao argumento de que não deve incidir IPTU sobre área de
preservação permanente interna a empreendimento imobiliário urbano. 2. Não se conhece do recurso
especial por violação a dispositivos constitucionais, sob pena de se usurpar a competência do Supremo
Tribunal Federal, nos termos do que dispõe o artigo 102, III, da Constituição Federal.
3. A restrição à utilização da propriedade referente a área de preservação permanente em parte
de imóvel urbano (loteamento) não afasta a incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano, uma
vez que o fato gerador da exação permanece íntegro, qual seja, a propriedade localizada na zona
urbana do município. Cuida-se de um ônus a ser suportado, o que não gera o cerceamento total da
disposição, utilização ou alienação da propriedade, como ocorre, por exemplo, nas desapropriações.
Aliás, no caso dos autos, a limitação não tem caráter absoluto, pois poderá haver exploração da área
mediante prévia autorização da Secretaria do Meio Ambiente do município.
4. Na verdade, a limitação de fração da propriedade urbana por força do reconhecimento de área
de preservação permanente, por si só, não conduz à violação do artigo 32 do CTN, que trata do fato
gerador do tributo. O não pagamento da exação sobre certa fração da propriedade urbana é questão a
ser dirimida também à luz da isenção e da base de cálculo do tributo, a exemplo do que se tem feito no
tema envolvendo o ITR sobre áreas de preservação permanente, pois, para esta situação, por exemplo,
há lei federal permitindo a exclusão de áreas da sua base de cálculo (artigo 10, § 1 º, II, “a” e “b”, da
Lei 9.393/96).
5. Segundo o acórdão recorrido, não há lei prevendo o favor legal para a situação dos autos,
fundamento bastante para manter o decisum, pois o artigo 150, § 6º, da Constituição Federal, bem

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
como o artigo 176 do Código Tributário Nacional exigem lei específica para a concessão de isenção
tributária. Confiram-se: REsp 939.709/DF, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 27.2.2008;
RMS 22.371/DF, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 24.5.2007; REsp 582.055/RN,
Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe de 18.4.2008; RMS 24.854/PE, Segunda Turma, Rel.
Min. Castro Meira, DJ de 8.11.2007.

Anexo VIII
AI n. 764.518/MG - RG

DJ 05/02/2010

IPTU. Majoração da base de Cálculo. Publicação de mapas de valores genéricos. Necessidade de lei
em sentido formal. Repercussão geral reconhecida. Apresenta repercussão geral o recurso
extraordinário que verse sobre a necessidade de lei em sentido formal para fins de atualização do valor
venal de imóveis.

Anexo IX
AgRg no REsp n. 1.315.220/MG

DJ 12/03/2013

INCLUSÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL DA BASE DE CÁLCULO DO ITR. NÃO


CABIMENTO. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. DESNECESSIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. De acordo com entendimento consolidado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de
Justiça, para as áreas de preservação ambiental permanente e reserva legal, é inexigível a apresentação
de ato declaratório do IBAMA ou da averbação dessa condição à margem do registro do imóvel para
efeito de isenção do ITR.
2. Agravo regimental não provido.

Anexo X
REsp 1.450.344/SC

DJe 19/12/2016

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS


FORMAS. OFENSA AO ART. 535 DO CPC/1973 NÃO CONFIGURADA. ITR. ÁREA DE
RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. NECESSIDADE
PARA FINS DE GOZO DA ISENÇÃO. 1. Trata-se de Recurso Especial em que se discute
se o direito à isenção do Imposto Territorial Rural-ITR sobre Área de Reserva Legal está ou
não condicionado à sua prévia averbação no Registro de Imóveis. CONHECIMENTO. 2.
Deve ser afastada a alegação do recorrido, de que o Recurso Especial do ente fazendário é

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
inadimissível porque se refere a outro processo. 3. O processo tramitou por meio
eletrônico, e disso faz prova a certidão de fl. 485, e-STJ, que atesta que a interposição do
Recurso Especial foi assinada eletronicamente pela Procuradora da Fazenda Nacional, Dra.
Berenice Ferreira Lamb. 4. Nesse contexto, presume-se que o ato processual foi praticado
pela parte nos respectivos autos, pois foi necessária a prévia vinculação eletrônica da peça
recursal ao processo específico. Registre-se, ainda, que diante da interposição eletrônica do
recurso, nem mesmo era obrigatória a identificação, no corpo da petição, dos dados do
processo (tal qual ocorreu, por exemplo, com a petição de interposição dos Embargos de
Declaração, que se limitou a indicar o objeto do ato processual, isto é, não descreveu o
número de autuação do feito, nem tampouco as partes da relação jurídica processual - fl.
454, e-STJ), também transmitida eletronicamente (fl. 453, e-STJ) e julgada pela Corte
local sem qualquer questionamento. 5. Enfim, a questão decidida no acórdão impugnado e
combatida no Recurso Especial consiste na definição a respeito da necessidade ou não da
averbação da Área de Reserva Legal, para fins de isenção do ITR. Assim, o acréscimo de
outros elementos narrativos, inseridos em petição padronizada (modelo) de recurso,
devem apenas ser desconsiderados, sem entretanto comprometer o julgamento do mérito
recursal em relação ao ponto controvertido. Afasto, portanto, a incidência das Súmulas
182/STJ e 283 e 284 do STF. MÉRITO 6. A solução integral da controvérsia, com
fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC/1973. 7. O Superior
Tribunal de Justiça possui entendimento de que, para assegurar o direito à isenção do ITR, é
imprescindível a averbação da Área de Reserva Legal no respectivo registro de imóveis. 8.
Assiste razão à recorrida no que diz respeito à existência de pedidos sucessivos formulados
na inicial. Com efeito, na petição inicial foi pedido, caso não fosse anulado o Auto de
Infração, que ao menos fosse determinada a sua retificação, para o efeito de modificar a
base de cálculo do tributo (com lastro no valor real de mercado da terra nua) ou aplicada a
menor alíquota de ITR vigente ao tempo do fato gerador, considerando-se o imóvel com
grau de utilização de 100%. A parte acrescentou, durante a tramitação dos autos, a
informação de que em outra demanda entre as mesmas partes, relativa ao exercício de 1998 (a
presente versa sobre o exercício de 2000), a Corte local e o STJ confirmaram o direito à
isenção, devendo ser aplicado o mesmo entendimento a este feito. Tais pedidos não foram
apreciados porque o fundamento então adotado - de que é isenta a Área de Reserva Legal,
independentemente de averbação – era suficiente para a composição da lide. Com a sua
superação, não é possível ao STJ decidir a respeito, sob pena de supressão de instância.
9. Recurso Especial parcialmente provido, com determinação de retorno dos autos para
pross guimento do feito, em relação aos pedidos sucessivos apresentados pela autora (ora
recorrida).

Anexo XI
REsp n. 665.123/PR

DJ 05/02/2007
Relatora: Ministra Eliana Calmon

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
VOTO

A EXMA. SRA. Ministra Eliana Calmon (Relatora):


Prequestionados os dispositivos indicados no especial, passo ao exame do recurso, que se
resume à seguinte questão: a legalidade ou não da exigência da obrigação acessória, consubstanciada
no Ato Declaratório Ambiental – ADA, previsto na Instrução Normativa da Secretaria da Receita
Federal 67/97. Contudo, para se dirimir a controvérsia dos autos, é importante destacar, do Imposto
Territorial Rural – ITR, tributo sujeito ao regime de lançamento por homologação, a sistemática
relativa à sua apuração e pagamento. Para tanto, ressalto do art. 10 da Lei n. 9.393/96 os trechos que
interessam:

Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte,


independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e
condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação
posterior.
§ 1º Para os efeitos de apuração do ITR considerar-se-á:
I – VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a:
a) construções, instalações e benfeitorias;
b) culturas permanentes e temporárias;
c) pastagens cultivadas e melhoradas;
d) florestas plantadas;
II – área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas:
a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei 4.771, de 15 de
setembro de 1965, com a redação dada pela Lei 7.803, de 18 de julho de 1989;
b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato
do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na
alínea anterior;
c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira,
aquicola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão
competente, federal ou estadual;
(...)

Da transcrição acima, destaca-se que, quando da apuração do imposto devido, exclui-se da área
tributável as áreas de preservação permanente e de reserva legal, além daquelas de interesse ecológico
e das imprestáveis para qualquer exploração agrícola, remetendo o dispositivo citado para a Lei
4.771/65, da qual sobressai o art. 3º, verbis: Art. 3º. Consideram-se, ainda, de preservação
permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de
vegetação natural destinadas:
(...)
Já a Instrução Normativa SRF 67/97 prevê, no § 4º do art. 10, o reconhecimento das áreas de
preservação permanente e as de utilização limitada, mediante ato declaratório do IBAMA ou órgão
delegado. Confira-se:

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§ 4º As áreas de preservação permanente e as de utilização limitada serão reconhecidas
mediante ato declaratório do IBAMA, ou órgão delegado através de convênio, para fins
de apuração do ITR, observado o seguinte:
I – as áreas de reserva legal, para fins de obtenção do ato declaratório do IBAMA,
deverão estar averbadas à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro de
imóveis competente, conforme preceitua a lei n. 4.771, de 1965;
II – o contribuinte terá o prazo de seis meses, contado da data da entrega da declaração do
ITR, para protocolar requerimento do ato declaratório junto ao IBAMA;
III – se o contribuinte não requerer, ou se o requerimento não for reconhecido pelo
IBAMA, a Secretaria da Receita Federal fará lançamento suplementar recalculando o ITR
devido.

Tribunal a quo decidiu no sentido de que a exigência do Ato Declaratório Ambiental é


obrigação acessória que não agride o art. 113, § 2º, do CTN. Contudo, discordo de tal posição, porque
não vislumbro no art. 10 da Lei n. 9.393/96 ou mesmo na Lei n. 4.771/65 fundamento de validade para
a retromencionada IN/SRF 67/97, porque quando os mencionados diplomas falam em declaração por
parte do poder público de áreas de preservação permanente ou de interesse ecológico estão se
referindo à existência de especial afetação, decorrente de ato administrativo editado pelo órgão
competente para tanto, que irá declarar que determinada área não se presta para o desenvolvimento ou
exploração de atividade econômica.
Como reforço do meu argumento, destaco que a Medida Provisória n. 2.166-67, de 24/08/2001,
ainda vigente, mas não prequestionada no caso dos autos, fez inserir o § 7º do art. 10 da Lei n.
9.393/96 para deslindar finalmente a controvérsia, dispensando o Ato Declaratório Ambiental nas
hipóteses de áreas de preservação permanente e de reserva legal para fins de cálculo do ITR, conforme
se pode verificar:

§ 7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas
“a” e “d” do inciso II, § 1, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por
parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto
correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua
declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis.

Há nesta Corte, inclusive, um precedente que destaco, da lavra do Min. Luiz Fux, que determina
a aplicação retroativa do § 7º acima transcrito, com supedâneo no art. 106 do CTN:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO


PERMANENTE. EXCLUSÃO. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO DO
IBAMA. MP N. 2.166-67/2001. APLICAÇÃO DO ART. 106, DO CTN. RETRO-
OPERÂNCIA DA LEX MITIOR.
1. Recorrente autuada pelo fato objetivo de ter excluído da base de cálculo do ITR área de
preservação permanente, sem prévio ato declaratório do IBAMA, consoante autorização
da norma interpretativa de eficácia ex tunc consistente na Lei n. 9.393/96.
2. A MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, ao inserir § 7º ao art.10, da lei n. 9.393/96,
dispensando a apresentação, pelo contribuinte, de ato declaratório do IBAMA, com a
finalidade de excluir da base de cálculo do ITR as áreas de preservação permanente e de

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reserva legal, é de cunho interpretativo, podendo, de acordo com o permissivo do art.
106, I, do CTN, aplicar-se a fator pretéritos, pelo que indevido o lançamento
complementar, ressalvada a possibilidade da Administração demonstrar a falta de
veracidade da declaração contribuinte.
3. Consectariamente, forçoso concluir que a MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001,
que dispôs sobre a exclusão do ITR incidente sobre as áreas de preservação permanente e
de reserva legal, consoante § 7º, do art. 10, da Lei n. 9.393/96, veicula regra mais
benéfica ao contribuinte, devendo retroagir, a teor disposto nos incisos do art.106, do
CTN, porquanto referido diploma autoriza a retro-operância da lex mitior.
4. Recurso especial improvido.
(RESP n. 587.429/AL, Primeira Turma, julgado em 01.06.2004, DJ 02.08.2004 p. 323).

Com estas considerações, dou provimento ao recurso especial para conceder a segurança.
É o voto.
Anexo XII
ARE 784.682/MG - RG

Julgamento: 20/03/2014
“REPERCUSSÃO GERAL – IPVA – LOCAL DE RECOLHIMENTO – ARTIGOS 146,
INCISOS I E III, E 155, INCISO III, DA CARTA DA REPÚBLICA. Possui repercussão
geral a controvérsia acerca do local a ser pago o Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores – IPVA, se em favor do estado no qual se encontra sediado ou domiciliado o
contribuinte ou onde registrado e licenciado o veículo automotor cuja propriedade constitui
fato gerador do tributo.”

Anexo XIII
TJ/SP - Apelação Cível nº 0148012-98.2010.8.26.0100
DJ 12/03/2015
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IPVA - Exercício de 2008 - Operação “de olho na
placa” - Empresa locadora de veículos. Veículo registrado e licenciado em outro Estado da
Federação. Domicílio fiscal - Imposto devido no Estado de São Paulo, pois é local em que o
veículo está à disposição para locação e efetivamente circula - Inteligência do art. 2º, da Lei
Estadual nº 6.606/89, art. 120, do CTB, art. 75, IV, § 1º do CC e art. 127, II, do CTN
Precedentes desta Corte - Recurso não provido.
(Apelação Cível nº 0148012-98.2010.8.26.0100; Relator(a): Luís Francisco Aguilar Cortez;
Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Público; Data de registro: 12/03/2015).

Anexo XIV
RE 727.851/MG - RG

DJ 28/10/2013

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“IPVA – AUTOMÓVEL – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – RELAÇÃO JURÍDICA A
ENVOLVER O ESTABELECIMENTO FINANCEIRO E O MUNICÍPIO – IMUNIDADE
RECÍPROCA ADMITIDA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO –
REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa
à incidência da imunidade recíproca, prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Carta da
República, no tocante ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA a
recair em automóvel alienado fiduciariamente por instituição financeira a município.”

Anexo XV
TJ/MG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0024.03.990786-0/003

DJ 30/07/2008
TRIBUTÁRIO - AÇÃO DECLARATÓRIA - IPVA - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA -
PROPRIEDADE - POSSE DIRETA - IMUNIDADE INTERGOVERNAMENTAL
RECÍPROCA -ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1 - Na ausência
de lei complementar que estabeleça o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes do
IPVA, é o caso de exercício da competência legislativa plena, excepcional e provisória, dos
Estados-membros, com base no art. 24, § 3º, da Constituição da República de 1988, e no art.
34, § 3º, do ADCTR. 2 - A previsão, na legislação estadual, de que o 'devedor fiduciário
responde solidariamente com o proprietário, pelo pagamento do IPVA e dos acréscimos
legais, em relação a veículo objeto de alienação fiduciária', revela que os veículos
automotores adquiridos pelo Município em alienação fiduciária, por estarem sob sua posse
direta, incorporados ao seu patrimônio e com destinação pública, estão amparados pela
imunidade intergovernamental recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição da
República. 3 - Sentença reformada em reexame necessário e recurso voluntário prejudicado.

Anexo XVI
REsp 1.344.288/MG
DJe 29/05/2015
TRIBUTÁRIO. IPVA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. PROPRIEDADE. CREDOR FIDUCIÁRIO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.1. Na alienação fiduciária, a propriedade é transmitida ao credor fiduciário
em garantia da obrigação contratada, sendo o devedor tão somente o possuidor direto da coisa.2. Sendo o credor
fiduciário o proprietário do veículo, o reconhecimento da solidariedade se impõe, pois reveste-se da qualidade de
possuidor indireto do veículo, sendo-lhe possível reavê-lo em face de eventual inadimplemento.3. No mesmo
sentido, mutatis mutandis: AgRg no REsp 1066584/RS, Rel.Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado
em 16/3/2010, DJe 26/3/2010; REsp 744.308/DF, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em
12/8/2008, DJe 2/9/2008.ecurso especial improvido.

(REsp 1344288/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe
29/05/2015)

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