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1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii)
vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
No entendimento do Professor Paulo de Barros Carvalho afirmar que uma norma “N” é
válida significa dizer que a norma pertence ao sistema do Direito Positivo, mediante a
produção por órgão legítimo, através de procedimento estabelecido para esse fim.
O professor também pondera no seu livro Curso de Direito Tributário, 25ª edição, que
“uma norma só tem sua validade retirada através de outra norma que o determine” e
ainda trata a validade da norma como sinônimo de existência da norma no ordenamento
jurídico, porquanto, no seu entender “ou a norma existe, está no sistema e é, portanto,
válida, ou não existe como norma jurídica”. É ponderado ainda que ainda que a norma
seja julgada inconstitucional, nem por isso ela deixa de existir, permanecendo válida e
pronta para ser aplicada em outros casos.
A vigência, por sua vez, é a aptidão da norma em produzir efeitos para os quais ela foi
criada. Nas lições do Professor Paulo de Barros Carvalho, viger é ter força para
disciplinar, para reger, cumprindo as normas os seus objetivos finais. Afirmar que a
norma “N” é vigente significa dizer que está pronta para operar efeitos tão logo
aconteça os fatos descritos na norma.
A eficácia técnica é a qualidade que a norma ostenta, no sentido de descrever fatos que,
uma vez ocorridos, tenham a aptidão de irradiar efeitos. É o que acontece quando a
norma tem validade, vigência, mas não está produzindo efeitos.
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse
mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido publicada no
dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os dois diplomas
normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar.
Ao dispor que a lei tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito, o art. 106, I, do
CTN possibilita que a lei se aplique a ato ou fato ocorrido antes do início de sua vigência,
desde que se trate de lei expressamente interpretativa, sendo uma exceção ao princípio
da irretroatividade prevista no art. 150, III, a que proíbe a cobrança de tributos com
relação a fatos geradores consumados antes do início da vigência da lei que o instituiu
ou majorou.
Portanto, é possível a aplicação retroativa na forma do art. 106, desde que (i) o texto
legal não seja inovador, mas vise apenas esclarecer disposição em consonância ao
Módulo Tributo e Segurança Jurídica
Apresen
NÃO NÃO SIM SIM NÃO
ta
Módulo Tributo e Segurança Jurídica
eficácia
jurídica
A vigência, por sua vez, é iniciada quando a norma está apta a qualificar os fatos e
determinar o surgimento dos efeitos jurídicos, o que, no particular, ocorre após o lapso
temporal decorrente da aplicação dos princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
Sim, haja vista a inserção da norma no sistema, tem-se a sua validade/existência, ainda
que esta não tenha atendido ao procedimento adequado e seja declarada
inconstitucional. De acordo com o STF o vício não poderá ser sanado por emenda
constitucional, tendo em vista a inadmissão da teoria da inconstitucionalidade
superveniente de ato normativo