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04.04.

2018- Quarta-feira

TEMA 05- VIGENCIA, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS


NORMAS TRIBUTÁRIAS:

1. Existência, validade, vigência e eficácia:

Institutos distintos, significados distintos e conceitos diversos.

Independência conceitual entre os institutos.

I) validade = existência: kelsen- uma norma só é existente se for


valida. Portanto uma norma valida é uma norma existente.

(II) validade / existência: pontes de Miranda- a validade não tem


nada a ver com a existência, pois são mundos diferentes. A validade
é do universo jurídico e a existência é do universo real.

2. Validade:

É uma relação de compatibilidade entre a norma e o sistema jurídico.

Se for pertinente (adequação na produção da prova) a norma será


valida.

Aferição da validade: órgão/autoridade competente (vale para


qualquer dos planos da autoridade normativa).

Procedimento adequado é o formalismo necessário para produção da


norma, sendo então a validade formal de kelsen.

Conteúdo legitimo é a validade material de Nuremberg. A validade


material deve ser adequada ao sistema jurídico vigente.

Jurídica: segurança jurídica, direito adquirido.

Normas jurídicas não possuem características de eficácia jurídica,


pois ela só imputa o resultado se o fato nela descrito for realizado.

O problema da E.J é de fatos, é uma questão relativa a fatos


jurídicos.

Social: são normas com problema de aplicação.

A norma pode ser valida e vigente, mas é inaplicável na sociedade.


3. Retirada/supressão da validade das normas:

Revogação:

Qual o efeito da revogação? Ex nunc (não retroage). A norma se


torna anulável de hora em diante.

Art.2° LINDB

Declaração de inconstitucionalidade:

Ex tunc

4. Vigência:

Vigência- falar que a norma é vigente quer dizer que ela tem força
normativa, que tem aptidão para se aplicada às condutas que a ela se
destinam.

Art.101, CTN; art.1° LINDB; art.8° LC 95/98- Vigência das normas no


tempo.

Art.49, I, CF- vigência das normas no espaço.

5. Aplicação normativa:

Aplicação é tirar a regra e levar para a realidade. É um ato de ação


humana.

Quem pode ser aplicador? Juiz é o aplicador definitivo.

Todos tem que exercitar sua liberdade na esfera individual.

Ex: contrato de consumo (comprar gasolina)

A norma deve se adequar perfeitamente as características dos fatos.

O fato deve acontecer na vigência da norma que a disciplina.

Retroação: problema de aplicação. Erro no processo de subsunção.

Art.5°, XL, CF- retroatividade benigna em matéria de direito


sancionatório.

Condição: ‘“lei penal” + benéfica.

É realizar atividade visando o passado.


Se tem a possibilidade de uma norma nova no passado quando ela
for + benéfica em matéria de direito sancionatório (normas que
prevejam penas).

Quem da concretude a esse comando?

O aplicador.

Vigência no tempo: a própria norma indica quando vai passar a ter


vigência.

É expressamente obrigada a dizer quando entra em vigor, se não


tiver o prazo será de 45 dias.

No espaço: passam a vigorar dentro do território que a produziu.

Como uma lei pode ser aplicada em dois espaços diferentes?

Conferir extraterritorialidade as normas por meio de acordo feito


pelos aplicadores.

Para emprestar essa vigência tem que formar convenio e aprovar por
Dec. Legislativo. Sum. 711 e 611 STF.

25.04.2018- quarta-feira.

5.2 Aplicação retroativa em matéria de infrações e sacões tributarias:

Art.106, CTN; art.5°, XL, CF

Art.5°, XL- Aplicável para todos os tipos de sanções.

Art.106 ctn- a lei se aplica a ato ou fato pretérito (poderá ser aplicada
a atos e fatos jurídicos ocorridos antes dela).

I- Quando for expressamente interpretativa: o STJ disse que não tem


lei interpretativa.

Porem segundo o CTN aplica-se a retroatividade a lei interpretativa.

Se nega que tem lei interpretativa, concorda que quem interpreta a


norma é o aplicador.

II- Tratando-se de ato não definitivamente julgado: fazenda publica


(o não definitivamente julgado se refere ao âmbito administrativo)

Contribuinte: o não definitivamente se refere ao âmbito judicial.


Art.5°, XXXVI, CF- ato que não pese coisa julgada material pode
retroagir.

Sumula 611 STF- no direito criminal mesmo com o TJSC se aplica a


lei se for mais benéfica. No direito tributário não pode ter decisão
definitiva.

Não se aplica o 106 do CTN em caso de tributo devido, somente vale


para os ilícitos e suas sanções.

6. Interpretação das normas tributarias: art.108 a 112 do CTN.

Cada matéria tem regras próprias para se interpretar.

Cada dispositivo do 108 a 112 do CTN tem um caso distinto, para que
o aplicador saiba como aplicar e interpretar aquela norma.

6.1 O método de integração normativa:

Art.108, I e §1° - ausência de hermenêutica.

Art.108, IV e §1°- aplica-se a equidade.

27.04.2018- sexta-feira

Art.108, CTN- dita regras de hermenêutica.

Interpretar: é a construção do significado/sentido das normas para


que seja possível dar aplicação concreta, diante do caso apresentado.

6.2 interpretação restritiva no tributário:

Art.111, CTN- interpretar de maneira literal.

Os 3 incisos são benefícios fiscais.

A interpretação é feita de uma maneira restritiva não podendo inserir


algo que já esta no comando.

Art.108, CTN- só se usa esse método na ausência de lei expressa.

I,§1°- semelhança, mas não pode cobrar tributo disposto na lei.

IV, §2°- suavização dos vigores, não pode resultar na dispensa de


pagamento de tributo devido.

6.3 interpretação + favorável ao contribuinte – matérias de infrações


e sanções tributarias:
Principio do in dúbio pro réu (contribuinte).

112 CTN- havendo duvida na aplicação das normas tributarias se


aplica a mais favorável ao contribuinte.

A duvida se refere ao que?

É em relação aos fatos, como eles ocorreram.

Não se tem certeza qual a natureza do fato ilícito e as circunstancias


que o mesmo ocorreu.

Só aplica as infrações e sanções tributarias.

02.05.2018- quarta-feira.

TEMA 06- PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTARIOS:

1. Normas de estrutura e norma de comportamento:

Normas de estrutura: dizem como outras normas devem ser


produzidas.

Toda constituição é feita com regras dessa característica.

Normas de comportamento- ditam condutas das pessoas,


disciplinando as relações intersubjetivas. Sendo então as leis e
codificações.

Se for disciplinado por regra- fenômeno de subsunção

Já nos princípios se tem flexibilidade de aplicação.

2. Princípios constitucionais gerais:

Gerais- irradiam seus feitos sobre os diversos ramos do direito.

Princípios- não a comando objetivo e sua forma de aplicação é


flexível.

Existem princípios que estão conectados com algumas situações


tributarias concretas.

Devido processo legal- ampla defesa, contraditório, direito de petição,


duplo grau de jurisdição.

Devido processo de cobrança de tributo: se não pagar deve inscrever


na divida ativa ou executar e ajuizar ação de cobrança.
Principio da estrita legalidade tributária:

Art.150, I c.c 153, §1° da CF.

150 I- fundamento legal, proteção.

153, §1°- mitigação é como a diminuição da proteção. Deve ser


interpretada de forma restritiva.

Art.97, CTN- regulação da legalidade estrita.

Art.150, I: principio é diferente de dispositivo, um é norma e outro é


texto.

É vedado exigir no sentido de instituir, pois antes de cobrar tem que


vir a criação dos tributos.

Deve inserir diminuir e extinguir ao interpretar o dispositivo, pois o


mesmo ato normativo que cria, deve aumentar diminuir ou extinguir.
Art.97, I e II, CTN.

Sem LEI que o estabeleça- aplicação no seu sentido estrito, escrito na


forma correta. DL, LC, etc.

Sentido estrito- ato criado e aprovado no processo legislativo.

Se tem 4 desdobramentos:

I- reserva de lei formal: obrigatoriedade do ato normativo


formalmente criado para regular a situação.

II- tipicidade fechada: deve ter um tipo descrito claramente no corpo


da norma.

Principio da irretroatividade de lei tributaria:

150, III, “a”, CF e art.106, II, CTN

O fato jurídico deve ser regrado pela norma existente ao tempo de


sua produção.

É a impossibilidade, em regra, de novas normas regrarem o passado.

Irretroatividade = segurança jurídica


A irretroatividade atua como principio de eficácia no momento da
aplicação da lei.

COBRAR tributos- 150, III, “a”, CF no sentido de instituir.

É o momento de ocorrência do fato gerador que demarca a lei que


será aplicada.

Vigência- produção de lei: 1-edição; 2- promulgação ou sanção; 3-


publicação sendo o que torna a lei existente e só nesse momento faz
juízo de validade; 4- vigência podendo ocorrer no mesmo momento
da publicação ou posteriormente. Só pode disciplinar as condutas
após a vigência; 5- aplicação enquanto não é vigente é sem força
normativa, não se pode cobrar algo sem ter ocorrido o fato.

Art.5°, XXXVI, CF- se acrescenta “diminuir ou extinguir”, pois vem da


regra geral da irretroatividade.

Vale para todo e qualquer sujeito de direito em uma relação jurídica.

Ex: FISCO X 3° pessoa física.

Para retroagir é só em material penal para beneficiar o réu.

Na matéria tributaria só retroage quando tem cunho sancionatório.

Principio da Anterioridade Tributaria:

Art.150, III, “b” c.c §1° primeira parte; art.148, I, CF (ECCG);


art.153, I, CF (II); art.153, II, CF (IE); art.153, IV (IOF); art154, II
(IEG).

É um problema a cobrança dos tributos, é de eficácia.

É segurança jurídica- previsibilidade deve dar um tempo para


preparar, para que todos saibam o que vai acontecer.

Não pode cobrar tributos no mesmo exercício financeiro no qual ele


surgiu. Este tem o período de um ano civil (01.01 a 31.12).

Não tem diminuição ou extinção.

Tributos relacionados a guerra (IEG/ICCG) não precisam observar


esse principio.

O II, IE, IPI e IOF- também não precisam observar o principio da


anterioridade, pois estão relacionados à economia do país,
funcionando como mecanismo de proteção.
Principio da anterioridade nonagesimal: art.150, III, “c”

Antes de decorridos 90 dias da publicação da lei.

EC42/2003- tem noventa dias para se preparar, mesmo que seja


tributo instituído no final do ano.

11.05.2018 sexta-feira.

TEMA 07- COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

1. Compreensão de competência tributaria:

Competência = atribuição – limites.

A competência é a conseqüência da junção de duas normas para uma


atribuição.

Se tem uma ambigüidade de significados- legislar, administrar,


aplicar a lei de oficio.

Muitos comandos da CF são competência para legislar.

Competência tributária: competência/aptidão de legislar tributos “in


abstrato”.

Isso da uma atribuição legislativa.

Instituir- aumentar, diminuir ou extinguir.

Expedição de normas gerais e abstratas para conferir tratamento


igual para todos que estão na situação gerada.

É atribuição legislativa designada pela CF, sendo indelegável (são


rígidas as normas const. e as competências dadas são somente para
aqueles que a lei atribui), expedindo normas gerais e abstratas.
Art.6° e 7° do CTN.

2. A questão da capacidade tributaria ativa:

Capacidade tributaria ativa: aptidão para figurar como sujeito ativo


da obrigação tributaria as funções de arrecadação e fiscalização.

Designado por lei, dando atribuição a órgão executivo, sendo


delegável, expedindo normas individuais e concretas.

3. Finalidade da tributação:

Analise pragmática da norma jurídica.


Fiscalidade: tributo tem por finalidade o abastecimento dos cofres
públicos. Todos tem essa finalidade, mesmo que de forma atípica.

Os impostos tem finalidade fiscal em sua essência.

Art.167, IV, CF- depende sempre do tipo de política estatal e de


governo.

Extrafiscalidade: tem por finalidade a intervenção sobre segmentos


da economia da sociedade.

O tributo de natureza fiscal podem ser estruturados dessa forma.

Art.3°; 146-A, 174, CF.

São normas de indução que conduzem as pessoas ao caminho que o


estado quer, sem impor obrigatoriedade.

No art.174 esta o modo como o estado deve atuar, devendo ser


agente normativo realizando as funções que estão no art.

Todo o tributo tem duas finalidades: porem alguns tem função típica
tendo natureza fiscal (IR, ICMS), porem é possível mudar a natureza
de alguns para atingir certa finalidade, para ter pretensão fiscal.

IPI- extrafiscal- quanto + essencial o tributo, menor a tributação,


porem pode aumentar essa tributação se o estado precisar.

3.1 o fenômeno da parafiscalidade:

Revela a ocorrência de delegação da capacidade tributaria ativa.

Atribui a administração e aplicação dos recursos arrecadados.

O órgão fica com o R$ para aplicar e fazer a fiscalização;

Ex: DETRAN- faz o recolhimento e fiscalização do licenciamento e


aplica esses recursos em seus objetivos.

Não se trata de finalidade tributaria.

4. Características do exercício da competência tributaria:

Se revelam na instituição dos tributos.

Indelegável- no momento de seu exercício o legislador não pode


transferir sua competência. Não é possível haver nem a transferência
de órgãos. Protege a separação de poderes.
Privativa- a competência é exclusiva daquele que foi instituído para
tal função.

Irrenunciável- indisponibilidade, pois quem recebe a atribuição é


hierarquicamente inferior a quem da, sendo uma impossibilidade de
dispor.

Incaducavel e facultativa- a competência existe enquanto existir


atribuição, não preclui com o tempo.

Facultativa- o pode legislativo não é obrigado a legislar. Art.5°, LXXI,


CF.

Inalterável- quem tem competência para instituir tributos, não pode


ampliar ou reduzir o alcance da competência. Demarca o que o
legislador pode fazer.

18.05.2018- sexta-feira

TEMA 08- IMUNIDADE TRIBUTARIA

1. Teoria geral das imunidades:

Imunidade é sempre norma constitucional, sem ter a terminologia


prevista na CF.

Conceito- norma const. negativa que serve para delimitar a


competência da instituição de tributos.

A CF em alguns dispositivos usa expressões com significado diferente


(isento, gratuito, vedado, etc.)

Art.195, §7°, CF- a clausula que esta nesse artigo diz respeito a
garantia de imunidade.

A imunidade é um mecanismo de promover quem tem essa


imunidade. Ex: entidade beneficente de assistência social.

Toda norma de imunidade tem natureza finalistica, sendo meio de


realização, promoção, proteção de algum valor ou coisa (serviço,
atividade).

A imunidade é um estimulo, proteção para quem quer agir como o


estado fosse.

A imunidade é uma clausula pétrea só podendo ser ampliada.


Age antes da instituição do tributo- impede a instituição do mesmo e
o legislador esta vedado de editar lei instituindo tributo sobre
situação ou pessoa imune.

É retirado do alcace da tributação quem é beneficiado pela norma.

Quando a beneci é const. o estado deve provar que é fraude e não


atende aos requisitos.

Fruição: pode ser incondicionada e condicionada:

Incondicionada- aplicada imediatamente, tem eficácia plena.

Condicionada- precisa cumprir requisitos para alcançar uma eficácia


pela, por exemplo, dar o direito de greve, nos termos da lei.

A fiscalização sobre quem não paga tributos é mais rigorosa.

2. as imunidades trib do art.150, VI, CF

Recíproca: art.150, “a”

Vedação de se tributar uns aos outros.

Pric. Federativo: art.1°, caput e 18 da CF

Onde a federação não há interferência de uma entidade sobre a


outra.

Extensão: §§2° e 3° do art.150

§2- administração indireta, são pessoas jurídicas de direito publico


com regime de direito publico. Não podem ser tributadas. Ex:
autarquia, fundação publica.

§3°- empresas publicas e sociedade de economia mista art.173 §1°,


II

Não são imunes a tributação, pois exploram atividade econômica,


seguem o regime jurídico de direito privado.

São pessoas jurídicas de direito publico submetidas ao direito


privado.

Imunidade religiosa: art.150, VI, “b”

Por conta das organizações/entidades religiosas.

O que é protegido é a liberdade de religião e crença. Art.5°, VI, CF.


Templos de qualquer culto? A administração publica diz que são
edificações/coisas.

A doutrina interpreta que se protege as entidades/liberdade.

§4°, art.150- as vedações estão ligadas as finalidades das entidades


(patrimônio, renda, serviços se ligados a finalidade).

As entidades religiosas não tem intenção de enriquecer, porem isso


não quer dizer que as mesmas não possam ter bens ou serem ricas.

A ausência de tributação é para que ela se expanda.

Sumula 724 STF/ sumula vinculante 52 STF- o fato das entidades


gerarem dinheiro não quer dizer uma ausência de vinculação a suas
finalidades, pois as entidades precisam de dinheiro para se manter e
realizar projetos.

É uma liberdade incondicionada.

3. Partidos políticos, entidades sindicais, instituições educacionais e


assistenciais: art.150 VI, “c”

Os partidos políticos representam a democracia, por isso não pagam


tributos. Art.1°, caput, V, CF. no caso eles recebem uma parte dos
tributos pagos pela população.

Entidades sindicais dos trabalhadores- art.1°, IV, CF c.c art.7° são


protegidos, pois o trabalho é fundamento do estado democrático de
direito.

Se resguarda o trabalhador e seus exercícios.

Instituições educacionais/assistenciais sem fim lucrativo- podem ser


privadas, mas que não tenham fim lucrativo. Ex: UCDB- tudo que ela
ganha é utilizado para atender as suas finalidades.

Art.14, CTN- não pode distribuir qualquer patrimônio e renda.

I- Deve haver lucro e não distribuição.

III- fazer escrituração adequada com regras muito mais restritas, por
conta da fiscalização mais rigorosa.

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