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Processos Interpretativos
8.3.2.1. Interpretação Declarativa
O processo interpretativo leva a concluir que a letra coincide com o espírito
da Lei (o"pensamento legislativo" coincide com a letra da Lei).
Esta coincidência leva-nos a uma interpretação declarativa, que pode ser restritiva (v.g
"lei', para o artigo 18° n° 2 da CRP, deve entender-se como Lei da AR, e não como ato
legislativo, que compreende também os Decretos-Leis do GOV e os Decretos
Legislativos Regionais) ou lata (v.g homem e mulher na expressão
"homem" a propósito de declaração de direitos do "Homem e cidadão" ou nos artigos
362°, 1326°, 1570° CC, ou todas as pessoas, singulares ou coletivas em "todos" no
artigo 20° da CRP).
8.3.2.2. Interpretação Extensiva
O processo interpretativo leva a concluir que a letra da lei fica aquém do seu espírito. O
legislador disse menos do que pretendia. O sentido do preceito é mais amplo que a sua
letra. A aplicação da Lei deve ser ampliada de forma a abranger todas as situações
abrangidas pelo seu espirito.
Exemplos: o artigo 2309 do Código Comercial em vários dos seus números, é interpre
tado por forma a abranger, designadamente, certas prestações de serviços não
expressamenio previstas no n° 2 (vg. industria hoteleira), a construção civil em geral,
que não resulta da ler. do seu ° 6 (neste apenas se refere a construção de casas), a
indústria fonográfica e videogra fica (que o n° 5 não refere exprossamente) o
transporte aéreo (que o n° 7 não refere), por se entender que o sentido da lei abrange
estas realidades; outro exemplo pode consistir na apl. cação do artigo 877° n° 1 CC a
venda de bisavós a bisnetos, situação que não consta da letra do preceito, mas, que se
insere no sentido do mesmo.
8.3.2.3. Interpretação Restritiva
O processo interpretativo leva a concluir que a letra da lei vai além do seu espírito. O
legislador disse mais do que pretendia. O intérprete terá de restringir o que resulta da
leitura da lei de modo a harmonizá-la com o seu sentido.
Exemplos: utilização da expressão "sucessores" restrita a herdeiros ou "menores" como
menores não emancipados.
x8.3.2.4. Interpretação Corretiva
O processo interpretativo leva a concluir que a letra da Lei deve ser corrigida de forma
a pô-la de acordo com o seu espírito, por exemplo, não atendendo ao preceito legal,
por remeter para um artigo errado ou ine-xistente, ou conter um erro de impressão.
*8.3.2.5. Interpretação Abrogante
O processo interpretativo leva a concluir que a norma é de tal forma absurda e
incoerente que não deve subsistir devendo considerar-se ine-
xistente.
Os artigos 8° n° 1 e 9° n° 3 CC dificultam a sua admissibilidade.
8.3.2.6. Interpretação Enunciativa ou Explicitadora
O processo interpretativo conduz o intérprete a extrair de uma norma
um conteúdo implícito.
Para este efeito o intérprete utilizará regras lógicas (lei que permite o mais, permite o
menos, lei que proibe o menos proíbe o mais, lei que permite os fins permite os meios
para os atingir, argumento "a contrario sensu" em que se concluiu pela regra a partir da
exceção, atendendo a que possuem conteúdos contrários).
Sanções reconstitutivas são as sanções que visam refazer a situação que existiria se a
norma jurídica não tivesse sido violada. Isto é, visam a obtenção de uma realidade
idêntica à que se verificaria se tivesse havido observância da regra, de molde que, se
retirarmos uma fotografia ao antes e ao agora ela vai ser igual. Segundo os artigos 502.
e 566.°,n.° 1, do CC, esta é a modalidade de sanção que o direito privilégia
Sanções compensatórias são aquelas que visam reconstituir uma situação que, embora
seja diferente à que existia antes da violação da norma, é, todavia, equivalente em
termos pecuniários - aqui não se pretende uma identidade de fotografia, mas uma
fotografia parecida com a existente antes da violação da norma.Esta modalidade de
sanções está prevista no art. 566., n° 1, do CC, quando se dispõe: "A indemnização é
fixada em dinheiro, sempre que a reconstituição natural não seja possível, não repare
integralmente os danos, ou seja excessivamente onerosa para o devedor.
Sanções punitivas são aquelas que tem como função principal aplicar um castigo ao
violador da norma. Concretizam-se através da aplicação de uma pena que se pode
traduzir na privação de um bem ou da liberdade.
O costume consiste no uso que é assumido pelo agente com a convicção da sua
juridicidade. O Direito consuetudinário está, no CC, tratado no art 348°. O costume
representa, a par com a legislação, um modo típico de formação da vontade social. E
uma fonte imediata de direito que implica um elemento fáctico - o uso (prática social
reiterada) - e um elemento normativo - convicção da juricidade. Um uso contrário à
boa-fé nunca pode estar na base de uma fonte consuetudinária - art 3°, n°1 CC. A
convicção da juricidade decorre do sentimento de que algo deve ser ou não deve ser,
porque tal corresponde a uma ideia de direito. Para que se forme o costume, apenas
estes dois factores são necessários.
Primeiro aparece o uso, que aparece quando determinado comportamento se torna
habitual. Depois, o hábito passa a ser acompanhado de uma convenção social de ideia
de obrigatoriedade, fazendo o uso agora pertencer à ordem do trato social. Por fim,
quando esta convenção se completa com a convicção da juridicidade, o costume
forma-se.
Para que o costume seja relevante na sociedade, não é necessária a consagração legal
do mesmo, dado que isso pressuporia uma subordinação do costume à lei que não se
verifica. O costume só deixa de vigorar quando desaparece algum dos seus elementos
ou quando se forma um costume contrário. Ao contrário da lei, que pode ser eficaz ou
ineficaz, o costume só pode ser eficaz, dado que se for ineficaz, deixa de ser costume.
De acordo com a forma como o costume se relaciona com a lei.
Quanto maior for a relevância concedida à lei, menor será a importância dada ao
costume, e vice-versa. Pode dar-se o caso de a lei extinguir ou fazer cessar o costume
(art 14019 CC) ou até proibi-lo (art 1718° CC). A lei pode, também, reconhecer o
costume e fornecer-lhe um título legal. Há certas áreas do ordenamento jurídico
português em que, por haver uma reserva constitucional da lei, só pode aceitar-se o
costume como fonte de direito depois de se constituir um costume contrário às
disposições constitucionais, p.e., criação de impostos ou restrições aos direitos,
liberdades e garantias.
O costume jurisprudencial é, também, uma fonte de direito. Daí decorre que necessita
também dos prossupostos supramencionados: uso e convicção da juricidade.
O estatuto jurídico do menor não é igual durante toda a menoridade ilustre com
exemplos
Há muitas normas que estão no código civil e que não respeitam o direito civil diga se
esta formação está certa ou errada justifique