Você está na página 1de 6

Elementos de interpretação da lei

Elemento literal ou gramatical é


constituído pelo texto ou letra da lei,
Por meio do qual o intérprete inicia
a interpretação, através da determinação
do significado das palavras utilizadas,
pelo legislador, presumindo que este se
exprimiu pela forma mais adequada.

Elementos lógicos ou extra literais


por meio de elemento lógico o
intérprete vai apurar a partir do texto
qual o espírito da lei e para isso recorre
ao elemento sistemático, ao elemento
histórico e ao elemento teológico
elemento Sistemático artigo 9º 1 do CC:
Quem não está isolada por isso a sua
Interpretação tem que ter em consideração
às relações existentes entra a lei a interpretar
e as outras leis tendo em conta todo o
sistema jurídico.
Elemento histórico:
este elemento compreende às circunstâncias
sociais económica e política antecedentes
legislativos doutrinarios ou jurisprudenciais
ou a acontecimentos históricos que conduziram
a criação de uma lei
elemento teleológico:
Consiste em saber qual a finalidade do legislador
ao elaborar a lei e a sua razão de ser, é dizer
Ratio legis.

Processos Interpretativos
8.3.2.1. Interpretação Declarativa
O processo interpretativo leva a concluir que a letra coincide com o espírito
da Lei (o"pensamento legislativo" coincide com a letra da Lei).
Esta coincidência leva-nos a uma interpretação declarativa, que pode ser restritiva (v.g
"lei', para o artigo 18° n° 2 da CRP, deve entender-se como Lei da AR, e não como ato
legislativo, que compreende também os Decretos-Leis do GOV e os Decretos
Legislativos Regionais) ou lata (v.g homem e mulher na expressão
"homem" a propósito de declaração de direitos do "Homem e cidadão" ou nos artigos
362°, 1326°, 1570° CC, ou todas as pessoas, singulares ou coletivas em "todos" no
artigo 20° da CRP).
8.3.2.2. Interpretação Extensiva
O processo interpretativo leva a concluir que a letra da lei fica aquém do seu espírito. O
legislador disse menos do que pretendia. O sentido do preceito é mais amplo que a sua
letra. A aplicação da Lei deve ser ampliada de forma a abranger todas as situações
abrangidas pelo seu espirito.

Exemplos: o artigo 2309 do Código Comercial em vários dos seus números, é interpre
tado por forma a abranger, designadamente, certas prestações de serviços não
expressamenio previstas no n° 2 (vg. industria hoteleira), a construção civil em geral,
que não resulta da ler. do seu ° 6 (neste apenas se refere a construção de casas), a
indústria fonográfica e videogra fica (que o n° 5 não refere exprossamente) o
transporte aéreo (que o n° 7 não refere), por se entender que o sentido da lei abrange
estas realidades; outro exemplo pode consistir na apl. cação do artigo 877° n° 1 CC a
venda de bisavós a bisnetos, situação que não consta da letra do preceito, mas, que se
insere no sentido do mesmo.
8.3.2.3. Interpretação Restritiva
O processo interpretativo leva a concluir que a letra da lei vai além do seu espírito. O
legislador disse mais do que pretendia. O intérprete terá de restringir o que resulta da
leitura da lei de modo a harmonizá-la com o seu sentido.
Exemplos: utilização da expressão "sucessores" restrita a herdeiros ou "menores" como
menores não emancipados.
x8.3.2.4. Interpretação Corretiva
O processo interpretativo leva a concluir que a letra da Lei deve ser corrigida de forma
a pô-la de acordo com o seu espírito, por exemplo, não atendendo ao preceito legal,
por remeter para um artigo errado ou ine-xistente, ou conter um erro de impressão.
*8.3.2.5. Interpretação Abrogante
O processo interpretativo leva a concluir que a norma é de tal forma absurda e
incoerente que não deve subsistir devendo considerar-se ine-
xistente.
Os artigos 8° n° 1 e 9° n° 3 CC dificultam a sua admissibilidade.
8.3.2.6. Interpretação Enunciativa ou Explicitadora
O processo interpretativo conduz o intérprete a extrair de uma norma
um conteúdo implícito.
Para este efeito o intérprete utilizará regras lógicas (lei que permite o mais, permite o
menos, lei que proibe o menos proíbe o mais, lei que permite os fins permite os meios
para os atingir, argumento "a contrario sensu" em que se concluiu pela regra a partir da
exceção, atendendo a que possuem conteúdos contrários).

Sanções reconstitutivas são as sanções que visam refazer a situação que existiria se a
norma jurídica não tivesse sido violada. Isto é, visam a obtenção de uma realidade
idêntica à que se verificaria se tivesse havido observância da regra, de molde que, se
retirarmos uma fotografia ao antes e ao agora ela vai ser igual. Segundo os artigos 502.
e 566.°,n.° 1, do CC, esta é a modalidade de sanção que o direito privilégia

Sanções compensatórias são aquelas que visam reconstituir uma situação que, embora
seja diferente à que existia antes da violação da norma, é, todavia, equivalente em
termos pecuniários - aqui não se pretende uma identidade de fotografia, mas uma
fotografia parecida com a existente antes da violação da norma.Esta modalidade de
sanções está prevista no art. 566., n° 1, do CC, quando se dispõe: "A indemnização é
fixada em dinheiro, sempre que a reconstituição natural não seja possível, não repare
integralmente os danos, ou seja excessivamente onerosa para o devedor.

Sanções punitivas são aquelas que tem como função principal aplicar um castigo ao
violador da norma. Concretizam-se através da aplicação de uma pena que se pode
traduzir na privação de um bem ou da liberdade.

Sanções preventivas são as sanções em que se pretendem afastar posteriores violações


do Direito, cujo receio existe devido ao facto de se ter praticado previamente um
determinado ilícito.

Sanções compulsórias são as sanções que pretendem levar o infracior da norma a


adoptar a conduta devida, de modo a que a sua violação não se prolongue por mais
tempo. Trata-se de sanções que ocorrem em Jase tardia, mas em que o cumprimento
da norma ainda é possível e útil para o Direito, razão pela qual se visa pressionar o
infractor ao seu acaramento

Tutela pública é a actuação do Estado através da qual se permite assegurar o


cumprimento das normas jurídicas e efectivar o respeito dos direitos subjectivos dos
cidadãos.
Tutela preventiva - actua em momento anterior a violação
do direito e procura evitá-la.
Tutela repressiva - actua em momento posterior à
violação do direito e traduz-se na aplicação de uma sanção ao infractor, que pode
consistir na privação de bens ou da liberdade.

O costume consiste no uso que é assumido pelo agente com a convicção da sua
juridicidade. O Direito consuetudinário está, no CC, tratado no art 348°. O costume
representa, a par com a legislação, um modo típico de formação da vontade social. E
uma fonte imediata de direito que implica um elemento fáctico - o uso (prática social
reiterada) - e um elemento normativo - convicção da juricidade. Um uso contrário à
boa-fé nunca pode estar na base de uma fonte consuetudinária - art 3°, n°1 CC. A
convicção da juricidade decorre do sentimento de que algo deve ser ou não deve ser,
porque tal corresponde a uma ideia de direito. Para que se forme o costume, apenas
estes dois factores são necessários.
Primeiro aparece o uso, que aparece quando determinado comportamento se torna
habitual. Depois, o hábito passa a ser acompanhado de uma convenção social de ideia
de obrigatoriedade, fazendo o uso agora pertencer à ordem do trato social. Por fim,
quando esta convenção se completa com a convicção da juridicidade, o costume
forma-se.
Para que o costume seja relevante na sociedade, não é necessária a consagração legal
do mesmo, dado que isso pressuporia uma subordinação do costume à lei que não se
verifica. O costume só deixa de vigorar quando desaparece algum dos seus elementos
ou quando se forma um costume contrário. Ao contrário da lei, que pode ser eficaz ou
ineficaz, o costume só pode ser eficaz, dado que se for ineficaz, deixa de ser costume.
De acordo com a forma como o costume se relaciona com a lei.
Quanto maior for a relevância concedida à lei, menor será a importância dada ao
costume, e vice-versa. Pode dar-se o caso de a lei extinguir ou fazer cessar o costume
(art 14019 CC) ou até proibi-lo (art 1718° CC). A lei pode, também, reconhecer o
costume e fornecer-lhe um título legal. Há certas áreas do ordenamento jurídico
português em que, por haver uma reserva constitucional da lei, só pode aceitar-se o
costume como fonte de direito depois de se constituir um costume contrário às
disposições constitucionais, p.e., criação de impostos ou restrições aos direitos,
liberdades e garantias.
O costume jurisprudencial é, também, uma fonte de direito. Daí decorre que necessita
também dos prossupostos supramencionados: uso e convicção da juricidade.

“A liberdade oprimida em posição liberta” - a conclusão corresponde esta a asserção

O estatuto jurídico do menor não é igual durante toda a menoridade ilustre com
exemplos

quais as principais diferenças entre magistratura judicial e do Ministério Público

Há muitas normas que estão no código civil e que não respeitam o direito civil diga se
esta formação está certa ou errada justifique

a pessoa jurídica não é não necessariamente um indivíduo, mas há diferenças de


regime entre a que o é e é que não o é.
na ordem jurídica portuguesa há leis cuja aplicação
retroativa comenta seguinte proposição
R: Os artigos 12° e 13° do CC contemplam os princípios
gerais sobre a aplicação das Leis no tempo no ordenamento
jurídico português. A aplicação das leis no tempo consiste em
determinar, em caso de sucessão de leis, qual a lei aplicável a
uma determinada situação: se a lei an-tiga, vigente na data da
constituição da situação, se a lei nova, posterior àquela data.O
critério geral é o da não retroatividade da Lei ié, a Lei só dispõe
para o futuro). No entanto o legislador pode atribuir eficácia
retroativa a uma Lei, sendo que, nesse caso, se presume ficarem
ressalvados os efeitos já produzidos pelos factos que a lei se
destina a regular (artigo 12°n° 1 do CC).Exemplo: se a lei nova
estabelecer a invalidade de um contrato de arrendamento de um
imóvel celebrado no passado, que era válido ao abrigo da lei anterior,
o senhorio não deve restituir as rendas que tenha recebido ao abrigo
do mesmo.Por outro lado, o artigo 12° n° 2, 1ª parte estabelece que
quando a lei dispõe sobre as condições de validade substancial ou
formal de quaisquer factos ou sobre os seus efeitos, entende-se, em
caso de dúvida, que só visa os factos novos.Exemplo: a lei x não exige
forma especial para a celebração de contrato; a lei y revoga a lei X passando
a exigir documento escrito como condição de validade do mesmo; em caso
de dúvida, a lei y apenas se aplica a contratos celebrados após a sua entrada
em vigor.Por sua vez, a 2ª parte do artigo 12° n° 2 estabelece que, se a Lei
dispuser diretamente sobre o conteúdo de certas relações jurídicas, abstraindo
dos factos que lhes deram origem, entender-se-á que a lei abrange as próprias
relações já constituídas, que subsistam à data da sua entrada em vigor.
Exemplo: o DL n° 496/77 de 25 de novembro introduziu, pelo artigo 1672° do CC,
os deveres conjugais de respeito e cooperação; a inovação é considerada
aplicável a todas as relações conjugais, mesmo que constituídas anteriormente
à entrada em vigor do diploma refe-rido, pelo facto de o sentido da lei ser o de
regulamentar a situação conjugal independentemente do contrato de casamento
que a tenha originado.O artigo 13° aborda ainda a questão das Leis interpretativas,
que configuram casos de interpretação autêntica, ou seja de interpretação efetuada
por Lei de idêntico ou superior grau hierárquico. A Lei interpretativa é retroativa,
pois integra-se no conteúdo da interpretada.A retroatividade é excluída relativamente
aos efeitos já produzidos pelo cumprimento de uma obrigação, por sentença passada
em julgado ou por determinado acordo.

Qual o papel da jurisprudência como fonte de direito na


ordem jurídica portuguesa
R: Sistema romano-germánico: a ele pertencem países como
Portugal, França e Alemanha.Aqui está consagrado o princípio
da liberdade de decisão judicial, de acordo com o qual a decisão
judicial de um caso concreto não constitui precedente obrigatório
para o julgamento de casos idênticos no futuro, quer sejam perante
o mesmo tribunal, quer perante tribunais inferiores ao que decidiu
primeiro. No sistema romanístico a jurisprudência não é fonte de Direito,
pois a máxima de decisão dos tribunais não é elevada a regra que deve
observar-se nos outros casos.A jurisprudência como fonte de direito refere
são o valor negativo pois impede através de um juízo de inconstitucionalidade
ou ilegalidade que desta fonte possa ser retirada uma regra jurídica. Em Portugal
não é fonte de direito pois não queria leis novas e sim acordos uniformizadores
uniformizadores de jurisprudência

Autotutela tem caráter excepcional na ordem jurídica portuguesa.


Diga se é verdade ou não e de 2 exemplos de institutos de autotutela.
R: A tutela pública é a regra geral, a tutela privada é excepcional, por isso,
não é permitido, em geral, às pessoas por sua própria força e autoridade
fazer valer o exercício dos seus direitos. Tal aspecto decorre do art. 1.° do
Código de Processo Civil onde se dispõe que "A ninguém é lícito o recurso
à força com o fim de realizar ou assegurar o próprio direito, salvo nos casos
e dentro dos limites declarados na lei." Deste modo, os meios de tutela
privada têm um carácter subsidiário, visando apenas suprir as insuficiências
das autoridades públicas. O reconhecimento dos meios de tutela privada
permite que actos supostamente ilícitos se tornem lícitos. A figura da legítima
defesa está prevista nos artigos 337. E 338.° do CC, e nos artigos 32.° e 33.° do
Código Penal.A legítima defesa "é o acto que afasta uma agressão actual ou
iminente ilícita, contra pessoa, ou património do agente ou de terceiro, quando
não for possível recorrer à autoridade pública e o prejuízo causado não exceder
manifestamente o que puder resultar da agressão"O estado de necessidade está
previsto no art. 339.° do CC e nosartigos 34.° e 35.° do Código Penal.Estado de
necessidade "é a situação em que alguém se encontra, que justifica a licitude da
ação de destruir ou danificar uma coisa alheia para remover o perigo actual ou
iminente de um dano manifestamente superior, quer do agente quer de terceiro.

Os usos e costumes são relevados na ordem jurídica portuguesa certo e errado


diga em que consiste mandar uma excepcional e justifica o regime do artigo 11 do código civil
Freitas do Amaral defende o pluralismo jurídico, de acordo com o qual o ordenamento jurídico
tem mais do que uma fonte de Direito válida: o Direito brota não só do Estado, mas também de
outros organismos e da própria sociedade. É neste sentido, que acolhe a ideia de que o costume
é uma fonte imediata de Direito em Portugal, o que justifica com os seguintes aspectos: a) o
costume tem maior legitimidade democrática porque brota do povo; b) existem vários casos em
que o costume se afirma como fonte de Direito, nomeadamente ao nível internacional; c) o
costume é também a principal fonte de Direito nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
(PALOPS), d) em Portugal o costume incide mais na área do direito público. Os usos são um dos
elementos do costume mas podem, também, eles individualmente serem considerados fontes de
direito. Do art 39, n° 1 CC resulta que o costume é uma fonte mediata de direito porque os "usos
que não forem contrários aos princípios da voa fé são juridicamente atendíveis quando a lei o
determine". Assim, um uso que contrarie a boa fé nunca pode ser fonte de direito. Como exemplo
de situações em que a lei concede importância aos usos temos: "o silêncio vale como declaração
negocial quando esse valor lhe for atribuído pelos usos" - "quem cala consente" art 218° CC

Você também pode gostar