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Um exemplo clássico que podemos citar são as filas, meio de organização social
em que se espera, geralmente para ser atendido em algum estabelecimento, e que
não é regulado por lei, contudo, respeitado pela sociedade, sob pena de
desaprovação, de ser rotulado de desrespeitoso ou mal-educado.
Ainda, é necessário destacar que, apesar de ser uma forma subjetiva de norma,
que prescinde de análise moral e ética por parte do julgador, o costume é incluso
no texto legal, ou seja, considerado valido pela lei. Lembrando o artigo 187 do
Código Civil Brasileiro, exemplo de lei, nos deparamos com o conceito de ato
ilícito como que excede os limites impostos pelos bons costumes. Outro exemplo é
o artigo 1.638, inciso III, do mesmo código, que determina que “perderá por ato
judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: praticar atos contrários à moral e
aos bons costumes”. Concluímos que o costume é uma fonte do direito informal,
porém com eficácia obrigatória, inclusive considerada pelas normas formais (leis).
FONTES DO DIREITO-JURISPRUDÊNCIA
Vocês sabem o que significa interpretar uma norma? Sabe quais os métodos
utilizados para interpretar uma lei? E qual a distinção entre interpretação e
integração de uma norma?
Quando um juiz constata que não há uma lei que preveja o caso conflituoso,
depara-se com uma lacuna legal e com a necessidade de preenchê-la,
promovendo a integração do direito (também chamada preenchimento da
lacuna).
Tendo-se em vista a pressuposição de que existem leis prevendo
consequências para todos os fatos sociais, a existência de uma lacuna é uma
exceção à regra e deve, sempre, ser demonstrada por quem a alega. Se um
advogado elabora uma petição pedindo a solução para um caso conflituoso
não previsto por qualquer lei, deverá provar essa falta de previsão. Tal prova
pode ser obtida pela análise dos fatos previstos nas leis existentes e pela
descrição do fato conflituoso, demonstrando-se a lacuna. Para reforçar a
argumentação, o advogado deve recorrer à doutrina e à jurisprudência, se já
tiverem pronunciado-se sobre o fato.
Integração do Direito
Uma vez constatada a existência da lacuna pela falta de uma lei adequada ao
caso, o juiz irá produzir uma norma sentencial a partir de outras fontes e
resolverá o conflito, integrando o direito.
Note-se que o mecanismo utilizado pelo juiz apenas preenche a lacuna no
caso concreto, mas não a elimina do ordenamento jurídico. Podemos explicar
essa situação ressaltando que ocorre lacuna por falta de uma norma legal
capaz de resolver o conflito; ora, essa carência somente pode ser resolvida,
de modo absoluto, pela publicação de uma lei.
Como o juiz não pode publicar leis, mas apenas sentenças, ainda que ele
estabeleça um critério para resolver o caso concreto, não supre a falta da lei,
que persistirá para outras situações conflituosas.
Integração do Direito
O art. 5º, XXXV, da CF, afirma que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”, conferindo a todo cidadão o direito de
demandar judicialmente. Se existe o direito do lado do cidadão, surge um
dever, por parte do Estado, de “apreciar” todo pedido que lhe for formulado.
Assim, há a necessidade de os juízes julgarem qualquer lesão ou ameaça de
lesão a direitos, mesmo que não exista uma lei prevendo o caso. O art. 4º
da LINDB determina que o juiz, quando a lei não se pronunciar sobre um fato,
recorra à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito.
Integração do Direito