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PARTE HISTÓRICA
A independência brasileira encontrou-nos sob o regime jurídico das Ordenações Filipina, cujas
regras foram objeto de constantes discussões políticas até ser editado o Código Criminal de 1830.
Todavia, foi somente no ano de 1850 que foi editado um Regulamento para disciplinar o processo
comercial. O chamado Regulamento 737, o que não trouxe grandes inovações legislativas, mas a sua
linguagem mais clara e precisa permitiu uma melhor compreensão das regras processuais.
Após a proclamação da República (1889), as causas cíveis que eram reguladas pelas Ordenações
Filipinas passaram a observar, também, as regras constantes no Regulamento 737. A sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e
criminal.
Ao mesmo tempo, diversos códigos de processo foram editados pelos Estados, já que a
Constituição Federal de 1891 permitia que eles legislassem sobre matéria processual.
O primeiro Código de Processo Civil foi o de 1939, que recebeu diversas críticas à época pela
falta de técnica, sendo que somente em 1973 que nasceu o “ Código Buzaid”, que vigorou por mais
de 40 anos. Tal codificação recebeu diversas reformas e, afim de condensá-las e também trazer
maior organização ao sistema, foi editado o Código de Processo Civil de 2015.
O Processo pode ser compreendido como um método de criação de normas jurídicas. Pode
também, contudo, ser compreendido como ato jurídico complexo e, nesse caso, é sinônimo de
procedimento. Além disso, há o entendimento de processo como relação jurídica, é o caminho, o
meio de alcançar algo. É o instrumento para o exercício de um direito ou de um poder.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
Introdução ao Direito Processual Civil
PROCESSO E PROCEDIMENTO
NATUREZA
O direito processual civil pertence ao grupo das disciplinas que formam o Direito Público,
pois regula o exercício de parte de uma das funções soberanas do Estado, que é a jurisdição.
As fontes do Direito Processual Civil são as mesmas do direito em geral, isto é, a lei e os
costumes, como fontes imediatas, e a doutrina e jurisprudência, como fontes mediatas. Em razão
do caráter público do direito processual, é a lei, sem dúvida, sua principal fonte. Não obstante, não
raros são os problemas que surgem no curso dos processos que não encontram solução direta na
lei, mas que o juiz tem de resolver. Daí o recurso obrigatório aos costumes judiciais, à doutrina e à
jurisprudência como remédios adequados à superação de tais impasses.
Fontes Materiais
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Fontes Formais
Fonte formal é o meio pelo qual a norma se revela à sociedade. No nosso sistema ítalo-
germânico (ou romano-germânico), a fonte formal primária e imediata do direito é a lei.
Lembrando o que foi estudado em IED e teoria geral do processo a lei aqui compreendida a
Constituição, leis ordinárias e infraconstitucionais não é a fonte exclusiva do direito, pois também
devem ser considerados como fontes formais do Direito:
• os princípios;
• a doutrina;
• analogia;
• costumes;
• a jurisprudência
Tais fontes servirão para auxiliar o julgador no preenchimento das omissões legislativas, já
que não lhe é permitido se eximir de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento.
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Podemos classificar as fontes, ainda, em fontes diretas ou imediatas, que são aquelas que
expressam diretamente a norma jurídica, tal como a lei em sentido amplo e os costumes. E também
em fontes indiretas ou mediatas, por sua vez, subsidiam as fontes imediatas, sendo exemplo a
doutrina e a jurisprudência.
Diante do que foi exposto nesse tópico, elaborei um mapa mental para facilitar seu estudo e para
que você não esqueça de todas classificações:
Em primeiro lugar, considerando que a lei processual é regra jurídica e como tal se
subsume ao preceito supra jurídico de que as lacunas dever ser auto integradas ou
heterointegradas. Isso implica que, na omissão da lei, deve haver o suprimento pela aplicação da
analogia, costumes e dos princípios gerais do Direito, conforme art. 4º da LINDB, que é repetido
no art. 140 do CPC
Essa atuação do juiz, num segundo momento, será de observar o alcance da norma, a
sua razão de ser e sua finalidade: estamos diante da interpretação da lei, que pressupõe a
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existência da própria norma. interpretar, enfim, é, sem desrespeito à ordem jurídica, aplicar
o Direito com sabedoria, justiça e eficiência.
Sobre a dimensão territorial da norma processual: o CPC/15 no seu art. 16 prevê que
“A jurisdição civil é exercida pelos juízes em todo o território nacional, conforme as
disposições deste Código”. O art. 13, por sua vez, traz o princípio da territorialidade,
reforçando que a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvada
a possibilidade de aplicação das disposições específicas previstas em tratados ou acordos
internacionais dos quais o Brasil seja parte.
Resumindo:
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Não sendo temporária (casos em que o prazo de vigência consta da própria lei), os
diplomas legais de natureza processual sujeitam-se ao disposto no art. 2º da Lei de
Introdução, conservando-se em vigor até que outra lei os modifique ou os revogue.
Não há, pois, perda de vigência por desuso ou em razão de costume. Só outra lei
pode revogar ou modificar a anterior.
Em suma: as leis processuais são de efeito imediato perante os feitos pendentes, mas
não são retroativas, pois só os atos posteriores à sua entrada em vigor é que se regularão
por seus preceitos. Tempus regit actum.
Deve-se, pois, distinguir, para aplicação da lei processual nova, quanto aos processos:
Esse princípio decorre da natureza da função jurisdicional que está ligada à soberania
do Estado, de modo que, dentro de cada Território, só podem vigorar as próprias leis
processuais, não sendo admissível, outrossim, a pretensão de fazer incidir suas normas
jurisdicionais perante tribunais estrangeiros.
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Em outras palavras, “as leis processuais não hão de ser um obstáculo que frustre o
direito material da parte”. A inobservância de normas processuais, que por si seriam
necessárias, pode não ser prejudicial, se sua obediência no caso concreto só se manifesta
em consequência de mero trâmite procedimental, sem nenhuma significação.
PRAXISMO
Na fase conhecida como praxismo, não havia dissociação entre direito material e
direito processual. O praxismo, o processo era compreendido apenas em seu aspecto
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PROCESSUALISMO
INSTRUMENTALISMO
Escopo social: O processo tem por objetivo pacificar pessoas mediantes a eliminação de
conflitos e insatisfações com justiça. Além da pacificação, outro escopo social é a educação, pois,
por meio do processo, as pessoas são educadas para o respeito dos direitos alheios e para o
exercício dos seus próprios direitos.
Escopo politico: O processo insere-se no âmbito do poder estatal, através dele, o estado
reafirma a sua soberania, autoridade e legitimidade. Por meio do Processo, busca-se uma maior
estabilidade do ordenamento jurídico e das instituições estatais. Além disso, o processo é meio que
garante o exercício das liberdades contra eventuais arbítrios do Estado.
Escopo jurídico: por meio do processo, declara-se a vontade concreta do direito, revelando a
norma jurídica individualizada.
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