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Aula 25/09
Aula 02/10
A inclusão por parte do Código Civil de matérias gerais, não privativas da matéria civilística,
evidenciam com clareza o lugar nuclear/central do Direito Civil no ordenamento jurídico. Esta
mesma situação advém-lhe da matéria por ele regulamentada: a personalidade no seu
desenvolvimento e a realização através das relações com outras pessoas.
Não apenas a matéria das fontes de direito é imputada ao Código Civil, também os artigos
seguintes fundamentam o lugar historicamente atribuído de centralidade ao direito civil –
continuando como tal.
Sobre a matéria das fontes de direito, dispõe o artigo 1 do Código Civil que são fontes as leis e
normas corporativas. Lei é toda a disposição imperativa e geral de criação estadual, emanada
pelos órgãos estaduais competentes. Já as normas corporativas consideram-se tb disposição
gerais e imperativas emanadas das entidades reconhecidas na Constituição de 33 com a
designação de organismos corporativos. Findos os organismos referidos supra, as normas
corporativas deixaram de ser fonte de direito.
Eram fontes de direito para além destas os assentos do Tribunal Pleno (artigo 2 do CC),
proferidos em recursos para o mesmo tribunal: além da decisão do caso concreto, era
formulado um preceito genérico que exprimia a doutrina jurídica subjacente à decisão e valia
como estatuição normativa – como verdadeira norma jurídica – para futuros casos. Na
sequência de discussões, o instituto dos assentos foi revogado sobre o entender do legislador
correspondente a tal mateira de que seria indispensável à caracterização do assento como ato
normativo de interpretação e integração autêntica na lei, criado por disposição legal, que ele
não tivesse força vinculativa geral, estando sujeito à contradita das partes e livre revisibilidade
do próprio tribunal eminente. Julgou se assim inconstitucional a norma do artigo do 2 do
Código Civil que atribui competências aos tribunais para fixar doutrina com força obrigatória
geral.
O artigo 3 refere se aos usos (conforme aos princípios de boa fé (boni mores)) como fonte de
direito. Os usos não se tratam de normas jurídicas ou de um reconhecimento do costume
como fonte do direito consuetudinário. Tratam se, sim, de práticas ou usos de facto sobre o
domínio do tráfico jurídico e ainda no comércio (exemplos artigo 218 e 234). Já o artigo 4
atribui aos tribunais a solução “ex aequo et bono” (admissão de equidade: existência de
disposição legal (exemplo artigo 72/2) ou convenção de partes).
A lei é a fonte mais importante do direito civil português, sendo o vértice do nosso
ordenamento jurídico o direito constitucional (Constituição da República Portuguesa), onde,
no entanto, o repositório fundamental do nosso direito civil se situa no Código Civil português
de 1966. Destarte, existem princípios constitucionais suscetíveis de condicionar o conteúdo
das normas de direito civil – Direitos, Liberdades e Garantias, artigo 24 e ss. CRP; ainda o caso
do artigo 36 contendo os princípios fundamentais sobre família, casamento e filiação; o artigo
61 sobre o direito à iniciativa privada e transmissão da titularidade da mesma em vida ou
morte (62), bem como o artigo 80 e ss. Sobre organização económica; acrescenta se ainda o
principio da igualdade dos cidadãos perante a lei (artigo 13); por fim o artigo 84 que elenca os
bens de domínio publico e remete para a lei a definição de quais integram outros domínios.
Ainda que com que o repositório do direito civil português seja o Código Civil, bem como
existindo legislação de direito civil avulso como o código de registo predial, registo civil e
notariado, não fica esgotada a totalidade das normas aplicáveis às relações jurídicas- privadas.
Lato sensu, problemas de direito civil podem encontrar a sua solução numa norma de direito
constitucional: A Constituição constitui uma «força geradora» de direito privado. As suas
normas não são meras diretivas programáticas de caráter indicativo, mas normas vinculativas
que devem ser acatadas pelo legislador, juiz e demais órgãos estaduais.
A publicação de um novo Código Civil como substituição do Código de Seabra foi justificada
pela existência de numerosa legislação avulso (legislação extravagante) posterior a 1867, bem
como pela inadequação do Código então vigente às conceções sociais e doutrinas jurídicas de
meados do século XX.
Um Código Civil pode corresponder a modelos diversos, sob o ponto de vista do tipo de
formulação legal adotado. (Larenz) Distinguem-se 3 tipos de formulação legal: o tipo casuístico
– podemos considerar um tipo de formulação rígida, utopicamente concebido (irrealista), que
assenta na conjetura de emissão de normas jurídicas prevendo o maior número possível de
situações de vida, excluindo por completo toda a possibilidade de interpretação de normas
pelos juízes e liberdade de apreciação. O tipo dos conceitos gerais-abstratos – consiste na
elaboração de tipos de situações de vida mediante conceitos claramente definidos aos quais o
juiz deve subsumir, estabelecendo a consciência da impossibilidade de prever todos os casos/
hipóteses geradas na realidade social, reconhecendo o caráter valorativo e ativo da
intervenção do juiz. O tipo que recorre às meras diretivas sustenta que o legislador utiliza
linhas de orientação que fornece ao juiz, enunciando critérios valorativos de apreciação e
conceitos maleáveis e fluidos onde não há uma zona nuclear segura, cujos contornos se
preenchem de indeterminações.
Aula 09/10
Não obstante, tais princípios são elementos validos numa dada circunstância espacial e
temporal: tratam se de um produto histórico, em cuja gestação concorrem opções
fundamentais sobre a organização económica e social e mesmo a própria conceção do
homem. Opções que foram determinadas por dados sociológicos, culturais e históricos que
condicionaram a sociedade em todo um momento, em todo um lugar.
8 princípios ou instituições (que fazem parte do nosso sistema interno de direito civil) que
fundamentam o nosso atual direito civil:
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Os seres humanos não são necessariamente do ponto de vista lógico pessoas em sentido
jurídico (caso de sistemas em que a escravatura era aceite). E as pessoas em sentido jurídico
não são necessariamente seres humanos (caso de organizações de pessoas, como associações
e sociedades, e certos conjuntos de bens (fundações) a quem o direito objetivo atribui
personalidade jurídica).
Ser pessoa é precisamente ter aptidão para ser sujeito de direitos e deveres; um centro de
imputação de poderes e deveres jurídicos.
O reconhecimento de personalidade jurídica perspetivado no código civil, art 66/1, define que
todo o ser humano tem personalidade. Este mesmo reconhecimento corresponde ao já
estatuído no código civil de Seabra, às leis que acabaram com a escravatura, bem como à
legislação internacional (declaração universal dos direitos do homem 1948, art 6), e resulta tb
da própria constituição. É, por conseguinte, um princípio universal disposto no plano do direito
positivo.
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Toda a pessoa pode ser titular de relações jurídicas. Ser sujeito de direito, ser pessoa,
apresenta por sinal a suscetibilidade de direitos e obrigações, hoc sensu, a titularidade real e
efetiva desses mesmo direitos e deveres.
Mesmo que no domínio patrimonial uma pessoa não aparente a titularidade de quaisquer
direitos, existem sempre um número de direitos absolutos que são dirigidos a todos: os modos
de ser físicos e morais da personalidade. Chamados de direitos de personalidade (art. 70 e ss
do código civil).
A violação de alguns destes direitos de personalidade pode incorrer em facto ilícito criminal
que desencadeia uma punição estabelecida pelo código penal. Mesmo que tal violação não
seja gravosa o suficiente para a coletividade, a mesma corresponde a facto ilícito civil (art
70/2), que desencadeia determinados efeitos jurídicos como o pagamento de uma
indemnização e outras providências não especificadas, mas que sejam relevantes ao caso em
questão.
Autonomia privada
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O princípio da autonomia privada tem a sua mais visível dimensão na liberdade contratual
(artigo 405 CC), e na Constituição nos artigos 26/ 1 e 61.
Ainda que os negócios jurídicos sejam o reflexo mais notório, a autonomia privada manifesta-
se tb no poder de livre exercício dos direitos e do gozo dos bens pelos particulares, a
denominada “soberania do querer” – o exercício do direito subjetivo.
A autonomia privada encontra, pois, os veículos da sua realização nos direitos subjetivos e
na concretização de negócios jurídicos. É uma ordenação espontânea (não autoritária)
exclusiva ao direito privado, com paradigma sobre os interesses das pessoas consideradas
iguais na sua vida de relações jurídicas
O princípio da autonomia privada está consequentemente ligado aos negócios jurídicos por
serem estes os concretizadores deste princípio fundamental. O número e o modo de
disposição das declarações de vontade que os integram classifica o tipo de negócio jurídico e,
por sinal, qual o nível de atuação da própria autonomia e arbítrio nos mesmos.
Ainda que sobressai a uma retórica de liberdade contratual que perpetua o princípio da
autonomia privada importa realçar que em Portugal se encontram consagrados certos tramites
que restringem a liberdade de celebração de contratos: A consagração de um dever jurídico de
contratar – a recusa de tal por parte de uma das partes não impede a formação do contrato ou
sanções coercivas ao obrigado; dever de prestação de serviços que impendem sobre os
médicos em caso de urgência (v.g. “pela graça da palavra”, como disposto artigo 8 do Código
Deontológico da Ordem dos Médicos). A proibição de celebração contratual com determinadas
pessoas (art 877 e art 953 CC). Por fim, a sujeição do contrato a autorização de outrem, caso
de uma autoridade pública (art 22/3 do Regulamento sobre o fabrico, armazenagem, comércio
e emprego de produtos explosivos [decreto-lei 376/84] – Comando-Geral e comandos distritais
da PSP).
A questão dos contratos de adesão (limitação de ordem prática): Estes contratos perspetivam
uma fórmula prévia e unilateralmente estipulada às clausulas negocias da suposta empresa em
questão no âmbito da celebração contratual; destarte a outra parte aceita as condições
impostas pelo formulário ou recusa, não existindo possibilidade de modificar o ordenamento
negocial instituído. Em regra, os contratos são celebrados através da adesão (anuência) de
clausulas redigidas que se alastram a todos os contratos realizados no futuro pela empresa
(fenómeno de clausulas gerais). Isto é o que se sucede com os contratos de seguro por
exemplo. Hoc sensu, a tal preponderância hodierna desta modalidade contratual prende-se
com a própria facilidade de organização, racionalização e de normalização da atividade
contratual – atividade “mecânica”; tb facilita a transferência dos riscos para a outra parte, e
deve se em grande parte à transcrita insuficiência das modalidades contratuais legalmente
previstas – a evolução contratual no setor económico é exemplo disso com o caso da locação
financeira, ou contratos bancários.
Como tal, não acontece quanto ao contrato de adesão restrições à liberdade de contratar. Se o
consumidor do bem ou serviço se encontra descontente quanto ao formulário existente pode
recusar. No entanto, esta liberdade passa por não satisfazer as necessidades ou pretensões
importantes; sendo que muitas das vezes as empresas que seguem a via do contrato de
adesão encontram-se numa situação de monopólio ou quase monopólio. Tendo em conta
todas as formalidades estabelecidas no contrato e não podendo alterar o ordenamento
negocial estabelecido, o particular impelido pela necessidade aceita as condições elaboradas
pela contraparte ainda que sendo desfavoráveis a ele ou mesmo pouco equitativas. Muitas
das vezes o praticado por estas empresas que utilizam estes tipos de contrato assemelha-se a
um direito imperativo estadual; um abuso desta figura contratual leva mesmo a uma
«cartelização» integral de setores económicos através de impressos similares em todas as
empresas do setor, de tal modo que a rejeição dos contratos exclui os mesmos consumidores
do bem ou serviço do tráfico jurídico.
Hoc sensu, esta figura contratual e os abusos contratuais mencionados supra levaram à criação
de legislação própria. A nossa ordem jurídica dispõe desde 25 de Outubro de 1985 de um
diploma sobre «clausulas contratuais gerais»: Decreto-Lei 446-85, que foi modificado de forma
a ficar em conformidade com a Diretiva 93/13/CE do Concelho, pelo Decreto-lei 220/95 e o
Decreto-lei 249/99. Este diploma define no disposto no artigo 1/1 que as cláusulas contratuais
gerais são elaboradas sem prévia negociação individual que proponentes ou destinatários
indeterminados se limitem a subscrever.
Boa Fé
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De entre estas linhas estipuladas, se percebe que o princípio da boa fé tem um âmbito tão
vasto que invade tidas as áreas do direito, e que por sua vez assume um diálogo e contraponto
com outro princípio já mencionado supra, o da autonomia privada. Assim se perspetiva o
princípio da boa fé como critério normativo, e, portanto, num sentido objetivo.
O princípio da boa fé em sentido objetivo funciona como regra de conduta segundo o qual os
contraentes devem agir de modo honesto, correto, leal; sendo veículo de imposição de
deveres e impedindo comportamentos desleais (227/1); (334). Este princípio acompanha a
relação contratual desde o princípio, logo na formação do contrato intervém; é um critério a
ter em conta na interpretação, assim como no exercício dos direitos, bem como no
cumprimento das obrigações adstritas e extinção do vínculo contratual (762/2).
Responsabilidade civil
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A terminologia abrange todas as entidades referidas supra, sendo que muitas vezes se verifica
na doutrina o uso da expressão pessoas jurídicas e pessoas morais. Hodiernamente o CC fala
de pessoas coletivas abrangendo todas as entidades mencionadas, outras num sentido mais
restrito não abrangendo as sociedades e corresponde às então ditas pessoas morais.
O essencial e dominante das pessoas coletivas reside no elemento jurídico, obra da lei, e no
elemento factual, ou seja, nos pressupostos reais, na entidade social sobre que a
personalidade assenta como veste ou figuração jurídica. Como criação do Direito, a
personalidade coletiva não deixa de ter quaisquer atinências na realidade extrajurídica. Trata-
se de uma terminologia que perpetua não uma invenção dos legisladores/ juristas, mas um
conceito transplantado da vida social para o direito no modo de representar estas
organizações juntamente com as relações jurídicas que lhes são adstritas.
Propriedade privada
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As pessoas são «fins em si mesmas»; as coisas são meios ao serviço dos fins das pessoas, meios
desprovidos de valor autónomo, isto é, de um valor que abstraia da sua aptidão para satisfazer
necessidades ou interesses humanos. O homem tem necessidade de se servir das coisas como
condição da sua sobrevivência e do seu progresso. Em suma, o domínio e o uso das coisas
permite ao homem talhar para si um espaço maior ou menor de liberdade. O domínio e o uso
das coisas não pode traduzir-se, porém, numa mera sujeição de factos dos bens ao poder do
homem, numa simples relação de posse.
O poder de facto sobre as coisas submete-as materialmente à vontade do homem. Por sinal tal
sujeição ao poder de facto de nada serve à imposição de respeito a outras pessoas. Como tal,
se não existisse a influencia do direito e sua regulamentação, tornar-se-ia inseguro e suscetível
à força de proteção do próprio titular, e como tal seria matéria de agressão pela luta à
apropriação da res, sendo que já se sabe o problema da insuficiência de bens à prossecução
das necessidades humanas, sendo por tal impossível a vida em comum.
Constitui assim finalidade do direito de, em prol do sistema político, social e económico e do
tipo de civilização vigente na sociedade, organizar os poderes dos homens sobre as coisas e o
conteúdo das relações entre homens a respeitos das coisas.
Face ao descrito, parecesse-se entender que não existem figuras limitativas ao princípio da
propriedade privada, tendo em conta tb que o artigo 1305 do CC não define quanto à
caracterização do direito de propriedade, qualquer função social adjacente que limite este
princípio e como tal encontram-se subjacentes princípios individualistas e extemos. Ainda
assim, existe a possibilidade de nos socorrermos tanto a clausulas legais avulsas que
estabeleçam restrições de direto público e restrições de direito privado à propriedade, bem
como cláusulas gerais como o caso da figura do abuso de direito consignada no artigo 334.
Notas caracterizadoras face à noção dada: 1 – o proprietário tem poderes indeterminados (jus
utendi, fruendi et abutendi – direito de usar, fruir e dispor). Não se limitam os poderes do
proprietário senão nas concretas restrições impostas na lei. 2 – o direito de propriedade é
elástico – é dotado de uma elasticidade / força expansiva: extinto um direito real limitador da
propriedade da coisa, reconstitui-se a plenitude da propriedade sobre ela 3 – qualificação
como um direito perpétuo, hoc sensu, não poder extinguir-se pelo não uso; não usar a
propriedade é ainda uma forma de a usar. Importa ainda salientar os regimes de
compropriedade (1403) e de propriedade horizontal (1414).
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O fenómeno sucessório
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A sucessão legitima consiste no chamamento dos herdeiros legítimos à sucessão por o autor
da sucessão não ter disposto validamente e eficazmente, no todo ou em parte, dos seus bens.
A chamada é feita por ordem de classes de sucessíveis, preferindo dentro de cada classe os
parentes de grau mais próximo aos de grau mais afastado.
A personalidade jurídica consiste na aptidão para ser sujeito de relações jurídicas. A fórmula de
Manuel de Andrade compreende assim: A idoneidade para receber – para ser centro de
imputação deles, efeitos jurídicos (constituição, modificação ou extinção de relações jurídicas).
Inerente à capacidade jurídica ou capacidade de gozo de direitos (a pessoa é um ente capaz de
direitos e obrigações).
Capacidade jurídica (67) para exprimir a aptidão para ser titular de um círculo, com mais ou
menos restrições, de relações jurídicas. Capacidade de exercício de direitos (130) que consiste
na atuação autónoma, não necessitando do consentimento, anterior ou posterior ao ato, de
outra pessoa. A pessoa com incapacidade de exercícios de direitos pode ser suprida pela
representação legal ou assistência, como exposto na doutrina germânica da capacidade de
exercício ou capacidade de agir – idoneidade para atuar juridicamente, exercendo direitos e
deveres adquirindo direitos e assumindo obrigações por ato próprio e exclusivo, ou mediante
representante voluntário ou procurador escolhido pelo próprio representado.
pessoas singulares.
ATOS ANULÁVEIS E ATOS NULOS: A anulabilidade e nulidade são duas formas diferentes de
invalidade. Os atos inválidos podem ser nulos ou anuláveis. ▪ A nulidade é mais grave do que a
anulabilidade e essa maior gravidade da nulidade vai, depois, traduzir-se num regime
diferente.
Prazo: ▪ A nulidade pode ser invocada a todo tempo: art. 286.º do CC. ▪ Enquanto a
anulabilidade só pode ser invocada dentro de um determinado prazo, podendo este ser um
prazo-regra, previsto no artigo 287º do CC, sendo ele de um ano a contar da cessação do vício.
Contudo, este prazo-regra só se aplica se o legislador não tiver previsto um prazo especial.
Portanto, quando um ato é anulável, temos de ir ver se o legislador previu um prazo especial –
e, se sim, é esse que se aplica – ou não – e, se não, aplica-se o prazo-regra
▪ A nulidade pode ser invocada por qualquer interessado. ▪ Enquanto a anulabilidade só pode
ser invocada pelas pessoas no interesse das quais foi estabelecida.