Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Enquanto que o CPC de 1973 teve uma grande influência da tradição italiana 1,
no CPC de 2015 o que se percebe são elementos, tanto da tradição do Commow
Law (predominante em países como Estados Unidos e Inglaterra), quanto do Civil
Law, dado que o CPC 2015 teve a influência de inúmeros juristas considerados da
“nova geração”, influenciados por uma dogmática da efetivação constitucional, muito
discutido no constitucionalismo americano e também no europeu, com destaque a
países como Alemanha e Portugal.
Há, desta forma, uma maior possibilidade para que ocorra uma efetividade
jurisdicional adequada, pois, através da instrumentalidade que estes conceitos
ganham no CPC de 2015, deve o intérprete, a depender do caso, inovar em suas
decisões no caso de inexistência de legislação sobre determinado assunto. Isso
significa que cabe ao julgador, por exemplo, adequar os mencionados preceitos
(contidos nos 12 primeiros artigos do CPC 2015) aos casos concretos (e vice-versa),
não podendo se eximir de julgar o caso alegando lacuna. Os princípios que orientam
o julgador possuem a função de, justamente, dar possibilidade para que o mesmo
entregue ao jurisdicionado uma resposta adequada e satisfatória do seu Direito.
Além disso, os 12 (doze) primeiros artigos também trazem em seu bojo uma
nova roupagem querida pelo legislador ao (novo) Código de Processo Civil
inaugurado em 2015. É o caso, por exemplo, do § 2º do Artigo 3º da lei em análise,
donde é possível perceber a busca por um consenso entre as partes, no sentido de
fazer com que, nas relações entre particulares (ou destas com a Administração
Pública) haja uma resolução nas vias consensuais/amigáveis, incluindo-se, neste
termo: mesas de negociação, conciliação, mediação e arbitragem.