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PROCESSO CIVIL
INTRODUÇÃO
Antes de começar esse resumo gostaria de salientar que o mesmo se fundamenta nos
pensamentos do professor José Miguel Garcia Medina, em sua obra Curso de Direito
Processual Civil Moderno 4° Edição, algumas reflexões foram tiradas do livro Doutrinas
Essenciais, escrito pelo autor Antônio Pereira Gaio Junior. Já de começo podemos
perceber que mesmo se tratando de um repertório atualizado, Medina ressalta a
importância dos conceitos antigos. E como não podemos deixar a atividade jurisdicional
só em números, técnicas ou em tempo, nos norteamos a buscar através do processo a
aplicação do direito.
É visível que o Código de Processo de 1987 emergiu em uma época onde os problemas
presentes eram mais simples e não apresentava direitos difusos, como por exemplo direito
ambiental, que era mais adequado para aquela época. Fato é, se existiu conflitos
econômicos, sociais e políticos mais complexos na década de 80 poucos foram passados
para o poder judiciário. Com as estruturas processuais fixas a participação do juiz era
básica e a solução jurídica pequena, tendo assim uma pouca movimentação nas regras do
direito substantivo. Com isso percebemos o quão o Código de Processo Civil precisou de
um ‘upgrade” para realidade em que vivemos.
Essa atualização precisou ser feita ainda mais com a presença de uma nova constituição,
a de 88, que mudou o jeito dos juízes julgarem os casos. Antes era dever dele aplicar a lei
de forma robotizada, esse processo de humanização do direito trouxe a lentidão de vários
casos, fazendo as pessoas quererem procurar menos seus direitos no Poder Judiciário.
INFLUÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO DE 88
A lei processual a cada dia apresentava uma distância considerável entre o Código e a
Constituição, algo então deveria ser feito para aproximar a sociedade e a lei processual.
Resolverem então modificar a partir da década de 90, aplicando tal modificação nos anos
2005 e 2006. Para José Miguel Garcia Medina as alterações dos art.273 e 461 do
CPC/1973 marcam a transformação pela qual passou a lei processual, que era vigorada
há 20 anos, deixando explicito que o direito processual civil moderno brasileiro é
resultado de todos esses elementos.
A partir de uma comissão de juristas criada pelo Senado Federal para realizar o
surgimento do Novo Código de Processo Civil, criado entre 2009 e 2010, o projeto já
inicia com uma valiosa informação, somente podendo ser interpretado a luz da
constituição, fechando assim o pensamento para interpretações que não sejam
democráticas.
Colocando os Códigos lado a lado nota-se que o de 1973 tem uma ausência em sua
parte geral dedicado ao processo cautelar. Já na de 2015 a tutela cautelar passa a ser
tratada no contexto das tutelas urgência, no âmbito da Parte Geral.
Ao cuidar dos processos tribunais, a lei processual destaca a necessidade de criar e manter
a jurisprudência integra (cf. arts. 926 e 927). Esse aspecto ao lado da clara ênfase dada
pelo legislador a fundamentação das decisões judiciais (cf., sobretudo, art.489, §§1°. e
2°.) revela a preocupação da nova lei com aquilo que antes se mencionou: a criação da
solução jurídica desenvolve-se hoje de modo incisivo no processo.
Nesse contexto, os direitos fundamentais processuais passam a ocupar o centro do Novo
Código de Processo Civil.
José Miguel Garcia Medina deixa claro que a lista de princípios no processo é longa,
principalmente para alguns autores que a acabam por dividir em jurisdição, oração e
processo. Divisão essa que não deveria ocorrer já que os princípios se ligam a todos esses
institutos.
Portanto o livro Curso de Direito Processual Civil Moderno Ed. 2018, tem como objetivo
falar dos princípios de forma igual, sem destacar uma caraterística e deixar raso outra.
PROCESSO JUSTO
ACESSO A JUSTIÇA
É de forma expressa que a Constituição no art. 5°, XXXV coloca como direito
fundamental o acesso a justiça. Logo, os conflitos excessivos que acontecem na sociedade
ficam a cargo do Judiciário, a este é estabelecido organizar políticas públicas a fim de
organizar em âmbito nacional solução para divergências, em especial dos consensuais,
como mediação e conciliação.
Ter um processo adequado é um dos princípios referidos no art. 5°, XXXV da CF. Sob
essa perspectiva a lei deve prever procedimentos adequados, ajustando a cada situação.
DEMANDA
Outro processo se desenvolve dado a provocações das partes, o chamado “por impulso
oficial” (art. 2° do CPC/2015). Colocando assim a jurisdição a realizar as garantias
decorrentes do “due process of law”.
ISONOMIA PROCESSUAL
É pelo meio da isonomia que as partes durante processo são tratados de forma igualitária
para equilibrar a relação. A lei consagra uma serie de medidas protetivas à parte
vulnerável, com isso o juiz deve conduzir o processo de maneira que garanta igualdade
em ambas as partes, dando assim os dois a oportunidade de manifestação.
IMPARCIALIDADE
SEGURANÇA JURIDICA
Segundo o jurista José Joaquim Gomes, em seu manual de direito constitucional, sobre a
proteção à confiança como um dos elementos constitutivos do Estado de direito, “se
reconduz à exigência de certeza e calculabilidade, por parte dos cidadãos”.
A construção de um sistema jurídico-processual racional requer não apenas instrumentos
que possibilitem a realização imediata, mas também assegura os direitos sem
instabilidade dos entendimentos jurisprudenciais. No CPC/2015, a preocupação com a
uniformidade e estabilidade da jurisprudência é objeto de destaque (cf. arts. 489, § 1º, V
e VII, 926 e 927 do CPC/2015).
BOA-FÉ
COOPERAÇÃO
ECONOMIA PROCESSUAL
Há dois princípios para esse conceito. O primeiro nada mais é que o acesso à Justiça onde
não pode ser dificultado por meio do seu custo, portanto, as taxas e custos devem ter
moderação, pois os custos do processo não podem servir de empecilho para o acesso a
tutela jurisdicional.
O segundo ponto de vista deve obter o máximo de resultado na atuação do direito com o
mínimo emprego possível de atividade jurisdicional. Manifestando então a economia de
processos, tal como se dá o litisconsórcio. Também não se realizando, inutilmente,
audiências ou atividades probatórias.
É de suma importância para a compreensão do direito que não haja entendimentos vagos
durante o texto legal. Para que isso não ocorra o art.93, IX, da Constituição diz,
“fundamentadas todas as decisões proferidas pelo órgão jurisdicional, sob pena de
nulidade”. Essa regra também é reproduzida no CPC/2015, art.11 do caput. Com isso o
juiz em sua fundamentação precisa se mostrar democrático.
CONCLUSÃO
Por fim, percebemos que o Código de Processo Civil em seu processo de democratização
tornou o processo mais humanizado, ouvindo todas as partes e segurando a privacidade
quando este não tem efeito de interesse público. Algumas dessas ferramentas tornou o
processo igualitário até mesmo para o cidadão considerado desigual perante a sociedade.
Porém, essa remodelagem do CPC de 1973 para o de 2015 ocasionou a lentidão desse
processo, inclusive um dos modos para acelerar o processo está segurado no CPC de 2015
em conjunto com a CF para maiores de 60 anos ou para portador de doenças graves.
Vemos que o Código de Processo Civil de 2015 não é perfeito, porém é democrático, em
tempos em que são feitas muitas críticas a seu respeito, vimos que para o sistema
judiciário essa peça é fundamental para que ninguém fique acima da constituição, nem
mesmo os mais autos na hierarquia judicial, equilibrando assim a igualdade na sociedade.