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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0000.20.496027-2/003 Númeração 0543308-


Relator: Des.(a) Vicente de Oliveira Silva
Relator do Acordão: Des.(a) Vicente de Oliveira Silva
Data do Julgamento: 16/08/2023
Data da Publicação: 17/08/2023

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.


PENHORA EM CONTAS BANCÁRIAS. PESSOA JURÍDICA. ALEGAÇÃO
DE IMPENHORABILIDADE. ART. 833, INCISO IV, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. NUMERÁRIO SUPOSTAMENTE DESTINADO AO
PAGAMENTO DE FUNCIONÁRIOS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
ÔNUS DO EXECUTADO. I - A regra da impenhorabilidade prevista no inciso
IV do art. 833 do CPC não se aplica, a princípio, aos valores depositados em
conta bancária de titularidade da pessoa jurídica, pois tal numerário constitui
receita operacional da empresa, só se transformando em verba salarial
quando houver o crédito em favor dos trabalhadores. II - Nos termos do § 3º
do art. 854 do CPC, é ônus do executado produzir prova de que as quantias
tornadas indisponíveis enquadram-se na hipótese do inciso IV do art. 833, do
CPC, sem o que impositivo afastar a alegação de impenhorabilidade. III -
Recurso não provido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV Nº 1.0000.20.496027-2/003 - COMARCA


DE BELO HORIZONTE - AGRAVANTE(S): BBENGE ENGENHARIA E
DEMOLICOES LTDA EPP - AGRAVADO(A)(S): SANTIAGO E CINTRA
IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 20ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

DES. VICENTE DE OLIVEIRA SILVA

RELATOR

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DES. VICENTE DE OLIVEIRA SILVA (RELATOR)

VOTO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Bbenge Engenharia e


Demolições Ltda., nos autos da ação monitória, em fase de cumprimento de
sentença, ajuizada por Santiago & Cintra Importação e Exportação Ltda.,
contra decisão do Juiz de Direito da Central de Cumprimento de Sentenças -
CENTRASE de Belo Horizonte que rejeitou a impugnação à penhora
apresentada pela executada, ora agravante, mantida a constrição do valor de
R$54.702,73 (cinquenta e quatro mil, setecentos e dois reais e setenta e três
centavos) em conta corrente de sua titularidade (ordem n.º 168).

Em suas razões recursais, a agravante alega, em síntese, que o bloqueio


promovido via SISBAJUD recaiu sobre valores considerados impenhoráveis
pelo inciso IV do art. 833 do CPC, consubstanciados em numerário a ser
utilizado para pagamento dos funcionários e de prestadores de serviços da
empresa.

Afirma que, diferentemente do afirmado pelo Juiz de primeiro grau, não


houve a expressa determinação de que os extratos bancários juntados pela
executada abrangessem as movimentações financeiras dos últimos 30
(trinta) dias, sendo certo que os documentos anexados aos autos - dentre
eles extratos bancários dos meses de janeiro e fevereiro de 2023 -
comprovam que o bloqueio recaiu sobre conta corrente que é utilizada para
pagamento dos colaboradores da sociedade.

Sustenta que, caso mantida a ordem de bloqueio, os funcionários

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da empresa ficariam sem receber os seus salários, o que fatalmente


resultaria na interrupção da prestação dos serviços e na propositura de
ações trabalhistas, sujeitando a agravante ao risco de ter a falência
decretada.

À luz desses argumentos, a agravante requer a atribuição do efeito


suspensivo ao recurso e, ao final, o provimento deste, para desbloqueio do
valor constrito e imediata liberação à empresa, ou, subsidiariamente, que o
montante seja repassado diretamente aos funcionários e prestadores de
serviços da pessoa jurídica.

Pugna, ainda, pela concessão da gratuidade judiciária, nos termos dos


arts. 2º e 3º da Lei n.º 1.060/50 e do art. 99, § 1º, do CPC, sob o fundamento
de que não detém condições de arcar com as custas processuais em virtude
das dificuldades financeiras que acometem a empresa.

Preparo ausente, pois a agravante requer a concessão da gratuidade de


justiça.

Recebido o recurso à ordem n.º 173, foi deferido parcialmente o pedido


de efeito suspensivo.

Oficiado, o Juiz de primeiro grau informou que não exerceu o juízo de


retratação (ordens n.os 174/177).

A agravada peticionou à ordem n.º 178, onde requereu, entre outros


pedidos, a retirada do sigilo de alguns documentos anexados nos autos
eletrônicos recursais e a devolução do prazo para complementação da
contraminuta.

O pedido acima restou deferido à ordem n.º 179, tendo a recorrente se


manifestado novamente à ordem n.º 181.

É o relatório.

Conheço do recurso, eis que presentes os requisitos

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condicionantes de sua admissibilidade.

Inicialmente, considerando que o requerimento de justiça gratuita ainda


não foi apreciado pelo juiz de primeiro grau, defiro à agravante tal benefício,
mas apenas para o presente recurso, tendo em vista a vedação à supressão
de instância.

Pretende a agravante a desconstituição da penhora efetuada sobre o


valor de R$54.702,73 (cinquenta e quatro mil, setecentos e dois reais e
setenta e três centavos) em conta corrente de sua titularidade, sob o
fundamento de que o numerário se destinaria ao pagamento de funcionários
e de prestadores de serviços, estando, pois, abrangida pela hipótese do
inciso IV do art. 833 do CPC.

A meu juízo, a decisão de primeiro grau merece ser mantida.

É verdade que o legislador pátrio, ao estabelecer a impenhorabilidade de


alguns bens e direitos (art. 833 do CPC), demonstra a sua preocupação em
compatibilizar a busca da satisfação dos direitos do credor e a dignidade
humana do devedor.

Contudo, também é certo que tal regra deve ser interpretada de modo
que sejam respeitados o patrimônio mínimo do devedor e os princípios da
ação executiva, mormente o que determina que os bens dos executados
devam ser revertidos à satisfação do crédito exequendo.

Com efeito, no intuito de concretizar o princípio constitucional da


dignidade da pessoa humana e no propósito de garantir condições mínimas
de vida digna ao executado, o legislador editou normas que limitam o acesso
e a constrição judicial de determinados bens do devedor - móveis ou imóveis.

In casu, a alegação de impenhorabilidade dos valores depositados em


contas bancárias tem amparo no inciso IV do art. 833, do CPC, in verbis:

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"Art. 833. São impenhoráveis:

(...)

IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações,


os proventos de aposentadoria, as (...)."

Ao que se vê, o dispositivo em tela resguarda da constrição as verbas de


natureza salarial, a permitir o convencimento de que ele se aplica, prima
facie, somente às pessoas naturais, e não às jurídicas.

É o que se infere do seguinte julgado do col. Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 489 E 1.022 DO CPC/2015 NÃO
CONFIGURADA. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. VALORES
DEPOSITADOS EM CONTA BANCÁRIA DE PESSOA JURÍDICA.
IMPENHORABILIDADE AFASTADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.
REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7 DO STJ. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

(...)

2. Hipótese em que a Corte de origem entendeu não ser possível a aplicação


da regra da impenhorabilidade de que trata o inciso IV do art. 833 do
CPC/2015, ante a falta de demonstração cabal de que os valores bloqueados
seriam destinados ao pagamento de salários, consignando: 'no caso dos
autos, a parte recorrente sustenta a imprescindibilidade dos valores
bloqueados de suas contas em face de despesas com a folha de
funcionários, no entanto, não demonstra que tais valores seriam
imediatamente transferidos às contas dos colaboradores. Ora, não basta
para que se reconheça a

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impenhorabilidade dos valores bloqueados, que quantia semelhante seja


destinada a folha dos funcionários da empresa. A impenhorabilidade de que
trata a lei é exclusivamente dos salários, o que não pode ser estendido aos
valores depositados em conta da pessoa jurídica, já que em conjunto com as
demais receitas que circulam nas contas bancárias, compõem o faturamento
da sociedade. Vale destacar que a impenhorabilidade de que trata o inciso IV
do artigo 833 do CPC é destinada às pessoas físicas, e somente numa
excepcionalidade cabalmente demonstrada se pode estender às pessoas
jurídicas, o que não restou demonstrado nestes autos' (fl. 58).

3. Tendo a Turma julgadora decidido com base na análise dos elementos de


prova constantes dos autos, é evidente que concluir diversamente, visando
reconhecer a impenhorabilidade dos valores bloqueados, demandaria o
reexame do contexto fático-probatório, o que é inviável em recurso especial,
nos termos do enunciado da Súmula 7/STJ: 'A pretensão de simples
reexame de prova não enseja Recurso Especial'.

4. Agravo interno desprovido." (STJ, AgInt no AREsp n.º 1.898.008/RS,


relator Ministro Manoel Erhardt - Desembargador Convocado do TRF5 -,
Primeira Turma, julgado em 12/9/2022, DJe de 14/9/2022.)

Assim, a princípio, revela-se inaplicável a regra da impenhorabilidade


prevista no inciso IV do art. 833 do CPC aos valores depositados em conta
bancária de titularidade da pessoa jurídica, pois tal numerário constitui
receita operacional da pessoa jurídica, só se transformando em verba salarial
quando houver o crédito em favor dos trabalhadores.

Imprescindível, portanto, que se comprove que os valores depositados


nas contas da pessoa jurídica são destinados exclusivamente ao pagamento
da folha de pessoal da empresa. E, de acordo com o § 3º do art. 854 do
diploma processual, é ônus do executado comprovar que as quantias
tornadas indisponíveis se sujeitam à impenhorabilidade.

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A propósito, mencione-se o seguinte entendimento doutrinário:

"Se o saldo bancário for alimentado por vencimentos, salários, pensões,


honorários e demais verbas alimentares arroladas no art. 833, IV, do NCPC,
sua impenhorabilidade prevalecerá, não podendo o bloqueio subsistir,
conforme ressalva o § 3º do art. 854.

Caberá ao executado, para se beneficiar da impenhorabilidade, o ônus da


comprovação da origem alimentar do saldo. Na maioria das vezes, isto será
facilmente apurável por meio do extrato da conta. Se os depósitos não
estiverem claramente vinculados a fontes pagadoras, terá o executado de
usar outros meios de prova para identificar a origem alimentar do saldo
bancário.

(...)

Dispondo o devedor de prova documental suficiente e pré-constituída, a


liberação do depósito penhorado eletronicamente poderá ser pleiteada de
forma incidental nos autos da execução, sem necessidade dos embargos. É
que, sendo o caso de impenhorabilidade absoluta, a penhora que acaso a
desrespeite incorre em 'nulidade absoluta'; e invalidade desse jaez não
preclui, nem exige ação especial para ser reconhecida e declarada (...)."
(THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. 50ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, vol. III, p. 620.)

No mesmo sentido é a jurisprudência:

"RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.


PEDIDO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO Á INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PARA
INFORMAR A NATUREZA DA QUANTIA PENHORADA. INDEFERIMENTO.
ART. 854, § 3º, DO CPC. PRAZO DESTINADO A COMPROVAR QUE OS
VALORES BLOQUEADOS SÃO IMPENHORÁVEIS OU QUE A QUANTIA
TORNADA

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INDISPONÍVEL FOI EXCESSIVA. EXERCÍCIO DA DEFESA DOS


EXECUTADOS PELA CURADORIA ESPECIAL, QUE SE SUPÕE AMPLA,
ATUA DENTRO DAS LIMITAÇÕES PROCESSUAIS CAUSADAS PELO
PRÓPRIO DESINTERESSE MANIFESTADO PELO REPRESENTADO.
RECURSO IMPROVIDO.

1. A controvérsia posta no presente recurso especial centra-se em saber se o


executados - no caso dos autos, representados pela Defensoria Pública, no
exercício da curadoria especial -, após o prazo de cinco dias previsto no § 3º,
do art. 854 do Código de Processo Civil, destinado a comprovar que os
valores bloqueados são impenhoráveis ou que a quantia tornada indisponível
foi excessiva, poderiam, diversamente, requerer ao Juízo a expedição de
ofício para que a Caixa Econômica Federal informasse a natureza da conta
bancária, a fim de verificar a impenhorabilidade ou não do valor ali constrito.

2. Não se afigura possível, tampouco razoável, na específica situação dos


autos, em que verificada a absoluta inércia dos executados, seja autorizado
ao Poder Judiciário oficiar à Instituição financeira para informar a natureza da
conta de titularidade de um dos executados em que realizado o bloqueio de
valores (absolutamente ínfimos, registre-se, a fazer frente à execução), em
relação aos quais nem sequer foi cogitada a sua impenhorabilidade, em
indevida substituição aos executados.

2.1 Proceder nada colaborativo dos devedores, destacado com ênfase pelas
instâncias ordinárias, que impuseram inúmeras dificuldades, seja para a
consecução de sua citação, a fim de viabilizar a participação ativa na defesa
de seus interesses, seja para encontrar bens passíveis de garantirem o juízo.
Postura inerte que se manteve por ocasião do bloqueio de quantia ínfima,
objeto da presente insurgência recursal.

3. O executado, ao ter sua conta bloqueada pelo sistema Bacenjud, tem


ciência imediata a respeito da constrição operada em numerário de sua conta
-corrente, sabendo melhor do que ninguém a respeito de

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sua natureza.

3.1 Ciente, indiscutivelmente, a respeito do bloqueio que recaiu sobre o


numerário de sua conta-corrente e, principalmente, acerca de sua natureza,
cabe ao executado tomar as providências perante àquele que o representa
judicialmente para impugnar a medida constritiva que se reputa ilegítima.

4. O exercício da defesa dos executados pela curadoria especial, que se


supõe ampla, atua dentro das limitações processuais causadas pelo próprio
desinteresse manifestado pelo representado. Porém, inexistindo, por parte
dos executados, representados pela Defensoria Pública, qualquer objeção
tempestiva quanto a uma possível impenhorabilidade da quantia ali
encontrada e muito menos a imediata comprovação a esse respeito, tal como
exige o § 3º do art. 854 do CPC, tem-se por imprópria a atuação do Poder
Judiciário para 'checar a natureza da conta'.

4.1 Deve-se garantir ao executado o contraditório, nos exatos termos em que


preceitua a lei, não se afigurando possível, contudo, a esse pretexto,
embaraçar o processo executivo que se desenvolve, também (e
principalmente), no interesse do credor, notadamente em casos como o dos
autos.

5. Recurso especial improvido." (STJ, REsp n.º 1.986.106/DF, relator Ministro


Moura Ribeiro, relator para acórdão Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira
Turma, julgado em 17/5/2022, DJe de 15/6/2022; grifos deste voto.)

Na hipótese em apreço, não restou minimamente comprovado nos autos


que os valores bloqueados na conta da empresa agravante junto ao Banco
Bradesco S/A (ordem n.º 170) é inteiramente destinado ao pagamento de sua
folha de pessoal.

Além disso, tampouco se demonstrou que, nas contas mantidas pela


recorrente junto às outras instituições bancárias não haja crédito de valores
ou disponibilidade de numerário capaz de fazer frente ao

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pagamento da folha de pessoal da empresa.

Portanto, a ora recorrente não se desincumbiu de demonstrar que os


ativos financeiros mantidos junto ao Banco Bradesco S/A se sujeitam à
proteção conferida pelo inciso IV do citado art. 833 do diploma processual.

A propósito, resguardadas as diferenças fáticas entre os casos, mencione


-se o seguinte precedente deste Tribunal de Justiça:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO - CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE


SENTENÇA - BLOQUEIO DE VALORES EM CONTA JUDICIAL -
IMPUGNAÇÃO À PENHORA - VALORES INDISPENSÁVEIS À
CONTINUIDADE DA ATIVIDADE ECONÔMICA DA EMPRESA DEVEDORA
- IMPENHORABILIDADE NÃO DEMONSTRADA - MANUTENÇÃO DO ATO
CONSTRITIVO - RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.

- Muito embora não seja tecnicamente incorreto afirmar que o dinheiro possa
ser enquadrado na categoria de 'bem móvel', é evidente que a hipótese
prevista no art. 833, V do CPC não abrange os recursos do devedor
existentes em espécie, mantidos em depósitos bancários.

- A expressão contida na parte final do dispositivo legal em comento, que


inclui 'ou outros bens móveis', deve ser interpretada em consonância com os
demais itens elencados no inciso V, ou seja, outros bens móveis, tais como
'ferramentas' ou 'instrumentos', efetivamente empregados no exercício da
profissão do executado.

- In casu, não foram trazidos aos autos demonstrativos contábeis que


comprovassem o esgotamento dos recursos financeiros pela penhora que
recaiu em uma única conta bancária da agravante. De igual forma, não foram
apresentados os custos com folha de pagamento de pessoal, medicamentos
e insumos que se veriam comprometidos pela penhora impugnada,
tampouco a impossibilidade de arcar com as

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despesas operacionais mais básicas do empreendimento.

- Recurso ao qual se nega provimento." (TJMG, Agravo de Instrumento n.º


1.0000.21.206812-6/005, Relatora: Des.ª Lílian Maciel, 20ª Câmara Cível,
julgamento em 15/02/2023, publicação da súmula em 16/02/2023.)

Assim sendo, a executada, ora agravante, não se desincumbiu do ônus


de comprovar a impenhorabilidade do numerário, nos termos do § 3º do art.
854 do CPC, impondo-se manter a constrição.

Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.

Custas ao final, pelo vencido, observada eventual concessão de


gratuidade de justiça.

É como voto.

DES. MANOEL DOS REIS MORAIS - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. FERNANDO LINS - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO"

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