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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO DA COMARCA DE _________ – UF.


PROCESSO Nº XXXXXXX-XX.2021.8.26.XXXX
Apenso ao proc. XXXXXXX-XX.2013.8.26.XXXX (Ação de Inventário)
FULANO, inventariante, já qualificado nos autos do incidente em epígrafe, proposto por
CICLANO, por seu advogado infra assinado, vem mui respeitosamente à presença de V.
Exa., apresentar conforme segue, nos termos do art. 623 do CPC.:
Defesa em face de incidente de remoção de inventáriante
Trata-se de Incidente suscitado sob a argumentaçã o de que o inventariante nos autos da
açã o de inventá rio (Proc. nº XXXXXXX-XX.2013.8.26.XXXX), teria supostamente dado causa
no que dispõ e o art. 622, II do CPC, alegando em suma que o inventariante nã o incluiu
inicialmente o requerente como parte no inventario, havendo este proposto açã o de
reconhecimento de uniã o está vel em face da de cujus e que sido reconhecida a uniã o está vel
o inventariante nã o regularizou o plano de partilha, impedindo o andamento regular do
inventá rio.
Tais alegaçõ es nã o merecem prosperar senã o vejamos.
DA NECESSÁRIA MANUTENÇÃO DO INVENTARIANTE
A remoçã o do inventariante é cabível somente em casos excepcionais, cabível em casos de
falhas graves, inequívocas e comprovadamente previstas no rol taxativo do art. 622 do
CPC.
No entanto o requerente tenta sem nenhuma fundamentaçã o fá tica ou jurídica, remover o
inventariante sem trazer aos autos prova ou elemento há bil capaz de ensejar os motivos
ensejadores da remoçã o, conforme rol do art. 622, do CPC, in verbis:
“Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações;
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente
protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover
as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio”.

Em uma analise detida dos autos, é possível concluir que a ocorrência de percalços comuns
ao processamento de um inventá rio sã o aptos a ensejarem, de fato, descontentamento,
porquanto longe do ideal; mas insuficientes para configurar remoçã o do inventariante,
sobretudo quando ausentes indícios de má administraçã o ou desídia por parte do
Inventariante, como é o caso.
O requerente alega a incidência da hipó tese do inciso II do art. 622 do CPC, no entanto
demonstra mero descontentamento sem trazer provas efetivas da dissidia.
Veja Exa., o processo de reconhecimento de uniã o está vel em tramite desde o ano de 2016,
transitou em julgado somente em 2019.
Em 2020 e 2021 vivenciamos tempos anormais, com o estado pandêmico que assolou todo
o mundo. Ainda tratava-se de processo físico, em que os atos dependem de longa espera
para retirada em carga e retorno e toda a morosidade do pró prio procedimento, bem
conhecida.
O processo permaneceu por longo período suspenso, exatamente por aguardar o
julgamento da açã o de reconhecimento de uniã o está vel.
Por obvio o processo de virtualizaçã o será de grande valia para o andamento veloz do
inventá rio que se arrasta a tantos anos. Tal iniciativa poderia decorrer de qualquer parte,
nã o sendo incumbência obrigató ria do inventariante.
A mencionada decisã o de fls. 179 do processo digital, levanta a suspensã o do processo,
diante da informaçã o do trâ nsito em julgado da sentença que reconheceu a uniã o está vel,
determinando a apresentaçã o de novo plano de partilha.
A decisã o foi proferida em xx/xx/2020, novamente, recorda-se o estado pandêmico e o
fechamento do Fó rum desta Comarca, nã o havendo nenhuma certidã o de decurso de prazo.
Em xx/xx/2021 o requerente solicitou a conversã o dos autos em digitais, com deferimento
publicado em xx/xx/21.
Em xx/xx/2021 foi publicada decisã o de fls. 187, determinando a apresentaçã o de novo
plano de partilha.
Importante frisar que conforme certidã o de cartó rio de fls. 189, expedida pelo Oficial
Maior, a supramencionada decisã o nã o foi publicado na Imprensa Oficial do Estado em
nome do patrona do autor em decorrência de um erro sistêmico.
A publicação da decisão finalmente ocorreu em xx/xx/2021, com a apresentação de
plano de partilha, incluindo o meeiro, conforme petição de fls. 193-199,
protocolizada em xx/xx/2021, TEMPESTIVAMENTE!!!
Curiosamente, o presente incidente, que tem intençã o de remover o inventariante por
suposta morosidade, em verdade resulta em inevitá vel e extenso prolongamento do feito,
pois os fatos apontados pelo requerente nã o sã o atribuíveis unicamente à conduta do
Inventariante, mas a circunstâ ncias alheias à sua vontade ou seja nã o se detectou qualquer
circunstâ ncia judicialmente relevante no processo que implicasse descumprimento do
dever em questã o
Contudo, o mero descontentamento nã o é apto a ocasionar a destituiçã o da funçã o em
questã o. Há de se ressaltar que a remoçã o do inventariante é medida excepcional, a ser
tomada apenas quando evidente o enquadramento do caso em uma das hipó teses previstas
para tanto.
Assim, ausentes qualquer comprovaçã o apta a motivar a remoçã o do inventariante, a
extinçã o do presente incidente é medida que se impõ e.
Dessa forma requer o recebimento da presente defesa, nos termos do art. 623, do CPC, para
ao final, decidir pela manutençã o do inventariante no processo de inventá rio e a
consequente extinçã o do presente incidente.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, xx de ________ de 20__
Advogado
OAB/UF

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