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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA)

Processo n.º _____________________________

NOME DO(A) ARREMATANTE, qualificada(o) nos autos em epígrafe


na qualidade de Arrematante, vem, por meio desta, à presença de Vossa Excelência, expor e,
ao final, requerer o que segue:

Este(a) Arrematante participou do Leilão Judicial realizado por este Douto


Juízo, em DIA/MÊS/ANO, no qual veio a adquirir o bem penhorado nos autos em epígrafe,
qual seja: “DESCREVER O BEM”.

Primeiramente, cumpre informar que este(a) Arrematante já encontra-


se de posse da competente Carta de Arrematação, motivo pelo qual diligenciou ao
Cartório de Registro de Imóvel, para proceder com o respectivo registro e,
consequentemente, proceder com a transferência de propriedade do imóvel
arrematado.

No entanto, Excelência, a transferência de propriedade do imóvel não


se concretizou, haja vista que recaem sobre o bem adquirido, penhoras anteriores à
arrematação, conforme é possível observar no documento anexo.

Veja, Excelência, que tal restrição torna um obstáculo à livre


propriedade do imóvel arrematado, pois devido a sua existência, averbada na matrícula
imobiliária, o referido ônus possibilita que o imóvel seja novamente levado a
praceamento, acarretando em inúmeros prejuízos a este(a) Arrematante, caso isso
venha a acontecer.

Ademais, o §1º do artigo 908 do CPC evidentemente, procura garantir


a efetividade e eficácia do Leilão Judicial, por meio da desoneração do(a) Arrematante
em arcar com eventuais responsabilidades que o imóvel esteja vinculado, pois do
contrário, poderia haver falta de interesse quanto à aquisição em hasta pública, o que
prejudicaria a finalização de uma enormidade de processos, ipsis literis:

o
“§ 1 No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que
recaem sobre o bem, inclusive os de natureza propter rem, sub-
rogam-se sobre o respectivo preço, observada a ordem de
preferência.”
Ainda neste sentido, também é o entendimento da jurisprudência
pátria, senão vejamos:

Agravo de instrumento – Execução de título


extrajudicial – Imóvel penhorado e arrematado pela
ora agravante em sede de reclamação trabalhista -
Pedido de cancelamento de penhora relativa ao
processo executivo – Admissibilidade - Providência a
ser pleiteada no juízo em que realizada a constrição –
Decisão reformada - Recurso provido. (TJSP, AI
20674561120158260000 SP 2067456-11.2015.8.26.0000.
Relator: Sergio Gomes. Data de julgamento: 23/06/2015,
Órgão Julgador: 37ª Câmara de Direito Privado. Data de
publicação: 25/06/2015).

Execução. Bem penhorado levado a hasta pública e a


final arrematado noutro processo. Cancelamento da
anterior penhora. Deferimento. Art. 711 do CPC. "Não
há direito de anterioridade em face do arrematante.
Existentes várias penhoras sobre o mesmo bem, elas se
sub-rogam no produto da arrematação realizada em
uma das execuções. Eventual discussão que deve ser
travada entre os diversos credores, sobre a destinação
do produto da arrematação" (TJSP, AI 759.423-5/9-00,
ANTONIO CARLOS VILLEN). "Cancelamento de
penhoras anteriores à arrematação do imóvel. Providência
a ser pleiteada no juízo em que realizada a constrição"
(TJSP, AI 0190749-91.2011, CLAUDIO GODOY).
Decisão que nega expedição de ordem ao Registro de
Imóveis para cancelamento da penhora, reformada.
Agravo provido.
(TJ-SP - AI: 20616713920138260000 SP 2061671-
39.2013.8.26.0000, Relator: Cesar Ciampolini, Data de
Julgamento: 05/08/2014, 10ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 06/08/2014)

PENHORA. ARREMATAÇÃO. BAIXA.


OBRIGAÇÃO.
1. Edital registrando que a alienação se fará livre de
débitos de impostos, taxas e débitos condominiais.
2. Efeito da arrematação.
3. É competência do Juízo da execução e hasta pública,
determinar a baixa das penhoras.
4. Provimento do recurso.(TJRJ - AI
151102020128190000 RJ 0015110-20.2012.8.19.0000 –
11ª Câmara Cível – Desembargador Adolpho Andrade de
Mello – Julgamento 27/06/2012) (Grifo nosso)”
Não é demais acrescentar que o resultado que se espera ao arrematar
um imóvel em leilão é justamente a aquisição da propriedade e o direito de utilizá-lo
de forma plena. Portanto, a existência de ônus que impossibilitem ou dificultem o
exercício de tal direito não podem ser presumido pelo(a) Arrematante, ficando clara a
boa-fé com que agiu, confiando que o imóvel disponibilizado em leilão pelo auxiliar
do juiz, estaria em situação regular.

Neste sentido, resta-se claro que o(a) Arrematante é terceiro(a) de boa-


fé, que ingressou nos autos por ato da própria justiça, não podendo ser
responsabilizado(a) por tais ônus, pois, se assim fosse, razão nenhuma teria o
Arrematante para participar de leilões judiciais, vez que sempre estaria propenso a ter
seus bens expropriados, não obstante tivesse pago o respectivo preço.

Isto posto, faz a presente para requerer à Vossa Excelência que se


digne em:

a) Efetuar a baixa da penhora que recai sobre o bem arrematado


(AV___ descrevera as penhoras), advinda dos autos nº __________, em trâmite nesta
MMª Vara;

b) Oficiar ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de


CIDADE/ESTADO, determinando que este efetue a baixa da penhora
AV____(especificar qual penhora) constante na matrícula do imóvel e,
consequentemente, a transferência do bem adquirido para o nome do(a) arrematante.

Termos em que,
Pede por deferimento.

Cidade/ESTADO, DIA/MÊS/ANO.

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NOME DO(A) ARREMATANTE
Arrematante

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