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MATUCH DE CARVALHO 2012

Advogados Associados

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA 13ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DA CAPITAL DO RIO DE JANEIRO

Proc. nº 0106809-41.2002.8.19.0001

TJRJ CAP CV13 202206726287 19/09/22 12:51:53141367 PROGER-VIRTUAL


ESPÓLIO DE HELOISA HELENA RASO, nos autos da Ação de
Execução em epígrafe, que move contra ANA HELENA ANDRADE SILVA e
CARLOS ALBERTO BARBOSA SILVA, vem a Vossa Excelência informar, quanto ao
Agravo em Recurso Especial n° 1.726.614, oriundo do Agravo de Instrumento
0025798-94.2019.8.19.0000, que ainda pende o julgamento de um agravo interno
(andamento em anexo), mas é certo que o referido recurso não possui efeito
suspensivo, e que sequer houve pedido da devedora nesse sentido, o que evidencia
a plena vigência do acórdão que referendou a arrematação do imóvel, que
anteriormente era de propriedade da devedora, descrito como Casa 15 do
Condomínio Jardim Nova Barra, à Avenida das Américas n° 230, Barra da Tijuca/RJ.

01. Cumpre anotar que a arrematação do referido imóvel proporcionará


a satisfação integral do crédito aqui executado e o arquivamento definitivo do feito, de
modo que, não tendo a devedora requerido o pagamento da dívida ou informado
outros meios para o prosseguimento do feito, não há mais tempo a perder, sendo
uníssono o entendimento de nosso Tribunal de Justiça em hipóteses idênticas, no
sentido de autorizar a imissão na posse do bem, em não havendo efeito suspensivo
deferido em Cortes Superiores. Verbis:

Agravo de Instrumento. Ação Indenizatória em fase de


cumprimento de sentença. Decisão agravada que determinou o
trânsito em julgado do Acórdão proferido no Agravo de

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Instrumento nº 0053907-55.2018.8.19.0000, desta Relatoria,


alvejado por recurso excepcional, para apreciar o pedido de
expedição de carta de arrematação e mandado de imissão na
posse do imóvel.
Decisão proferida no Agravo de Instrumento referido em
que foi declarada a validade da avaliação e da arrematação
pelo exequente, bem como foi imposta a penalidade à
executada por ato atentatório à dignidade da justiça (artigo 774,
inciso II do Código de Processo Civil), por se opor
maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos ao impugnar, intempestivamente, a avaliação, bem
como opor Embargos à Arrematação sem previsão legal, além
de emendá-los, nos quais suscita diversas nulidades com intuito
exclusivo de impedir o normal andamento da execução, que
tramita há anos, além de a ação de conhecimento ter sido
distribuída em 2001.
Ausência de efeito suspensivo automático ao Recurso
Especial. Andamento do feito no site da Corte Superior
(AREsp nº 1873697) em que consta decisão do Ministro Relator
Marco Aurélio Bellizze, em 29/06/2021, negando provimento ao
Recurso Especial, e interposição de Recurso Extraordinário em
16/07/2021.
Artigo 903 do Diploma Processual, aplicável na hipótese.
Eventual prejuízo que se resolve em perdas e danos.
Inexistência de impedimento legal para a expedição da carta
de arrematação e mandado de imissão na posse. Extenso
período de tramitação do processo, vinte anos, e falta de boa-fé
processual no atuar da executada.
Violação dos princípios da cooperação e da razoável duração do
processo, em afronta aos artigos 4º, 5º e 6º do Diploma
Processual. Ausência de qualquer razão para se aguardar o
trânsito em julgado mencionado pelo Juízo a quo. Provimento do
Agravo de Instrumento. (0085940-30.2020.8.19.0000 -
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). CAMILO RIBEIRO
RULIERE - Julgamento: 30/09/2021 - PRIMEIRA CÂMARA
CÍVEL) (grifos nossos)

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Agravo de Instrumento. Cumprimento provisório de sentença


proferida na ação reivindicatória de n.º 0014753-
58.2013.8.19.0209, que concedeu a tutela para a imissão da
Autora na posse do imóvel em questão. Decisão interlocutória
que determinou o depósito em caução como condição para
imissão na posse. Inconformismo autoral. Entendimento desta
Relatora quanto à admissibilidade do presente recurso na forma
regimental, bem como à necessidade de reforma da decisão
agravada. Preliminarmente, impende salientar que nos termos
do artigo 520, §5.º, do CPC, aplica-se ao cumprimento provisório
da sentença que reconheça a obrigação de fazer, de não fazer
ou de dar coisa o disposto no capítulo relativo ao cumprimento
provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia certa. Outrossim, como asseverado
pela Agravante, embora ainda não tenha havido o trânsito em
julgado da sentença cujo cumprimento provisório se busca,
tal pendência não obsta a pretensão recursal, haja vista a
ausência de efeito suspensivo concedido, não
suspendendo, assim, a eficácia da sentença proferida, nos
termos do artigo 995, caput, do CPC. Quanto ao argumento
contido no decisum objurgado, de "que se torna necessária a
caução, para que a medida pleiteada possa ser efetivada, já que
o que se requer é a imediata imissão na posse de unidade
imobiliária, o que torna a reversibilidade do requerido muito
pouco provável", não assiste razão ao Juízo a quo, pois bastará
a recondução da Agravada na posse do bem, inexistindo
fundamento para a impossibilidade reconhecida. Por fim,
saliente-se que o artigo 521, inciso III, do CPC, autoriza a
dispensa da caução quando pendente agravo contra decisão
que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial (artigo
1.042 do CPC). Ademais, necessário ressaltar que a
interposição de Recurso Especial não tem o condão de
suspender a execução, uma vez que o referido recurso não
é dotado de efeito suspensivo, permitindo a execução
provisória, como dito anteriormente. Além disso, a contrário
sensu, a dispensa da caução não importará em risco de grave

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dano, de difícil ou incerta reparação, nos termos do artigo 521, §


único, do CPC. Precedentes do TJERJ. CONHECIMENTO E
PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO para que se
cumpra a sentença proferida na ação reivindicatória, permitindo
que a Agravante seja imitida na posse do imóvel, objeto da lide,
sem a necessidade de caução.
(0015109-20.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA MOUSNIER TEIXEIRA DE
GUIMARÃES PENA - Julgamento: 13/05/2021 - VIGÉSIMA
CÂMARA CÍVEL) (grifos nossos)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA.


IMISSÃO NA POSSE. RECURSO ESPECIAL PENDENTE DE
JULGAMENTO. RISCO DE GRAVE DANO. INEXISTÊNCIA.
CAUÇÃO. DESNECESSIDADE.
1. Preliminarmente, impende salientar que nos termos do artigo
520, §5º, do Código de Processo Civil, aplica-se ao cumprimento
provisório da sentença que reconheça a obrigação de fazer, de
não fazer ou de dar coisa o disposto no capítulo relativo ao
cumprimento provisório da sentença que reconhece a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa.
2. Outrossim, como asseverado pelo agravante, embora
ainda não tenha havido o trânsito em julgado da sentença
cujo cumprimento provisório se busca, tal pendência não
obsta a pretensão recursal, haja vista a ausência de efeito
suspensivo concedido, não suspendendo, assim, a eficácia
da sentença proferida, nos termos do artigo 995, caput, do
Código de Processo Civil. Precedentes do TJRJ.
3. Quanto ao argumento contido no decisum objurgado,
consistente na "impossibilidade de retorno ao status quo ante"
em caso de procedência de eventual recurso interposto contra a
inadmissão do Recurso Especial apresentado, não assiste razão
ao Juízo a quo, pois bastará a recondução do agravado na posse
do bem, inexistindo fundamento para a impossibilidade
reconhecida.

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4. Por fim, saliente-se que o artigo 521, inciso III, do Código de


Processo Civil autoriza a dispensa da caução quando pendente
agravo contra decisão que inadmitir recurso extraordinário ou
recurso especial (CPC, artigo 1042).
5. Ademais, necessário ressaltar que a interposição de
Recurso Especial não tem o condão de suspender a
execução, uma vez que o referido recurso não é dotado de
efeito suspensivo, permitindo a execução provisória, como
dito alhures. Doutrina.
6. Além disso, o agravado não logrou comprovar que a dispensa
da caução importará em risco de grave dano, de difícil ou incerta
reparação, nos termos do artigo 521, parágrafo único, do CPC.
Precedente do TJRJ.
7. Agravo provido.
(0056161-69.2016.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Des(a). JOSÉ CARLOS PAES - Julgamento: 07/12/2016 -
DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL) (grifos nossos)

AGRAVO. ANULAÇÃO DE COMPRA E VENDA DE VAGA DE


GARAGEM COM PEDIDO INDENIZATÓRIO. PENDÊNCIA DE
JULGAMENTO DE AGRAVOS CONTRA A DECISÃO QUE
INADMITIU OS RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE. AVALIAÇÃO DO
VALOR MÉDIO DE ALUGUEL DE VAGA DE GARAGEM.
NOMEAÇÃO DE PERITO. DESNECESSIDADE.
INCUMBÊNCIA DO OFICIAL DE JUSTIÇA (ART. 143, V DO
CPC). PRECEDENTES DO STJ.
Nos termos do art. 497 do CPC, a inexistência de trânsito em
julgado, diante da interposição de agravos contra a decisão
que inadmitiu os recursos especial e extraordinário, ante a
ausência de efeito suspensivo destes, não se antagoniza
com pedido de execução provisória. No caso específico, a
liquidação de sentença depende da imissão na posse ora
requerida, porquanto fixada pelo Tribunal como termo ad quem
para o pagamento do aluguel. Em se tratando de avaliação do
valor médio de aluguel de uma vaga de garagem, competência

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que depende apenas do conhecimento do mercado imobiliário


local e das características do bem, não se exige a nomeação de
perito em razão da desnecessidade de conhecimentos
especializados. O Oficial de Justiça é profissional de confiança
do Juízo e, em casos tais, supre a função de perito, estando
habilitado a exercer tal mister, conforme art. 143, V CPC.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO
(0056829-11.2014.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Des(a). FERDINALDO DO NASCIMENTO - Julgamento:
31/03/2015 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL) (grifos nossos)

02. A similitude da presente quaestio com os julgados ora transcritos é


indefensável, Excelência, sendo imperioso o deferimento da imissão na posse do
imóvel quando ausente efeito suspensivo nas Cortes superiores, mormente se, aqui,
a excussão do bem representará a satisfação do crédito executado e a entrega do
bem da vida perseguido pela parte credora desde o ano de 2002, ou seja, há duas
décadas.

03. Nessa ordem de ideias, ausente qualquer circunstância impediente


ao regular cumprimento do v. Acórdão referenciado, requer o prosseguimento do feito,
com a expedição da carta de arrematação e o deferimento da imissão na posse do
imóvel, com a expedição do competente mandado de imissão na posse, referente
ao imóvel descrito como “Casa 15 do Condomínio Jardim Nova Barra, à Avenida das
Américas n° 230, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ”.

Rio de Janeiro, 19 de setembro de 2022.

JULIO MATUCH DE CARVALHO MURILO MATUCH DE CARVALHO


OAB/RJ 98.885 OAB/RJ 137.860

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