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Pede deferimento.
Salvador, BA, em 06 de fevereiro de 2023
Eladio Lasserre
OAB/BA – 15.906
Ianna Duques
OAB/BA – 62.351
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Agravante: MARIA LUCIA SILVEIRA MENDONÇA E OUTROS
Agravados: MARCUS ESTEVÃO VEIGA UANUS
Origem: Processo nº 0007775-48.2007.8.05.0150, em trâmite na 1ª Vara de Relações de
Consumo e Cíveis da Comarca de Lauro de Freitas - Bahia
Douto Juízo, em que pese a intimação para que os Agravados apresentem as contrarrazões do
recurso, insta relembrar que o Agravante peticionou Pedido de Desistência, em 14 de
dezembro de 2022, conforme Id nº 38714052; ou seja, antes mesmo de houvesse qualquer
despacho ou intimação para os Agravados.
Desta maneira, tendo em vista que pelo lapso temporal – do recesso judiciário –, a Secretaria
não observou o pedido de desistência. Nesse sentido, houve petição chamando o feito à ordem
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(id nº 39742920), visando a análise do referido pedido e o consequente arquivamento do
recurso nesta instância.
Assim, em razão da celeridade processual, requer que V.Ex.ª aprecie o pedido de desistência
do Agravante, arquivando assim definitivamente o Agravo de Instrumento. Contudo, em
respeito à instrumentalidade das formas e cooperação entre as partes, a seguir, serão
apresentadas as razões da contraminuta.
Desta forma, foi oferecida a reconvenção na referida ação por parte dos Agravados, havendo
deferimento de tutela provisória de urgência para determinar a desocupação do Agravante do
imóvel oriundo de contrato de promessa de compra e venda. Irresignado, interpôs agravo
de instrumento sob o nº 8039636-50.2022.8.05.00001, sendo acertadamente, negado o efeito
suspensivo por esta Nobre Relatora.
Nesse cenário, nos autos de origem, houve homologação de acordo em 21 de maio de 2021,
visando cessar a lide. Todavia, o Agravante não cumpriu o quanto acordado, resultando
assim em cumprimento de sentença, e não satisfeito, descumpriu ordem de desocupação
voluntária proferida pelo juízo aquo – devendo ter desocupado o imóvel até 14/10/2022 –.
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Assim, em razão da evidente má-fé do Agravante, que está ocupando o imóvel de maneira
ilegal há mais de 15 anos, o Juízo aquo, observando a referida situação, proferiu a decisão
agravada, em 12/12/2022 – com intimação para todas as partes –, ocorrendo a publicação em
13/12/2022, sob o seguintes termos:
Todavia, com extrema má-fé e visando o tempo inteiro descumprir as ordens e decisões
judiciais, o Agravante interpôs o recurso em comento, suscitando a existência de decisões
fraudulentas, por supostamente não conseguir visualizar as decisões proferidas na tela dos
autos do processo.
Nobre Relatora, como será verificado , o presente recurso deve ser desprovido, em razão
da evidente ausência de fundamentação e da existência de má-fé do Agravante que,
insatisfeito com o fato de que o poder Judiciário estar ordenando a sua retirada do imóvel que
ele ocupa de maneira ilegal e arbitrária há mais de 15 anos; interpôs inúmeros recursos em
face de decisões interlocutórias, e inclusive protocolou Reclamação ao CNJ – que foi
arquivada – , SUSCITANDO FALACIOSAMENTE, que não consegue visualizar as
decisões na movimentação dos autos do processo de origem, e que por tal razão, a magistrada
deve ser afastada do processo, e que as decisões são fraudulentas.
Diante disso, infelizmente o cenário é de uma manobra de extra má-fé do Agravante, que
ocupa arbitrariamente o imóvel oriundo de contrato de promessa de compra, há mais de 15
anos. Nesse ínterim, como será vislumbrado, inexiste fundamentação no recurso de agravo,
mas sim, uma irresignação de uma pessoa que está se utilizando da máquina do Poder
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Judiciário para continuar descumprindo o acordo e ordens do Juízo aquo, e ocupando o
imóvel de maneira arbitrária e ilegal.
Desta maneira, o Agravante criou a falácia de que a magistrada de 1º grau é suspeita nos autos
do processo, em razão do Agravante supostamente não conseguir visualizar as decisões na
parte de movimentação dos autos do processo no PJE.
Ora, Colenda Turma, o patrono do Agravante tem plena ciência que após a leitura automática
das decisões, que elas ficarão expostas nos autos do processo; ou seja, ele como PATRONO
do agravante, sabe que precisa clicar na “expedientes” nos autos, visando que a decisão
fique exposta no processo.
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Resta claro que o patrono do Agravante foi intimado da decisão, bem como tomou ciência
dois dias após à publicação, e não clicou na para cumprir o prazo referente àquela decisão,
visando que ela não ficasse exposta nos autos do processo e pudesse inventar que o Juízo
Aquo estava proferindo decisões fraudulentas . Porém TODAS AS DECISÕES FORAM
PUBLICADAS, O PATRONO INTIMADO, E VISUALIZADO AS DECISÕES.
É inquestionável que o imóvel foi adquirido mediante promessa de venda e compra, obrigando-se,
em contrapartida, a pagar prestações mensais e consecutivas. Ocorre que, mesmo tendo seu pleito
de consignação em pagamento autorizado por este Juízo, desde o ano de 2008 o Sr. Marcus
Estevão Veiga Uanus quedou-se inerte, tornando-se inadimplente, não pagando as parcelas
devidas, locupletando-se indevidamente da posse do imóvel pelo período de 10 (dez) anos.
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A parte requerente, por outro lado, arca com o prejuízo causado, posto que necessita do
imóvel para, ao menos, minimizar os prejuízos gerados pelo inquestionável descumprimento
da avença.
Verifica-se que o Sr. Marcus, desdenhosamente, contando com a pletora de feitos que
assoberba o Poder Judiciário, o que certamente independe da vontade deste magistrado,
mantém a posse do imóvel em completo locupletamento ilícito visto que não efetua depósito
judicial desde o ano de 2008, conforme consta no documento acostado. Alie-se a tal situação o
fato de que o Sr. Marcus, além de deixar de efetuar os depósitos judiciais para quitar sua dívida,
está promovendo aluguel do imóvel o qual não detém a propriedade, visando auferir lucros com o
mesmo (documento anexado).
Assim, conforme tudo relatado e prints anexos do próprio sistema do PJE/TJBA (aba –
expedientes), inexiste decisão fraudulenta ou qualquer ilegalidade na decisão agravada, posto
que, em verdade, o Patrono do Agravante que voluntariamente e visando postergar a
todo custo a saída do Agravante do imóvel, mesmo devidamente intimado e tomando
ciência da decisão, que não clica para ver a intimação sobre as decisões, e elas só são
expostas nos autos, depois da “visualização automática” do próprio sistema, o que é normal.
Nobre Julgadores, a tecnologia do sistema PJE e de demais outros tantos sistemas surgiram
para tornar a vida dos operadores do direito mais acessível, prática, econômica a ágil. Não
sendo compatível com a boa-fé, que a utilização dessa tecnologia para inventar que as
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decisões ou atos do Poder Judiciário são fraudulentos ou escondidos, como alega o
Agravante.
Logo, inexiste qualquer vício ou ocultação de decisões, mas sim, mais uma vez o ato de má-fé
do Agravante. Desta forma, deve ser aplicada multa por litigância de má-fé ao Agravante,
que comprovadamente está se utilizando da máquina do Poder Judiciário a todo custo, e de
maneira desleal – protocolando diversos recursos e até ação no CNJ contra a magistrada –,
apenas para não cumprir a decisão de saída do imóvel que ele ocupa há mais de 15 anos
ilegalmente.
V. DO REQUERIMENTO
Termos em que
Pede deferimento.