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1 – Imissão na posse: Foco Construtora contra os posseiros das três casas, processo nº

0041849-55.2015.8.07.0001.

“Em face de a sentença proferida nos autos de nº 0094216-66.2009.8.07.0001 ter julgado


improcedente a ação anulatória proposta pelos réus [...] ROBERTO DA CUNHA SOUZA e [...]
em face de CONASA - CONSULTORIA E ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA – ME e BANCO
[...], de o acórdão ter confirmado, na íntegra, a referida sentença e da matrícula às págs. 10/17
indicar que o imóvel em questão foi adjudicado pela parte autora, observa-se, assim, a
plausibilidade do direito da requerente.

Some-se a isso o fato de que a referida sentença entendeu que ocorreu a denominada eficácia
preclusiva da coisa julgada em relação aos atos processuais que levaram à arrematação do
imóvel nos autos nº 14844/1996, pela qual todas as questões deduzidas que poderiam sê-lo e
não o foram encontram-se sob o manto da coisa julgada, não podendo constituir novo
fundamento para discussão da mesma causa, ainda que em ação diversa.

No mais, a urgência da questão reside no fato da autora estar impossibilitada de fruir livremente
do bem adjudicado, o que gera consequências econômicas imediatas, seja pela impossibilidade
de residir no imóvel, seja na impossibilidade de aferir renda com este.

Concedo, entretanto, o prazo de 60 (sessenta) dias para a desocupação voluntária do imóvel


em virtude de estarmos passando por uma pandemia, o que dificulta eventual mudança.

Ante o exposto, defiro a liminar vindicada para determinar que a parte ré desocupe o imóvel em
questão no prazo de 60 dias, sob pena de expedição de mandado de reintegração de posse que
poderá ser cumprido contra qualquer dos requeridos ou contra qualquer pessoa que lá esteja a
mando dos requeridos”.

2 – Ação de Usucapião proposta processo: 0718995-16.2021.8.07.0001

AUTOR: JAIR GASPARIN

REU: [...] FOCO CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMOVEIS LTDA, [...]

“Por fim, a matrícula do ID 93795071 não deixa dúvidas sobre a legítima


aquisição da fração "A" pelo Sr. [...], pois consta expressamente como um dos
condôminos, ao passo que o Sr. ROBERTO DA CUNHA SOUZA não figura como
proprietário.

Dessa forma, tendo em vista que a ré FOCO CONSTRUTORA E


INCORPORADORA DE IMÓVEIS LTDA. adquiriu o imóvel do proprietário que consta na
matrícula e, ainda, que possui título executivo judicial reconhecendo a adjudicação a seu favor,
inviável o sobrestamento da ordem de desocupação expedida nos autos n.
0041849-55.2015.8.07.0001.

Quanto à ciência do autor e demais condôminos acerca da pretensão da FOCO


CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMÓVEIS LTDA. Em obter a posse do imóvel,
observa-se que o Sr. ROBERTO DA CUNHA SOUZA, que firmou o negócio com o autor, ajuizou
embargos de terceiro por retenção, embargos de terceiro e ação anulatória visando obstar a
pretensão do arrematante e da empresa ré, de modo que não prospera a alegação de posse
mansa e pacífica.

Assim, INDEFIRO o pedido de tutela de urgência. Destarte, considerando que o


autor não possui o justo título, faculto à referida parte emendar a petição inicial a fim de adequar
o feito à pretensão direcionada para a reparação de eventuais prejuízos. Prazo: 15 dias.
3 – Agravo de Instrumento no TJDFT contra a Decisão acima, foi indeferida liminar, cuja cópia
da decisão segue, na íntegra, em anexo.

“Por meio da petição de ID 27994046, o Agravante apresenta alegações de que, em razão da


concessão de medida liminar de imissão de posse na ação acima indicada, o Agravante propôs
ação de usucapião, com pedido de liminar para obstar o cumprimento da referida ordem de
imissão de posse, a qual foi indeferida pelo Juízo a quo.

Cumpre ressaltar ainda que, conforme razões recursais do próprio agravante, “a FOCO
CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMOVEIS então ajuíza uma ação DE
ADJUDICAÇÃO COMPULSORIA, que transitou em julgado logo em 1ª instância (inexistindo
recurso). E depois do registro daquela sentença de adjudicação compulsória, a FOCO
CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMOVEIS ajuizou o processo nº
0041849-55.2015.8.07.0001 pleiteando a imissão na posse do bem”.

Ademais, o Agravante argumenta ainda que a ação de adjudicação compulsória nº


2011.01.1.052666-7 (CNJ 0015463-27.2011.8.07.0001) que tramitou perante o juízo da 12ª Vara
Cível de Brasília/DF era totalmente lastreada em documentos inidôneos e/ou falsificados. Esses
documentos falsos se tornaram uma sentença (título executivo judicial) então verdadeira, que
proporcionou o registro em Cartório de Imóveis e agora esse registro, serve de base à ação de
imissão na posse.

Além disso, a veracidade de tal documentação é objeto de ação de anulação, conforme ID


27788898, na qual o Juízo da 20ª Vara Cível de Brasília, nos autos da ação de imissão na
posse n° 0041849-55.2015.8.07.0001, esclareceu que o imóvel objeto da lide está sendo objeto
de discussão na ação anulatória nº 116355-6/2009 (processo nº 0094216- 66.2009.8.07.0001),
em tramitação neste Juízo, na qual os possuidores diretos pretendem a anulação da
arrematação que ocorreu nos autos nº 14844/1996.

Diante desse cenário, entendo que o presente o recurso não é o meio processual adequado
para se questionar decisão judicial já transitada em julgado, diante de eventual ocorrência
“estelionato judicial”, conforme argumentado pelo Agravante. Assim, a coisa julgada afasta a
probabilidade do direito alegado.

Acrescente-se que, a controvérsia apresentada pelo próprio Agravante sobre a legitimidade de


documentos que consubstanciaram a coisa julgada (ação de adjudicação compulsória nº
2011.01.1.052666-7 -CNJ 0015463-27.2011.8.07.0001), e que está sendo discutido nos autos
da ação anulatória n° 116355-6/2009 (processo nº 0094216- 66.2009.8.07.0001), também afasta
a probabilidade do direito necessária para a concessão da medida de urgência.

Diante desse cenário, não vislumbro a presença cumulativa dos requisitos necessários para o
deferimento da medida de urgência postulada, o que impossibilita a intervenção judicial
sumária.

...
Pelo exposto, INDEFIRO o pedido de liminar.

4 - Processo: 0731187-81.2021.8.07.0000:

AUTOR: JAIR GASPARIN


REU: FOCO ENGENHARIA E CONASA – CONSULTORIA.
“Cuida-se de AÇÃO RESCISÓRIA, com pedido de liminar, ajuizada por JAIR
GASPARIN, objetivando a desconstituição da r. sentença proferida nos autos da Ação de
Adjudicação Compulsória nº 2011.01.1.052666-7, prolatada pelo ilustre Juízo da 12ª Vara Cível
de Brasília, na qual foram parte FOCO CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMÓVEIS
LTDA (autora) e CONASA CONSULTORIA E ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA (Ré).

Narra que há muitos anos adquiriu uma fração de 2.500m2 na Quadra 8, Conjunto 5,
Lote 4, do Setor de Mansões Park Way – SMPW, aquisição onerosa firmada com ROBERTO DA
CUNHA SOUZA.
...

A ação rescisória, como meio excepcional de impugnação, tem causa de pedir


vinculada, que neste caso não encontra lastro no rol taxativo do art. 966, do CPC, por isso,
hipótese de negar admissibilidade.

Vale ressaltar que, o pedido rescindendo, como dito, de cunho vinculado, sequer se
refere a alegada colusão entre as partes, inclusive porque não fora nem mesmo especificados
atos materiais neste jaez.

Ante o exposto, INDEFIRO a petição inicial da ação rescisória, com fundamento no


artigo 968, § 3°, do Código de Processo Civil, e no artigo 87, inciso IX, do Regimento Interno do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, e JULGO extinto o processo sem
resolução do mérito, nos termos do artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil.

5 – Ação anulatória Processo Número: 0732946-77.2021.8.07.0001

REQUERENTE: JAIR GASPARIN

REQUERIDO: FOCO CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMOVEIS LTDA, CONASA -


CONSULTORIA E ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA. – ME

A presente ação objetiva anular a compra dos imóveis e efetiva transferência feita à Foco
Construtora.

Vistos etc.

Trata-se de ação anulatória promovida por JAIR GASPARIN contra FOCO


CONSTRUTORA E INCORPORADORA DE IMÓVEIS LTDA e outro.

Conforme já destacada na decisão anterior, a via eleita mostra-se inadequada ao fim


colimado que é a desconstituição da sentença proferida no Processo nº 2011.01.1.052666-7
(CNJ 0015463-27.2011.8.07.0001) sob alegação de defeito de representação, nulidade de
intimação e falsidade documental.

Alertou-se para o fato de que o requerente não detém legitimidade para postular a
respeito de causa em que não foi parte.

Concluindo este Juízo que o caso seria de ação rescisória, o requerente foi intimado
a manifestar-se a respeito e o fez, no Id retro, reiterando os pleitos e argumentos iniciais.

É o sucinto relatório. Decido.

Os argumentos apresentados pelo requerente não são capazes de infirmar a


convicção deste Julgador acerca da inadimissibilidade da demanda.

O fato de ter adquirido imóvel da ré Conasa, o qual passou à titularidade da ré Foco


Construtora por meio da sentença que ora se pretende desconstituir, não outorga ao requerente
legitimidade para a causa, já que seu interesse é econômico e indireto.

O autor dispõe de outras medidas judiciais cabíveis para a reparação do direito que
alega ter sido violado.

Enfim, o autor não detém legitimidade para a causa, assim como a via por ele eleita
mostra-se inadequada, razão pela qual o feito deverá ser extinto prematuramente, nos termos
do que também já consignado na decisão anterior, à qual me reporto "per relationem".
Posto isso, indefiro a petição inicial e julgo extinto o processo com apoio no
art. 485, I, cc. art. 330, II e III, todos do CPC.

Dr. Wladimir Lênin Santos Araújo


OAB/DF. 35.954

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