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Milene da Silva Gonçalves ( 2019101198 )

Roberta Aparecida de Oliveira ( 2019101050 )

Tayná Beatriz da Silva Rosa ( 2022101661 )

Mariana Moreira Alves ( 2019101103 )

A LEGITIMAÇÃO SUCESSÓRIA DO COMPANHEIRO E DO CONCEBIDO PÓS MORTE.

No Brasil a constituição Federal Brasileira de 1998 ( CF/88 ) reconhece a união estável


como entidade familiar, equiparando-a ao casamento civil para fins de proteção
jurídica. Com isso, o companheiro passou a ter direito a sucessão na ausência de
descendentes ou ascendente do falecido. Além disso, com a aprovação do estatuto da
criança e do adolescente em 1990, também passou a ser reconhecido o direito de
sucessão do concebido post mortem, ou seja aquele que foi concebido após a morte
do genitor ou genitora esse direito de sucessão é assegurado desde que o concebido
tenha sido gerado por fertilização artificial homóloga, com material genético do casal.

E desde que já tenha sido implantado no útero antes do falecimento do genitor ou


genitora ponto final essa mudança na legislação foi fundamental para garantir maior
proteção jurídica aos companheiros e aos filhos inclusive aqueles que já tiveram a sua
concepção realizada antes da morte do genitor ou genitora.

No que se refere a sucessão do companheiro, é importante destacar que esse direito


também é garantido pela constituição federal com fundamento no artigo 226
parágrafo terceiro que estabelece a união estável como entidade familiar prevendo
que esta terá os mesmos direitos e deveres que o casamento, sendo assim o
companheiro passa a ter direito à herança do outro, bem como terá direito a pensão
em caso de falecimento do parceiro ou parceira. Observando também que o
companheiro também terá direito a participar da partilha dos bens adquiridos durante
a união estável.

Já em relação ao concebido post mortem, a legislação brasileira tem avançado para


reconhecer o seu direito à sucessão de acordo com o artigo 1798 do código civil onde
prevê, que o concebido post mortem pode receber a herança deixada pelo genitor ou
genitora desde que tenha sido concebido antes da morte destes mediante o uso de
técnica de reprodução assistida homóloga como já referido. Valendo ressaltar que para
que haja a legitimação sucessória do companheiro ou do concebido é necessário
comprovar a existência da união estável ou a filiação além de preencher as outras
condições e requisitos estabelecidos em lei ponto.

O supremo tribunal federal (STF) reconheceu em 2017, no julgamento da ação direta


de inconstitucionalidade ( ADI ) n° 4.277 a constitucionalidade da legitimação
sucessória do companheiro, ou seja do parceiro que vive em união estável. Com essa
decisão o STF reconheceu que o companheiro ou companheira que convivem em união
estável com o falecido tem direito a sucessão, caso não haja disposição diversa em
testamento ponto final antes desse entendimento, a legislação previa apenas a
sucessão dos parentes com sanguíneos. Porém o STF também reconheceu o direito à
sucessão dos filhos concebidos antes do falecimento desde que como já referido
anteriormente nascidos dentro do prazo de até dois anos após a morte do autor da
herança. Antes dessa decisão, havia controvérsia sobre a aplicação do prazo de dois
anos o que gerava insegurança jurídica na determinação dos direitos sucessórios.

A controvérsia em relação a legitimação sucessória do companheiro ocorria


principalmente em casos nos quais o falecido deixava bem sem ter deixado um
testamento válido, uma vez que a lei não previa claramente a sucessão do
companheiro. Em alguns casos, havia desavenças entre familiares do falecido e o
companheiro, que não tinha garantido o direito de herdar os bens deixados pelo
parceiro havia também controvérsias em relação a legitimação gerando assim os
familiares do falecido e a mãe aguardando o nascimento do filho. Com o tempo, porém
as leis foram evoluindo para garantir o direito de sucessão ao companheiro e ao
concebido, visando proteger seus interesses legítimos.

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