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Olá,
Resta rememorar que esse instituto ainda não foi positivado, porém, seguindo os pressupostos
hermenêuticos, o STF referendou a aplicação dele, visto a inegável realidade fática da
sociedade. Portanto, no que concerne à conjugação matrimonial, o pretório excelso, também
chancelou a viabilidade da celebração marital entre casais homólogos, e, de forma expansiva,
dos demais espectros da comunidade LGBTQUIAPN+, haja vista que impera a
constitucionalização do Código Civil, cuja matriz deve ser reforçada, vislumbrando a
possibilidade das de mais famílias, entabuladas a partir do art. 226, da referida Carta, sejam
avalizadas. Por conseguinte, ainda que a Constituição Federal corrobore a celebração do
casamento, atualmente não é a única alternativa de constituição familiar.
Inobstante, resta inferir, portanto, que todos os efeitos jurídicos do casamento, bem como da
união estável, são assegurados aos casais homoafetivos. Logo, a aplicação da resolução
63/2017, do CNJ, busca suprir a omissão do Estado, cujo viés é exemplificar os requisitos
para o registro do infante e/ou infanto-juvenil, no seu caráter plúrimo. Contudo, embora os
cartórios de registros estejam obrigados a respeitar tal resolução, os casais homoparentais ou
advindas de relacionamento póstumo, gestadas através da família reconstituída, enfrentam
óbices intransponíveis na vertente extrajudicial, tendo que provocar o judiciário a fim de
salvaguardar tal direito.
Ademais, a parentalidade é moldada seguindo três critérios compositivos, são eles: o estado
de filiação (tratactus), posse do estado de filho (nominativo) e a valoração do afeto
externamente (reputatio). Além disso, o casal homoafetivo também pode recorrer às técnicas
de reprodução assistida, tendo sido autorizadas de forma expressa pela Resolução 2.121/2015
do Conselho Federal de Medicina, bem como após o nascimento registrar o infante no
Cartório de Registro Civil. Um caso inédito provém do estado do Mato Grosso, tendo em
vista que por meio do Provimento 54/2014 expedido pelo Tribunal de Justiça, estabelece a
dispensa do procedimento judicial, quando se tratar de casos de homoparentalidade.