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Direito Constitucional I – 2023.

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casos de direitos fundamentais

CASO 11
Antônio, estudante de medicina de uma universidade pública, engajado nas questões políticas, usou, no primeiro dia
de aula de Bioquímica, uma camiseta branca com uma foto da folha de maconha (Cannabis sativa L) e com os
seguintes dizeres:

“Meu patrão, que bebe uísque, é considerado um cidadão exemplar. Por que eu, que
fumo maconha, sou chamado marginal?” Legalize já!

O professor, incomodado com essas mensagens, expulsa-o da sala e comunica o fato à Direção. Após o devido
processo legal, Antônio é suspenso por 5 dias, com base no Regimento da Universidade. O fundamento: estimular o
desrespeito às leis e o delito de incitação ao crime. O aluno decide então ingressar com ação judicial, pedindo a
anulação dessa suspensão, além de uma indenização por danos morais contra a Universidade. Quais devem ser os
argumentos: a) do/a Defensor/a do aluno; b) da Procuradoria da Universidade; c) do/a Juiz/íza da causa.

CASO 2
Kátia, suspeitando que Maria, babá de sua filha, estava agredindo a criança (de três anos), instala câmera
escondida no interior da casa. Nas gravações, ficou comprovada a agressão física (tapas, beliscões e puxões de
cabelo). Kátia demitiu Maria, alegando justa causa, e encaminhou cópias das filmagens ao Ministério Público,
solicitando a abertura de investigação criminal. Na ação penal, quais devem ser os argumentos: a) da Promotoria; b)
do/a Advogado/a de Maria; c) do/a Juiz/íza da causa.

CASO 3
Ana está grávida e, através de exames sofisticados, os médicos constataram que o feto tem microcefalia, razão pela
qual ela pediu a antecipação do parto (aborto), com base na decisão tomada pelo STF na ADPF 54 (em 2012),
quando autorizou a antecipação do parto nos casos comprovados de fetos com anencefalia. Quais devem ser os
argumentos: a) do/a Advogado/a de Ana; b) do Ministério Público (fiscal da lei); c) do/a Juiz/íza da causa.

CASO 42
Na cidade de Avis, loteou-se uma grande área para fins de moradia. Nenhum lote foi vendido ao longo de anos e
então algumas famílias começaram a se instalar no terreno, inicialmente erguendo barracos e depois casas. Algum
tempo depois, já havia serviço de água, luz e telefone, escola, postos de saúde e igrejas. Com a valorização da
área, o proprietário, de posse do legítimo título, ingressou com ação judicial reivindicando a desocupação do imóvel.
Quais devem ser os argumentos: a) do/a Advogado/a do Proprietário; b) do/a Advogado/a da Associação dos
Moradores; c) do/a Juiz/íza da Causa.

CASO 53
Carla Mara tem 17 anos, sonha em ser médica. Sempre estudou em colégio da rede privada de ensino e fez vários
cursos de idiomas. No ENEM, obteve excelente pontuação, mas não ingressou no curso de Medicina da UERN
devido à política de reserva de vagas para pessoas oriundas de escolas públicas, pessoas com deficiência, pardos,
negros e indígenas. Indignada com isso, ela ingressou com ação judicial pleiteando a garantia de sua vaga. Quais
devem ser os argumentos: a) do/a advogado/a de Carla Mara; b) da Procuradoria da Universidade; c) do/a Juiz/íza
da Causa.

1
Adaptado de: DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 236.
2
Adaptado de: MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
3
Adaptado de: MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Prof. Dr. Lauro Gurgel de Brito


FAD - UERN
Direito Constitucional I – 2023.1
casos de direitos fundamentais

CASO 6
João e Francisco, ambos com 17 anos, foram pegos em flagrante entregando pacotinhos de cocaína. Durante o
julgamento deles, travou-se uma discussão acerca da redução da maioridade penal no Brasil, de 18 para 16 anos.
Do ponto de vista constitucional, essa redução seria possível? E do ponto de vista sociológico, seria recomendável?

CASO 7
A Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde
pública de importância internacional decorrente do coronavírus, responsável pelo surto de 2019. De acordo com o
art. 3º do referido diploma legal, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, entre outras
medidas, a determinação de isolamento, uso obrigatório de máscaras de proteção individual e realização
compulsória de vacinação. Ao se aplicarem tais medidas:
a) que direitos/interesses estão em rota de colisão na aplicação desta lei?
b) que direitos sofrem restrição?
c) nessas circunstâncias, a exigência de isolamento e de uso obrigatório de máscaras de proteção individual, bem
assim a compulsoriedade da vacinação são medidas proporcionais?

CASO 8
Pietro e Paolo vivem juntos há alguns anos, numa união contínua, pública e duradoura. Pleiteiam em cartório o
reconhecimento dessa convivência como sendo união estável homoafetiva, a fim de resguardar direitos
previdenciários e civis, principalmente para fins de aposentadoria e sucessão. Ocorre que tiveram o pedido negado
pelo fato de que a CRFB (art. 226, §3º) ser expressa – a união estável ocorre entre homem e mulher: “Para efeito da
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento”. Pesquise a posição do STF sobre essa matéria.

CASO 9
O juiz da Comarca de Vila Rica decretou a prisão de Joaquim Silvério dos Reis. Passados 100 dias dessa prisão, o
advogado dele impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça, alegando que não houve nova análise dessa prisão e
que ela, portanto, tornou-se ilegal, por força do que determina o parágrafo único do art. 316 do CPP4. Você é o/a
relator/a do caso. Como vota: concede ou denega o HC?

CASO 10
Judas Iscariotes foi condenado a cumprir pena em regime semiaberto. Mas na região onde vive falta
estabelecimento penal adequado para isso. Então, ele foi colocado no sistema fechado, regime prisional mais
gravoso, portanto. Como advogado/a dele, o que você pleitearia ao Juízo da Execução Penal? Que fundamento
constitucional você utilizaria para beneficiar seu cliente?

4
“decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.

Prof. Dr. Lauro Gurgel de Brito


FAD - UERN

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