Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sumário
1. APLICAÇÃ O DOCÓ DIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: 2
2. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA: 2
3. DA COMPETÊ NCIA: 3
4. DOS FATOS: 3
5. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 4
5.1. DA TUTELA DE URGÊ NCIA.. 4
5.2. DA RESOLUÇÃ O BCB Nº 147, DE 28 DE SETEMBRO DE 2021. 5
5.3. DO DANO MATERIAL. 7
5.4. DO DANO MORAL. 8
5.5. DAS PRÁ TICAS ABUSIVAS. 9
5.6. INVERSÃ O DO Ô NUS DA PROVA.. 10
6. DOS PEDIDOS: 11
2. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
Requer preliminarmente a parte autora, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIV da
Constituiçã o Federal, combinado com o art. 98 do Novo Có digo de Processo Civil,
que seja apreciado e acolhido o presente pedido do direito constitucional à Justiça
Gratuita, isentando a parte autora do pagamento e/ou adiantamento de custas
processuais e dos honorá rios advocatícios e/ou periciais caso existam, tendo em
vista a sua hipossuficiência financeira.
3. DA COMPETÊNCIA:
Trata-se de relaçã o de consumo, com base no art. 3º da lei 8.078 de 1990, sendo,
portanto, aplicá vel o art. 101, I do CDC que autoriza a propositura da presente açã o
demandada no foro do domicílio da parte autora.
4. DOS FATOS:
O autor, aposentado apó s trabalhar 35 anos para o BANCO DO BRASIL, no dia
25/04/2022 às 11:23 percebeu que tinha sido vítima do golpe do PIX,
conforme documentos anexo "Comprovante_29-04-2022_160221" e
"Comprovante_29-04-2022_160257" que comprovam as transaçõ es efetuadas.
Sofrendo uma perda material no valor total de R $14.171,00 (quatorze mil cento e
setenta e um reais).
É possível observar os detalhes da conversa através do documento anexo
“Whatsapp - Conversa GOLPE”, no qual o criminoso se passa pelo seu filho, ora
patrono desta presente açã o.
Diante do ocorrido, IMEDIATAMENTE o autor comunicou ao BANCO DO BRASIL,
ora primeiro réu da presente açã o, através do pró prio aplicativo do banco
(conforme orientaçã o de seu gerente). E logo apó s comunicar a contestaçã o ao
banco, o demandante também ligou para o Banco Central, onde foi aberto o
protocolo 2022/4690-092, onde foi relatado todo o ocorrido.
Ainda indignado com a situaçã o, o autor à s 12:00 entrou em contato com o BANCO
STONE (banco receptor das transferências via PIX), que em contrapartida exigiu a
abertura de um Boletim de Ocorrência, como requisito para dar inicio a alguma
tratativa, sendo feito no mesmo momento.
Diante do exposto, o demandante efetuou o registro de ocorrência on-line,
vide doc. Anexo "Registro de Ocorrência" e retornou imediatamente o contato ao
BANCO STONE para a abertura de processo administrativo via protocolo nº
70187518, conforme documento anexo "CCF29042022".
Todavia, no dia 26/04/2022 (dia seguinte) o primeiro réu finalizou o processo
administrativo informando ser DESFAVORÁVEL quanto à s medidas a serem
tomadas, deixando o autor completamente desamparado.
Sendo assim, restou ao autor entrar em contato novamente com o BANCO STONE,
para saber uma posiçã o quanto à tratativa de seu caso. E para sua surpresa, o
banco receptor do PIX informou ao autor que FORAM TOMADAS AS MEDIDAS
e que só o banco tomador (BANCO DO BRASIL), poderia dar uma posição
oficial, mas que os procedimentos cabíveis, embora iniciados (bloqueio do valor
na conta do golpista), encontravam-se incompletos.
Apó s o retorno do BANCO STONE, o autor ligou para a ré, ainda no dia
26/04/2022, que através do SAC foi aberto o protocolo de atendimento nº
88957551, onde o autor informa a instituiçã o financeira reclamada toda a
situaçã o, além de informar que o BANCO STONE, tomou as medidas cabíveis para
que fosse possível reverter o dano material (golpe) sofrido, e ainda perguntou se
haveria possibilidade das duas instituiçõ es financeiras juntas reverem os valores
das transaçõ es. Apó s toda a explanaçã o efetuada, o autor foi informado que seria
dada uma resposta no prazo de 05 dias por e-mail.
Então, no dia 29/04/2022, houve retorno do banco réu, informando que
manteve o posicionamento desfavorável, mantendo-se inerte ao ocorrido,
resposta ABSOLUTAMENTE GENÉRICA, deixando de se comunicar com o
BANCO STONE, que teria efetuado o bloqueio da conta do golpe.
Ao passo que, no retorno de contato com o BANCO STONE, novamente o autor foi
surpreendido com a informação de que a instituição recebedora do PIX, só
estava aguardando um posicionamento do banco que originou a transação,
ou seja, o banco réu.
Frustrado e desamparado, o autor novamente efetuou ligaçõ es junto a ouvidoria
do banco demandado no dia 29/04/2022, relatando todo o panorama do
infortúnio, além de evidenciar que o Banco recebedor (BANCO STONE), só
estava aguardando a manifestação positiva do Banco Réu para verificar a
possibilidade de ressarcimento das operações. E novamente, como resposta o
banco demandado informou que somente apresentaria resposta dentro do prazo
de 10 dias ú teis via e-mail.
É imperioso dizer que, até a presente data o autor encontra-se sem quaisquer
indícios de resoluçã o do problema gerado, tendo em vista o desinteresse por
parte do banco réu, que a todo o momento demonstrou total apatia na
resolução do presente caso via extrajudicial e ignorou até mesmo o auxílio
prestado pelo banco recebedor da quantia (PIX) em resolver a demanda.
Deste modo, a requerente cansou de esperar uma soluçã o administrativa ao caso,
nã o lhe restando alternativa, senã o, bater à s portas do judiciá rio para receber o
que lhe é devido pela instituiçã o financeira requerida.
No que diz respeito aos requisitos genéricos para concessã o de tutela provisó ria, é
necessá rio que a parte apresente probabilidade do direito alegado. O art. 300
esclarece que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo, conforme o presente caso.
No presente caso concreto, temos todos os requisitos necessá rios para que seja
concedido o dispositivo em comento, como o perigo na demora, visto que se trata
de um golpe, no qual o dinheiro ainda pode estar bloqueado, conforme a
informaçã o dada pelo segundo réu, bem como caso o golpista retire o dinheiro. O
risco do dano encontra-se já consumado. O risco ao resultado ú til do processo
está evidente.
Desta forma, requer a título de tutela provisória de urgência, que seja obrigada
a ré efetuar o bloqueio da quantia de forma imediata no valor de R$
14.171,00 (quatorze mil, cento e setenta e um reais), visto que o crédito já se
encontrava bloqueado pelo BANCO STONE.
6. DOS PEDIDOS:
Por todo o exposto, requer o (a):
1. Citaçã o da ré no endereço localizado em seu site oficial, sob pena de revelia
(art. 344, do CPC);
2. Gratuidade de justiça, com fulcro no art. 98, do CPC;
3. Reconhecimento da relaçã o de consumo, com base nos arts. 2º, 3º, e 14º, da lei
8.078 de 1990 e sendo aplicado a responsabilidade objetiva da ré;
4. Inversão do ônus da prova (art. 6, VIII, do CPC), forçando a primeira ré a
comprovar que entrou em contato com a segunda para efetivar o bloqueio,
bem como a segunda ré demonstrar que agiu com o bloqueio. A demora no
tempo de agir, nesses casos, é crucial.
5. a título de tutela provisória de urgência, que seja obrigada a segunda ré a
manter/efetuar o bloqueio da quantia de forma imediata no valor de R$
14.171,00 (quatorze mil, cento e setenta e um reais), visto que o crédito já se
encontrava bloqueado pelo BANCO STONE.
6. Confirmaçã o da tutela provisó ria de urgência em sede de sentença;
7. Condenação da ré ao pagamento do montante de R$ 14.171,00 (quatorze
mil cento e setenta e um reais), a título de danos materiais, frente à devoluçã o
(estorno) que deveria ter sido aprovado pela ré dado o reconhecimento do
golpe sofrido pelo autor pelo banco recebedor do PIX, devendo nã o os autor,
mas sim a parte ré demonstrar que nã o houve má -fé e negligência ao tratar do
problema apresentado pelo demandante;
8. Condenaçã o da ré ao pagamento do montante de R$ 6.000,00 (seis mil reais)
a título de danos morais, frente à açã o voluntá ria da ré mediante a Teoria Do
Desvio Produtivo Do Consumidor dos fundamentos jurídicos, conforme
acima exposto, bem como jurisprudência supramencionada;
Utilizar-se-ão como provas, testemunhal, documentos, e-mails, protocolos de
atendimento e fotos, bem como outras que porventura venham a ser produzidas
posteriormente, conforme preconiza o art. 32, da lei 9.099/90.
Dá -se valor a causa de R$ 20.171,00 (vinte mil cento e setenta e um mil reais).
Termos em que pede deferimento
Niteró i, 23 de maio de 2022.
________________________________________
Guilherme Valente Almeida Cardoso Guimarães
OAB/RJ 197.115