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Processo nº.
Advogado
OAB
Recorrente:
Recorridos: BANCO e outros
Autos: xxxxxx
Juízo de Origem: VARA CÍVEL DE CAUSAS COMUNS E DEFESA DO CONSUMIDOR DA
COMARCA DE
EMÉRITOS JULGADORES.
Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte Recorrente ante a decisão que
julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados nos autos da ação em epígrafe.
Com efeito, em que pese o inquestionável saber do eminente Julgador, a decisão
(Sentença) merece reforma, conforme será exposto adiante.
RAZÕES DE RECURSO
Da tempestividade
1. SÍNTESE DA DEMANDA
Ocorre que não houve a verificação adequada, se houvesse, o Banco deveria ter
constatado a quem o cheque estava nominal (xxxx) e a ausência de endosso
(transferência do crédito a terceiro).
Houve citação de ambas as Requeridas, sendo que a segunda Ré foi citada por correios
conforme ID xxxxxxx em xxxxxx, mas não compareceu em audiência nem apresentou
defesa, sendo declarada revelia em relação a esta.
“(...)
Segundo o art. 14, § 3º, II, do CDC, o fornecedor do produto ou o prestador do
serviço responde, independentemente da existência de culpa, pelos defeitos na
prestação do serviço, somente se desonerando da obrigação de indenizar se
demonstrar A INEXISTÊNCIA DO DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, ou
provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, o que ocorreu no
caso em tela.
(...)
No caso, foi a própria parte autora quem deu causa a TRANSFERÊNCIA
EQUIVOCADA por erro de digitação, portanto, não houve falha na prestação
de serviços pelo réu.
Em não havendo falhas na prestação de serviços por parte da instituição
financeira não há que se falar em restituição do valor ou indenização por danos
materiais.
(...)
Por outro lado, caberia a segunda ré ter restituído os valores que não lhe
pertencia, visto as diligências adotadas pelo autor para reaver seu dinheiro.
Logo, cabe a segunda demandada o dever de restituir a quantia.
Quanto aos danos morais, entendo que resta configurado, haja vista que a
segunda demandada gerou no autor sofrimento que ultrapassa a esfera do mero
aborrecimento.
No caso em tela, verifica-se, em tese, a prática do tipo penal de apropriação
indébita, previsto no art. 168 do CP, o que merece a atenção do Parquet.
Por todo o exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido para condenar
a segunda ré a restituir o valor de R$ 8.252,00 (oito mil duzentos e cinquenta e
dois reais), corrigido a partir do efetivo desembolso e juros contados da citação.
Condeno, ainda, a segunda ré a pagar, a título de danos morais, o valor de
R$4.000,00, corrigido a partir do arbitramento e juros contados da citação.
Quanto ao primeiro réu, julgo improcedente o pedido.” (grifos nossos)
Ademais, a primeira Ré (Banco xxxxxx) foi notificada pelo Autor dois dias antes da
compensação dos cheques sobre a inconsistência dos depósitos nas máquinas, e nada
fez para evitar o pagamento indevido dos cheques.
Portanto, não se trata de culpa exclusiva por parte da vítima quando o Banco ainda que
advertido pelo Autor, compensa indevidamente em favor de terceiro, cheque nominal
ao Autor e sem endosso.
Além falha mecânica, há irregularidades no pagamento dos cheques, vez que estavam
cruzados, PREENCHIDOS NOMINALMENTE AO AUTOR E SEM ENDOSSO A SEGUNDA
RÉ.
Diante de tais circunstâncias é que se requer a reforma da Sentença para reconhecer que
o primeiro Réu (Banco Bradesco) seja responsabilizado pela falha na prestação dos
serviços e da segurança que as operações bancárias requerem, respondendo
solidariamente pelos danos causados ao Recorrente.
2. DO DIREITO
Art. 17, caput da Lei nº 7.357/85: O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou
sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissível por via de endosso.
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem fica
obrigado a repará-lo.”
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.
Portanto, resta claro que o Pleiteante, no caso em epígrafe, está passando por uma
situação que extrapola o mero dissabor, ou seja, o fato não foi apenas um
aborrecimento causado ao Autor, a situação por si só causou desgastes, frustrações e
constrangimento que acarretou danos a moral e ao emocional desta pessoa.
Sendo assim, em face de tal situação vexatória, demonstrando que a
primeira Ré contribuiu para a constituição dos danos, e diante do
reconhecimento do juizo a quo dos requisitos para um ressarcimento por
dano moral, requer a V. Excelência a condenação dos Réus
SOLIDARIAMENTE ao pagamento no importe a ser majorado para R$
8.500,00 (oito mil e quinhentos reais), acrescidos de juros e correção
monetária e devidos desde a data da condenação.
4. PEDIDOS
Advogado
OAB