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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 2’ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA/ES

PROCESSO NÚMERO: 23568-5

BANCO MAGISTRAL, pessoa jurídica de direito privado, com sede em ______,


número ________, inscrito no CNPJ sob o número xxx.xxx.xxx/xxxx-xx, neste ato
representada na pessoa de seu ______, conforme contrato social anexo, MARIA DE
JESUS, nacionalidade ______, estado civil _______, inscrito no CPF sob o número
xxx.xxx.xxx.xx, residente e domiciliado em ______, através de seu advogado que esta
subscreve vem, com fulcro nos artigos 1.009 se seguintes do Código de Processo Civil,
interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

Apresentando inconformismo em face da respeitável sentença de fls. X.


Junta-se as razões das apelações em anexo.
Requer-se a intimação da apelada para o oferecimento de contrarrazões, nos termos do §
1º do artigo 1009 do CPC, bem como a remessa dos autos a segunda instancia,
independentemente do juízo de admissibilidade.

Termos em que pede,

Pede deferimento.

Vitória, Espírito Santo, 24 de maio de 2021

ADVOGADO
OAB/UF

EGRÉRIO TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


Processo nº 23568-5

Apelante: BANCO MAGISTRAL

Apelada: MARIA DE JESUS

Origem: 1º VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA/ES

COLENDA CAMARA

EXELENTÍSSIMOS JULGADORES

RAZÕES DE APELAÇÃO

I – DOS FATOS

A apelada celebrou com o apelante contrato de empréstimo, no valor de R$ 480.000,00


( quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas de R$ 10.000,00 ( dez
mil reais), para a aquisição de um apartamento situado na cidade de Vitória, Espírito
Santo, concedente em garantia, mediante alienação fiduciária, o referido apartamento,
avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).

Após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento


e vinte mil reais), a apelada parou de realizar os pagamentos ao apelante, que iniciou o
procedimento de execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme previsto na Lei
nº 9.514/97.

A apelada foi intimada e não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas ocasiões,
não havendo propostas para sua aquisição, de modo que houve a consolidação da
propriedade do imóvel ao apelante, com a quitação do contrato de financiamento.

A apelada ajuizou, em seguida, ação condenatória na 1º Vara Cível de Vitória e autuada


sob o nº 23568-5, sob alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas
pagas, o apelante teria recebido R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais
do que o valor concedido ao título de empréstimo.
A apelada formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento da diferença, ou
seja R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), assim como postulou a concessão dos benefícios
da justiça gratuita, alegando não possuir condições financeiras para arcar com as custas
processuais e honorários sucumbências.

O apelante, citado, apresentou sua contestação, afirmando que a pretensão não


encontraria respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei nº 9.514/97, requerendo
a improcedência da pretensão. Demonstrou que a apelada possuiria 4 (quatro) imóveis,
além de participação societária em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao
pagamento das custas e dos honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita
à apelada.

O juízo concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado na inicial em
decisão interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o apelante a
restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas
processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da condenação. A
sentença foi publicada em 03/05/2021, segunda-feira.

II - DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, uma vez que foi interposto no prazo de 15 (quinze)
dias úteis, na presente data de 24/05/2021, conforme disposição do art. 1.003, §
5º do Código de Processo Civil.

III - PRELIMINARMENTE
A) DA REVOGAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
Conforme demonstrado anteriormente em contestação do processo de origem, a
apelada é proprietária de 4 (quatro) imóveis, além de participação societária em 3
(três) empresas, possuindo condições necessárias para o pagamento das custas
judiciais sem que coloque em risco seu sustento ou o de sua família.

Portanto não deixou comprovada a apelada sua insuficiência de recursos para pagar as
custas, conforme disposição expressa do art. 98 do Código de Processo Civil, devendo
o benefício ser revogado, e a parte apelada arcar com as despesas processuais que
tiver deixado de adiantar, conforme ditame processual do parágrafo único do
art. 100 do CPC, sob pena de extinção do processo sem análise do mérito, na forma do
Art. 102, do CPC.

IV - DO DIREITO
Quanto ao mérito, com a devida vênia, equivocou-se o magistrado ao julgar
procedentes os pedidos da apelada.

Preceitua a Lei º 9.514/97 em seu art. 26 que vencida e não paga, no todo ou em parte,
a dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á a propriedade do imóvel
em nome do fiduciário.
Conforme disposição posterior do § 1º do artigo supramencionado, o fiduciante, ou
seu representante legal ou procurador regularmente constituído, será intimado a
satisfazer, no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a
data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais encargos
contratuais, os encargos legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais
imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de intimação.

Como se extrai dos fatos, intimada, a apelada não purgou a mora e o imóvel foi a
leilão, conforme disposição legal do art. 27 da Lei 9.514/97. Não houve proposta de
compras na primeira oportunidade, incidindo a hipótese do art. 27 § 1º da
Lei 9.514/97. Na segunda oportunidade foi tentado o leilão do imóvel, sem propostas
de compra, ocorrendo a circunstância do Art. 27 § 5º, que dispõe que se, no segundo
leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor do saldo devedor da
operação de alienação fiduciária, considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o credor
da obrigação de que trata o § 4º. O § 4º retromencionado, prevê que nos cinco dias que
se seguirem à venda do imóvel no leilão, o credor entregará ao devedor o valor
monetário que ultrapassar a dívida.

Diante do exposto, fica clara a incongruência da decisão proferida pelo MM. Juiz de
Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Vitória/ES ao julgar procedente o pedido da
embargada em sede de petição inicial em ação condenatória.

V - DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:

a) A reforma da decisão interlocutória que deferiu a justiça gratuita à apelada, com a


consequente condenação em arcar com despesas processuais;

b) A reforma da sentença julgando IMPROCEDENTE os pedidos formulados pela


autora na exordial de ação indenizatória nos autos nº 001234;
c) A CONDENAÇÃO da apelada ao pagamento de custas processuais e honorários
sucumbenciais, nos termos do § 11º do art. 85 do CPC;

Nestes termos,

pede deferimento.

Vitória, espírito santo, 24 de maio de 2021.

(Nome do advogado)

OAB/UF

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