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RECURSO DE APELAÇÃO
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB/UF
COLENDA CAMARA
EXELENTÍSSIMOS JULGADORES
RAZÕES DE APELAÇÃO
I – DOS FATOS
A apelada foi intimada e não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas ocasiões,
não havendo propostas para sua aquisição, de modo que houve a consolidação da
propriedade do imóvel ao apelante, com a quitação do contrato de financiamento.
O juízo concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado na inicial em
decisão interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o apelante a
restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas
processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da condenação. A
sentença foi publicada em 03/05/2021, segunda-feira.
II - DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, uma vez que foi interposto no prazo de 15 (quinze)
dias úteis, na presente data de 24/05/2021, conforme disposição do art. 1.003, §
5º do Código de Processo Civil.
III - PRELIMINARMENTE
A) DA REVOGAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
Conforme demonstrado anteriormente em contestação do processo de origem, a
apelada é proprietária de 4 (quatro) imóveis, além de participação societária em 3
(três) empresas, possuindo condições necessárias para o pagamento das custas
judiciais sem que coloque em risco seu sustento ou o de sua família.
Portanto não deixou comprovada a apelada sua insuficiência de recursos para pagar as
custas, conforme disposição expressa do art. 98 do Código de Processo Civil, devendo
o benefício ser revogado, e a parte apelada arcar com as despesas processuais que
tiver deixado de adiantar, conforme ditame processual do parágrafo único do
art. 100 do CPC, sob pena de extinção do processo sem análise do mérito, na forma do
Art. 102, do CPC.
IV - DO DIREITO
Quanto ao mérito, com a devida vênia, equivocou-se o magistrado ao julgar
procedentes os pedidos da apelada.
Preceitua a Lei º 9.514/97 em seu art. 26 que vencida e não paga, no todo ou em parte,
a dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á a propriedade do imóvel
em nome do fiduciário.
Conforme disposição posterior do § 1º do artigo supramencionado, o fiduciante, ou
seu representante legal ou procurador regularmente constituído, será intimado a
satisfazer, no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a
data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais encargos
contratuais, os encargos legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais
imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de intimação.
Como se extrai dos fatos, intimada, a apelada não purgou a mora e o imóvel foi a
leilão, conforme disposição legal do art. 27 da Lei 9.514/97. Não houve proposta de
compras na primeira oportunidade, incidindo a hipótese do art. 27 § 1º da
Lei 9.514/97. Na segunda oportunidade foi tentado o leilão do imóvel, sem propostas
de compra, ocorrendo a circunstância do Art. 27 § 5º, que dispõe que se, no segundo
leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor do saldo devedor da
operação de alienação fiduciária, considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o credor
da obrigação de que trata o § 4º. O § 4º retromencionado, prevê que nos cinco dias que
se seguirem à venda do imóvel no leilão, o credor entregará ao devedor o valor
monetário que ultrapassar a dívida.
Diante do exposto, fica clara a incongruência da decisão proferida pelo MM. Juiz de
Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Vitória/ES ao julgar procedente o pedido da
embargada em sede de petição inicial em ação condenatória.
V - DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:
Nestes termos,
pede deferimento.
(Nome do advogado)
OAB/UF