Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Processo:
RECURSO INOMINADO
Dessa forma requer desde já que a parte recorrida seja intimada, conforme
previsão legal, para tomar ciência desse recurso e querendo apresentar contra razões.
Além disso, requer que o presente recurso seja recebido e remetido a turma recursal
competente conforme previsões legais.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
OAB/RJ
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO
Processo:
Recorrente:
Recorrido:
EMÉRITOS JULGADORES
O recorrente ajuizou ação indenizatória por danos materiais e morais, tendo por
objetivo obter o ressarcimento da quantia de R$ 17.500,00 (dezessete mil e quinhentos
reais) a título de danos materiais, bem como valores referentes ao dano moral suportado,
após ter sido vítima da falha de segurança na prestação dos serviços de compra e venda
nas plataformas digitais das rés.
II. DA TEMPESTIVIDADE
Dessa forma, tendo em vista que a autora foi intimada da prolação da sentença
na data de 18/11/2022, verifica-se que o termo final para apresentação da mesma se dará
em 02/12/2022, restando comprovada a sua tempestividade.
Por este motivo, o recorrente vem neste pleitear a Gratuidade da Justiça, nos
termos do artigo 4º da Lei Federal nº 1060/50 e do artigo 98 do CPC/15.
A sentença prolatada pelo juízo de primeiro grau deve ser reformada nos termos
abaixo indicados com vistas a que se garanta a mais efetiva justiça no processo em
curso.
Data Máxima Vênia, tal argumento não merece acolhida. É certo que o
recorrente foi vítima de fraude ao tentar vender seu produto utilizando a plataforma das
rés.
Como afirmado acima, a prova técnica pericial que o juízo a quo afirma ser
necessária é perfeitamente dispensável a vista da prova documental acostada aos autos
pelo recorrente. Com base no print destacado em ítem 21927784 - Pág. 14 fica evidente
que o fraudador teve acesso a plataforma Mercado Livre e colheu dados de
consumidores para praticar o estelionato que vitimou o recorrente vendedor.
Recorrente/AUTOR:
Recorrida/RÉ:
VOTO
Trata-se de recurso interposto pelo autor, contra sentença que julgou
improcedentes os pedidos de indenização por danos materiais no valor de R$
1.570,58 e de indenização por danos morais, sob o argumento de que os e-
mails trocados pelo autor e comprador não foram realizados dentro da
plataforma das rés.
É O RELATÓRIO. DECIDO.
Trata-se de relação jurídica de consumo, uma vez que presentes os requisitos
subjetivos (consumidor e fornecedor - artigos 2º e 3º da Lei 8.078/90), bem
como os requisitos objetivos (produto e serviço - §§ 1º e 2º do artigo 3º da Lei
8.078/90).
A parte ré, em sua peça de bloqueio, informa que o e-mail recebido pelo autor
é falso.
Porém, note-se que nos e-mails enviados (fls. 43 a 47) constam todo o
histórico da venda do produto.
Entendo que o autor foi diligente sim e não deve ser responsabilizado pela
fraude perpetrada por terceiros, que se utilizaram de anúncio veiculado
no site denominado "Mercado Livre" para obterem vantagens.
Ademais, a responsabilidade das rés, que é objetiva, está regida pela Teoria do
Risco do Empreendimento, consagradora da imprescindível noção de que o
risco é o aval moral do lucro, cabendo a quem se disponha a exercer alguma
atividade no mercado de consumo o dever de responder pelos eventuais vícios
ou defeitos dos bens e serviços fornecidos, independentemente de culpa.
Assim sendo, não há dúvidas que a compra foi feita através do Mercado Livre,
de propriedade do EBAZAR, restando evidenciada a falha na prestação do
serviço, pela qual as rés deverão responder objetivamente, nos termos do
artigo 14 do CDC, e solidariamente (artigos 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, da
Lei 8.078/90) pelos danos materiais e morais ocasionados ao autor.
V. CONCUSÃO
OAB/RJ