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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE CAXIAS, ESTADO DO MARANHÃO.

PROCESSO Nº: 0806736-60.2020.8.10.0029


RECORRENTE: BANCO OLÉ BONSUCESSO CONSIGNADOS S/A
RECORRIDO: MARIA RAIMUNDA MENDES

Recorridas, já devidamente qualificadas nos autos em epígrafe, na qual configura


como réu a empresa Recorrente, por sua advogada “in fine” assinada, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência apresentar: CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO, com
fulcro no Artigo 1030, do Código de Processo Civil.

Desta forma, vem respeitosamente solicitar a oportuna remessa dessas Contrarrazões


à instância superior.

Temos em que,

Pede e espera deferimento.

Caxias -MA, 13 de agosto de 2021.

IÊZA DA SILVA BEZERRA

OAB/MA 21.592

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO

CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO CÍVEL

PROCESSO Nº: 0806736-60.2020.8.10.0029


RECORRENTE: BANCO OLÉ BONSUCESSO CONSIGNADOS S/A
RECORRIDO: MARIA RAIMUNDA MENDES

COLENDA TURMA!
EMÉRITOS JULGADORES!

Recorrido, vem por meio deste apresentar as Contrarrazões de Recurso de Apelação,


para que a R. Decisão do Juízo “a quo” seja mantida com seus fundamentos, pois a mesma
não é passível de reforma, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

1. DO RESUMO DOS FATOS

O autor observando descontos mensais em seu benefício previdenciário e ciente de que


não autorizou serviço de empréstimo consignado, por não ter suas pretensões satisfeitas
administrativamente, ajuizou ação em desfavor do Réu.
Neste sentido, pediu em síntese o cancelamento do empréstimo e condenação do banco
em danos morais e materiais. Ao final, acertadamente, o MM. Juízo a quo, julgou os pedidos
procedentes, pois embora tenha apresentado cópia do contrato, este se encontra eivado de
nulidade, visto que estão ausentes pressupostos necessários e cumulativos para sua validade.
A sentença recorrida não comporta qualquer reparo, aliás, diante do fato devidamente
comprovado nos autos, ou seja, a fraude, a condenação imposta pode ser considerada modesta,
pois a repercussão que ele causou na vida da Recorrida foi de proporções devera danosa, haja
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vista que atingiu recursos de cunho alimentar, ficando privada não só destes, como também
para compra de remédios e outros suprimentos necessários em sua idade.
Diante estes fatos, merece ser mantida sem alterações a sentença proferida pelo MM.
Juízo singular, conforme os fundamentos jurídicos seguintes.

DAS CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO

Como se viu, inconformada com a sentença, a Parte Recorrente interpôs Recurso de


Apelação em face da Recorrida, objetivando reformar o decisum do juízo a quo. Seguem as
razões que justificam que este Egrégio Tribunal de Justiça deva negar provimento ao Recurso
de Apelação.

DA NÃO DECLARAÇÃO DE NULIDADE, BEM COMO A NÃO SUSPENSÃO DO


PROCESSO EM RAZÃO DA IRDR N° 053983/2016

A parte recorrente trás em suas preliminares a questão da necessidade de se


decretada nula a sentença, bem como a suspenção do processo, se baseando erroneamente na
IRDR n° 053983/2016.
Pois bem na sessão do dia 12.09.2018, o plenário desde egrégio Tribunal julgou
o mérito da referida IRDR, aonde nesse julgamento fixou-se 4 teses que jurídicas relativas ao
que se trata de empréstimo consignados, as 4 teses são:

1ª TESE :"Independentemente da inversão do ônus da prova - que deve ser


decretada apenas nas hipóteses autorizadas pelo art. 6º VIII do CDC,
segundo avaliação do magistrado no caso concreto -, cabe à instituição
financeira/ré, enquanto fato impeditivo e modificativo do direito do
consumidor/autor (CPC, art. 373, II), o ônus de provar que houve a
contratação do empréstimo consignado, mediante a juntada do instrumento
do contrato ou outro documento capaz de revelar a manifestação de vontade
do consumidor no sentido de firmar o negócio, permanecendo com o
consumidor/autor, quando alegar que não recebeu o valor do empréstimo, o
dever de colaborar com a justiça (CPC, art. 6º) e fazer a juntada do seu
extrato bancário, podendo, ainda, solicitar em juízo que o banco faça a
referida juntada, não sendo os extratos bancários no entanto, documentos

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indispensáveis à propositura da ação. Nas hipóteses em que o
consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura aposta no
instrumento de contrato acostado no processo, cabe à instituição financeira
o ônus de provar essa autenticidade (CPC, art. 429 II), por meio de perícia
grafotécnica ou mediante os meios de prova”.
2ª TESE: A pessoa analfabeta é plenamente capaz para os atos da vida civil
(CC, art. 2º) e pode exarar sua manifestação de vontade por quaisquer meios
admitidos em direito, não sendo necessária a utilização de procuração
pública ou de escritura pública para a contratação de empréstimo
consignado, de sorte que eventual vício existente na contratação do
empréstimo deve ser discutido à luz das hipóteses legais que autorizam a
anulação por defeito do negócio jurídico (CC, arts. 138, 145, 151, 156, 157
e 158)".
3ª TESE: "É cabível a repetição do indébito em dobro nos casos de
empréstimos consignados quando a instituição financeira não conseguir
comprovar a validade do contrato celebrado com a parte autora, restando
configurada má-fé da instituição, resguardas as hipóteses de enganos
justificáveis".
4ª TESE (POR MAIORIA, APRESENTADA PELO SENHOR
DESEMBARGADOR PAULO SÉRGIO VELTEN PEREIRA COM O
ADENDO DO SENHOR DESEMBARGADOR JOSEMAR LOPES DOS
SANTOS):"Não estando vedada pelo ordenamento jurídico, é lícita a
contratação de quaisquer modalidades de mútuo financeiro, de modo que,
havendo vício na contratação, sua anulação deve ser discutida à luz das
hipóteses legais que versam sobre os defeitos do negócio jurídico (CC, arts.
138, 145, 151, 156, 157 e 158) e dos deveres legais de probidade, boa-fé
(CC, art. 422) e de informação adequada e clara sobre os diferentes produtos,
especificando corretamente as características do contrato (art. 4º, IV e art.
6º, III, do CDC), observando-se, todavia, a possibilidade de convalidação do
negócio anulável, segundo os princípios da conservação dos negócios
jurídicos (CC, art. 170)".

Nesse sentido, depois de analises das teses existe uma nova orientação do próprio
Tribunal de Justiça do Maranhão, que os processos ao que se refere aos empréstimos
consignados podem seguir normalmente, exceto no tocante a primeira tese, relativa ao ônus
da perícia grafotécnica.
Logo, como os presentes autos não se enquadra no tópico da tese que ainda
permanece em suspenção, deve se dar prosseguimento ao feito.

DO MÉRITO
DA IRREGULARIDADE DO CONTRATO

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Quanto ao mérito, a parte requerida alega que houve a regular contratação do
empréstimo consignado em questão na tentativa de fugir de sua responsabilidade civil.
Neste contexto, a parte ré se diz desenvolver uma atividade regular e que não houve
prejuízo econômico à parte autora, mas é óbvio que houve. Tal comportamento ilícito por
parte da requerida só confirma a irregularidade do contrato e, portanto, merecendo arcar com
todas as consequências jurídicas bem enfatizadas na exordial.
Excelência, não há nos autos prova idônea de que tal negócio tenha se realizado de
forma integralmente regular, já que trata-se de pessoa analfabeta e possui requisitos próprios,
demonstrando inconteste falha na prestação de serviços e, consequentemente, a ilegalidade
dos descontos indevidos no benefício da autora. Ou seja, o réu, por mera deliberação, realizou
a contratação fraudulenta de empréstimo consignado no benefício da parte autora, que vem
sofrendo descontos abusivos de seu benefício, prejudicando sua subsistência e de sua família,
devendo por tal fato ser indenizado.
Dessa forma, deve-se afastar a alegação sobre a suposta regularidade na contratação.
Tal comportamento vem a confirmar o ilícito alegado na tese autoral, pelo qual se faz devida
a condenação do demandado em todos os termos suscitados na exordial.

DO CABIMENTO DOS DANOS ALEGADOS


DA EXISTÊNCIA DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

O dano material resta evidente pelo desconto indevido, por se tratar de um pagamento
oriundo de um contrato que não fora pactuado pela parte recorrida, resta configurado a
ilegalidade dos descontos realizados pela recorrente, razão pela qual àquela deve ser ressarcida
em dobro da quantia paga indevidamente, devendo ser desconsiderada qualquer alegação
trazida pelo recurso do réu.
Assim sendo, conclui-se que houve fraude prejudicial a parte recorrida, que teve em
seus proventos de aposentadoria um desconto, em face de um empréstimo que sequer recebeu
o valor contratado.
Ressalte-se, portanto, Nobres Julgadores, que o recorrente seja condenado a ressarcir
em dobro os valores que foram descontados indevidamente do benefício previdenciário da
parte autora, vez que está sendo anexado os documentos comprobatórios de que o segurado
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vem sofrendo deduções em seu benefício sem ter utilizado o capital mutuado, por um contrato
que jamais celebrou, tudo em conformidade com o artigo 42, parágrafo único, do Código de
Defesa do Consumidor, in verbis:

Parágrafo único. “O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito a


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.”

Com isso, resta patente que o recorrente deve devolver em dobro o valor que fora
descontado, conforme já entendido pelo juiz de primeiro grau. Alguns precedentes trazem
situações semelhantes ao caso:

Ementa: EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS EM BENEFÍCIO DE


APOSENTADORIA DO INSS. OPERAÇÕES NÃO CONTRATADAS
PELO AUTOR. PARCOCONJUNTO PROBATÓRIO. DOCUMENTO
JUNTADO PELO BANCO CRUZEIRONÃO COMPROVA O EFETIVO
RECEBIMENTO DO EMPRÉSTIMO PELO AUTOR. NÚMERO DA
CONTA CORRENTE QUE NÃO CONFERE COM INFORMADA
PELOREQUERENTE. INDÍCIOS DE FRAUDE. PREJUÍZOS QUE
DEVEM SER SUPORTADOS PELOS RÉUS. RISCO DA
ATIVIDADE.DESCONTOSINDEVIDOS. RESTITUIÇÃO EM DOBRO.
DANO MORAL CONFIGURADO. VERBAINDENIZATÓRIA
REDUZIDA. (...) Dever de restituir os valores indevidamente descontados
do benefício previdenciário do autor, na forma dobrada, consoante o
disposto no art. 42, parágrafo único, da Lei 8.078/90. Danos morais
caracterizados, os quais independem de prova.(...).
RECURSOSPARCIALMENTE PROVIDOS. (Recurso Cível Nº
71002226793, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator:
Heleno Tregnago Saraiva, Julgado em24/06/2010).
EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. FRAUDE. AUSÊNCIA DE
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE. DECLARAÇÃO DE
INEXISTÊNCIA DO CONTRATO. DEVOLUÇÃODAS PARCELAS
DESCONTADAS INDEVIDAMENTE. SENTENÇA MANTIDA. Recurso
desprovido. Unânime. (Recurso Cível Nº 71001539659, Primeira Turma
efetuados pela Requerida no benefício da Autora. Ocorre que estes são
INDEVIDOS, o que culmina na incidência das disposições do Código
Consumerista ao caso em análise, devendo a questão da Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: João Pedro Cavalli Junior, Julgado em
27/03/2008).

Diante de todo contrato aqui discutido, vê-se claramente a ocorrência de fraude no


empréstimo supostamente contratado pela recorrida e, portanto, resta plausível a repetição do
indébito ser analisada de acordo com as provas anexadas aos autos.
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DA EXISTÊNCIA DO DANO MORAL

A ampla possibilidade de ressarcimento dos danos de natureza moral encontra-se


positivada pela regra imposta pelo artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que dispõe que
é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.
Corroborando com a mesma determinação, o artigo 5º, inciso VI do Código de Defesa
do Consumidor estabelece, dentre outros direitos básicos do consumidor, a efetiva reparação
dos danos morais, in verbis:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor.VI –a efetiva prevenção e


reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.”

No caso específico por se tratar de uma aposentadoria com proventos de 01 (um)


salário mínimo é notório que são insuficientes para proporcioná-lo uma boa qualidade de vida,
sendo que, a privação de capital reiterada e compulsoriamente, excede os meros
aborrecimentos, configurando verdadeiro dano moral que merece ser reparado.
Por ter a parte recorrente realizado descontos indevidamente nos proventos da parte
recorrida, sendo que o mesmo necessitava como ainda necessita desse dinheiro para pagar
suas dívidas e satisfazer as suas necessidades básicas. Resta patente que a Instituição
Financeira agiu de forma ilícita, causando enormes danos que perpassam a esfera patrimonial.
Com efeito, o desconto realizado pelo Requerido constitui em agressão à privacidade
e intimidade do requerente, devendo aquele ser condenado a pagar indenização, não só para
reparar o sofrimento, mas em atenção ao caráter punitivo que a integra.
Assim sendo, faz-se mister a fixação de uma indenização em valor suficiente para
inibir o Requerido de praticar esses atos contra a Parte Autora ou contra qualquer outra pessoa.
É certo que a indenização por danos morais não pode se constituir numa fonte de
enriquecimento, mas também não pode ser tão irrisória a ponto de se constituir num prêmio
para a ofensa.
Deve ter por paradigma a razoabilidade e proporcionalidade, buscando-se, com o
conceito ressarcitório, a convergência de dois nortes: o caráter punitivo, para que o causador
do dano se sinta punido pela ofensa que praticou e se veja desmotivado em praticá-la
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novamente; e o caráter compensatório, para que o valor a ser recebido pela vítima lhe
proporcione alívio que sirva abstratamente como compensação pela dor ou sofrimento porque
passou.
Sobre isso, segue o posicionamento do Egrégio Tribunal de Justiça do Maranhão, a
cerca de casos semelhantes ao vivenciado pelo Requerente. Senão vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
EMPRÉSTIMOS FRAUDULENTOS. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. SENTENÇA MANTIDA. APELO IMPROVIDO. I -
Como regra do direito processual, cabe ao autor provar o fato constitutivo
de seu direito e ao réu a prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor, nos termos do art. 373, incisos I e II, do CPC/2015.
Ademais, em matéria de direito do consumidor, que incide ao caso, vigora o
princípio da inversão do ônus da prova em favor da parte hipossuficiente,
consoante art. 6º, inciso VIII, do CDC. II -No caso destes autos, não vejo
provas contundentes acerca do elemento anímico do apelado em
efetivamente firmar contrato com instituição financeira apelante relativa ao
negócio em análise, mesmo porque se trata de pessoa idosa e analfabeta,
ainda mais vulnerável a esse tipo de fraude, configurando a já reiterada
prática de contratos fraudulentos em impingir empréstimos consignados sem
anuência do consumidor. III -Comprovado que está erros delineados pela
parte apelante, principalmente pela cobrança injustificada em razão de
contrato não anuídopelo apelado, relativo ao empréstimo consignado no
valor de R$ 441,74 a serem pagos em 58 parcelas mensais de R$ 13,80 no
período de R$ 07/07/2014 e 07/04/2019. IV -Consubstanciada conduta do
banco que desmerece princípios basilares do Código de Defesa do
Consumidor, como o protecionismo (art. 1º) e a vulnerabilidade do
consumidor (art. 4º, I), assim como da boa-fé objetiva prevista no art. 422
do Código Civil. V -Falha na prestação dos serviços, nos termos do art. 14
do CDC, implicando em responsabilidade objetiva, com o dever de declarar
indevido o débito e de indenizar pelos danos morais causados. VI -Danos
materiais que devem ser indenizados nos termos do art. 42, parágrafo único,
do CDC, pois que presente o direito à repetição do indébito em dobro por
parte do consumidor, na medida em que cumpridos os dois requisitos
objetivos, quais sejam, a cobrança extrajudicial indevida e o pagamento do
valor indevidamente cobrado, ressalvando-se apenas as hipóteses em que o
credor procede com erro justificável, que não ocorreu no presente caso. VII
-Valor da indenização por danos morais deve encontrar respaldo nos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, observando as
peculiaridades do caso concreto, bem como a extensão do dano, que deve
ser mantida em R$ 2.000,00 porque de acordo com o que vem estabelecendo
a Quinta Câmara Cível deste Tribunal em seus precedentes, e nos termos do
art. 944 do Código Civil. VIII -Apelo improvido (Ap 0464212016, Rel.
Desembargador(a) JOSÉ DE RIBAMAR CASTRO, QUINTA CÂMARA
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CÍVEL, julgado em 31/10/2016, DJe 08/11/2016).

Por fim, o requerido é banco de grande faturamento e que há muito tempo está no
mercado. Assim, o valor da indenização deve atingir somas significativas, de forma que não
represente estímulo para que o ofensor continue lesando os cidadãos, principalmente pessoas
idosas e analfabetas.
Repugnante, Nobres Julgadores, um cidadão que tem descontado em seu humilde
provento, valores que lhe fizeram e ainda faz tanta falta decorrentes de um ato ilícito da parte
recorrente, razão pela qual busca a manutenção da respeitável sentença

DO VALOR ESTABELECIDO A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS

Quanto aos danos morais, a Recorrente aduz que o quantum indenizatório fixado na
condenação pelo MM. Juízo a quo, foi arbitrado de forma desarrazoada e desproporcional.
Alega ainda que pelo princípio da eventualidade, se não for acatada a
descaracterização da indenização por danos morais, requer o Banco Recorrente seja
considerada que a r. sentença extrapolou em muito os valores arbitrados pelo judiciário pátrio.
O que não ocorreu! Destaca-se que a razoabilidade e proporcionalidade merecem ser vistas
não no sentido de diminuir o valor indenizatório.
Pelo contrário, a recorrida sofreu um abalo emocional que deveria compreender, na
verdade, uma reparação com valor maior que R$ 10.000,00 (dez mil reais) diante de tamanho
desrespeito.
Ressalte-se, Iminentes Julgadores, que a Recorrida merece sim uma reparação
equivalente ao efetivo dano sofrido, que corresponde no mínimo ao valor arbitrado pelo MM,
Juízo a quo. Dessa forma, requer sejam desconsiderados os argumentos lançados pelo
Recorrente em sede recursal em relação a configuração do dano moral e pede-se a manutenção
da sentença de primeira instância em todos os seus termos.

DO PEDIDO

Isso posto, requer a improcedência total do Recurso de Apelação, negando-lhe todo o


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mérito, de modo que seja mantida a SENTENÇA e, caso seja reformada, que seja APENAS
para majorar o quantum indenizatório, condenando também o Recorrente ao pagamento de
custas processuais e honorários advocatícios.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.

Caxias – MA, 13 de agosto de 2021.

IÊZA DA SILVA BEZERRA


OAB/MA 21.592

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