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COLENDA TURMA!
EMÉRITOS JULGADORES!
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indispensáveis à propositura da ação. Nas hipóteses em que o
consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura aposta no
instrumento de contrato acostado no processo, cabe à instituição financeira
o ônus de provar essa autenticidade (CPC, art. 429 II), por meio de perícia
grafotécnica ou mediante os meios de prova”.
2ª TESE: A pessoa analfabeta é plenamente capaz para os atos da vida civil
(CC, art. 2º) e pode exarar sua manifestação de vontade por quaisquer meios
admitidos em direito, não sendo necessária a utilização de procuração
pública ou de escritura pública para a contratação de empréstimo
consignado, de sorte que eventual vício existente na contratação do
empréstimo deve ser discutido à luz das hipóteses legais que autorizam a
anulação por defeito do negócio jurídico (CC, arts. 138, 145, 151, 156, 157
e 158)".
3ª TESE: "É cabível a repetição do indébito em dobro nos casos de
empréstimos consignados quando a instituição financeira não conseguir
comprovar a validade do contrato celebrado com a parte autora, restando
configurada má-fé da instituição, resguardas as hipóteses de enganos
justificáveis".
4ª TESE (POR MAIORIA, APRESENTADA PELO SENHOR
DESEMBARGADOR PAULO SÉRGIO VELTEN PEREIRA COM O
ADENDO DO SENHOR DESEMBARGADOR JOSEMAR LOPES DOS
SANTOS):"Não estando vedada pelo ordenamento jurídico, é lícita a
contratação de quaisquer modalidades de mútuo financeiro, de modo que,
havendo vício na contratação, sua anulação deve ser discutida à luz das
hipóteses legais que versam sobre os defeitos do negócio jurídico (CC, arts.
138, 145, 151, 156, 157 e 158) e dos deveres legais de probidade, boa-fé
(CC, art. 422) e de informação adequada e clara sobre os diferentes produtos,
especificando corretamente as características do contrato (art. 4º, IV e art.
6º, III, do CDC), observando-se, todavia, a possibilidade de convalidação do
negócio anulável, segundo os princípios da conservação dos negócios
jurídicos (CC, art. 170)".
Nesse sentido, depois de analises das teses existe uma nova orientação do próprio
Tribunal de Justiça do Maranhão, que os processos ao que se refere aos empréstimos
consignados podem seguir normalmente, exceto no tocante a primeira tese, relativa ao ônus
da perícia grafotécnica.
Logo, como os presentes autos não se enquadra no tópico da tese que ainda
permanece em suspenção, deve se dar prosseguimento ao feito.
DO MÉRITO
DA IRREGULARIDADE DO CONTRATO
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Quanto ao mérito, a parte requerida alega que houve a regular contratação do
empréstimo consignado em questão na tentativa de fugir de sua responsabilidade civil.
Neste contexto, a parte ré se diz desenvolver uma atividade regular e que não houve
prejuízo econômico à parte autora, mas é óbvio que houve. Tal comportamento ilícito por
parte da requerida só confirma a irregularidade do contrato e, portanto, merecendo arcar com
todas as consequências jurídicas bem enfatizadas na exordial.
Excelência, não há nos autos prova idônea de que tal negócio tenha se realizado de
forma integralmente regular, já que trata-se de pessoa analfabeta e possui requisitos próprios,
demonstrando inconteste falha na prestação de serviços e, consequentemente, a ilegalidade
dos descontos indevidos no benefício da autora. Ou seja, o réu, por mera deliberação, realizou
a contratação fraudulenta de empréstimo consignado no benefício da parte autora, que vem
sofrendo descontos abusivos de seu benefício, prejudicando sua subsistência e de sua família,
devendo por tal fato ser indenizado.
Dessa forma, deve-se afastar a alegação sobre a suposta regularidade na contratação.
Tal comportamento vem a confirmar o ilícito alegado na tese autoral, pelo qual se faz devida
a condenação do demandado em todos os termos suscitados na exordial.
O dano material resta evidente pelo desconto indevido, por se tratar de um pagamento
oriundo de um contrato que não fora pactuado pela parte recorrida, resta configurado a
ilegalidade dos descontos realizados pela recorrente, razão pela qual àquela deve ser ressarcida
em dobro da quantia paga indevidamente, devendo ser desconsiderada qualquer alegação
trazida pelo recurso do réu.
Assim sendo, conclui-se que houve fraude prejudicial a parte recorrida, que teve em
seus proventos de aposentadoria um desconto, em face de um empréstimo que sequer recebeu
o valor contratado.
Ressalte-se, portanto, Nobres Julgadores, que o recorrente seja condenado a ressarcir
em dobro os valores que foram descontados indevidamente do benefício previdenciário da
parte autora, vez que está sendo anexado os documentos comprobatórios de que o segurado
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vem sofrendo deduções em seu benefício sem ter utilizado o capital mutuado, por um contrato
que jamais celebrou, tudo em conformidade com o artigo 42, parágrafo único, do Código de
Defesa do Consumidor, in verbis:
Com isso, resta patente que o recorrente deve devolver em dobro o valor que fora
descontado, conforme já entendido pelo juiz de primeiro grau. Alguns precedentes trazem
situações semelhantes ao caso:
Por fim, o requerido é banco de grande faturamento e que há muito tempo está no
mercado. Assim, o valor da indenização deve atingir somas significativas, de forma que não
represente estímulo para que o ofensor continue lesando os cidadãos, principalmente pessoas
idosas e analfabetas.
Repugnante, Nobres Julgadores, um cidadão que tem descontado em seu humilde
provento, valores que lhe fizeram e ainda faz tanta falta decorrentes de um ato ilícito da parte
recorrente, razão pela qual busca a manutenção da respeitável sentença
Quanto aos danos morais, a Recorrente aduz que o quantum indenizatório fixado na
condenação pelo MM. Juízo a quo, foi arbitrado de forma desarrazoada e desproporcional.
Alega ainda que pelo princípio da eventualidade, se não for acatada a
descaracterização da indenização por danos morais, requer o Banco Recorrente seja
considerada que a r. sentença extrapolou em muito os valores arbitrados pelo judiciário pátrio.
O que não ocorreu! Destaca-se que a razoabilidade e proporcionalidade merecem ser vistas
não no sentido de diminuir o valor indenizatório.
Pelo contrário, a recorrida sofreu um abalo emocional que deveria compreender, na
verdade, uma reparação com valor maior que R$ 10.000,00 (dez mil reais) diante de tamanho
desrespeito.
Ressalte-se, Iminentes Julgadores, que a Recorrida merece sim uma reparação
equivalente ao efetivo dano sofrido, que corresponde no mínimo ao valor arbitrado pelo MM,
Juízo a quo. Dessa forma, requer sejam desconsiderados os argumentos lançados pelo
Recorrente em sede recursal em relação a configuração do dano moral e pede-se a manutenção
da sentença de primeira instância em todos os seus termos.
DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
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