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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE CAXIAS, ESTADO DO MARANHÃO

PROC. Nº: 0802226-67.2021.8.10.0029

MARIA IRIS DE SOUSA ARAÚJO, devidamente qualificada nos autos da AÇÃO


DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL C/C
REPETIÇÃO DO INDÉBITO, INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E TUTELA
DE URGÊNCIA, que move em face do BANCO PAN S.A., também qualificado, vem,
respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada subscrita,
apresentar

IMPUGNAÇÃO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

I – DOS FATOS

No presente Embargo de Declaração, a parte Ré faz requerimento a Vossa Excelência


para sanar a omissão e contradição apontadas, fixando a data que deverá ser utilizada para a
incidência dos juros moratórios da condenação, bem como apontando valor para incidência
de correção monetária.

II – DAS RAZÕES DA IMPUGNAÇÃO

As alegações da parte Embargante são desprovidas de qualquer fundamento jurídico,


pois analisando-se os embargos percebe-se que NÃO HOUVE OMISSÃO, OBSCURIDADE
E CONTRADIÇÃO a serem sanadas na decisão impugnada.

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O Embargante apenas tenta procrastinar o feito e rediscutir a matéria já analisada, o
que é de total impertinência processual.
O juízo analisou e definiu que:

“JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, extinguindo o processo com


resolução do mérito, nos termos do artigo 487, I, do Código de Processo
Civil, para:
a) DECLARAR rescindido o contrato de nº 307340752-4, e,
consequentemente, inexistente o débito dele oriundo;
b) DETERMINAR o cancelamento definitivo dos descontos mensais
realizados no benefício previdenciário do Autor, inerente ao contrato em
comento;
c) CONDENAR o requerido à devolução de todas as parcelas cobradas,
indevidamente, em dobro e corrigidas monetariamente pelo INPC,
observando a data da realização de cada desconto/pagamento, além de serem
devidos juros de mora, na ordem de 1% (um por cento) ao mês, a partir da
citação, conforme disposto no artigo 42, parágrafo único do CDC.
d) CONDENAR o requerido a pagar a parte autora, a título de danos morais,
o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), com correção monetária desde o
arbitramento desta sentença, nos moldes da Súmula 362 do STJ e acrescidos
de juros de mora desde o evento danoso, qual seja, a data do primeiro
desconto indevido.
e) CONDENAR ao pagamento das custas, inclusive finais, e honorários de
sucumbência, sendo estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação, consoante o disposto no parágrafo 2º, do artigo 85, do Código
de Processo Civil.”

A referida decisão se faz sem omissão, obscuridade ou erro material, pois foi
devidamente embasada em julgados, súmulas, Código de Defesa do Consumidor, portanto
devidamente CLARA E FUNDAMENTADA. A irresignação da parte embargante deve ser
feita através de recurso específico, quando cabível, e não por meio dos embargos de
declaração.
O embargante pretende discutir questão já decidida pelo órgão julgador, mas
através da via inadequada, uma vez que os embargos de declaração não se prestam para
reformar o julgado, conforme, inclusive, reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça:
(...) Os embargos de declaração consubstanciam instrumento processual apto
a suprir omissão do julgado ou dele excluir qualquer obscuridade ou
contradição. Não se prestam para rediscutir a lide (...). (5ª Turma, EDcl no
RMS 26.447/MS, Ministro Arnaldo Esteves Lima, julgado em 04/12/2009,
DJe 01/02/2010)

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Os embargos de declaração são cabíveis apenas quando houver na sentença ou no
acórdão, obscuridade, contradição, omissão ou dúvida, conforme previsto no artigo 1022,
incisos I, II e III do Código de Processo Civil: Art. 1.022. Cabem embargos de declaração
contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o


juiz de ofício ou a requerimento;

III - corrigir erro material.

O Superior Tribunal de Justiça, no mesmo sentido, entende que a oposição dos


embargos para fins de rediscussão da matéria já decidida, por si só, configura seu caráter
protelatório, com a incidência da multa descrita no art. 1.026, § 2º do CPC, in verbis:

"A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a via dos aclaratórios
não se presta à mera rediscussão dos fundamentos da decisão embargada.
Portanto, identificado o caráter protelatório dos declaratórios ou o abuso do
embargante em sua interposição, impõe- se a aplicação da multa." (AgRg no
AREsp 162.800/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 28/02/2014) (grifei)

No caso em tela, pela clareza da decisão não é permitido entender que houve qualquer
omissão, contradição, obscuridade ou dúvida e os embargos de declaração se revelam
meramente procrastinatórios, criando empecilhos e afrontando a legislação processual
vigente, que visa acelerar e facilitar a prestação jurisdicional.

III – DOS PEDIDOS

a) Que seja MANTIDA A DECISÃO PROLATADA POR ESTE JUÍZO;

Nestes termos,
Pede e espera Deferimento.

Caxias – MA, 09 de maio de 2023.


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IÊZA DA SILVA BEZERRA


OAB/MA 21.592

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