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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE CAXIAS - ESTADO DO MARANHÃO

PROCESSO: 0802228-37.2021.8.10.0029

MARIA IRIS DE SOUSA ARAÚJO, já devidamente qualificada nos autos em


epígrafe, na qual configura como réu o BANCO OLÉ BONSUCESSO CONSIGNADO
S/A, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência por meio de sua advogada
apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO, com fundamento nas razões de fato e de direito
a seguir expostas.

I. PRELIMINARMENTE

I.I. DA INCAPACIDADE DA PARTE AUTORA

No caso particular, a Parte Autora é literalmente analfabeta, de idade avançada e


beneficiária de renda mínima do INSS, sendo surpreendida com descontos indevidos em
seus proventos. Dessa forma, sacrificando o seu próprio sustento, assim como o sustento de
sua família.

I.II. DO INTERESSE DE AGIR E PRETENSÃO RESISTIDA

A parte ré, como sempre, trouxe as preliminares de mérito aqui rebatidas, apesar de
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ser dispensável resposta, uma vez que é totalmente descabida tais arguições, pois facilmente
se identifica o interesse de agir da parte autora, de acordo com o que preceitua a doutrina
acerca deste pressuposto.
Vejamos a lição do Professor Alexandre Câmara:

“Pode-se definir o interesse de agir como a utilidade do provimento


jurisdicional pretendido pelo demandante (…) (…) O interesse de agir é
verificado pela presença de dois elementos, que fazem com que esse
requisito do provimento final seja verdadeiro binômio: necessidade da
tutela jurisdicional e adequação do provimento pleiteado. Fala-se assim em
interesse-necessidade e interesse-adequação.” (Lições de Direito
Processual Civil, Vol I, 6ª edição, páginas 110, 111).

Assim, resta plenamente configurado o interesse de agir da autora, pois tanto a


demanda é necessária como a via processual é a adequada, uma vez que a parte ré violou os
direitos da parte autora, abusou da sua confiança, agindo de absoluta má fé, causando-lhe
prejuízos e danos de natureza moral.
Dessa forma, não haveria outra alternativa de ter a reparação pelos danos causados
senão a busca pela tutela jurisdicional, em especial por tratar-se de uma relação totalmente
desigual entre uma pessoa simples, sem instrução, analfabeta, habitante de zona rural e do
outro lado uma instituição financeira do porte da parte ré, que, data vênia, não oferece o
mínimo de qualidade em sua prestação de serviço.

II. DO MÉRITO
II.I. DA IRREGULARIDADE DA CONTRATAÇÃO

Quanto ao mérito, a parte requerida alega que houve a regular contratação do


empréstimo consignado em questão na tentativa de fugir de sua responsabilidade civil.
Neste contexto, a parte ré se diz desenvolver uma atividade regular e que não houve
prejuízo econômico à parte autora, mas é óbvio que houve. Tal comportamento ilícito por
parte da requerida só confirma a irregularidade do contrato e, portanto, merecendo arcar com
todas as consequências jurídicas bem enfatizadas na exordial.
Excelência, não há nos autos prova idônea de que tal negócio tenha se realizado de
forma integralmente regular, já que trata-se de pessoa analfabeta funcional e possui

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requisitos próprios, demonstrando inconteste falha na prestação de serviços e,
consequentemente, a ilegalidade dos descontos indevidos no benefício da autora. Ou seja, o
réu, por mera deliberação, realizou a contratação fraudulenta de empréstimo consignado no
benefício da parte autora, que vem sofrendo descontos abusivos de seu benefício,
prejudicando sua subsistência e de sua família, devendo por tal fato ser indenizado.
Quanto aos demais argumentos apresentados na contestação no que diz respeito a
inversão do ônus da prova, a inexistência de dano moral e ausência da repetição de indébito,
remeto à inicial.

ADE-DOCUMENTOS ORIGONAL-ÔNUS DA PROVA-EXIBIÇÃO


DO DOCUMENTO-ÔNUS DA PARTE QUE PRODUZIU O
DOCUMENTO-RECURSO PROVIDO. A cópia reprográfica prejudica
a correta feitura da perícia grafotécnica, sendo necessária a exibição do
documento original para produção de referida prova sem qualquer mácula
a prejudicar o julgado. Em caso de contestação de assinatura em
documento particular, o ônus da prova cabe a parte de produziu o
documento. (AI 58917/2013, DESA. MARIA HELENA
GARGAGLIONE PÓVOAS, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL –TJ/MT,
Julgado em 18/09/2013)

Assim, conforme restou demonstrado pelas lúcidas e atuais jurisprudências acima


colacionadas, o contrato original deverá ser apresentado para realização da perícia
Grafotécnica, cabendo a ela o ônus da prova, caso contrário, deverá o suposto contrato ser
considerado nulo e incapaz de produzir efeitos jurídicos válidos.

III. DO PEDIDO

Por todo o exposto requer se digne Vossa Excelência a julgar pela total procedência
da ação, com a condenação da Ré, em todos os pedidos contidos na exordial.

Nesses Termos,
Pede e Espera Deferimento.

Caxias – MA, 18 de junho de 2021.

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IÊZA DA SILVA BEZERRA
OAB/MA 21.592

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