Você está na página 1de 6

EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVIL DA COMARCA


DE MAGÉ/RJ.

TUTELA PROVISÓRIA

CARLOS ROBERTO DOS SANTOS, brasileiro, casado, aposentado,


nascido em 02/04/1956, inscrita no CPF sob nº. 641.621.097-53, portadora da
carteira de identidade n°. 03990688-8, residente na Rua Maria Vial, 500 – Cidade
Horá cio (Vila Inhomirim) - Magé/RJ, 25.931-290, vem, por seu advogado “In fine”
com escritó rio profissional situado na Rua das Paineiras, nº 697, Vila Inca,
Magé/RJ, propor a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C REPARAÇÃO
POR DANOS MORAIS em face de BANCO BMG, pessoa Jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ- 61.186.680/0001-74, com sede à Avenida Á lvares Cabral, 1.707 –
Santo Agostinho - Belo Horizonte - MG, 30.170-001, pelos seguintes motivos e
fundamentos que passa a expor:

Preliminarmente

Requer as futuras publicaçõ es em nome do Dr. THIAGO GULÃO DE


MORAES, OAB/RJ 180.529, na capa do presente processo e nas demais anotaçõ es
cartorá rias, sob pena de nulidade.

Da Gratuidade de Justiça

Requer os benefícios da gratuidade de justiça, por nã o ter condiçõ es o


reclamante de arcar com as custas do processo e honorá rios advocatícios sem
prejuízo de seu pró prio sustento e de sua família. Seja concedida a prioridade de
1

tramitaçã o, eis que o autor é idoso.


Pá gina

Telefone: (21) 98717-6913 e-mail: gulao.advogado@gmail.com


Rua das Paineiras, 697, Vila Inca, Magé/RJ.
DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA - ART. 300 DO NOVO CPC –
FUMUS BONIS IURIS e PERICULUM IN MORA.

A relaçã o jurídica material descrita na exordial enquadra-se como relaçã o


de consumo, nos termos do §2º, do art. 3º da Lei 8078/90, Có digo de Defesa do
Consumidor.

E por ser o consumidor vulnerá vel pela Lei consumista, e, ante a


dificuldade extrema de produzir provas de suas alegaçõ es, o ô nus da prova deve
ser invertido, com fulcro no inciso VIII do art. 6º do Có digo de Defesa do
Consumidor, ficando a cargo da ré provar que nã o cometeu os ilícitos descritos na
exordial, ou, se praticou, o fez legalmente.

O art. 300 do Novo Có digo de Processo Civil, é o dispositivo aplicá vel no


caso, seja pela inequívoca prova aqui descrita, seja pela verossimilhança das
alegaçõ es, vejamos:
“Art. 300 – A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo”

O Novo Có digo de Processo Civil Brasileiro permite a concessã o de tutela


provisó ria contendo os requisitos do art. 300, quando ocorrer elementos
demonstrados atraves de provas que evidenciem o direito pleiteado, devendo ser
aceito pelo juiz de maneira urgente, pois nã o pode aguardar a sentença final, isto é,
o trâ mite normal do processo, como no caso em tela em que a parte autora poderá
ser gravemente prejudicada com a manutençã o de descontos indevidos em seu
pagamento.

Assim sendo, deve ser deferida tutela provisó ria para determinar que o
réu proceda ao imediato cancelamento das cobranças consignadas, no prazo de 24
horas, sob pena de multa pecuniá ria diá ria de R$ 500,00 (quinhentos reais),
tornando-a definitiva ao final.
2
Pá gina

DOS FATOS

Telefone: (21) 98717-6913 e-mail: gulao.advogado@gmail.com


Rua das Paineiras, 697, Vila Inca, Magé/RJ.
Trata-se a parte requerente, de pessoa honesta, de conduta Ilibada, fiel
cumpridora de suas obrigaçõ es, que é cliente da réu em outras transaçõ es
financeiras, e que está completamente em dia com suas obrigaçõ es junta a mesma.

Ocorre que, para a surpresa da demandante, percebeu que desde de


julho de 2023 vem sendo feito descontos no valor de R$ 105,43 referente a
EMPRESTIMO SOBRE A RMC, empréstimo esse nã o reconhecido.

No dia 08 de agosto de 2020, o autor se dirigiu ao INSS e restou


confirmado que a ré debitava através de consignaçã o em sua aposentadoria, o
valor de R$ 105,43 (referente a reserva de margem consigná vel), o que jamais foi
autorizado.

Os descontos indevidos ocorrem desde o mês de julho de 2023. O


demandante reconhece quatro valores descontados de outros empréstimos que
sã o: 175,90 - 72,78 - 44,10 e 36,00, porém nã o reconhece o valor de 105,43.

Temeroso e preocupado que essa situaçã o perdure trazendo


dificuldades na compra de seus remédios, visto que, boa parte do valor da
previdência é gasto com medicamentos, o autor tentou solicitar junto ao INSS o
bloqueio deste desconto indevido em sua previdência, entretanto, nã o logrou êxito
(protocolo de atendimento presencial 1910396224).

Sendo assim, os descontos sã o abusivos e desrespeitosos, havendo


afronta direta à s regras dos arts. 4º, III e 46 do CDC.

Os danos morais estã o presentes na espécie, tendo em vista que a


ocorrência ora relatada transcende os meros aborrecimentos da vida cotidiana, e a
compensaçã o a este título deve atender ao que prescreve a norma inserida no art.
6º, VI do CDC e art. 944 do CC.

Tendo em vista a impossibilidade de resolver este grave problema pela


3

via extrajudicial, busca o autor o Poder Judiciá rio, para restabelecer o direito
Pá gina

violado.

Telefone: (21) 98717-6913 e-mail: gulao.advogado@gmail.com


Rua das Paineiras, 697, Vila Inca, Magé/RJ.
DO DIREITO

A conduta da ré merece repulsa e sançã o severa, revestindo-se de


cará ter punitivo e preventivo, a evitar a prá tica reiterada de ilícitos.

A relaçã o, no caso em tela, é de consumo, em face de incidência dos art.


2º e 3º do Có digo de Defesa do Consumidor e, por ser a autora hipossuficiente e
verossímil as suas alegaçõ es, deve ocorrer a inversã o do ô nus da prova, conforme
dispõ e o art. 6º, inciso VIII do citado diploma legal.

Vislumbra-se, na espécie, a ocorrência de defeitos relativos a prestaçã o


dos serviços, no qual o fornecedor responde, independentemente da existência de
culpa, conforme preconizado no art. 14 do Có digo de Defesa do Consumidor.

Infringiu o suplicado, as disposiçõ es contidas no art. 5º inciso X da CF;


art. 4º, incisos II alínea “d” e III; art. 6º, inciso III e IV e 46 do CODECON.

Incide ainda na espécie, a norma insculpida no art. 927, pará grafo ú nico
do NOVO CÓ DIGO CIVIL.

A indenizaçã o a ser arbitrada, no caso em exame, deve levar em conta a


INTENSIDADE DO DANO, SUA DURAÇÃ O, A CAPACIDADE ECONÔ MICA DO
SUPLICADO E, AINDA, O GRAU DE SOFRIMENTO experimentado pela demandante,
e atentar para o que prescreve o art. 5º, incisos V e X da CONSTITUIÇÃ O FEDERAL;
art. 5º da LICC; art. 927, pará grafo ú nico c/c art. 944 do CC; art. 4º, inciso VI e art.
6º, incisos IV e VI ambos do CODECON, desestimulando a prá tica de tal
procedimento, injusto, maléfico e atentató rio a dignidade da pessoa humana.

Para sedimentar a nossa tese, colecionamos o ensinamento do emérito


Antunes Varela, “in Das Obrigaçõ es” (8ª ediçã o, pá g. 617):

“A gravidade do dano há de medir-se por um


padrão objetivo (conquanto a apreciação deva ter
em linha de conta às circunstâncias de cada caso), e
4

não a luz de fatores subjetivos (de uma


Pá gina

sensibilidade particularmente embotada ou

Telefone: (21) 98717-6913 e-mail: gulao.advogado@gmail.com


Rua das Paineiras, 697, Vila Inca, Magé/RJ.
especialmente requintada). Por outro lado, a
gravidade apreciar-se-á em função da tutela do
direito: o dano deve ser de tal modo grave que
justifique a concessão de uma satisfação de ordem
pecuniária ao lesado. ”

É categó rica, ainda, a Sú mula 341 do STF:

“É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo


ato culposo do empregado ou preposto”.

DOS PEDIDOS
Isto posto, requer:

1- A Citação da suplicada para que compareça a audiência de conciliaçã o que


poderá ser convolada em AIJ, quando poderá oferecer, defesa sob pena de
revelia e confissã o quanto à matéria fá tica;

2- Que seja determinada a Inversão do Ônus da Prova, na forma do art. 6º,


inciso VIII do CODECON;

3- Requer os benefícios da Gratuidade de Justiça, por nã o ter condiçõ es o


autor de arcar com as custas do processo e honorá rios advocatícios sem
prejuízo de seu pró prio sustento e de sua família; Que seja priorizada a
tramitaçã o, por se tratar de pessoa idosa.

4- Seja deferida tutela provisó ria para determinar que o réu proceda a
imediata interrupçã o dos descontos indevidos, bem como retire a reserva
de margem consigná vel do benefício da autora, sob pena de multa
pecuniá ria diá ria de R$ 500,00 (quinhentos reais), tornando-a definitiva ao
final;

5- Procedência do pedido para condenar a ré a devolver o valor de R$ 210,86


referente aos valores debitados de forma consignada no benefício
previdenciá rio do autor, corrigido e acrescido de juros desde o desembolso.

6- Procedência do pedido, para condenar a demandada, ao pagamento de


5
Pá gina

indenizaçã o por DANOS MORAIS, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

Telefone: (21) 98717-6913 e-mail: gulao.advogado@gmail.com


Rua das Paineiras, 697, Vila Inca, Magé/RJ.
acrescido de juros de 1% ao mês (art. 406 do NOVO CÓ DIGO CIVIL) fluindo
a contar da data da citaçã o (art. 405 do CC) e correçã o monetá ria;

7- Deferimento de produçã o de todas as provas em direito admitidas,


especialmente a documental, a testemunhal, além do depoimento pessoal
do representante legal do suplicado;

8- Requer seja condenada a suplicada, ao pagamento de custas judiciais e


honorá rios advocatícios na base de 20% sobre o total da condenaçã o.

Dá -se a presente causa o valor de R$ 20.210,86.

Nestes termos, pede deferimento.

Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2023.

THIAGO GULÃO DE MORAES


OAB/RJ N.º 141.285

6
Pá gina

Telefone: (21) 98717-6913 e-mail: gulao.advogado@gmail.com


Rua das Paineiras, 697, Vila Inca, Magé/RJ.

Você também pode gostar