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Noutro giro, vislumbra-se que a pretensão autoral deve realmente prosperar, pois, as

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aplicações indevidas realizadas sem qualquer critério, nem de valor nem de

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quantidade pelo banco requerido são atos ilícitos que geram danos de ordem moral e
patrimonial à parte autora.

É inegável que a realização indevida de aplicações financeiras inexigíveis sobre


salário abala o psiquismo do homem médio, ao ver seus recursos serem tomados de
forma irregular.

Constatado o vício na prestação de serviços bancários, impõe-se a condenação para


reparação dos danos, vez que, caracteriza-se conduta abusiva, causando ao usuário
grave violação aos atributos da personalidade, de modo a influir substancialmente na
sua esfera psíquica e causar-lhe fortes prejuízos na capacidade econômica financeira
do consumidor que confia o seu dinheiro a uma instituição financeira que lhe desconta
valores não contratados.

Todas essas condutas desidiosas da parte requerida frustraram as expectativas de uso,


gozo e fruição da parte requerente, diante da má prestação de serviço, devendo esta
ser restituída do valor descontado indevidamente em sua conta-corrente, com fulcro
no artigo 42 do CDC: "Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será
exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável".

Com supedâneo no art.5, V e X, da CF/88 e arts. 186 e 927 do CPC, a parte Requerente
faz jus a uma indenização pelos danos morais suportados, quais sejam: APLICAÇÕES
INDEVIDAS, aborrecimentos, transtornos, sentimento de raiva e desprazer, sendo este
in re ipsa, oriundos da má prestação do serviço da ora requerida, não se podendo
aceitar este fato como um simples aborrecimento, e sim em um descumprimento em
sua prestação do serviço caracterizado como inadequado, ineficiente e frustrante.
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Por sua vez, além do aspecto compensatório do dano moral há de ser levado em

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conta o seu aspecto punitivo baseado no punitive damages do direito anglosaxão,

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aceito pela jurisprudência brasileira, inclusive com remansosas decisões do E.STJ, até
porque, a conduta da ora requerida se reveste de singular desvalia.

Convém por em relevo, ainda, que o código de defesa do consumidor trouxe uma
inovação processual muito eficaz e necessária nas relações consumeristas, a inversão
do ônus probandi, facilitando ao consumidor a defesa de seus direitos, tendo em vista
a hipossuficiência técnica e financeira frente às fabricantes, fornecedoras e
prestadoras de serviços, que detém todas as informações técnicas e as demais
inerentes à sua atividade, indispensáveis e suficientes à demonstração do acerto da
cobrança que está a fazer.

VI. DA TUTELA DE URGÊNCIA SATISFATIVA

A tutela provisória pode fundar-se na urgência (periculum in mora) ou na evidência


(alto grau de probabilidade do direito alegado) e encontra-se regulada a partir do art.
294 do CPC.

Ao cuidar da tutela de urgência, o CPC adotou regime jurídico único, de modo que a
tutela cautelar (utilidade do processo) e a tutela antecipada (satisfação da pretensão)
passaram a ser consideradas espécies do mesmo gênero. Ambas envolvem cognição
sumária, conservam sua eficácia na pendência do processo, mas podem ser revogadas
ou modificadas, a qualquer tempo, ex vi do art. 296 do citado diploma legal.

Com o fito de garantir a efetivação da tutela provisória, o juiz poderá determinar todas
as medidas que considerar adequadas ao alcance do cumprimento da ordem judicial,
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sem perder de vista o caráter provisório do pronunciamento, a natureza da obrigação


perseguida e possibilidade do uso de meios atípicos de coerção estatal (art. 139, IV do

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CPC).

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Reza, pois, o art. 300 do CPC que:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º. Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,


conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea
para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2º. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou


após justificação prévia.

§ 3º. A tutela de urgência de natureza antecipada não será


concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.

O elemento característico da tutela de urgência é a existência de uma situação de risco


ou perigo que, de per si, reclama a atuação imediata do Estado-Juiz, destinada a evitar
a concretização de dano irreparável ou de difícil reparação ao interessado.

Desse modo, Excelência, o pedido de tutela provisória formulado pela parte


requerente deve ser deferido, haja vista que se faz presente todos os requisitos
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necessários para concessão do aludido pedido, qual seja, perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.

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Há no caso em testilha a existência de INDUVIDOSA VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO

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DA PARTE AUTORA, além do sério e FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL ou
difícil reparação, visto que inegável que a realização indevida de descontos
financeiros inexigíveis sobre salário abala o psiquismo do homem médio, ao ver seus
recursos serem tomados de forma irregular.

A verossimilhança da alegação está devidamente demonstrada pelos documentos


carreados aos autos (EXTRATO BANCÁRIO). Desta forma, os valores que estão sendo
descontados da Requerente são indevidos, pode-se concluir que o requerido está
apropriando-se de valores da conta da Requerente de forma abusiva.

Já quanto ao “perigo de dano” resta este evidenciado pelos prejuízos que a requerente
está atualmente suportando, visto que o montante descontado diretamente de sua
conta indevidamente se refere ao seu salário, utilizada para atender suas necessidades
básicas mensais e de sua família, quais sejam: alimentação, transporte, saúde material

escolar, entre outras dívidas contraídas pela mesma, não podendo ser punida por uma
conduta abusiva do banco requerido.

Logo é evidente que não há receio de IRREVERSSIBILIDADE do provimento antecipado,


uma vez que, havendo decisão pela improcedência da ação, o plano poderá ser
aderido imediatamente e sem prejuízo à empresa-Ré. Há sim, perigo de dano
irreparável que, por ocasião do deslinde final serão confirmados injustos.

Douto Julgador, a situação do requerente atende perfeitamente todos os requisitos


esperados para a concessão da medida antecipatória, medida a qual espera nos
termos adiante requeridos.
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VII. DOS PEDIDOS

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POR TUDO AQUI DEMONSTRADO, A PARTE REQUERENTE REQUER A TOTAL
PROCEDÊNCIA DA AÇÃO NOS SEGUINTES TERMOS:

I – COM SUPEDÂNEO NAS DISPOSIÇÕES DO ART. 294 E ART.300 DO NOVO CÓDIGO


DE PROCESSO CIVIL, A CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA PARA QUE O
REQUERIDO PROMOVA A IMEDIATA SUSPENSÃO DAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS
REALIZADAS NA CONTA CORRENTE DA AUTORA, REFERENTE A “APL. INVEST FÁCIL”,
SOB PENA DE ARCAR COM MULTA SUGERIDA NO VALOR DE R$ 1.000,00 (UM MIL
REAIS) PARA CADA DESCONTO REALIZADO, SEM LIMITE DE DIAS, ATÉ ULTERIOR
DECISÃO DESSE FEITO, A SER REVESTIDO EM FAVOR DA REQUERENTE, E AO FINAL,
SEJA CONVERTIDA EM DEFINITIVA;

II – O RESSARCIMENTO PELOS DANOS MORAIS na ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil


reais ), acrescidos de juros e correção monetária a partir do evento danoso, pelos
descontos indevidos, aborrecimentos, sentimento de raiva e desprazer, bem como
efeito pedagógico pela má prestação de serviços do Banco Requerido, não se podendo
aceitar este fato como um simples aborrecimento, e sim em um descumprimento em
sua prestação do serviço caracterizado como inadequado, ineficiente e frustrante;

III - O cancelamento de novos débitos referentes ao produto/serviço denominados


“APL. INVEST FÁCIL’’ de forma definitiva;

IV - Determinar a citação do réu, na pessoa de seu estabelecimento local, no endereço


aposto no preâmbulo (em virtude da teoria da aparência), para comparecer à
audiência de conciliação designada, em que poderá oferecer defesa escrita ou oral,
sob pena de revelia e consequente confissão ficta da matéria de fato (arts. 18, § 1º, e
9º, § 4º, da Lei 9.099/95);
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V - Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


inclusive prova testemunhal, depoimento pessoal do representante da demandada sob

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pena de confissão, juntada ulterior de documentos e tudo mais que se fizer necessário

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para a perfeita resolução da lide, o que fica, desde logo, requerido.

VI - A CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA, vez que a parte


Requerente não possui condições de arcar com despesas do processo, sem prejuízo do
próprio sustento, bem como o de sua família, com supedâneo na lei 1.060/50.

VII - Para que seja estabelecido o equilíbrio preconizado pelo estatuto do consumidor,
possibilitando a defesa dos direitos da parte requerente, requer a V. Exa. Seja
determinada a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, pela verossimilhança de suas
alegações e por sua condição de hipossuficiente, de acordo com o inciso VIII do art. 6°
do CDC;

IX- JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, com fundamento no art. 355, I do NCPC.

X - A Intimação pessoal da parte ré via portal eletrônico da sentença/decisão a fim


de que cumpra a obrigação de fazer ou não fazer estipulada em Sentença, somente
para, assim, afastar qualquer alegação de violação à Súmula 410 do STJ.

Dá-se a causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Termos em que,

Aguarda deferimento.

Manaus, 09/03/2022

IGOR MAKIO BRASIL KANEHIRA

ADVOGADO I OAB/AM 15.713


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